Sporting com missão difícil perante o Wolfsburgo

Sporting com missão difícil perante o Wolfsburgo
O Sporting joga a 19/2 e a 26/2
Face à lista de equipas que poderiam ter calhado ao Sporting já se sabia que não ia ser fácil, mas a equipa de Vieirinha era um dos cinco adversários a evitar nesta fase. A equipa alemã possui três jogadores de qualidade acima da média (Ricardo Rodríguez, Kevin de Bruyne e Luiz Gustavo) e muitos outros que são inclusivamente internacionais pelos seus países (não é à toa que ocupam o 2.º lugar da Bundesliga). Será uma eliminatória equilibrada e muito complicada para a formação de Marco Silva, ainda para mais quando o clássico frente ao FC Porto para o campeonato surge dias depois do encontro da segunda mão (reforça a ideia de que é necessário inverter a tendência de conceder golos às equipas alemãs, sobretudo em território estrangeiro).

Os restantes 15 jogos perspectivam duelos muito curiosos: Sevilha-B. M'Gladbach, Villarreal-Salzburg e Tottenham-Fiorentina saltam logo à vista, mas à excepção de 4/5 jogos tudo está em aberto nos confrontos que o sorteio ditou (Everton, D. Kiev, Roma e Inter têm mais que obrigação de avançar para a próxima fase)

Paulo Sousa no caminho do FC Porto nos oitavos da Liga dos Campeões

Paulo Sousa no caminho do FC Porto nos oitavos da Liga dos Campeões
O FC Porto joga a 18/2 e a 10/3
Não será tão fácil como pode parecer (o facto de terem "eliminado" o Liverpool não foi um acaso) mas era sem dúvidas, como já havia sido dito anteriormente, um dos adversários mais acessíveis que podia ter calhado ao FC Porto nestes oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Vejamos é se Paulo Sousa não será afectado pela reabertura do mercado de transferências (Fabian Schär, em particular, será um alvo muito apetecível), algo que Pinto da Costa já afirmou que não será um problema para os azuis e brancos. Não há como esconder: o FC Porto tem a obrigação de passar à próxima fase, face à maior experiência e qualidade da equipa. O único ponto negativo, que seria impossível de evitar, é o calendário - antes do confronto da primeira mão recebem o Vit. Guimarães e antes do segundo jogo terão de enfrentar Sporting (casa) e Sp. Braga (fora).

Nos restantes jogos, destaque para os embates renhidos entre PSG-Chelsea, Man.City-Barcelona e Juventus-Dortmund (londrinos e culés são favoritos, no outro jogo tudo em aberto) e para os confrontos entre Schalke 04-Real Madrid e Shakhtar-Bayern, os mais desequilibrados destes oitavos, onde Ronaldo terá uma boa oportunidade para deixar a sua marca. O Bayer Leverkusen-Atl. Madrid colocará frente-a-frente duas equipas com bons treinadores (colchoneros devem seguir em prova) e o Arsenal-Monaco não impossibilita Leonardo Jardim de surpreender nesta edição da prova milionária (os gunners partem como favoritos).


Também as equipas júniores de Benfica e FC Porto ficaram a conhecer a sua sorte na Liga dos Campeões. O Benfica irá defrontar o Liverpool, enquanto que o FC Porto irá medir forças com o Real Madrid. Apesar de o sorteio não ter corrido da melhor forma ao Benfica, os encarnados conseguiram evitar a curto-prazo as três formações estrangeiras favoritas à conquista do troféu (Chelsea, Real Madrid e Barcelona) e beneficiaram do sorteio dos quartos-de-final (receberão o vencedor do Shakhtar-Olympiacos). Igual sorte não tiveram os azuis e brancos (nunca vão jogar em casa), que terão de derrotar blancos e culés para chegar às meias-finais, onde as duas equipas portuguesas poderão defrontar-se entre si. Nota ainda para o facto de o Chelsea ter grandes possibilidades de chegar à final da prova (Man. City, se tudo correr como esperado, será o único adversário de peso).

Bis de Lima solidifica liderança do Benfica

Bis de Lima solidifica liderança do Benfica
FC Porto 0-2 Benfica
(Lima 36' e 56')


Jornada fantástica para o Benfica. Além de terem vencido no Dragão (onde já não ganhavam há nove anos e onde nunca Jorge Jesus havia ganho para o campeonato), ainda viram Sporting e Vit. Guimarães perder pontos. Os encarnados alargaram para seis pontos a sua liderança graças a um bis de Lima, que mereceu a confiança do seu treinador apesar das exibições menos conseguidas. Quanto ao clássico, o FC Porto tentou explorar, no início do jogo, a velocidade de Tello e as bolas nas costas da defensiva encarnada (Herrera e Jackson tiveram o golo nos pés), mas foram perdendo algum gás, algo que o Benfica aproveitou aos 36', na sequência de um lançamento lateral. O FC Porto perdeu fulgor ofensivo e esbarrou na muralha táctica dos encarnados, que aos 56' fizeram o segundo golo. Lopetegui ainda tentou mexer com a partida (Quaresma podia ter feito a diferença a partir do banco) mas a capacidade de entrega defensiva do Benfica, aliada a alguma sorte (duas bolas no ferro), ditaram a primeira derrota dos azuis e brancos no campeonato. 

FC Porto: Entrou melhor, teve mais posse de bola que o adversário, mas ter mais bola e atacar mais não é sinónimo de o fazer com qualidade. Lopetegui foi inteligente ao explorar o espaço nas costas do adversário no início, mas voltou a mostrar muitas limitações tácticas (a equipa sofre muito nas transições defensivas e não tem muita clarividência a atacar). Quanto a individualidades, Martins Indi foi o único a destacar-se no sector defensivo, Brahimi e Óliver espalharam técnica, sobretudo na primeira parte, (embora o argelino tenha caído imenso de rendimento no segundo tempo) e Quaresma, que começou no banco, foi dos poucos a desequilibrar constantemente (Jackson esteve muito desinspirado e Tello desapareceu ainda antes dos 45'). 

Benfica: Algumas dificuldades logo no início da partida mas a partir dos 30' a equipa começou-se a soltar e a chegar cada vez mais longe no terreno de jogo. A eficácia encarnada também ajudou, mas o ponto alto da partida foi a forma como a equipa inteligentemente fechou espaços e controlou o ímpeto ofensivo do adversário. Samaris e Enzo fizeram um trabalho incansável no meio-campo (Talisca ajudou), a dupla Luisão e Jardel esteve segura, Lima voltou aos golos e Jorge Jesus fez um bom trabalho a partir do banco (depois do calvário que um jogo contra o FC Porto simbolizava para o técnico, certo é que o Benfica tem respondido muito bem nos últimos confrontos).

NBA 2014/15: Prémios Individuais

É já daqui a uns minutos que tem início mais uma temporada do melhor basket do Mundo. Os San Antonio Spurs vão tentar repetir a façanha da época anterior mas a tarefa não será nada fácil. Num Oeste sempre muito renhido, a turma de Gregg Popovich sabe ainda que os rivais da outra Conferência estão bastante distintos relativamente àquilo que eram há um ano atrás. O regresso de LeBron James a Cleveland, o retorno (em definitivo?) de Derrick Rose aos grandes palcos, o peso de cima dos ombros de Kobe Bryant face à ausência forçada de Steve Nash, o hype em torno de «uma das melhores fornadas do draft dos últimos anos» - tudo isto perspectiva mais uma temporada em grande da NBA.

 
MVP da fase regular: Durant. Todas estas previsões são sempre um tiro no escuro e esta está longe de ser uma excepção. Com LeBron de volta a Cleveland, um Rose a 100%, um Stephen Curry a continuar-se a assumir nos Warriors, ou um Carmelo Anthony obrigado a carregar os New York Knicks aos ombros - já para não falar de outras estrelas, como Blake Griffin, Chris Paul (novamente o líder de assistências?), Kames Harden ou Kobe Bryant -, será interessante de se ver quem será o grande destaque na fase regular. Pela forma como os OKC estão órfãos de uma máquina de pontos, uma super-estrela capaz de carregar a equipa e catapultá-la para um bom registo no Oeste, Durant emerge como n.º1 contender pessoal ao prémio de MVP... e de jogador com mais pontos.
 
Rookie do ano: Jabari Parker. Desde cedo houve muito hype em torno de Parker e de Andrew Wiggins, 1.ª escolha do draft. Face às realidades de Milwaukee Bucks e Minnesota Timberwolves, a opção recai sobre o primeiro. Ainda assim, estes não são os únicos nomes a ter em conta. Julius Randle (LA Lakers), Marcus Smart (Boston Celtics), Elfrid Payton (Orlando Magic) e o previamente lesionado Nerlens Noel (Philadelphia 76ers) prometem dar que falar.
 
Treinador do ano: Gregg Popovich. David Blatt e Tom Thibodeau vão preparar as respectivas equipas para os playoffs, entrosando os diferentes jogadores, a probabilidade de haver uma equipa capaz de surpreender como os Phoenix Suns fizeram há um ano não parece ser tão elevada e partindo do princípio que os San Antonio Spurs se vão manter fiéis ao que têm feito nos últimos anos (a base da equipa é a mesma) e revalidar o estatuto de cabeça-de-série no Oeste, Popovich é o grande candidato à renovação do título.  

6th Man: Taj Gibson. Já começa a ser habitual ver o nome do PF/C dos Chicago Bulls entre os grandes candidatos a esta distinção e este pode ser o seu ano. Tem melhorado os diferentes aspectos do seu jogo e deverá assumir um papel mais preponderante a curto/médio prazo. O "eterno candidato" Jamal Crawford (LA Clippers), o até agora nunca oficialmente suplente Andre Iguodala (GS Warriors) e o irrequieto Isaiah Thomas (Phoenix Suns) também poderão fazer a diferença a partir do banco.
 
Most Improved Player (MIP): Andre Drummond. A categoria mais difícil de todas. Parece absurdo escolher um jogador que segundo as previsões nem aos playoffs deve chegar mas a sua margem de progressão é fantástica. Se este ano já conseguir demonstrar que é um monstro nas tabelas e se a isso acrescentar alguns números interessantes (alguns double-doubles, talvez) poderá consolidar ainda mais o seu nome na NBA.

