Solidez francesa foi suficiente para bater a Nigéria; Argélia perto de surpreender a Alemanha

Solidez francesa foi suficiente para bater a Nigéria; Argélia perto de surpreender a Alemanha
França 2-0 Nigéria

Defensivamente foi competente mas ofensivamente deixou a desejar. A França teve muitas dificuldades para criar situações de perigo ao longo do encontro e apenas um erro de Enyeama, que "foi do 80 ao 8" nesse lance, permitiu que Pogba adiantasse os franceses no marcador. O auto-golo de Yobo selou a presença nos quartos-de-final. Houve pouco Benzema e sobretudo Giroud no ataque gaulês, mas ficou novamente evidente que o meio-campo tem uma qualidade acima da média e que a defesa é extremamente competente (Varane e Koscielny limparam tudo e Debuchy destacou-se na direita). Já do lado nigeriano, o trio Emenike, Musa e Moses esteve sempre irrequieto mas não conseguiu ultrapassar a muralha defensiva contrária.



Alemanha 2-1 Argélia (após prolongamento)

Fantástico jogo dos argelinos, que foram traídos pela sua finalização e condição física após o tempo regulamentar. M'Bolhi e Neuer brilharam nas balizas e foram as grandes figuras da partida. Após uma 1.ª parte em que a Argélia explorou muito bem os contra-ataques, a Alemanha começou a aproveitar a fadiga do adversário mas nunca conseguiu aproveitar as diversas oportunidades que teve. No prolongamento a história foi diferente, com a Alemanha a finalmente bater M'Bolhi e a agendar encontro com a França na próxima fase. Boateng foi o melhor numa defesa que esteve a um nível muito baixo, Lahm o mais consistente no meio-campo e valeu Schürrle a desquilibrar a balança na frente (Müller esteve activo mas muito inconsequente). Já a Argélia, que cresceu ao longo do torneio, sai do Brasil com um sentimento de injustiça. A dupla Halliche e Belkalem voltou a estar em bom plano, Feghouli destacou-se novamente e Slimani vai certamente sair do Mundial muito valorizado.

Holanda consegue reviravolta com muito sofrimento; Costa Rica faz história ao eliminar a Grécia

Holanda consegue reviravolta com muito sofrimento; Costa Rica faz história ao eliminar a Grécia
Holanda 2-1 México

Quase tínhamos uma "meia surpresa" nestes oitavos-de-final. O México voltou a demonstrar que é uma selecção bastante organizada e coesa mas o golo de Sneijder aos 88' abalou um colectivo que até então tinha estado praticamente irrepreensível. Depois de uma 1.ª parte em que o México teve sinal mais (Herrera voltou a destacar-se), a etapa complementar começou com o golo mexicano, que levou a equipa a recuar no terreno e assim oferecer a iniciativa aos holandeses. Apesar das dificuldades sentidas, a Holanda foi feliz na forma como igualou e marcou já para lá dos 90'. Robben voltou a ser o destaque na Holanda (o processo ofensivo passa quase todo pela sua capacidade de desequilíbrio), Huntelaar foi decisivo a partir do banco (Depay também entrou bem) mas não se percebem alguns aspectos tácticos de Van Gaal ao longo da partida (ausência de Janmaat e aposta feita logo após o 0-1), se bem que o mérito do resultado têm origem no próprio técnico. Já Miguel Herrera teve o azar do seu lado: jogou para o 1-0 mas a equipa não teve a capacidade de repetir o que havia feito diante da Croácia. Foi notória a ausência de Vázquez no centro, mas é difícil apontar o dedo a uma selecção que foi surpreendendo ao longo do torneio pela forma organizada como ocupava o campo.



Costa Rica 1-1 Grécia (5-3 após g.p.)

Grande percurso de Fernando Santos neste Mundial'2014. No único jogo em que a sua equipa esteve melhor não teve a mesma ponta de sorte no momento crucial. Sokratis ainda alimentou a "tragédia grega" mas Keylor Navas colocou um ponto final nas aspirações dos helénicos. O guardião foi adiando o desfecho, não conseguiu segurar a vitória dos costa-riquenhos aos 90', mas evitou a reviravolta aos 120' e selou o apuramento nos penáltis. Umaña e Giancarlo González destacaram-se no centro da defesa, Bryan Ruíz voltou a fazer uma partida muito positiva mas a equipa mal conseguiu provocar estragos após a expulsão de Oscar Duarte devido ao facto de terem 10 elementos e ao desgaste físico. Vitória histórica para a Costa Rica, que assim alcança os quartos-de-final de um Mundial pela primeira vez na sua história! Na Grécia, Sokratis foi o homem mais na defesa, Karagounis esteve impressionante durante 120 minutos e Christodoulopoulos também se exibiu a bom nível.

Brasil sofre para eliminar Chile; James continua a ser a figura do Mundial

Brasil sofre para eliminar Chile; James continua a ser a figura do Mundial
Brasil 1-1 Chile (3-2 após g.p.)

Não houve tanto Neymar de um lado e voltou a haver um Chile muito unido do outro, mas no fim foi Júlio César, que já tinha feito 120 minutos de bom nível, a garantir os "quartos" para os canarinhos. O Brasil realizou mais uma partida pouco convincente e deveu aos ferros da sua baliza - remate de Pinilla aos 120' e penálti decisivo de Diaz - uma passagem muito sofrida à ronda seguinte. Neymar esteve em "dia não" pela forma como não conseguiu aproveitar as oportunidades que dispôs, Hulk e Fred voltaram a acrescentar pouco e os destaques da equipa brasileira não têm tendência para melhorar muito. O problema que já vem da fase de grupos terá de ser ultrapassado porque a partir de agora o grau de exigência aumenta exponencialmente (Colômbia e eventualmente Alemanha/França antes da final). O Chile sai do Brasil com um "amargo na boca" (colectivamente foram uma das melhores selecções da competição) e com um meio-campo a anular o da equipa adversária e um Alexis Sánchez mais uma vez endiabrado.



