Sporting e FC Porto repartem pontos em Alvalade (1-1)

Sporting e FC Porto repartem pontos em Alvalade (1-1)
Sporting 1-1 FC Porto
(Jonathan Silva 2'; Naby Sarr p.b. 56')


Para já vai beneficiando o Benfica. O Sporting foi a equipa que melhor entrou no clássico (pressão alta a não deixar os portistas organizar jogo) e cedo se viu em vantagem com um golo do lateral Jonathan Silva. Sinal mais para os leões no primeiro tempo - tiveram mais duas ocasiões para alargar o resultado - mas a reacção portista fez-se notar na segunda metade. Jackson Martínez deu o aviso (Rui Patrício evitou o golo) mas um lance infeliz do central Naby Sarr permitiu o 1-1. Até ao final da partida o jogo foi mais repartido. Capel enviou uma "bomba" ao travessão da baliza de Fabiano; do outro lado foi Herrera a permitir a Rui Patrício a defesa da noite e, já perto do fim, Tello a não ter capacidade para decidir o resultado.

Sporting: Muito boa a forma como pressionou o adversário em zonas mais adiantadas no terreno e nota positiva para os extremos, porém, as limitações defensivas continuam a ser óbvias. Carrillo continua a ser um dos mais irreverentes esta época (causou imensas dores de cabeça a Alex Sandro) e Nani acrescenta outra qualidade técnica ao jogo ofensivo dos leões. No meio-campo houve mais Adrien na primeira parte e mais William Carvalho na segunda (João Mário também esteve bem) e no sector mais recuado Rui Patrício fez duas defesas com um grau de dificuldade mais elevado (Jonathan Silva, que remeteu Jefferson para a bancada, apresentou argumentos suficientes para manter a titularidade).

FC Porto: Algumas dificuldades a meio-campo na primeira parte mas a entrada de Óliver soltou mais a equipa e as ocasiões de perigo começaram a acentuar-se. Ainda assim, pede-se mais a Lopetegui, que hoje "não acertou no onze inicial", face ao elenco que tem à sua disposição (curiosamente alguns jogadores pareceram evidenciar sinais de fadiga). Martins Indi foi o mais esclarecido no eixo defensivo, a capacidade de desequilíbrio de Tello sobrepôs-se tremendamente à técnica de Quaresma (hoje foi o elemento menos), Brahimi não conseguiu espalhar a sua qualidade como noutros jogos e Jackson Martínez fez um bom jogo mas desperdiçou uma das melhores oportunidades do jogo quando o jogo ainda estava 1-0. Nota ainda para a lesão de Casemiro que poderá afastar o brasileiro dos relvados durante algumas semanas.

A saída de Paulo Bento: O sucessor (parte II)

A saída de Paulo Bento: O sucessor (parte II)
Já houve mais que tempo para digerir a inexplicável derrota de Portugal perante a Albânia, equipa mais fraca do grupo de apuramento para o Euro'2016, e o anúncio do técnico que irá suceder a Paulo Bento no cargo de Seleccionador Nacional já não deve tardar. Ainda assim, convém deixar uma ou duas notas face a esta decisão da FPF, principal responsável pelo acumular de desgostos vividos nos últimos meses.


Tal como sucedeu há quatro anos atrás, Portugal mudou de seleccionador já no decorrer da fase de qualificação para o Campeonato Europeu. O que apenas agrava a situação, dado que o substituto de Paulo Bento terá agora pouca margem de manobra para implementar novos conhecimentos tácticos e chegará com uma pressão acrescida devido ao desaire com a Albânia. Felizmente para Portugal, Platini resolveu facilitar a tarefa das selecções e Portugal, mesmo sendo terceiro classificado no seu grupo, pode continuar a sonhar com o apuramento. Mas sejamos realistas: o objectivo é a qualificação directa. Torna-se, assim, imprescindível identificar o perfil do novo treinador o mais rapidamente possível para se evitar a tomada de decisões precipitadas, que possam comprometer o futuro da nossa Selecção, caso se deixe arrastar o processo em demasia.