Defensive Player (DPOY): DeAndre Jordan. É muito mais que os seus afundanços e já o mostrou na época passada. Este pode ser o seu ano de afirmação, e com Doc Rivers e Blake Griffin do seu lado tem todas as condições para se destacar neste capítulo. Anthony Davis (New Orleans Pelicans) será, à partida, o cabeça de cartaz nesta distinção.

NBA 2014/15: Conferência Este

É já na próxima madrugada que tem início mais uma temporada do melhor basket do Mundo. Os San Antonio Spurs vão tentar repetir a façanha da época anterior mas a tarefa não será nada fácil. Num Oeste sempre muito renhido, a turma de Gregg Popovich sabe ainda que os rivais da outra Conferência estão bastante distintos relativamente àquilo que eram há um ano atrás. O regresso de LeBron James a Cleveland, o retorno (em definitivo?) de Derrick Rose aos grandes palcos, o peso de cima dos ombros de Kobe Bryant face à ausência forçada de Steve Nash, o hype em torno de «uma das melhores fornadas do draft dos últimos anos» - tudo isto perspectiva mais uma temporada em grande da NBA.


Cleveland Cavaliers

É "O Regresso do Rei". LeBron James optou por deixar Miami após o insucesso nas Finais deste ano e, na condição de free agent, regressou ao clube que o viu crescer. Para além de LeBron, Kevin Love resolveu deixar Minnesota mais cedo do que muitos faziam prever com o objectivo de finalmente estar presente nos playoffs e, acima de tudo, ajudar os Cavaliers a conquistar um anel. Aliás, a política da franchise dá a entender que esse é um objectivo a curto prazo, uma vez que as duas últimas n.º1 picks (Anthony Bennett e Andrew Wiggins) foram "sacrificadas" para fazer chegar o all-star. Destaque ainda para as aquisições de Shawn Marion e Mike Miller, dois veteranos que podem ter bastante impacto. O que esperar destes Cavaliers? Não chegar à Final da Conferência será um fracasso (são incontornavelmente os favoritos no Este), mas a mentalidade tem de estar na conquista do grande troféu. Ter Irving, Love e LeBron, juntamente com Varejao e Waiters no cinco inicial, faz desta equipa uma das mais temíveis entre as 30 da NBA. Veremos se os Cavaliers conseguem "apresentar a química" logo no primeiro ano (os jogos da fase regular permitirão criar rotinas entre os diversos jogadores), se David Blatt é a pessoa indicada para liderar um conjunto com tantas estrelas e se o banco consegue acompanhar o ritmo dos titulares (especialmente nos jogos a doer).


Chicago Bulls

Agora é a sério... Depois de alguns anos em banho-maria dada a condição física de Derrick Rose, parece - esperemos pelos jogos oficiais para o comprovar - que os Bulls estão finalmente aptos para lutar por um anel. Não chegou o free agent Carmelo Anthony, mas chegou Pau Gasol, algo que poderá beneficiar o estilo de jogo implementado por Tom Thibodeau. Se o treinador é conhecido pela sua estratégia defensiva, o mesmo não se poderá dizer das novas caras em Chicago. O trintão Gasol é um upgrade (sobretudo defensivo) face a Boozer e permitirá a Rose ter mais espaço para semear o perigo, Mirotic é conhecido pela sua capacidade de tiro e movimentação, o rookie Doug McDermott chega com a fama de shooter. Felizmente para os adeptos de Chicago, Butler e Gibson mantêm-se na cidade e vão-se afirmando na equipa (o SG é um dos melhores da NBA no capítulo defensivo, o PF voltará a lutar pelo prémio de "6th Man Of The Year"). O que esperar destes Bulls? Muito mais consistência face à temporada anterior, um Rose a regressar gradualmente aos seus tempos de MVP, uma equipa limitada fisicamente (sim, isto mantém-se), melhores soluções a partir do banco e uma presença bem mais sólida entre os melhores da Conferência. A pré-época demonstrou que os Bulls ainda têm um longo caminho a percorrer mas as peças que constituem o plantel devem chegar para ombrear os melhores no Este.


Brooklyn Nets

Duas grandes novidades em Brooklyn. Paul Pierce saiu, chegou Jarrett Jack; Lionel Hollins sucedeu a Jason Kidd enquanto treinador. E vendo bem as coisas, os Nets até saíram a ganhar. Jack será um bom auxílio num backcourt liderado por Deron Williams e terá no frontcourt a excelência da experiência e do poder físico. Face à ausência de Paul George nos Pacers e às incógnitas em torno de outras franchises com qualidade mas ainda sem provas dadas, os Brookyln Nets partem como a 3.ª força maior na Conferência Este e uma das equipas a evitar nos playoffs. O que esperar destes Nets? O frontcourt é muito forte, mas o backcourt possui algumas lacunas. Serão uma das equipas a querer impor desde logo o "factor-casa" e a lutar pelo maior número possível de vitórias durante a fase regular para poderem beneficiar disso mesmo. Ainda assim, Cavaliers e Bulls partem como grandes favoritos.


Dark horse da Conferência: Washington Wizards

Foram uma das maiores surpresas da Conferência Este no ano passado e têm agora todas as condições para se imporem este ano. Enquanto muitos destacam os Toronto Raptors, há que olhar atentamente para os Wizards. Grande novidade: Paul Pierce. Chega para o lugar de Trevor Ariza (vai fazer falta, até porque era muito importante na manobra defensiva da equipa) e junta-se a um plantel que tem em John Wall e Bradley Beal um dos backcourts mais explosivos da Conferência e em Randy Wittman um dos técnicos mais desvalorizados da NBA. O que esperar destes Wizards? À semelhança dos Nets vão ser uma das equipas a evitar nos playoffs. Se Nene se mantiver à margem das lesões (também válido para Wall e Beal), se Gortat se continuar a exibir a bom nível e se Pierce pegar de estaca em Washington, poderão dar nas vistas bem mais cedo do que o esperado.



Previsão da classificação na Conferência Este:
  1. Chicago Bulls
  2. Cleveland Cavaliers
  3. Brooklyn Nets
  4. Toronto Raptors
  5. Washington Wizards
  6. Indiana Pacers
  7. Miami Heat
  8. New York Knicks

NBA 2014/15: Conferência Oeste

É já na próxima madrugada que tem início mais uma temporada do melhor basket do Mundo. Os San Antonio Spurs vão tentar repetir a façanha da época anterior mas a tarefa não será nada fácil. Num Oeste sempre muito renhido, a turma de Gregg Popovich sabe ainda que os rivais da outra Conferência estão bastante distintos relativamente àquilo que eram há um ano atrás. O regresso de LeBron James a Cleveland, o retorno (em definitivo?) de Derrick Rose aos grandes palcos, o peso de cima dos ombros de Kobe Bryant face à ausência forçada de Steve Nash, o hype em torno de «uma das melhores fornadas do draft dos últimos anos» - tudo isto perspectiva mais uma temporada em grande da NBA.


San Antonio Spurs

«Em equipa que ganha, não se deve mexer.» Deve ser este o lema adoptado pelos actuais campeões da NBA. Mas a tarefa será ainda mais difícil este ano. Se dúvidas havia relativamente à condição física de Duncan, Parker e companhia, os últimos dois anos foram a "prova provada" de que a vontade e o querer ultrapassam qualquer barreira física. E quem tem Gregg Popovich como treinador só pode sair a ganhar. O que esperar destes Spurs? Mais uma presença garantida entre os melhores, com Popovich a gerir a sua equipa para os momentos decisivos e um basquetebol inteligente e dinâmico por parte de uma equipa que tentará inscrever o seu nome na história da franchise (nunca venceram as Finais por duas vezes consecutivas). Outra pergunta que ficará a pairar no ar: último ano de Tim Duncan?


Oklahoma City Thunder

Os anos vão passando e o objectivo vai permanecendo o mesmo. Nenhuma alteração de maior e pouco que se possa acrescentar. Kevin Durant, cuja ausência no início da época não deverá ser importante (interessa que esteja fisicamente apto na fase decisiva), e Russell Westbrook deverão apresentar números de MVP novamente e serão os principais responsáveis por carregar a equipa até aos playoffs. A partir daí é que começa o desafio a sério, numa Conferência já bastante renhida por natureza e onde reinam os actuais campeões da NBA, carrascos dos OKC no ano passado. O que esperar destes OKC? Mais do mesmo, como já foi dito. A grande incógnita prende-se com a capacidade desta equipa em chegar à final da Conferência. Já o conseguiram há três anos e daí para a frente foram traídos pelo infortúnio de Westbrook e pela excelência dos Spurs. Será desta que Durant consegue o tão ambicionado troféu?


LA Clippers

Antes de analisar os LA Clippers, devo admitir que hesitei bastante entre a formação de Doc Rivers e os Golden State Warriors para a denominação de "3.ª força maior no Oeste". Dito isto, espera-se novo espectáculo para o lado da "Cidade dos Anjos". Se por um lado o cinco inicial manterá a sua base, por outro convém destacar a chegada de Spencer Hawes, que assim adiciona maior profundidade e capacidade de tiro a um frontcourt que estava órfão de uma alternativa para a posição de PF até agora. Resolvidos os problemas internos, que afectaram a equipa nos playoffs, é altura de elevar "lob city" a um novo patamar. O que esperar destes Clippers? Blake Griffin e DeAndre Jordan prometem retomar os afundanços que lhes são característicos, Chris Paul será candidato principal a líder de assistências, mas acima de tudo espera-se uma equipa mais madura e capaz de ter uma mentalidade mais ganhadora, sobretudo a partir das meias-finais dos playoffs (Doc Rivers vai exigir mais e melhor nesta segunda época à frente da equipa).