Colômbia 2-0 Uruguai

James Rodríguez é, até ao momento, a grande figura do Mundial, somando 5 golos e 2 assistências. O Uruguai ressentiu-se da ausência de Suárez e foi vergado pela Colômbia, a quem faltou outro critério no último terço do terreno. Os uruguaios apenas responderam na parte final do encontro, por culpa dos colmobianos que tiraram o pé do acelarador, mas Ospina esteve simplesmente intransponível. Além de James, que marcou um golaço, Cuadrado voltou a espalhar técnica (é o "escudeiro" do n.º10 - três das suas quatro assistências no torneio foram para James), Yepes e Zapata estiveram em grande na defesa e foram bem auxiliados por Sanchez e Aguillar. Já o Uruguai voltou a demonstrar que é uma selecção praticamente banal sem Suárez, tal como já havia acontecido frente à Costa Rica. O problema nem é da qualidade dos jogadores, como ficou evidente no último quarto de hora, mas sim anímico.

Grupo H: Argélia consegue apuramento histórico

Grupo H: Argélia consegue apuramento histórico
Argélia 1-1 Rússia

A boa entrada da Rússia não foi suficiente para carimbar a passagem à próxima fase. Os argelinos foram assentando o seu jogo e Slimani aproveitou uma má saída de Akinfeev (muitas culpas neste Mundial) para colocar a Argélia pela primeira vez nos oitavos-de-final da competição. Grande jogo do avançado do Sporting, que continua a valorizar-se, bem secundado por Bentaleb e Feghouli (muito consistentes no meio-campo). A defesa também esteve segura (a dupla Halliche e Belkalem funcionou muito bem) mas aí há muito demérito do ataque russo. Glushakov foi dos elementos mais dos russos e o técnico Fabio Capello um dos que mais culpas arrecadou no cartório ao longo desta fase de grupos.



Coreia do Sul 0-1 Bélgica

Participação desastrosa das equipas asiáticas neste Mundial (nem uma única vitória). Ainda assim, e porque era essa a obrigação, a Coreia do Sul criou várias situações de perigo ao longo do jogo, mas um Courtois inspirado ou a cerimónia dos futebolistas asiáticos impediu que houvesse golos na baliza belga. Defour, hoje titular, foi expulso devido a uma entrada dura mas Vertonghen, aproveitando um remate de Origi (voltou a dar boas indicações), deu a vitória à sua equipa.




Emparelhamento dos oitavos-de-final

Grupo G: Portugal diz adeus ao Mundial'2014

Grupo G: Portugal diz adeus ao Mundial'2014
PORTUGAL 2-1 Gana

Uma vitória podia não chegar à Selecção, que também dependia do outro jogo do grupo. No entanto, a eliminação precoce deveu-se exclusivamente à equipa nacional que cometeu vários erros e não soube aproveitar as oportunidades que teve ao seu dispor. Nem mesmo as ofertas de Boye e Dauda chegaram para que Portugal conseguisse golear o Gana, que apenas foi perigoso devido à necessidade de precisarmos de ir em busca de um resultado avolumado. Quanto a prestações individuais... Beto ainda teve de ser substituído perto do fim mas não teve influência no resultado, Miguel Veloso e João Pereira tiveram bastantes dificuldades nas alas (João Pereira fez um Mundial péssimo), Pepe e Bruno Alves (mais uma vez fez passes longos sem nexo) também não estiveram muito seguros, Moutinho fez hoje o seu melhor jogo nesta fase de grupos (ter William Carvalho e Rúben Amorim no 11 deu logo outra dimensão ao meio-campo) mas a frente de ataque voltou a evidenciar demasiados problemas. Ronaldo marcou, acertou no ferro, mas falhou inúmeras ocasiões de golo (não costuma ser normal, nem mesmo a condição física o pode explicar), Nani foi o mais apagado e Éder esteve bem a vir buscar jogo atrás mas fora isso voltou a passar ao lado do jogo (contra os EUA tinha acontecido o mesmo). Notas finais para Vieirinha, que demonstrou vontade a partir do banco, e para aquilo que foi a participação portuguesa neste Mundial: um desastre, tendo em conta a qualidade dos jogadores, a preparação que foi / devia ter sido feita e o grupo onde estava inserido, que não era tão difícil quanto muitos julgavam (a Alemanha nem jogou a um ritmo elevado, os EUA e o Gana estavam perfeitamente ao alcance da Selecção) mas Portugal complicou a tarefa por culpa própria.



EUA 0-1 Alemanha

Temia-se que houvesse um jogo de interesses mas não foi isso que transpareceu. Os EUA jogaram nitidamente para o empate - e até o podiam ter alcançado já nos descontos - mas a Alemanha dominou a partida e apenas não dilatou o resultado por culpa própria. Continua a dar a ideia que os alemães ainda não encontraram o seu melhor nível de jogo mas nem isso os impediu de ficar em 1.º lugar deste grupo que tantos consideravam como «o mais difícil». Voltou a ser Müller a decidir o jogo, depois de Tim Howard ter feito várias intervenções de qualidade.

Grupo F: Argentina, com Messi outra vez em destaque, e Nigéria seguem em frente

Grupo F: Argentina, com Messi outra vez em destaque, e Nigéria seguem em frente
Nigéria 2-3 Argentina

Mesmo apurada, a Argentina optou por manter o seu 11 base e voltou a demonstrar algumas dificuldades (nomeadamente defensivas), apesar de a exibição ter sido mais satisfatória. Messi, ao contrário dos outros dois jogos, fez uma grande exibição (marcou dois e voltou a ser decisivo), Garay demonstrou muita segurança e esteve perto de marcar, Di María fez um jogo incansável mas faltou-lhe qualidade nos momentos cruciais e Rojo apontou o seu primeiro golo com a camisola da selecção. Do lado da Nigéria, Musa foi a grande figura ao marcar os dois golos da equipa mas Enyeama mostrou novamente a sua qualidade entre os postes com várias defesas de grande nível.



Bósnia-Herzegovina 3-1 Irão

Não era fácil a tarefa de Carlos Queiroz. A Bósnia alinhou com Dzeko e Ibisevic de início - algo que já deveria ter feito neste Mundial - e os resultados obtidos foram completamente diferentes. As notas de destaque dizem respeito à participação de cada uma das selecções neste Mundial. A Bósnia devia ter apostado num 11 com dois avançados, tal como fez na fase de qualificação por diversas vezes (era este o ADN da equipa), pelo menos frente a Nigéria e Irão. Pjanic foi quem mais se evidenciou neste Mundial do lado bósnio. Já o Irão sai de cabeça erguida, não só por ter marcado um golo hoje, e assim evitar o facto de ser a única equipa a sair do Brasil sem marcar, mas sobretudo pela organização defensiva que demonstrou ao longo do torneio, que por pouco não deu mais pontos a este conjunto.

Grupo E: Show de Shaqiri junta Suíça à França nos "oitavos"

Grupo E: Show de Shaqiri junta Suíça à França nos "oitavos"
Equador 0-0 França

A descansar alguns dos habituais titulares, a França sentiu algumas dificuldades no processo ofensivo, não passando do nulo frente a uma selecção equatoriana que teve no guardião Alexander Domínguez a grande figura da partida (defendeu tudo o que havia para defender). A tarefa da equipa sul-americana tornou-se ainda mais difícil após a expulsão de Antonio Valencia, mas nem assim os gauleses conseguiram aproveitar. Pogba dominou o meio-campo, sector em que faltou alguma criatividade (Cabaye não jogou), o que aliado à desinspiração dos atacantes explica o 0-0 final.



Honduras 0-3 Suíça

Resultado algo enganador mas que comprova a diferença de qualidade individual e experiência que existe entre as duas equipas. Após uma boa 1.ª parte dos suíços, as Honduras dominaram no 2.º tempo (tiveram um penálti por assinalar) mas faltou discernimento na hora da decisão. Wilson e Jerry Palacios estiveram muito activos e Claros também rubricou uma exibição sólida. No entanto, Shaqiri foi o homem do jogo. Três golos (o primeiro é um excelente remate) e uma capacidade de desequilíbrio que foi fatal para a defesa hondurenha. Drmic, Ricardo Rodríguez e Diego Benaglio (irrepreensível na baliza, foi o melhor na 2.ª parte) também estiveram bem.

Grupo D: Cabeça de Godín volta a ser decisiva

Grupo D: Cabeça de Godín volta a ser decisiva
Itália 0-1 Uruguai

Já tinha sido decisivo no jogo que valeu o título espanhol ao At. Madrid e quase deu a Liga dos Campeões ao clube da capital espanhola. Um cabeceamento de Diego Godín deu a vitória ao Uruguai sobre a Itália e garantiu a passagem aos oitavos-de-final. O jogo ficou marcado pela expulsão de Marchisio quando ainda se verificava o nulo, por mais um lance caricato a envolver Suárez (aparentemente mordeu o ombro de Chiellini) e levou a que Prandelli colocasse o lugar à disposição após a eliminação da Squadra Azzurra. Quanto a destaques, Verratti, enquanto se aguentou em campo, foi o melhor nos italianos, Buffon fez três defesas de grande qualidade, mas o ataque foi totalmente anulado pela defesa do Uruguai (a Itália apenas fez um remate à baliza). Arévalo Rios esteve novamente bem no meio-campo dos sul-americanos.



Costa Rica 0-0 Inglaterra

Um jogo que serviu essencialmente para cumprir calendário e que marcou a despedida de certas figuras incontornáveis da Inglaterra, como Lampard ou Gerrard, dos Mundiais. Mais do mesmo: a Inglaterra, que esteve quase sempre por cima na partida, teve dificuldades em criar lances de perigo e a Costa Rica voltou a demonstrar a sua excelente organização no terreno de jogo. Sturridge foi quem mais se evidenciou nos ingleses mas pela pior razão (falhou vários golos), Lampard mostrou que devia ter tido outro protagonismo neste Mundial e Ben Foster substituiu bem Joe Hart. Do lado costa-riquenho, Tejeda, Celso Borges e Bryan Ruiz foram os que mais se destacaram.

Grupo C: Final épico em Fortaleza reverte génio de James Rodríguez para segundo plano

Grupo C: Final épico em Fortaleza reverte génio de James Rodríguez para segundo plano
Grécia 2-1 Costa do Marfim

Jogo verdadeiramente alucinante e com a particularidade de Fernando Santos ter feito história pela Grécia - já tinha passado a fase de grupos do Euro'2012 quando ninguém esperava e agora leva a Grécia aos oitavos-de-final de um Mundial pela 1.ª vez. Um jogo que voltou a ficar marcado por problemas físicos do lado dos gregos (duas substituições forçadas), pelas bolas ao ferro e pela indecisão do resultado até ao último minuto (o penálti de Samaras foi apontado aos 90'+3). Holebas, Christodoulopoulos, Samaras e Samaris (entrou durante a 1.ª parte) destacaram-se nos gregos, enquanto Gervinho e Yaya Touré foram os mais resignados no conjunto africano (Drogba foi titular mas fez uma partida discreta). Nota final para a participação da Costa do Marfim neste Mundial, a selecção africana com os melhores jogadores, que ficou muito aquém do esperado.