Dark horse da Conferência: Dallas Mavericks

Mark Cuban mostrou que não brinca em serviço e apostou forte no defeso. As chegadas de Chandler Parsons e Tyson Chandler elevam os Dallas Mavericks a um estatuto que já não se via desde o título de 2011 (e nessa altura nem eram os favoritos) e aumentam a pressão sobre os demais rivais da Conferência. Em sentido contrário, menos pressão sobre os ombros de Dirk Nowitzki. Muita expectativa sobre a franchise que deixou sair Vince Carter, mas que foi, em contrapartida, a grande campeã das contratações no Oeste (aos dois nomes supracitados falta acrescentar o de Raymond Felton). A maior interrogação prende-se com o banco. O que esperar destes Mavs? Antes de mais, Rick Carlisle não tem desculpas para apresentar maus resultados. Por isso, este vai ser um teste à sua capacidade de liderança. Depois cabe a cada um confirmar o porquê de se elevar estes Mavericks a mais do que uma simples equipa de playoffs - Nowitzki terá de se voltar a exibir a um nível próximo de MVP, Chandler terá de demonstrar que continua um monstro nas tabelas, Parsons deverá confirmar o seu estatuto em Dallas e o próprio Monta Ellis tem tudo para se destacar no backcourt.



Previsão da classificação na Conferência Oeste:
  1. San Antonio Spurs
  2. Oklahoma City Thunder
  3. LA Clippers
  4. Golden State Warriors
  5. Dallas Mavericks
  6. Portland Trail Blazers
  7. Denver Nuggets
  8. Houston Rockets

A um passo do céu e a dois do abismo

Depois de um fim-de-semana marcado pelos jogos da 3.ª eliminatória da Taça de Portugal, entre os quais um clássico entre FC Porto e Sporting no Estádio do Dragão que ditou o afastamento da equipa da casa, as atenções viravam-se agora para a Liga dos Campeões. Sporting e Benfica estavam obrigados a não perder pontos - aos encarnados interessava ainda mais somar os três pontos depois das duas derrotas nas jornadas anteriores - e o FC Porto procurava segurar o 1.º lugar e dar um passo importante rumo à fase seguinte.

Lopetegui mostrou mais uma vez que a rotatividade do plantel chega ao fim nos momentos mais importantes - já havia sido assim no início da época e não ganhar após o recente desaire na Taça de Portugal só aumentaria a pressão sobre o técnico e a própria equipa - e o resultado, apesar de todas as peripécias, favoreceu os azuis e brancos. Num jogo em que o golo sofrido voltou a nascer de um erro na fase de construção (à semelhança do que tem acontecido em quase todos os jogos da presente temporada), Lopetegui soube mexer bem a partir do banco, Quaresma assumiu o papel de herói para gáudio dos adeptos, que exigem mais minutos para o internacional português, e o FC Porto pode carimbar a presença nos oitavos-de-final já daqui a uns dias, em solo basco. Boas notícias para Portugal, num ano em que a representação nacional tem estado aquém das expectativas.

Menos sorte teve o Sporting, que foi traído pela infantilidade de Maurício (novamente em foco pela negativa), numa altura em que os leões estavam por cima na partida, e pelos graves erros da equipa de arbitragem. Apesar da vitória moral - recuperar de uma desvantagem de dois golos, a jogar fora de casa, com um elemento a menos, é notável -, associada a uma grande atitude dos jogadores e a uma sensação de crescimento gradual da equipa de Marco Silva, fica uma sensação de injustiça e culpa própria face àquela que é a realidade do grupo do Sporting na Liga dos Campeões. Se o sonho nas provas europeias tomou contornos mais ténues, também é justo dizer que as recentes exibições leoninas, incluindo a vitória no Estádio do Dragão, não têm sido obra do acaso e deixam boas indicações para o muito que ainda falta disputar esta época. Apenas um aparte, que já poderia ter sido escrito há mais tempo: ter João Mário no meio-campo aumenta consideravelmente o nível da equipa.

O Benfica, obrigado a somar pontos tal a distância que o separava das restantes equipas do grupo, foi a última equipa lusa a entrar em acção. Ainda assim, mais do mesmo. Entrada nervosa em campo (alguma falta de ritmo?), em que os encarnados voltaram a dar 45 minutos de avanço aos seus opositores (felizmente mais perdulários que Zenit e Bayer Leverkusen) e tentaram resgatar mais do que um mero ponto na segunda metade. O Benfica foi atraiçoado por alguma falta de eficácia e por Lisandro, expulso após uma entrada imprudente sobre Moutinho numa altura em que os campeões nacionais estavam a controlar o jogo, e teve de sofrer até ao fim para somar o seu primeiro ponto na prova milionária. Percurso curto para aquela que é a capacidade da equipa e que coloca os pupilos de Jorge Jesus, que hoje apresentou em campo a melhor equipa disponível, numa posição delicada para continuar nas provas europeias - já nem se fala apenas na Liga dos Campeões! Hora de redefinir prioridades?

Para a frente é o caminho!

Para a frente é o caminho!
As coisas correram bem a Portugal nos últimos dias. Depois de uma excelente campanha dos Sub21, culminada com um jogo atípico quanto ao número de golos (5-4), foi a vez de a Selecção AA entrar em campo na Copenhaga, naquela que foi a estreia de Fernando Santos no banco luso em jogos oficiais. Nem a chuva fria evitou que a Selecção arrancasse um triunfo suado diante da Dinamarca, com Ronaldo a resolver de cabeça para lá dos 90 minutos. Mais do que três pontos conquistados, Portugal ganhou uma nova equipa, com jogadores regressados e uma esperança renovada, e um novo ânimo para abraçar um desafio perfeitamente ao seu alcance - a qualificação directa para o Euro'2016.

Não se pode tirar mérito a Fernando Santos. Se por um lado o seu tridente mais móvel não surtiu efeito durante a maior parte do jogo, por outro soube mexer bem a partir do banco. Ou fora dele, se alargarmos o prisma temporal ao passado... Ricardo Carvalho voltou a ser titular volvidos três anos e foi, indubitavelmente, um dos melhores em campo. A sua capacidade de liderança, concentração e antecipação fazem falta a qualquer selecção e mascaram bem os seus 35 anos e justificam o seu estatuto de «um dos melhores centrais portugueses dos últimos tempos». Igualmente bem esteve Tiago, que creseceu imenso com Simeone e já o havia demonstrado frente à França. A forma como ocupou o meio-campo, tanto a pressionar como a oferecer linhas de passe, sobretudo na primeira parte, só pode ser um indicador positivo para a Selecção Nacional. Danny e Quaresma foram outros jogadores experientes que voltaram a envergar a camisola da Selecção. Se o primeiro se destacou pela forma como tentou semear o perigo no último terço do terreno, ainda que de forma algo inconsequente, o segundo voltou a mostrar que é capaz de "sacar um coelho da cartola" de um momento para o outro. A assistência para Ronaldo é metade do golo. Foi a vantagem de Portugal.

Era urgente reagir aos mais recentes desaires. Se no jogo com a França foram postas a nu as debilidades defensivas da Selecção (Cédric até deu uma resposta mais positiva que Eliseu no jogo com a Dinamarca), é igualmente verdade que na segunda parte desse mesmo encontro foi evidente uma atitude totalmente diferente - para melhor - que só poderia ter deixado Fernando Santos orgulhoso no final da partida. Apesar de não ter feito um jogo exemplar, Portugal foi incontornavelmente o vencedor justo do encontro de terça-feira. A sorte esteve do seu lado. Agora há que dar seguimento a este resultado.

Reservo um último parágrafo para os Sub21. Um percurso de 10 vitórias em outros tantos jogos é fantástico para qualquer equipa. Melhor sabe quando se tem consciência do potencial e da qualidade do grupo orientado por Rui Jorge, que está de parabéns por ter apurado os nossos jovens jogadores para o Euro'2015. E as perspectivas só podem ser as melhores. Ainda para mais sabendo que a Espanha, bi-campeã em título, e a sempre perigosa França não vão estar na fase final da competição. Uma presença entre os quatro melhores dá, desde logo, direito a uma participação nos Jogos Olímpicos, em 2016, mas o título europeu não deve ser considerado uma miragem para estes jovens lusos. Há que sonhar alto mantendo os pés bem assentes no chão.

Um início pautado pela irregularidade

Concluídas as primeiras sete jornadas do campeonato nacional, o que equivale dizer que 20% dos jogos já foram disputados, e aproveitando a pausa para os compromissos das Selecções, é altura de fazer um balanço daquela que está a ser a temporada da Académica.

O clube de Paulo Sérgio ocupa a 11.ª posição, com 7 pontos, 6 golos marcados e 7 sofridos. Em casa, a Briosa é o único clube a registar quatro empates, embora a sua obrigação, verdade seja dita, fosse a de conquistar mais pontos nesses jogos. Depois de uma boa exibição diante do Sporting (1-1), auxiliada pelo comportamento dos leões e culminada com um golo ao cair do pano, houve várias dificuldades no capítulo da finalização frente a Vit. Setúbal (1-1) e Moreirense (0-0). Já no embate com o Estoril (2-2) o problema residiu na forma como o treinador abordou o jogo na segunda parte face à expulsão de Iago no início da segunda parte. Fora do Estádio EFAPEL Cidade de Coimbra a equipa também está longe de convencer: depois de uma derrota diante do Marítimo (1-2) e de um inexplicável desaire frente ao Boavista (0-1), a Académica, numa vitória "tirada a ferros" em Arouca (1-0), somou pela primeira vez os três pontos num jogo oficial em 2014/15.

NOTA: Nem todos os dados apresentados são oficiais
Se há palavra que melhor descreve a presente temporada da Académica é "irregularidade". O futebol praticado está longe de ser convincente - até agora ainda não houve um jogo em que a Académica se tenha exibido a um nível aceitável durante cerca de 90 minutos - e os pontos perdidos, sobretudo em casa, poderão vir a adquirir maior relevância num futuro próximo. Nos jogos frente a Vit. Setúbal, Boavista, Estoril e Moreirense, em que a equipa tinha obrigação de fazer muito melhor, foram conquistados 3 pontos em 12 possíveis. À excepção da equipa da Amoreira, que apenas parece estar a atravessar uma fase menos boa - daí ter sido enumerada -, os restantes são, pelos recursos à sua disposição, candidatos a vigorar na parte inferior da tabela. As pessoas podem-se queixar de alguma falta de sorte (não deixa de ser verdade, sobretudo diante do Vit. Setúbal) mas a estatística mostra que a Académica tem vindo a cair de rendimento nas últimas jornadas, se bem que o jogo com o Moreirense, em que a equipa ficou em branco pela primeira vez em casa, tenha constituído uma ligeira excepção.