Japão 1-4 Colômbia

Nem mesmo o facto de ter entrado ao intervalo o impediu de ser a figura do jogo... James Rodríguez continua a efectuar um excelente Mundial'2014 - tal como Cuadrado, autor do 1.º golo e que soma igualmente três assistências - e adicionou mais um golo e duas assistências à sua conta pessoal. Uma partida que o Japão precisava obrigatoriamente de vencer para se qualificar para a próxima ronda e em que até fez uma boa exibição até ao 2.º golo da Colômbia (um dos dois apontados pelo portista Jackson Martínez). A partir daí os colombianos massacraram a defensiva nipónica com as suas transições e excelência na qualidade técnica (daí os três golos de diferença). Última nota para a actuação do guarda-redes Mondragón, que assim se tornou no jogador mais velho a participar num Campeonato do Mundo (43 anos e 3 dias).

Grupo B: Holanda segura o 1.º lugar do grupo

Grupo B: Holanda segura o 1.º lugar do grupo
Holanda 2-0 Chile

Partida que serviu apenas para decidir quem ficava em 1.º lugar no grupo. Partida equilibrada, com a Holanda a demonstrar que está muito forte nas transições ofensivas e o Chile a mostrar que consegue manter um ritmo ofensivo durante um jogo inteiro. No fim, foi a Holanda a sorrir. Robben voltou a ser decisivo (tem sido o melhor jogador do Mundial'2014 a par de Neymar), Depay continua a fazer a diferença a partir do banco e a defesa esteve muito segura (Janmaat voltou a deixar boas indicações). Do lado chileno, cujo maior destaque foi Alexis Sánchez, sair sem golos acaba por penalizar a atitude da equipa.



Austrália 0-3 Espanha

Jogo que serviu para cumprir calendário e para marcar a despedida da selecção que dominou o futebol durante os últimos (o Adjunto1x2 já tinha avisado que seria muito improvável a Espanha renovar o título mundial). Del Bosque optou por rodar a equipa e a Espanha venceu uma Austrália refém de Tim Cahill (suspenso por acumulação de amarelos) com muita naturalidade. Villa confirmou que devia ter tido outro protagonismo nesta fase de grupos (um golo de belo efeito), Iniesta esteve melhor no meio-campo e a defesa esteve muito segura.

Grupo A: Brasil e México qualificam-se para os "oitavos"

Grupo A: Brasil e México qualificam-se para os "oitavos"
Camarões 1-4 Brasil

Uma exibição de Camarões a espelhar aquilo que foi a participação da selecção africana neste Mundial e um Brasil a conseguir uma goleada fácil mas a continuar demasiado dependente dos rasgos de génio de Neymar (mais uma vez a grande figura). Vitória tranquila do Brasil, sobretudo pelo que foi o 2.º tempo, com Fred (voltou aos golos), Fernandinho (há quem diga que Paulinho tem o lugar em risco) e mais uma vez Luiz Gustavo a destacarem-se. Do lado camaronês, Nyom foi dos poucos a lutar contra a corrente do jogo (até fez uma assistência).



Croácia 1-3 México

A Croácia precisava de uma vitória para passar à próxima fase mas, após uma 1.ª parte a terminar sem golos, foi o México quem mostrou maior vontade em procurar o golo, o que se veio a confirmar através da cabeçada de Rafa Márquez aos 72'. A partir daí tudo se tornou mais fácil para os mexicanos, que ainda tiveram um penálti por assinalar, e que se limitaram a gerir a toada do encontro estabelecendo o resultado final em 3-1. Mais uma boa partida de Herrera no meio-campo, mas muito mérito para o técnico Miguel Herrera que voltou a montar uma equipa coesa e capaz de fazer frente a qualquer um. Depois de uma boa réplica perante o Brasil e da goleada diante de Camarões, esperava-se mais desta Croácia.

Grupo H: Bélgica garante apuramento nos últimos minutos, Argélia cilindra Coreia do Sul

Grupo H: Bélgica garante apuramento nos últimos minutos, Argélia cilindra Coreia do Sul
Bélgica 1-0 Rússia

O banco da selecção belga voltou a decidir neste Mundial'2014. O golo tardio de Origi, que voltou a entrar bem, deu a vitória à Bélgica, que assim garantiu a qualificação para os oitavos-de-final. Ainda assim, a exibição não voltou a convencer. Voltou a ficar a ideia de que esta selecção apenas consegue resolver as partidas com base em individualidades e não pela força do colectivo. Mertens foi o mais irreverente na 1.ª parte mas esfumou-se na etapa complementar, Lukaku voltou a passar ao lado do jogo, De Bruyne foi dos mais aceitáveis. A Rússia teve as suas oportunidades mas demonstrou algumas dificuldades no processo ofensivo. Glushakov e Shatov estiveram bem, mas continua a não se perceber a não inclusão de Kerzhakov no onze titular.



Coreia do Sul 2-4 Argélia

Uma 1.ª parte praticamente irrepreensível por parte da Argélia chegou para levar a partida de vencida por números esclarecedores. Um jogo com golos "portugueses" - Slimani, que também fez uma assistência e foi um dos melhores em campo, e Halliche - e que deixa a selecção africana mais próxima da ronda seguinte. Grandes exibições de Feghouli, que se tem destacado neste Mundial, Djabou e Brahimi (e bons pormenores de Medjani, ainda que tenha sido mais irregular). Do lado sul-coreano, apenas reagiram bem à desvantagem após o intervalo mas já demasiado tarde para aquilo que foi o jogo (Son Heung-Min foi o melhor).