Mas nem tudo pode ser visto pelo lado negativo. Fernando Alexandre, que foi um dos destaques da temporada transacta, está de volta às opções à disposição de Paulo Sérgio e poderá ser crucial nas muitas jornadas que ainda faltam disputar. Durante a sua ausência foi Obiora a assumir o estatuto de médio mais defensivo e o nigeriano parece ter pegado de estaca no onze inicial. Joga simples, sabe-se posicionar bem para interceptar os ataques contrários e mostra ser um jogador inteligente na forma como lê o jogo. É a surpresa mais agradável até ao momento e o jogador em melhor forma na Académica. Falando em caras novas, também Ricardo Nascimento, Rui Pedro e Schumacher têm mostrado que são jogadores a ter em conta neste plantel. O defesa, único do seu sector a alinhar nas sete partidas, tem sido o mais regular e assumiu desde logo um papel preponderante devido à lesão de João Real, logo à 2.ª jornada; o médio, cuja qualidade não era de todo desconhecida, apresenta uma técnica muito apurada e é o melhor marcador da equipa (2 golos), porém, ainda não "explodiu"; o possante avançado junta técnica e inteligência à sua envergadura física e inclusivamente já conquistou a titularidade - e é o líder de assistências (2) da equipa.

Uma questão de eficácia

O Benfica de Jorge Jesus sempre habituou os adeptos encarnados a um ataque avassalador. Prova disso são os 82 jogos consecutivos que a equipa já leva a marcar no seu estádio sob o comando do seu actual treinador. Mais uma vez houve goleada no Estádio da Luz, mas desengane-se quem pense que o triunfo foi folgado. O Benfica fez um total de 23 remates, um novo máximo do clube esta época, dos quais saíram quatro golos em menos de 15 minutos. Não é à toa que se diz que o primeiro é sempre o que mais custa... Igual número de golos apontou o Sporting na sua deslocação a Penafiel. Num duelo em que os sportinguistas visaram a baliza de Haghighi por 15 vezes (só remataram menos vezes contra o FC Porto), o primeiro dos dois golos de Slimani no jogo foi fundamental para o desbloqueio da partida. Montero (terminou com a sua seca de golos) e Nani (cada vez mais a assumir um papel preponderante na equipa) fecharam as contas do jogo e permitiram ao Sporting somar 9 golos nos últimos três desafios a contar para o campeonato e tornar-se no melhor ataque fora de casa. No Estádio do Dragão, o FC Porto teve de saber sofrer para levar o Sp. Braga de vencida. Curiosamente, este foi o 2.º jogo da corrente edição da Liga em que os azuis e brancos mais vezes (6) remataram à baliza. Mais, apenas frente ao Moreirense (7), num jogo que terminou com uma vitória caseira por 3-0. Mas passemos para um plano mais geral, onde tudo fica mais interessante.

NOTA: Os dados apresentados não são oficiais

Ao fim de sete jornadas temos o Benfica como a equipa que mais acertadamente visa o alvo (é inclusive o melhor ataque da Liga), um Sporting como a equipa mais rematadora do campeonato e um FC Porto distante dos rivais lisboetas em termos ofensivos. De realçar ainda que os dois clubes lisboetas repartem as duas posições cimeiras em cada um dos dois aspectos.

Convém não esquecer que os dragões têm a defesa menos batida da prova, mas não deixa de ser curioso reparar no escasso número de remates à baliza (33) que o FC Porto tem ao cabo de sete jornadas (9.º neste capítulo entre as 18 equipas da Liga). A precisão dos remates dos azuis e brancos à baliza (31%) também é manifestamente inferior quando comparada com a de Benfica (48%) e Sporting (38%), o que, tudo somado, surpreende bastante tendo em conta a qualidade inegável dos seus avançados.

Não tão estranho é ver o Sporting como a equipa mais rematadora do campeonato, tal a dinâmica ofensiva que Marco Silva consegue impor nas suas equipas (já no Estoril conseguia fazer com que a equipa circulasse muito bem a bola e pressionasse em zonas adiantadas do terreno). Se por um lado é importante ressalvar que o Sporting já defrontou os dois grandes nestas primeiras sete jornadas, por outro a estatística indica que o único jogo em que a equipa leonina fez pelo menos 20 remates foi diante do Belenenses (28, um recorde da época até ao momento), num jogo que terminou... 1-1.

A primeira vitória de Fernando Santos

A primeira vitória de Fernando Santos
A primeira incógnita em torno de Fernando Santos seria, desde logo, a sua primeira convocatória. Felizmente para Portugal, o novo Seleccionador Nacional mostrou que está atento ao que se vai passando nos diferentes campeonatos europeus (o lateral Ivo Pinto é a maior surpresa da convocatória). Como tal, não se coibiu de chamar jogadores como Tiago, Ricardo Carvalho, José Fonte ou Danny que, quer pela sua experiência, quer pelo seu momento de forma, poderão ser mais-valias no imediato, com vista à qualificação para a próxima fase do Euro'2016. Infelizmente para Portugal, essa revolução, tão aclamada pela larga maioria dos portugueses, chegou com um mês de atraso.

Convém, ainda assim, ressalvar que revolução não é sinónimo de renovação (este grupo de convocados até apresenta uma média de idades superior ao que foi chamado para o confronto com a Albânia) e, ao mesmo tempo, lembrar que os Sub-21 estão na iminência de disputir dois jogos decisivos e complicados para garantir o apuramento para a fase final do Euro'2015 nesse mesmo escalão. Assim, há que consolidar primeiro o grupo mais forte e só depois, de forma gradual, deixar que os mais novos tenham a oportunidade de integrar o escalão principal. Cada coisa a seu tempo. Fernando Santos conseguiu, para já, a sua primeira vitória enquanto sucessor de Paulo Bento - deixar de fora aqueles que pareciam ter lugar cativo nos eleitos (os "intocáveis") e promover a chamada dos jogadores em melhor forma.


Lista dos 24 convocados para os jogos com a França (amigável) e a Dinamarca:
Guarda-redes: Anthony Lopes (Lyon), Beto (Sevilha) e Rui Patrício (Sporting)
Defesas: Antunes (Málaga), Bruno Alves (Fenerbahçe), Cédric (Sporting), Eliseu (Benfica), Fábio Coentrão e Pepe (Real Madrid), Ivo Pinto (Dínamo Zagreb), José Fonte (Southampton) e Ricardo Carvalho (Mónaco)
Médios: Adrien, João Mário e William Carvalho (Sporting), André Gomes (Valência), João Moutinho (Mónaco) e Tiago (Atlético Madrid)
Avançados: Cristiano Ronaldo (Real Madrid), Danny (Zenit), Éder (SC Braga), Nani (Sporting), Ricardo Quaresma (FC Porto) e Vieirinha (Wolfsburgo)

O adjunto que depressa se tem revelado

O adjunto que depressa se tem revelado
Já não seria caso único em Portugal. Depois de Vítor Pereira ter assumido as rédeas do FC Porto aquando da saída de André Villas-Boas, e de ter feito um excelente trabalho na Invicta, que as pessoas começaram a valorizar cada vez mais o trabalho dos treinadores-adjuntos nos clubes nacionais.

O início da época a nível nacional ficou marcado pelo despedimento de Paulo Bento do comando da Selecção Nacional e pelo bom arranque de alguns clubes portugueses, como o Vit. Guimarães ou o Rio Ave. No entanto, não deixa de ser estranho notar a desvalorização em torno do bom trabalho que Leonel Pontes - adjunto de Paulo Bento no Sporting e na Selecção e substituto de Pedro Martins, agora treinador dos vilacondenses - tem feito nestas primeiras semanas enquanto técnico do Marítimo (a sua primeira experiência enquanto treinador principal).

Além de ser, curiosamente, a única equipa que ainda não averbou qualquer empate na Liga ZON-Sagres, o Marítimo é, a par do Sp. Braga, uma das duas formações com um registo imaculado em casa (três vitórias em outros tantos jogos). Leonel Pontes soube dar a volta à renovação feita na frente de ataque (apenas André Ferreira e Kukula, que combinados somam 22 minutos na Liga esta época, se mantiveram desde o ano passado) e o resultado está à vista: os avançados somam quatro golos e quatro assistências em seis jornadas e o clube possui o 4.º melhor ataque da prova. Também o meio-campo e a defesa têm dado uma ajuda neste capítulo - Fransérgio (4 golos) é o melhor marcador da equipa a par de Maazou e o lateral Rúben Ferreira é apenas superado por Gaitán no que a assistências para golo (4) diz respeito. Neste momento os insulares estão em igualdade pontual com o FC Porto, apenas atrás do Benfica, líder isolado, e têm vindo a crescer de rendimento ao longo das jornadas. Segue-se um encontro complicado diante do Paços de Ferreira, na Mata Real, equipa que apenas perdeu com Benfica e FC Porto sob a orientação de Paulo Fonseca. Apenas vamos entrar na 7.ª jornada do campeonato e ainda muito pode acontecer até ao seu término. Mas para já fica a pergunta: teremos o Marítimo num lugar europeu ao fim das 34 jornadas?

Sporting e FC Porto repartem pontos em Alvalade (1-1)

Sporting e FC Porto repartem pontos em Alvalade (1-1)
Sporting 1-1 FC Porto
(Jonathan Silva 2'; Naby Sarr p.b. 56')


Para já vai beneficiando o Benfica. O Sporting foi a equipa que melhor entrou no clássico (pressão alta a não deixar os portistas organizar jogo) e cedo se viu em vantagem com um golo do lateral Jonathan Silva. Sinal mais para os leões no primeiro tempo - tiveram mais duas ocasiões para alargar o resultado - mas a reacção portista fez-se notar na segunda metade. Jackson Martínez deu o aviso (Rui Patrício evitou o golo) mas um lance infeliz do central Naby Sarr permitiu o 1-1. Até ao final da partida o jogo foi mais repartido. Capel enviou uma "bomba" ao travessão da baliza de Fabiano; do outro lado foi Herrera a permitir a Rui Patrício a defesa da noite e, já perto do fim, Tello a não ter capacidade para decidir o resultado.