Grupo G: Portugal depende de um milagre para chegar aos "oitavos"

Grupo G: Portugal depende de um milagre para chegar aos "oitavos"
PORTUGAL 2-2 EUA

O apuramento fica agora muito complicado... Portugal até começou bem a partida adiantando-se logo aos 5' mas rubricou mais uma exibição cinzenta, permitindo a reviravolta aos EUA e empatando só no último minuto do jogo. Exibição fraca, mais uma vez manchada pelas lesões (Postiga e André Almeida). Ricardo Costa e Miguel Veloso foram os mais regulares durante a 1.ª parte (o central voltou a estar bem na 2.ª) e William Carvalho o melhor no 2.º tempo. De resto, nada de positivo a registar. Beto foi traído pelos erros defensivos, Bruno Alves demonstrou demasiada passividade (incrível como fica a dormir no lance do 2.º golo), Fabian Johnson e Beasley fizeram o que quiseram nos flancos, Meireles e Moutinho pouco ou nada conseguiram acrescentar no meio-campo, Nani mostrou vontade mas apenas se destacou pelo golo (sem bola nem se viu), Ronaldo é constantemente procurado pelos colegas, movimenta-se bem na frente, mas está em "Mundial-não" e Éder mostrou que falta um avançado top a esta Selecção. Acima de tudo, fica a ideia de que as opções de Paulo Bento após o golo de Nani nunca foram as mais acertadas (a equipa não se movimentava bem, não acertava nas marcações e parecia perdida em campo) e que a preparação portuguesa não foi feita da melhor forma a diversos níveis (exibicional, físico e anímico). Finalmente, Klinsmann merece muitos elogios pela maneira como voltou a organizar uma equipa teoricamente mais fraca e quase a qualificou para a próxima fase.



Golo histórico de Miroslav Klose
Alemanha 2-2 Gana

Após uma 1.ª parte sem golos, o 2.º tempo foi verdadeiramente frenético. Duas equipas a procurar desesperadamente a vitória e um jogo de parada e resposta capaz de apaixonar qualquer adepto da modalidade. André Ayew mostrou toda a sua irreverência, Gyan desta vez apresentou um nível de jogo bem mais condizente com a sua capacidade, Jordan Ayew entrou bem a partir do banco e os laterais Afful e Asamoah também estiveram bem. Já os alemães voltaram a desiludir um pouco - o nível apresentado continua a não ser de topo - e a demonstrar as suas fragilidades defensivas contra equipas que sejam rápidas e perigosas no contra-ataque. Götze foi o melhor dos germânicos, numa partida em que Klose marcou e fez história (15.º golo do avançado em Mundiais, tantos quanto o brasileiro Ronaldo).

Grupo F: Golo tardio de Messi apura Argentina para os "oitavos", termina a estreia da Bósnia em Mundiais

Grupo F: Golo tardio de Messi apura Argentina para os "oitavos", termina a estreia da Bósnia em Mundiais
Argentina 1-0 Irão

Carlos Queiroz montou uma autêntica teia defensiva e a Argentina demorou 90 minutos para contornar a excelente organização táctica da selecção do Irão. Valeu Messi já para lá da hora, depois dos iranianos terem anulado os sul-americanos na 1.ª parte e terem disposto das melhores ocasiões na etapa complementar (até tiveram um penálti por assinalar). Romero, Rojo e Mascherano foram os melhores na Albiceleste (Messi não teve espaço para aparecer no jogo), já do lado iraniano fica uma sensação de injustiça após uma partida praticamente exemplar do ponto de vista táctico e defensivo.



Nigéria 1-0 Bósnia-Herzegovina

Fim de percurso para a estreante Bósnia. A sorte não esteve do lado do conjunto europeu - foi crescendo à medida que o jogo se foi desenrolando, sofreu um golo quando estava por cima, teve um golo mal anulado e viu um gigante Enyeama a negar-lhe o golo no último minuto - que apenas irá defrontar o Irão para cumprir calendário. Emenike foi um diabo à solta no ataque da selecção africana, Odemwingie (autor do golo) também esteve em evidência e Omeruo foi um muro na defesa (Ambrose esteve igualmente bem). Esperava-se mais da Bósnia neste Mundial (não teve a sorte do seu lado, até porque qualidade não falta a esta equipa), mas Pjanic voltou a realizar mais uma grande exibição (está em grande forma) e Besic encheu o meio-campo. Por outro lado, esperava-se mais de Dzeko e mais minutos de acção para Ibisevic, dupla que demonstrou uma veia goleadora na fase de qualificação.

Grupo E: França volta a dominar, Equador mantém a esperança

Grupo E: França volta a dominar, Equador mantém a esperança
Suíça 2-5 França

Mais um festival de golos na Arena Fonte Nova (Salvador). A França dizimou a Suíça e está agora a um pequeno passo de garantir o 1.º lugar do grupo. O duo Giroud e Benzema - ambos alinharam de início - fez estragos (três golos e três assistências), Valbuena voltou a exibir-se a grande nível e os elementos do meio-campo desta vez até fizeram o gosto ao pé (Matuidi e Sissoko). Exibição quase perfeita durante 75 minutos, sendo que no último quarto de hora os gauleses tiraram o pé do acelarador. Do lado suíço, houve vários erros no sector defensivo e dificuldades para criar perigo a Llrois. Numa 2.ª parte bem melhor que a 1.ª, Inler foi dos mais regulares.



Honduras 1-2 Equador

O Equador continua a sonhar com a passagem à próxima ronda depois de ter batido as Honduras, num jogo nada fácil para o árbitro (dois lances controversos em cada uma das áreas). Os hondurenhos mostraram que não estão apenas de passagem neste Mundial mas deixaram que os equatorianos operassem a reviravolta no marcador. Enner Valencia, com um bis, voltou a ser o destaque do Equador (os laterais também estiveram bem) e o "homem do jogo".

Grupo D: Costa Rica causa choque no Mundial'2014

Grupo D: Costa Rica causa choque no Mundial'2014
Uruguai 2-1 Inglaterra

Duas selecções que partiam em desvantagem devido às derrotas na jornada inaugural e que lutavam pela vida neste encontro. Partida equilibrada com Suárez a lembrar aos ingleses o porquê de ter sido o melhor marcador da Premier League. Excelente jogo do avançado que tinha ficado de fora contra a Costa Rica, que bisou e aumentou as esperanças dos uruguaios. Álvaro Pereira e Arévalo Rios também estiveram bem, enquanto a Inglaterra, que tem estado muito abaixo do que se esperava, continua a demonstrar várias dificuldades na organização de jogo do meio-campo para a frente (Baines foi talvez quem mais se destacou nos ingleses).



Itália 0-1 Costa Rica

Há que reconhecer o erro de ter deixado a Costa Rica completamente posta de parte neste grupo... Organização táctica fantástica, uma defesa e um guarda-redes que voltaram a não tremer e desengane-se quem pensa que esta Costa Rica apenas se limita a encostar o autocarro em frente à baliza (teve várias oportunidades e um penálti por assinalar). A Itália praticamente não rematou à baliza contrária (Pirlo voltou a ser dos melhores) e terá agora de discutir a passagem à próxima fase com o Uruguai quando nada o fazia prever (parte em vantagem devido à diferença de golos).

Colômbia vence e apura-se, Grécia aguenta empate a jogar com 10

Colômbia vence e apura-se, Grécia aguenta empate a jogar com 10
Colômbia 2-1 Costa do Marfim

A Colômbia somou a sua 2.ª vitória consecutiva e garantiu desde já o apuramento para a próxima fase. James Rodríguez voltou a estar em destaque (mais um golo) e vai sendo uma das figuras deste Mundial, Cuadrado continua a dar continuidade à excelente época na Fiorentina (líder de assistências) e até Quintero entrou e marcou. As debilidades defensivas dos costa-marfinenses voltaram a ser evidentes, apesar do lateral Aurier ter feito mais um bom jogo. Gervinho e Yaya Touré foram os outros jogadores que mais lutaram durante os 90 minutos do lado dos africanos.



Japão 0-0 Grécia

A Grécia conseguiu aguentar um empate frente ao Japão, depois de ter alinhado mais de 45 minutos com menos um elemento (expulsão de Katsouranis). A turma asiática assumiu o controlo da partida na 2.ª parte (a Grécia apostou no contra-ataque confiando em Samaras e Gekas para tal) mas não conseguiu ultrapassar a defesa grega e o guarda-redes Karnezis, que rubricou uma boa exibição. Nagatomo e Uchida ofereceram profundidade pelas laterais e Okubo foi um dos mais irreverentes na frente de ataque nipónica. No entanto, Sokratis e Manolas formaram uma dupla simplesmente intransponível e foram, a par de Karnezis, os principais responsáveis pelo 0-0.

Grupo B: Holanda e Chile apuram-se para os "oitavos" (Espanha elminada do Mundial'2014... na fase de grupos)

Grupo B: Holanda e Chile apuram-se para os "oitavos" (Espanha elminada do Mundial'2014... na fase de grupos)
Austrália 2-3 Holanda

Mais uma grande réplica dos australianos que vão sair deste Mundial de cabeça bem erguida. A Holanda teve muitas dificuldades para criar situações de perigo perante uma selecção bem organizada no terreno de jogo e valeu-lhe a eficácia para levar a partida de vencida. Um jogo feito de momentos: dois golos no espaço de dois minutos (o de Cahill, que se despediu dos Mundiais em beleza, é o melhor da competição até agora), uma lesão que permitiu a entrada de Depay, jovem que mexeu com o jogo (um golo e uma assistência), e que fez o 3-2 final depois de a Austrália ter tido essa oportunidade na jogada imediatamente anterior. Jedinak e Leckie rubricaram boas exibições do lado australiano e Robben, Van Persie, Blind e Nigel de Jong (é uma das peças-chave do esquema de Van Gaal) tiveram as melhoras notas a seguir ao jovem Depay.



Espanha 0-2 Chile

Escandaloso! A qualidade do Chile era certa e sabida mas a forma como a Espanha, detentora do título mundial e bi-campeã europeia, caiu ao segundo jogo é simplesmente inacreditável. Mais um jogo em que o ADN da Espanha não transpareceu para dentro de campo (nem mesmo na Taça das Confederações se assistiu a isto), com vários passes errados e uma passividade defensiva demasiado anormal. Na frente foi uma nulidade - David Silva pouco ou nada fez, Pedro não desequilibrou e Diego Costa ainda nem fez um remate à baliza em dois jogos (Villa, até pelo que foi demonstrando antes do início do Mundial'2014, merecia outro protagonismo). Mérito também para o Chile, que montou um meio-campo muito organizado e possuiu uma dupla de avançados (Vargas e Alexis Sánchez) em constante movimento. Bravo também se demonstrou muito seguro entre os postes (quatro defesas de grande nível) e com bola nos pés.

Grupo A: Ochoa trava Brasil, Song facilita vida à Croácia

Grupo A: Ochoa trava Brasil, Song facilita vida à Croácia
Brasil 0-0 México

Ochoa de betão. O guardião mexicano foi a grande figura da partida ao negar por várias vezes o golo à Canarinha. O Brasil foi a equipa com maior ascendente - embora o México tenha aumentado o nível na 2.ª parte (as suas melhores ocasiões foram criadas através de remates de longa distância) - mas demonstrou pouca clarividência no ataque. Além de Ochoa, os defesas mexicanos voltaram a estar muito seguros nesta fase de grupos do Mundial'2014, Vázquez e Herrera também estiveram bem. Do lado brasileiro, Júlio César não ficou muito distante de Ochoa (algumas defesas de grande nível), Luiz Gustavo foi o mais consistente e Neymar o único que conseguiu desequilibrar na frente.



Camarões 0-4 Croácia

Esperava-se muito mais de Camarões neste Mundial. O golo inaugural de Olic, numa altura em que os africanos estavam por cima, e a expulsão infantil de Song foram fatais e descoordenaram a selecção (M'Bia foi dos poucos a safar-se). Por outro lado, muitas facilidades para a Croácia, que assim continua a depender de si para garantir presença na próxima fase. O tridente Perisic, Olic e Mandzukic, secundado por um meio-campo competente, fez toda a diferença (Pranjic e Lovren, que não falhou um único passe, também se destacaram).