Sporting: Muito boa a forma como pressionou o adversário em zonas mais adiantadas no terreno e nota positiva para os extremos, porém, as limitações defensivas continuam a ser óbvias. Carrillo continua a ser um dos mais irreverentes esta época (causou imensas dores de cabeça a Alex Sandro) e Nani acrescenta outra qualidade técnica ao jogo ofensivo dos leões. No meio-campo houve mais Adrien na primeira parte e mais William Carvalho na segunda (João Mário também esteve bem) e no sector mais recuado Rui Patrício fez duas defesas com um grau de dificuldade mais elevado (Jonathan Silva, que remeteu Jefferson para a bancada, apresentou argumentos suficientes para manter a titularidade).

FC Porto: Algumas dificuldades a meio-campo na primeira parte mas a entrada de Óliver soltou mais a equipa e as ocasiões de perigo começaram a acentuar-se. Ainda assim, pede-se mais a Lopetegui, que hoje "não acertou no onze inicial", face ao elenco que tem à sua disposição (curiosamente alguns jogadores pareceram evidenciar sinais de fadiga). Martins Indi foi o mais esclarecido no eixo defensivo, a capacidade de desequilíbrio de Tello sobrepôs-se tremendamente à técnica de Quaresma (hoje foi o elemento menos), Brahimi não conseguiu espalhar a sua qualidade como noutros jogos e Jackson Martínez fez um bom jogo mas desperdiçou uma das melhores oportunidades do jogo quando o jogo ainda estava 1-0. Nota ainda para a lesão de Casemiro que poderá afastar o brasileiro dos relvados durante algumas semanas.

A saída de Paulo Bento: O sucessor (parte II)

A saída de Paulo Bento: O sucessor (parte II)
Já houve mais que tempo para digerir a inexplicável derrota de Portugal perante a Albânia, equipa mais fraca do grupo de apuramento para o Euro'2016, e o anúncio do técnico que irá suceder a Paulo Bento no cargo de Seleccionador Nacional já não deve tardar. Ainda assim, convém deixar uma ou duas notas face a esta decisão da FPF, principal responsável pelo acumular de desgostos vividos nos últimos meses.


Tal como sucedeu há quatro anos atrás, Portugal mudou de seleccionador já no decorrer da fase de qualificação para o Campeonato Europeu. O que apenas agrava a situação, dado que o substituto de Paulo Bento terá agora pouca margem de manobra para implementar novos conhecimentos tácticos e chegará com uma pressão acrescida devido ao desaire com a Albânia. Felizmente para Portugal, Platini resolveu facilitar a tarefa das selecções e Portugal, mesmo sendo terceiro classificado no seu grupo, pode continuar a sonhar com o apuramento. Mas sejamos realistas: o objectivo é a qualificação directa. Torna-se, assim, imprescindível identificar o perfil do novo treinador o mais rapidamente possível para se evitar a tomada de decisões precipitadas, que possam comprometer o futuro da nossa Selecção, caso se deixe arrastar o processo em demasia.

Será Fernando Santos uma boa opção para a Selecção?
Tem-se falado muito em Jesualdo Ferreira (tem o factor experiência e um currículo apetecível a seu favor, mas não deixa de ser uma incógnita), Vítor Pereira (adepto do futebol em posse, mas rápido, capaz de ligar bem defesa e ataque e de imprimir uma dinâmica interessante ao meio-campo) e Fernando Santos (ritmo de jogo mais lento e uma estratégia baseada no erro do adversário e em transições recheadas de pragmatismo) - o último parece ser o grande candidato à sucessão, embora o seu castigo seja o maior entrave -, ainda que a vinda de um eventual treinador estrangeiro seja igualmente uma hipótese colocada de cima da mesa. Fala-se ainda, e já não é de agora, na suposta renovação dos convocados da Selecção Nacional, defendendo-se que é chegada a altura de dar o lugar aos mais jovens e riscar alguns nomes que pareciam ter lugar cativo com Paulo Bento. Não sendo grande apologista de uma "revolução total", devo confessar que surgiu a altura de alguns jogadores serem finalmente introduzidos de forma gradual nas convocatórias de maneira a futuramente terem condições para serem mais-valias no onze inicial da Selecção - verdade seja dita que, para tal acontecer, é necessário que haja uma aposta constante por parte dos respectivos clubes. Convém, portanto, que o novo seleccionador seja capaz de "apostar sem medo" e que se reveja naquilo que é efectivamente a Selecção Portuguesa. Que se identifique com laterais ofensivos, um meio-campo pressionante, extremos com uma capacidade técnica acima da média e que consiga conferir maior estabilidade defensiva (a exploração de contra-ataques seria interessante de se ver numa selecção como a nossa) e criatividade ofensiva (não podemos estar sempre dependentes do que os extremos são capazes de fazer). No fundo, que seja capaz de aplicar um modelo táctico que vá ao encontro dos pontos fortes da Selecção e permita tirar o melhor rendimento de cada jogador.

A saída de Paulo Bento: O timing (parte I)

A saída de Paulo Bento: O timing (parte I)
Já houve mais que tempo para digerir a inexplicável derrota de Portugal perante a Albânia, equipa mais fraca do grupo de apuramento para o Euro'2016, e o anúncio do técnico que irá suceder a Paulo Bento no cargo de Seleccionador Nacional já não deve tardar. Ainda assim, convém deixar uma ou duas notas face a esta decisão da FPF, principal responsável pelo acumular de desgostos vividos nos últimos meses.


Recuemos ligeiramente no tempo. Portugal acabara de ser eliminado pela Espanha nos oitavos-de-final do Mundial'2010 com um golo irregular de David Villa. Carlos Queiroz abandonara o cargo em virtude da prestação lusa na competição que decorrera na África do Sul e Agostinho Oliveira seria o próximo homem ao leme da Selecção Nacional. A coisa não corre bem. Portugal, em dois jogos da fase de qualificação para o Euro'2012, perde quatro pontos contra adversários bem menos cotados. O apuramento complicara-se em demasia e o jogo seguinte seria contra a Dinamarca, adversário directo no grupo. É aqui que entra Paulo Bento. Portugal exibe a partir de então uma atitude bem diferente da que vinha evidenciando e Nani e Ronaldo, que, diga-se em bom da verdade, havia falhado os dois jogos anteriores, oferecem a vitória a Paulo Bento na sua estreia. A partir de então a Selecção Nacional só perdeu pontos na Dinamarca (derrota por 2-1), o suficiente para disputar o playoff de acesso à fase seguinte. Atropelámos a Bósnia-Herzegovina e carimbámos a nossa presença na fase final da competição, onde voltámos a ser eliminados pela Espanha - aquela que entretanto havíamos goleado por 4-0 num amigável -, desta feita na terrível sorte dos penáltis de uma meia-final. O balanço que ficou deste primeiro grande desafio de Paulo Bento enquanto Seleccionador Nacional foi o de esperança recuperada. A recuperação na fase de apuramento foi muito boa e a prestação no Euro'2012 não ficou aquém das expectativas. Muito pelo contrário. Restava dar continuidade ao bom trabalho.

Paulo Bento devia ter permanecido após o Mundial?
Infelizmente, a partir daqui o caso mudou de figura... Depois de duas vitórias na fase de qualificação para o Mundial'2014, Portugal era derrotado na Rússia (1-0), único adversário de respeito no seu grupo. Até aqui nada de muito grave. Bastaria dar a volta e vencer os restantes jogos, já que era essa a nossa obrigação. Porém, não foi isso que aconteceu. Portugal somou exibições fracas a pontos perdidos e quedou-se pela carruagem dos segundos classificados. Contudo, o Brasil não passou a ser miragem - valeu Ronaldo, sobretudo! Paulo Bento mudara por completo o seu estatuto por não ter ficado no topo de um grupo demasiado acessível. Acabara-se a sua margem de manobra. E eis que a FPF comete o seu primeiro erro crasso. Em Abril de 2014, meses antes de o Mundial começar, o vínculo de Paulo Bento com a Selecção foi renovado até 2016. A FPF depositava, assim, uma enorme confiança num treinador que não convenceu durante os jogos de qualificação para a grande competição entre selecções à escala global e o resultado, inevitavelmente, acabou por ser desastroso. Portugal, nos jogos amigáveis que antecediam a competição, não convencia - aqueles 5-1 à República da Irlanda foram uma ilusão tremendamente grande -, o estado clínico da sua estrela permanecia uma incógnita e até mesmo a preparação portuguesa foi questionada antes sequer da equipa aterrar no Brasil. A partir daqui todos nós sabemos a história. As exibições medíocres, que se vinham a arrastar há já vários meses, a vaga de lesões inexplicável, os "ses" que ficaram após o jogo com o Gana e um sentimento de desilusão que culminou com uma chuva de críticas. A prematura renovação de contrato começava agora a pesar no subconsciente dos responsáveis da FPF. Ou talvez não.

Voltemos ao presente. Paulo Bento cá esteve, em Aveiro, para comandar a nossa Selecção após o fracasso no Mundial'2014. O voto de confiança era enorme. Pela frente estava a Albânia, contra quem não se avizinhavam grandes dificuldades. Mas o futebol da nossa Selecção voltou a ser muito pobre e fomos surpreendidos em casa. Os lenços brancos compunham as bancadas do Estádio Municipal de Aveiro, à medida que Paulo Bento fazia contas à vida. Esperava-se que a FPF anunciasse o despedimento de Paulo Bento no dia seguinte, o mais tardar. Mas tal não aconteceu. Foram necessários quatro dias para que a decisão fosse finalmente tomada. O que apenas revela insegurança por parte da estrutura que melhor devia saber o que fazer nestes casos. Pior do que o trabalho dos jogadores ou do treinador, foi a inércia da FPF face ao que aconteceu desde o Mundial'2014. Coloca-se agora um novo desafio: encontrar o sucessor. Ao que parece quatro dias não foram suficientes para se traçar o perfil do novo seleccionador. Convém relembrar que os próximos compromissos da Selecção - amigável com a França e jogo na Dinamarca - estão à distância de um mês.