Grupo H: Banco da Bélgica resolve, Akinfeev ajuda Coreia do Sul a arrancar empate

Grupo H: Banco da Bélgica resolve, Akinfeev ajuda Coreia do Sul a arrancar empate
Bélgica 2-1 Argélia

Não foi uma vitória convincente por parte dos belgas mas foi evidente que é uma selecção com maior profundidade em termos de opções neste Mundial. 1.ª parte muito apática dos Diabos Vermelhos, com os argelinos a tomarem partido do penálti convertido por Feghouli - talvez a única ocasião para os magrebinos - e a baixarem as linhas e com uma jovem selecção belga a não ter soluções para desbloquear a teia defensiva contrária. Witsel foi dos mais consistentes mas valeram à Bélgica as três substituições de Wilmots a resolver o jogo: Fellaini empatou poucos minutos depois de ter entrado, Mertens carimbou a reviravolta e Origi esteve bem mais participativo que Lukaku. Esperava-se mais de Hazard (na 2.ª parte conseguiu melhor ligeiramente mas também foi vítima de alguma apatia colectiva) e sobretudo de Vertonghen, Dembélé e Chadli.



Rússia 1-1 Coreia do Sul

Tal como se previa, duas equipas a demonstrarem muitas dificuldades no processo ofensivo. Uma fífia monumental de Akinfeev a remate do recém-entrado Lee Keun-Ho permitiu à Coreia do Sul adiantar-se no jogo mas Kerzhakov, que entrou bem e mostrou mais argumentos que Kokorin, restabeleceu o empate. Partida com pouca intensidade, com os coreanos a defenderem com um bloco baixo e a rematarem sempre que tivessem espaço e a Rússia a apenas conseguir criar perigo nos últimos minutos da partida (nota especial para o bom jogo do lateral Eshchenko).

Grupo G: Portugal irreconhecível perante a Alemanha, EUA conquistam os três pontos já na recta final

Grupo G: Portugal irreconhecível perante a Alemanha, EUA conquistam os três pontos já na recta final
Alemanha 4-0 PORTUGAL

Demasiado mau para ser verdade. A Alemanha, mesmo sem ter feito uma super-exibição, goleou Portugal e deixou a armada nacional numa posição delicada (já não dependemos de nós para nos qualificarmos apesar de ser improvável ver os alemães perder pontos com Gana ou EUA). O árbitro também não ajudou - o penálti até é discutível (Götze é puxado) mas a expulsão de Pepe e o lance sobre Éder na 2.ª parte que daria penálti mereciam outro juízo - mas até foi o menor dos problemas durante o jogo (exibição paupérrima, Hugo Almeida e Coentrão saíram por lesão e Pepe arrisca-se a falhar os restantes jogos da fase de grupos). Rui Patrício teve uma tarde para esquecer, a defesa esteve simplesmente terrível, Miguel Veloso (jogou 45') foi o único elemento mais no meio-campo, Ronaldo nem se viu, Nani tentou desequilibrar mas perdeu várias bolas e Éder deu trabalho à defesa alemã. Do lado da Alemanha, a defesa beneficiou da toada que o jogo teve, Khedira e Kroos foram pilares no meio-campo, Götze também espalhou técnica e Müller, com um hat-trick, foi o melhor em campo.



Gana 1-2 EUA

Bem se avisou que não se devia menosprezar ninguém neste grupo. O jogo entre os adversários que Portugal ainda terá de enfrentar ficou desde logo condicionado pela vantagem madrugadora dos EUA (recuaram imenso no terreno e exploraram as transições para criar perigo) e pelas lesões de Altidore (deve falhar os restantes jogos da fase de grupos) e Besley. Baseando-se na organização táctica e na coesão defensiva, os norte-americanos deixaram os ganeses tomar as rédeas do encontro, algo que só conseguiram pôr em prática a partir do 2.º tempo, e aguentaram até aos 82', altura em que André Ayew empatou. No entanto, e quando nada o fazia prever, o suplente Brooks fez o 2-1 final após um canto. A disciplina táctica de Klinsmann levou a melhor sobre as individualidades do Gana, com a dupla Beckerman e Jones em evidência e a defesa, apesar das várias fragilidades demonstradas, a fechar as portas ao opositor. Apesar da estatística mostrar um largo número de remates dos ganeses, a verdade é que estes nem sempre decidiram bem e não souberam tirar partido do cansaço dos EUA na última meia hora (muito trapalhões e pouco inteligentes no processo criativo). Muntari foi o mais esclarecido do lado do Gana.

Grupo F: Argentina vence mas não convence, Irão e Nigéria protagonizam primeiro nulo da competição

Grupo F: Argentina vence mas não convence, Irão e Nigéria protagonizam primeiro nulo da competição
Argentina 2-1 Bósnia-Herzegovina

Exibição pouco convincente da Argentina. Viu-se cedo na frente do marcador graças ao auto-golo de Kolasinac mas só criou perigo quando o meio-campo da Bósnia começou a dar mais espaço (nem assim convenceu). Os centrais fizeram um jogo consistente, Pjanic foi o melhor destaque do lado dos estreantes em Mundiais, Mascherano o melhor na "Albiceleste" na 1.ª parte, já Messi passou ao lado do jogo durante 45' mas aumentou de nível na 2.ª parte e até marcou.