Balanço do mercado de transferências: Portugal (parte II)

O Benfica não entrou em loucuras na janela de transferências
Já se sabia que a excelente época anterior iria ter custos para os lados da Luz mas a abordagem à janela de transferências esteve longe de ser a melhor. A melhor notícia foi mesmo a permanência de Enzo Pérez e Gaitán. O Benfica viu partir cinco dos habituais titulares e falhou na aquisição de alguns dos seus substitutos. Júlio César chegou para dar nova concorrência a Artur entre os postes, a saída de Garay - negócio estranho e uma das piores vendas de sempre do clube - não implicou um esforço encarnado num jogador creditado (Lisandro López retornou de empréstimo e César é visto como uma aposta de futuro) e Jardel será à partida o seu substituto, o Benfica decidiu não investir 7M para adquirir Siqueira - devido a contenção financeira, segundo o Presidente - e foi buscar quatro jogadores que podem fazer a sua posição (Eliseu, que semanas antes podia ter vindo a custo zero, Benito, Djavan e Sílvio, cujo empréstimo foi prolongado e que é lateral direito de raiz), a venda de Markovic catapultou Salvio para o onze inicial e Rodrigo, vendido a um fundo em Janeiro à semelhança de André Gomes, saiu sem que tivesse chegado alguém com características similares. E é aqui que reside o maior problema. O jovem avançado era uma peça fulcral para Jorge Jesus pela forma como ajudava a pressionar numa primeira fase, vinha buscar jogo, transportava bola fruto da sua técnica e constituía uma ameaça para as defesas contrárias tal era a sua capacidade de movimentação e de remate. Talisca tem sido o mais usado na sua posição mas o treinador, em conferência de imprensa, admitiu que precisava de mais um avançado. Jara não convence, Talisca (habitual titular) e Derley têm características diferentes, Bebé não tem sido equacionado para a posição. Joel Campbell, do Arsenal, prometia ser reforço de última hora mas tal não se confirmou. O Benfica, que em três meses não arranjou ninguém para o lugar de Rodrigo, vê-se agora obrigado a atacar todas as frentes sem mais um avançado no plantel. Pelo menos até Janeiro. Pelo meio ficam as inadmissíveis entradas de Benito, Djavan, Luís Felipe e Candeias que nunca teriam/terão espaço/qualidade para singrar no campeão nacional. Nota final para a lesão de Rúben Amorim (e Fejsa, ainda que esta dure há mais tempo) que forçou a contratação de Cristante, depois de Samaris se ter tornado num dos reforços mais caros da história do Benfica. Duas boas soluções, uma delas dá mais garantias no imediato, mas que levam a maior parte dos adeptos benfiquistas a colocar algumas questões. Terá feito sentido investir tanto dinheiro num sector cujo reforço não era prioritário? Como se explica que se tenha identificado um alvo para o meio-campo no espaço de uma semana e que o mesmo não tenha acontecido para o ataque (havendo interesse para todas as partes) em três meses? E Djuricic, não entraria de caras no actual onze titular (ou será que Jorge Jesus espera que o sérvio tenha no estrangeiro uma evolução semelhante à de Rodrigo)?



Nani, de volta a "casa", é o grande trunfo do Sporting
Muito se falou na saída de William Carvalho mas o Sporting conseguiu manter o seu médio-defensivo durante mais alguns meses. Algo que atenuou a iminente saída de Rojo, que proporcionou um bom encaixe financeiro, e confirma o estatuto do Sporting desta época. Depois do "renascer das cinzas" no ano passado, é impossível esconder que a equipa passou agora a vigorar entre os principais candidatos ao título. As investidas no mercado foram, portanto, feitas nesse sentido. O plantel necessitava de profundidade, pois a presença na Liga dos Campeões a tal o obrigava, e de mais-valias inegáveis para certas posições. A defesa foi bastante reforçada mas a gestão pode não ter sido a mais acertada - Rojo e Dier foram para Inglaterra (o inglês podia ter rendido uma verba maior) e as suas saídas foram precavidas com três centrais jovens (poderá a falta de experiência ter algum impacto?), Jonathan Silva, dado o seu potencial, é uma boa opção para o lado esquerdo da defesa mas o mesmo não se pode afirmar relativamente a Geraldes, reserva de Cédric no lado oposto. Rosell e Slavchev foram as grandes novidades para um miolo - não esquecendo o regresso de João Mário - cuja grande incógnita continua a ser André Martins, mas é no tridente ofensivo que reside o nome mais sonante desta equipa: Nani. Os leões precisavam, indubitavelmente, de pelo menos um extremo muito acima da média e o internacional português, mesmo vindo por empréstimo, confere desde logo um novo estatuto a um ataque com força suficiente para atacar o título nacional. Nota ainda para mais dois aspectos. O primeiro é a surpreendente aposta do Sporting em campeonatos periféricos e em jogadores jovens (Nani e Tanaka são os únicos reforços acima da faixa etária dos 23 anos) e o segundo é a dificuldade em colocar certos excedentários, como Miguel Lopes (até é estranho não ser uma opção mais regular), Shikabala (nunca devia ter sido contratado) e Héldon/Capel (um dos dois devia ter saído face ao vasto leque de opções existentes).



O FC Porto foi o clube português que mais recebeu e gastou
Sem dúvida a equipa que melhor se reforçou em Portugal. Os alvos, de tremenda qualidade, foram antecipadamente identificados e o FC Porto, como foi mencionado anteriormente, é o grande favorito a conquistar o título nacional. Lopetegui, quando se pensava que já tinha o plantel praticamente fechado no início de Agosto, não descansou enquanto não teve pelo menos um jogador de qualidade por posição (excepção feita para o posto de defesa direito, uma vez que Opare foi um "tiro ao lado") e esteve activo no mercado até à última hora. Antes de falar melhor sobre quem veio, convém relembrar que os dragões também souberam gerir bem as suas vendas, como já é seu apanágio. Só as saídas em definitivo de Iturbe, Fernando e Mangala permitiram um encaixe superior a 60M, o que a juntar aos "excedentários" Defour e Castro (e a todos os outros emprestados) não diminuíram a força do plantel azul e branco - as três vendas já eram expectáveis e o montante recebido por elas até impressiona. Para o lugar de Fernando foi-se buscar Casemiro (por empréstimo) e Bruno Martins Indi foi o escolhido para suprir a venda do central francês. Mas é do meio-campo para a frente que se atesta a força deste conjunto. Óliver Torres, Tello (ambos por empréstimo), Brahimi, Evandro, Adrián e Aboubakar são nomes que se juntam a Jackson Martínez e companhia (importantíssima a continuidade do colombiano). Se por um lado pode parecer exagerado o número de reforços do FC Porto neste Verão, e tantos por empréstimo, a verdade é que estão reunidas todas as condições para que possa haver retorno desportivo. Por último, referir que haverá menos espaço para os jogadores portugueses (o jovem Rúben Neves e Quaresma deverão ser as únicas excepções) e que os azuis e brancos, ao contrário do que costuma ser habitual, não conseguiram resolver o "dossier Rolando".



Raeder, Rui Pedro, Monteiro, Bressan, Pedro Tiba e Ebinho
Altura de fazer um breve resumo da actividade dos restantes clubes da Liga Zon-Sagres mercado de transferências...

Marco Silva não foi o único a abandonar o Estoril neste defeso. Evandro, Tiago Gomes, Gonçalo Santos, Carlitos e João Pedro Galvão encabeçam a lista de jogadores que deixaram os canarinhos este Verão, enquanto Tozé, Kléber (ambos por empréstimo do FC Porto) e Anderson Esiti são os reforços mais sonantes numa equipa ainda a lamentar a saída das suas peças-chave. O Nacional, agora fora das competições europeias, viu Mexer, Candeias e Djaniny sair da Choupana mas garantiu os serviços de Marco Matias (ex-Vit. Guimarães) e Suk (destacou-se há dois anos no Marítimo) e continua com uma equipa capaz de lutar por um lugar europeu. Ainda na Madeira, o Marítimo, agora orientado por Leonel Pontes, renovou a sua frente de ataque: saíram Danilo Dias, Artur, Derley e Sami; entraram Maazou, Ebinho e Edgar Costa. O Vit. Setúbal também não escapou ao sucesso do ano passado - jogadores em foco como Pedro Tiba, Ricardo Horta, Ramón Cardozo ou Kieszek rumaram a outras paragens e Lukas Raeder (ex-suplente de Neuer), Manú (bem conhecido do futebol português) e João Schmidt (por empréstimo do São Paulo) tornaram-se nas novas caras da formação do Sado. A Académica foi outra equipa que ficou sem vários jogadores que constituíam o seu onze base da temporada transacta, mais precisamente seis, mas garantiu os serviços do experiente Rui Pedro, que assim se junta a nomes como o retornado Lino, Obiora ou Schumacher. De Coimbra seguimos para o Norte, viagem que fez o agora técnico do Sp. Braga, Sérgio Conceição, que consigo levou Marcelo Goiano e Djavan, ainda que o processo deste último tenha sido mais complexo, e que bem pode agradecer à Direcção pela contratação de Pedro Tiba. Permanecendo na mesma região, o Vit. Guimarães conteve-se mais no ataque ao mercado. Rui Vitória continua a dar prioridade à aposta na "prata da casa" numa equipa onde Adama Traoré e David Caiado são os nomes mais sonantes face à partida de Paulo Oliveira, Leonel Olímpio, Malonga, André Santos, Marco Matias e Maazou. O Rio Ave, finalista das taças nacionais, anunciou a contratação de duas figuras que se tornarão cruciais em Vila do Conde (Cássio e Bressan) e garantiu os empréstimos de Prince-Désir e Pedro Moreira. Em Arouca, Artur (ex-Marítimo) junta-se a Goicoechea, substituto de Cássio. O Gil Vicente viu Luís Martins rumar a Granada no último dia do mercado de transferências mas conta agora com Evaldo (ex-Sporting) e Diogo Valente (por empréstimo). O Belenenses surpreendeu com a aquisição de Nélson, ex-lateral do Benfica, que assim toma o lugar de Duarte Machado. O Paços de Ferreira viu André Leão sair da "Capital do Móvel" mas deu as boas-vindas a Rafael Defendi, Sérgio Oliveira e ainda resgatou Urreta à última da hora. Quanto aos novos emblemas na Primeira Liga, o Moreirense realizou aquisições interessantes, destacando-se Rámon Cardozo, Jorge Monteiro, Danielson e Arsénio. O Penafiel espantou os adeptos com a obtenção do guardião iraniano Alireza Haghighi por empréstimo. Já o Boavista teve de se movimentar bastante neste mercado, ainda que o hondurenho Beckeles, Pouga e Tengarrinha sejam nomes a reter no conjunto orientado por Petit, ex-internacional português.

Balanço do mercado de transferências: Internacional (parte I)

Falcao foi a "bomba" no mercado inglês
Foi um mercado de transferências bastante activo no que à Premier League diz respeito, tendo-se mesmo quebrado o recorde de dinheiro dispendido pelos diferentes clubes da principal divisão inglesa. O Man. United foi o grande agitador do mercado - depois da péssima classificação no ano passado tornou-se imperativo aumentar a qualidade do plantel - e contratou claras mais-valias como Di María ou Falcao, mas foi o Chelsea o verdadeiro vencedor deste mercado de transferências de Verão. Mourinho, agora com Filipe Luís, Fabregas e uma frente de ataque totalmente renovada (Diego Costa, Drogba e Remy), deixa de ter desculpas para não fazer melhor que o ano passado e tem neste momento um dos melhores plantéis, a par do Man. City, em termos de qualidade/profundidade. Os campeões ingleses, por sua vez, foram buscar quatro jogadores experientes - entre os quais os ex-portistas Fernando e Mangala - mas vão atacar a época com apenas três avançados (face à saída de Negredo), o que parece curto para uma liga como a inglesa. O vice-campeão Liverpool soube capitalizar muito bem o dinheiro da venda inevitável de Luís Suárez, reforçando-se sobretudo no Southampton (Lallana, Lambert e Lovren). Markovic e Balotelli foram outros dois jogadores contratados por Brendan Rodgers que assim possui um plantel bem mais composto que o da temporada anterior. Já o Arsenal adquiriu Alexis Sánchez, a grande aposta do defeso, Ospina, Debuchy, Calum Chambers e, à última da hora, Danny Welbeck, mas parece ter um plantel inferior ao dos restantes rivais. Jogadores que foram boas "pescas" nos restantes clubes da Premier League: Senderos (Aston Villa), Besic (Everton), Diamé (Hull City), Cabella e Janmaat (Newcastle), Fraser Forster e Sadio Mané (Southampton), Bojan Krkic (Stoke City), Pantilimon (Sunderland), Gomis (Swansea), Fazio e Dier (Tottenham).



Luís Suárez e James Rodríguez movimentaram cerca de 160M (€)
Em Espanha, o Barcelona, impedido de contratar na próxima janela de transferências, esbanjou milhões de euros na contratação de vários jogadores. O "dossier Valdés" foi resovido, a defesa foi devidamente reforçada, Rakitic chegou para suprir a vaga deixada em aberto pela saída de Fabregas e Suárez foi o reforço-bomba dos culés, que têm a obrigação de fazer muito melhor esta época. Em Madrid, o Real, desnecessariamente, movimentou-se bastante neste Verão, impulsionado, sobretudo, pelo que adveio do Mundial'2014 - James Rodríguez, Toni Kroos Keylor Navas e Chicharito (por empréstimo) tornaram-se nos novos "galácticos" e substituíram Di María, Xabi Alonso, Diego López e Morata, os três primeiros peças-chave na excelente temporada da equipa de Ancelotti. Ainda na capital espanhola, o campeão At. Madrid soube gerir bem as consequências de mais uma época de alto nível. Saíram Courtois (esteve sempre emprestado), Filipe Luís, Villa, Adrián e Diego Costa, mas chegaram outros jogadores de grande qualidade (Moyà, Oblak, Siqueira, Ansaldi, Raúl Giménez, Griezmann, Cerci e Mandzukic) que mantêm o nível da equipa de Simeone. Destaque ainda para o Valencia, agora treinado por Nuno Espírito Santo, que agora pode contar com Rodrigo, André Gomes e ainda João Cancelo (por empréstimo) e que tem todas as condições para fazer uma época interessante (jogadores jovens e de qualidade e um plantel com muita profundidade). Jogadores que foram boas "pescas" nos restantes clubes da La Liga: Nico Pareja e Aleix Vidal (Sevilha), Vietto (Villarreal), Cuenca (Deportivo), Caicedo (Espanyol), Guaita (Getafe), Ochoa e Ricardo Horta (Málaga).




Do custo zero de Lewa ao recorde por D. Luiz
Breve ronda ainda pelo campeonato alemão, italiano e francês...

O Bayern foi um dos dois clubes que mais empolgou com as suas transferências na Alemanha. Os campeões germânicos, que já tinham garantido Lewandowski, perderam Mandzukic e Kroos mas garantiram três excelentes mais-valias (Bernat, Benatia e Xabi Alonso) e outros reforços que permitem dar profundidade à equipa. O outro clube mais agitado foi o Borussia Dortmund - a saída de Lewandowski obrigou Klopp a procurar boas alternativas e as chegadas de Immobile e Adrián Ramos e os regressos em definitivo de Sahin e Kagawa conferem uma nova qualidade ao plantel. Nota especial para o Borussia Mönchengladbach pela forma como investiu o dinheiro da venda de Marc-André ter Stegen para o Barcelona: Yann Sommer, Fabian Johnson, André Hahn, Ibrahima Traoré e Thorgan Hazard (por empréstimo) provam a sua qualidade na abordagem ao mercado. Jogadores que foram boas "pescas" nos restantes clubes da Bundesliga: Sidney Sam (Schalke 04), Mehmedi (Freiburgo), Seferovic (Ein. Frankfurt), Bendtner (Wolfsburgo), Stocker e Salomon Kalou (Hertha Berlim).

A saída de Conte do comando técnico da Juventus foi o maior destaque em Itália. O clube não deixou sair nenhuma das suas pérolas e garantiu a contratação de Evra e Morata, que assim compensou as saídas de Quagliarella e Vucinic. Em Milão viveu-se um período de renovações. O Inter conteve-se nos gastos (Medel, ainda que sem deslumbramentos, foi a única excepção), recorrendo inclusivamente a alguns empréstimos (M'Villa, Dodô e Osvaldo), mas aumentou a qualidade da sua equipa. O mesmo aconteceu com o AC Milan, agora com Inzaghi no comando técnico. Nem mesmo a saída de Balotelli, compensada pela chegada de Fernando Torres (por empréstimo de dois anos), poderá ser desculpa para não se atacar o título esta temporada (Biabiany, que esteve muito próximo de assinar no último dia do mercado, seria a cereja no topo do bolo neste plantel). Outro clube que parece querer-se consolidar entre os grandes de Itália é a Roma, que mais uma vez voltou a apostar forte (e bem) no mercado (Manolas, Holebas, Nainggolan, Iturbe e Sanabria são alguns exemplos), não olhando a meios para o montante gasto (algo exagerado). Jogadores que foram boas "pescas" nos restantes clubes da Serie A: Stefan de Vrij (Lazio), Armero (Udinese), Alejandro Gómez (Atalanta), Diego Perotti (Génova), Cassano (Parma), Maxi López (Chievo), Quagliarella e Amauri (Torino).

Em França, o PSG apenas efectuou duas aquisições: o jovem promissor Aurier (por empréstimo, de forma de respeitar o fair-play financeiro) e David Luiz, batendo o montante gasto por um defesa em toda a história do futebol. Porém, foi o Marselha a revelar melhor visão de mercado entre os demais clubes gauleses, contratando Michy Batshuayi, Dória e Alessandrini por uma quantia total relativamente baixa considerando a relação qualidade/potencial/preço. Nota especial para o Monaco de Leonardo Jardim, onde também milita Bernardo Silva por empréstimo, que não atacou bem o mercado e que parte em desvantagem relativamente a outros adversários directos no campeonato francês. Jogadores que foram boas "pescas" nos restantes clubes da Ligue 1: Contento (Bordeaux), Tejeda (Évian), N'Gog (Reims), Corchia (Lille), Monnet-Paquet (Saint-Étienne), Hosiner e Mexer (Rennes).


NOTA: Boas "pescas": pouco dinheiro dispendido face à sua qualidade e valor de mercado + importância que podem ter na equipa + contratação a título definitivo

Falcao e Real Madrid, um sonho não concretizado

Falcao e Real Madrid, um sonho não concretizado
Voltou a estar no radar do Real Madrid mas a transferência voltou a cair por terra. Do Monaco segue para Manchester onde se irá juntar à turma de Van Gaal, que entretanto viu Danny Welbeck partir para Londres, a fim de representar o Arsenal. O avançado colombiano Radamel Falcao teve a hipótese de assinar pelos merengues - havia acordo entre os clubes - mas a sua transferência sofreu um revés e o seu destino cruzou-se com a Premier League. Falcao voltará, portanto, a falhar a Liga dos Campeões, juntando-se a um clube que permanece uma incógnita volvidas três jornadas daquela que é aclamada como a melhor liga de futebol do Mundo. Ficam a ganhar os clubes. O Man. United recebe um avançado de valia mundial, que será certamente um upgrade na frente de ataque orfã da boa forma de Van Persie e de Rooney. Já o Monaco, apercebendo-se da incapacidade de manter o colombiano na equipa, aproveitou-se da situação despoletada pela briga entre os diversos clubes interessados no jogador e conseguiu o melhor negócio, que, relembre-se, apenas ficará concluído para o ano devido ao fair-play financeiro. Do lado do jogador existe a oportunidade de jogar numa das ligas mais atractivas que existe, apesar de a espanhola ser a mais indicada para as características de El Tigre, e num dos clubes mais prestigiados que, este ano, possui a desvantagem de não estar presente nas competições europeias.