Irão 0-0 Nigéria

Jogo pouco interessante em Curitiba. Carlos Queiroz optou por montar uma equipa baseada na organização táctica e defensiva - resultou em pleno - e a Nigéria, que na teoria seria a equipa com maior obrigação de se adiantar no marcador, raramente criou chances de perigo. Aliás, a melhor ocasião da partida foi mesmo criada pelo Irão através de um cabeceamento de Ghoochanneijhad a permitir uma grande intervenção de Enyeama. Esperava-se muito mais do sector ofensivo e intermediário dos africanos (a qualidade dos jogadores assim o exigia) mas muito mérito para a postura dos iranianos (que também foram perdendo algum tempo para garantir o empate)

Grupo E: Seferovic dá os três pontos à Suíça ao cair do pano, França assume confortavelmente a liderança do grupo

Grupo E: Seferovic dá os três pontos à Suíça ao cair do pano, França assume confortavelmente a liderança do grupo
Suíça 2-1 Equador

Um jogo partido, que no último quarto de hora perdeu alguma intensidade mas não a emoção: Seferovic, que à semelhança de Mehmeti (autor do outro golo), entrou a partir do banco, decidiu o resultado aos 90'+3 (no lance anterior Equador podia ter feito o mesmo). Individualmente, Enner Valencia (um golo e uma exibição esforçada) e os jogadores da ala direita, Jefferson Montero (principal desequilibrador da partida, retirou muita margem de manobra a Lichtsteiner) e Ayoví (uma assistência e um pé esquerdo com muita técnica), foram os melhores do lado do Equador. Já na Suíça, destaque para Ricardo Rodriguez (duas assistências e uma exibição de encher o olho), Shaqiri (técnica invejável, melhorou na 2.ª parte) e Djourou (limpou o perigo) e mérito para Ottmar Hitzfeld pela forma como mexeu a partir do banco.



França 3-0 Honduras

Um jogo que fica para a história por ter sido o primeiro onde a tecnologia da linha de golo foi usada. A expulsão de Wilson Palacios complicou ainda mais a tarefa das Honduras, que foi uma selecção totalmente inofensiva. Do lado da França, domínio total e absoluto, como era esperado, com um Benzema a ser a figura da partida (começou mal mas esteve envolvido nos três golos, marcando dois), Valbuena fez um excelente jogo (a sua 1.ª parte foi irrepreensível), Matuidi foi um "monstro" no meio-campo e Debuchy também fez uma exibição muito segura.

Grupo D: Costa Rica é líder do grupo, Itália leva a melhor sobre a Inglaterra

Grupo D: Costa Rica é líder do grupo, Itália leva a melhor sobre a Inglaterra
Uruguai 1-3 Costa Rica

Quando muitas pessoas ainda não digeriram a goleada que a Espanha sofreu eis que isto acontece. Resultado escandaloso mas que premeia a persistência costa-riquenha e castigo a apatia uruguaia. Cavani adiantou a formação sul-americana através de uma grande penalidade, Keylor Navas foi negando o segundo tento e Joel Campbell (um golo e uma excelente assistência para Ureña e a certeza de que o seu valor de mercado vai subir após o Mundial) vergou o conjunto de Óscar Tabárez. Duas notas adicionais: no momento do 2.º golo da Costa Rica, Oscar Duarte encontra-se em posição irregular no momento do cruzamento de Bolaños (duas assistências); o vermelho directo visto por Maxi Pereira já para lá dos 90' foi o reflexo da desorientação dos uruguaios, que não usaram Luis Suárez (incomodado por lesão) durante o 2.º tempo.



Inglaterra 1-2 Itália

Um grande encontro que colocou frente a frente duas selecções com comportamentos totalmente distintos. O jogo de posse dos italianos e a forma como dominaram o meio-campo impediu que os ingleses tomassem as rédeas da partida, limitando-os a jogar em contra-ataque (no último quarto de hora a Itália recuou mais). Os golos de Marchisio e Balotelli dão, assim, um ascendente importante à Itália num grupo onde a Costa Rica é, para já, líder de forma surpreendente. Pirlo foi, como se esperava, um maestro e desequilibrou a balança para o lado dos italianos. Darmian (muito seguro e bem a apoiar o ataque), Candreva (preencheu o corredor direito e ainda fez uma assistência) e Sirigu (ocupou bem a vaga de Buffon) também se exibiram a bom nível. Do lado dos ingleses, Sturridge (autor do golo), Sterling (acusou alguma inexperiência) e Glen Johnson (bom apoio ofensivo) foram os mais inconformados mas nem sempre decidiram bem.

Grupo C: Colômbia e Costa do Marfim fazem jus ao favoritismo nesta jornada inaugural

Grupo C: Colômbia e Costa do Marfim fazem jus ao favoritismo nesta jornada inaugural
Colômbia 3-0 Grécia

O golo de Armero logo aos 5' estragou a estratégia de Fernando Santos. Os gregos tiveram algumas oportunidades para reduzir, mesmo quando Teo Gutiérrez já havia feito o 2-0, mas pecaram na finalização. James Rodríguez, um dos melhores em campo, selou o resultado final já para lá dos 90'. Os defesas colombianos estiveram bem, Cuadrado (duas assistências) desequilibrou imenso pela direita e Ibarbo também deu algum trabalho aos gregos. Maniatis e Kone foram os elementos mais na formação de Fernando Santos durante a 1.ª parte e Torosidis, ainda que nem sempre bem, um dos que mais lutou na outra metade.



Costa do Marfim 2-1 Japão

Uma partida em que as fragilidades defensivas de parte a parte foram bem visíveis. Os índices de aproveitamento da Costa do Marfim estavam a ser desastrosos mas a entrada de Drogba injectou confiança no grupo, que marcou dois golos de rajada. O Japão apenas aguentou durante uma hora e teve em Honda (bom golo), Hasebe e Uchida os melhores da partida (por outro lado, Kagawa decepcionou). Do lado da formação africana, exibição colectiva muito irregular mas Gervinho (desequilibrou bem e ainda marcou), Aurier (duas assistências) e Boka tiveram notas mais positivas. Esperava-se mais de Yaya Touré e Bony esteve perdulário (apesar de ter apontado um dos golos).