E quanto ao Real Madrid? Realmente esperava-se que Falcao fosse a solução ideal para os campeões europeus. E o negócio ter-se-ia concretizado, não fosse o envolvimento de outros agentes relativamente aos moldes do negócio. Face a esta situação os merengues buscaram uma alternativa nos últimos dias - Chicharito foi o eleito. Não possuindo a qualidade de Falcao, é um jogador que se enquadra bem no esquema de Ancelotti: muito móvel, excelente finalizador, bom no contra-ataque, experiente e alguém que sabe que Benzema é o titularíssimo no tridente que ainda conta com Cristiano Ronaldo e Bale. Uma opção melhor que Morata, estabelecendo um paralelismo com a temporada transacta, que chega por empréstimo e reduz assim alguma pressão em torno do negócio. A contratação de Chicharito - e não a de Falcao - não reduz, de alguma forma, as probabilidades do Real Madrid na liga espanhola. Essas diminuíram com a venda de outros activos que foram pilares da equipa no ano passado: Di María e Xabi Alonso.

Benfica e Sporting voltam a empatar 1-1 à 3.ª jornada pelo 2.º ano consecutivo

Benfica e Sporting voltam a empatar 1-1 à 3.ª jornada pelo 2.º ano consecutivo
Benfica 1-1 Sporting
(Gaitán 12'; Slimani 20')


Pelo segundo ano consecutivo águias e leões defrontaram-se ao cabo de três jornadas e o resultado não sofreu variações. Entrou melhor o Benfica, que cedo chegou à vantagem após uma boa jogada colectiva concluída por Gaitán. No entanto, o guardião Artur tomou o papel de vilão instantes depois oferecendo o golo da igualdade a Slimani. Um lance que mudou completamente a toada do jogo até então. O Sporting esteve por cima até ao intervalo e o Benfica apenas voltou a surgir na etapa complementar dando início a uma sequência de golos falhados. Face a ineficácia ofensiva dos encarnados foram os leões a terminar melhor a partida mas sem conseguirem modificar o 1-1.

Benfica: Precisa de aumentar o nível se quiser revalidar o título. Acima de tudo este derby será recordado pelo acumular de erros de Artur que, apesar de uma boa defesa já perto do fim, continua a não oferecer tranquilidade na baliza encarnada. Outro destaque pela negativa foi Jardel, com várias abordagens infantis. Eliseu voltou a exibir-se a bom nível (tem crescido muito ao longo dos jogos), Talisca fez uma exibição q.b. (tarda em convencer) e a dupla Gaitán-Salvio nem sempre conseguiu assumir a batuta e acusou algum desgaste na parte final do jogo (nota-se que são os únicos jogadores com capacidade para decidir uma partida).

Sporting: Marco Silva surpreendeu com a titularidade de Slimani e deu-se bem com isso. Teve três oportunidades flagrantes para marcar - fê-lo por uma vez - e deu bastante trabalho à defensiva contrária. Nani foi fazendo um jogo em crescendo, Esgaio conseguiu aguentar bem do lado direito da defesa mas o grande destaque da partida foi Rui Patrício. Várias intervenções de qualidade, sobretudo durante o melhor período do Benfica no jogo, e o responsável pelo facto de o Sporting apenas ter concedido um golo (a defesa leonina voltou a não dar garantias).

ESTORIL no Grupo E com PSV Eindhoven, Panathinaikos e Din. Moscovo; RIO AVE no Grupo J com D. Kiev, Steaua e Aalborg

ESTORIL no Grupo E com PSV Eindhoven, Panathinaikos e Din. Moscovo; RIO AVE no Grupo J com D. Kiev, Steaua e Aalborg
O Estoril teve azar com o sorteio do pote 4, já o Rio Ave tem condições para surpreender no seu grupo.

Os canarinhos vão ter de defrontar o PSV, talvez a melhor equipa holandesa da actualidade e que conta com vários jogadores com enorme potencial, o Panathinaikos, o que implica uma deslocação sempre complicada à Grécia mas até nem era das equipas mais fortes do seu pote, e o Dínamo Moscovo, que possui um orçamento muito acima da média face à maioria dos restantes participantes da Liga Europa - tem plantel com opções de qualidade - e que era uma das duas equipas a evitar do pote 4.

Quanto ao Rio Ave, já se sabia que teria um cabeça-de-série complicado pela frente mas fica a sensação que pontuar frente ao D. Kiev está perfeitamente ao alcance dos vilacondenses. Também o Steaua, equipa com outras rotinas europeias, não era das equipas mais perigosas do pote 2 e deverá promover uma acesa luta a três juntamente com a formação portuguesa e a ucraniana. A fechar o grupo está o Aalborg (vencer os dois jogos diante dos dinamarqueses é quase uma obrigação). Um dos maiores problemas do grupo reside nas viagens longas que terão de ser feitas mas a equipa lusa tem boas possibilidades de confirmar o seu estatuto de underdog.


Relativamente aos outros grupos sorteados, todos os cabeças-de-série à excepção do Lille (inserido no "grupo da morte") têm a obrigação de rumar à próxima fase da competição. Aliás, o sorteio até foi amigo das equipas mais fortes em competição (Villarreal, Inter, Sevilla, Nápoles), tirando o Tottenham (continua a ser favorito no seu grupo).

Sorteio da Liga dos Campeões favorece quase todos os favoritos

Sorteio da Liga dos Campeões favorece quase todos os favoritos
Não foi um mau sorteio para os principais clubes europeus. As equipas do pote 1, à excepção de Benfica, Bayern e Arsenal, têm grupos muito acessíveis e a obrigação de estar nos oitavos-de-final da prova. At. Madrid e Juventus são claros favoritos no Grupo A; o Liverpool beneficiou do sorteio do pote 2 e juntamente com o Real Madrid, campeão em título, não deverá ter problemas em ultrapassar o Basileia (orientado por Paulo Sousa) e o estreante Ludogorets; Barcelona e PSG apenas deverão discutir o 1.º lugar do Grupo F.

Arsenal e Borussia Dortmund têm o favoritismo do seu lado no Grupo D mas o Galatasaray, sobretudo a jogar em casa, promete dar dores de cabeça aos conjuntos de Wenger e Klopp; o Grupo E é sem dúvida o mais forte - e um dos mais equilibrados e imprevisíveis -, com a Roma, equipa mais forte do pote 4, a espreitar uma vaga na próxima ronda (Bayern e Man. City, actuais campeões das respectivas ligas nacionais, partem como alvos a abater). Os Grupos C (Benfica), G (Sporting) e H (FC Porto) já foram anteriormente objectos de análise detalhada.


Num outro plano, Cristiano Ronaldo foi eleito o Melhor Jogador da Europa, prémio referente à temporada transacta. O craque português suplantou Robben (2.º) e Neuer (3.º) e junta assim mais um prémio - que nunca havia ganho - ao seu currículo. Uma atribuição incontestável, em que nem o "apagão português" no Mundial'2014 fez esquecer a excelente temporada de Ronaldo no Real Madrid e todas as marcas que foi alcançando (incluindo o incrível recorde de 17 golos em 11 jogos de uma só edição da Liga dos Campeões).

FC PORTO no Grupo H com Shakhtar, Athletic Bilbao e BATE Borisov

FC PORTO no Grupo H com Shakhtar, Athletic Bilbao e BATE Borisov
FC PORTO vs BATE Borisov (17/9)
Shakhtar vs FC PORTO (30/9) 
FC PORTO vs At. Bilbao (21/10) 
At. Bilbao vs FC PORTO (5/11)
BATE Borisov vs FC PORTO (25/11) 
FC PORTO vs Shakhtar (10/12)


O pior do sorteio são as deslocações que a equipa terá de fazer, de resto os dragões têm a obrigação de confirmar o seu favoritismo. Ao FC Porto calhou uma das equipas mais favoráveis do pote 2 (o Basileia era teoricamente a mais fraca), dada a situação "extra-desportiva" que se vive na Ucrânia e que forçará o Shakhtar a jogar num recinto que não o de Donetsk. A equipa do leste europeu, bem-conhecida pela capacidade técnica dos seus homens mais avançados, tem perdido gás ao longo dos últimos anos e está perfeitamente ao alcance do FC Porto. Mais complicada poderá ser a deslocação a Espanha, uma vez que o San Mamés é um verdadeiro talismã para o Athletic Bilbao. Mesmo já não tendo Ander Herrera, entretanto transferido para Manchester, a equipa espanhola continua bastante forte (Laporte, Iturraspe, Ibai Gómez, Muniain e Aduriz são alguns nomes a ter em atenção) e promete discutir a passagem aos oitavos-de-final até ao último jogo. A favor dos azuis e brancos joga também o calendário. O FC Porto começa a sua campanha contra o BATE Borisov, uma equipa bastante acessível - ainda para mais agora que perdeu Krivets, uma das suas principais referências - e que tentará lutar pelo 3.º lugar, e o primeiro jogo com o Athletic Bilbao é em Portugal (pode retirar alguma pressão).

SPORTING no Grupo G com Chelsea, Schalke 04 e Maribor

SPORTING no Grupo G com Chelsea, Schalke 04 e Maribor
Maribor vs SPORTING (17/9)
SPORTING vs Chelsea (30/9) 
Schalke 04 vs SPORTING (21/10)
SPORTING vs Schalke 04 (5/11) 
SPORTING vs Maribor (25/11)
Chelsea vs SPORTING (10/12)


Sorteio que até nem correu mal ao Sporting, uma vez que evitou equipas como Borussia Dortmund, PSG ou Juventus, provenientes do pote 2. Já se sabia que os leões não iriam escapar a um "tubarão" europeu. Calhou o Chelsea, de José Mourinho, que assim está de volta a Portugal e que tem tudo para passear neste grupo. A conquista de um ponto frente aos londrinos, claramente favoritos a ocupar o 1.º lugar do grupo, já seria algo de fantástico. Ainda assim, o grande desafio do Sporting chama-se Schalke 04. Não será de estranhar que os alemães façam frente aos ingleses nos dois jogos do grupo mas dificilmente conseguirão apresentar armas que anulem a capacidade individual do Chelsea. Daí que seja muito importante que o Sporting se coloque em vantagem no confronto directo com o Schalke 04. A equipa germânica não está num patamar muito diferente do clube leonino e permite alimentar o sonho de uma eventual presença na próxima ronda. A completar o grupo está o Maribor, que era no plano teórico uma das equipas mais fracas do sorteio (é imperativo vencer os dois jogos frente aos eslovenos).