Será Fernando Santos uma boa opção para a Selecção?
Tem-se falado muito em Jesualdo Ferreira (tem o factor experiência e um currículo apetecível a seu favor, mas não deixa de ser uma incógnita), Vítor Pereira (adepto do futebol em posse, mas rápido, capaz de ligar bem defesa e ataque e de imprimir uma dinâmica interessante ao meio-campo) e Fernando Santos (ritmo de jogo mais lento e uma estratégia baseada no erro do adversário e em transições recheadas de pragmatismo) - o último parece ser o grande candidato à sucessão, embora o seu castigo seja o maior entrave -, ainda que a vinda de um eventual treinador estrangeiro seja igualmente uma hipótese colocada de cima da mesa. Fala-se ainda, e já não é de agora, na suposta renovação dos convocados da Selecção Nacional, defendendo-se que é chegada a altura de dar o lugar aos mais jovens e riscar alguns nomes que pareciam ter lugar cativo com Paulo Bento. Não sendo grande apologista de uma "revolução total", devo confessar que surgiu a altura de alguns jogadores serem finalmente introduzidos de forma gradual nas convocatórias de maneira a futuramente terem condições para serem mais-valias no onze inicial da Selecção - verdade seja dita que, para tal acontecer, é necessário que haja uma aposta constante por parte dos respectivos clubes. Convém, portanto, que o novo seleccionador seja capaz de "apostar sem medo" e que se reveja naquilo que é efectivamente a Selecção Portuguesa. Que se identifique com laterais ofensivos, um meio-campo pressionante, extremos com uma capacidade técnica acima da média e que consiga conferir maior estabilidade defensiva (a exploração de contra-ataques seria interessante de se ver numa selecção como a nossa) e criatividade ofensiva (não podemos estar sempre dependentes do que os extremos são capazes de fazer). No fundo, que seja capaz de aplicar um modelo táctico que vá ao encontro dos pontos fortes da Selecção e permita tirar o melhor rendimento de cada jogador.

A saída de Paulo Bento: O timing (parte I)

A saída de Paulo Bento: O timing (parte I)
Já houve mais que tempo para digerir a inexplicável derrota de Portugal perante a Albânia, equipa mais fraca do grupo de apuramento para o Euro'2016, e o anúncio do técnico que irá suceder a Paulo Bento no cargo de Seleccionador Nacional já não deve tardar. Ainda assim, convém deixar uma ou duas notas face a esta decisão da FPF, principal responsável pelo acumular de desgostos vividos nos últimos meses.


Recuemos ligeiramente no tempo. Portugal acabara de ser eliminado pela Espanha nos oitavos-de-final do Mundial'2010 com um golo irregular de David Villa. Carlos Queiroz abandonara o cargo em virtude da prestação lusa na competição que decorrera na África do Sul e Agostinho Oliveira seria o próximo homem ao leme da Selecção Nacional. A coisa não corre bem. Portugal, em dois jogos da fase de qualificação para o Euro'2012, perde quatro pontos contra adversários bem menos cotados. O apuramento complicara-se em demasia e o jogo seguinte seria contra a Dinamarca, adversário directo no grupo. É aqui que entra Paulo Bento. Portugal exibe a partir de então uma atitude bem diferente da que vinha evidenciando e Nani e Ronaldo, que, diga-se em bom da verdade, havia falhado os dois jogos anteriores, oferecem a vitória a Paulo Bento na sua estreia. A partir de então a Selecção Nacional só perdeu pontos na Dinamarca (derrota por 2-1), o suficiente para disputar o playoff de acesso à fase seguinte. Atropelámos a Bósnia-Herzegovina e carimbámos a nossa presença na fase final da competição, onde voltámos a ser eliminados pela Espanha - aquela que entretanto havíamos goleado por 4-0 num amigável -, desta feita na terrível sorte dos penáltis de uma meia-final. O balanço que ficou deste primeiro grande desafio de Paulo Bento enquanto Seleccionador Nacional foi o de esperança recuperada. A recuperação na fase de apuramento foi muito boa e a prestação no Euro'2012 não ficou aquém das expectativas. Muito pelo contrário. Restava dar continuidade ao bom trabalho.

Paulo Bento devia ter permanecido após o Mundial?
Infelizmente, a partir daqui o caso mudou de figura... Depois de duas vitórias na fase de qualificação para o Mundial'2014, Portugal era derrotado na Rússia (1-0), único adversário de respeito no seu grupo. Até aqui nada de muito grave. Bastaria dar a volta e vencer os restantes jogos, já que era essa a nossa obrigação. Porém, não foi isso que aconteceu. Portugal somou exibições fracas a pontos perdidos e quedou-se pela carruagem dos segundos classificados. Contudo, o Brasil não passou a ser miragem - valeu Ronaldo, sobretudo! Paulo Bento mudara por completo o seu estatuto por não ter ficado no topo de um grupo demasiado acessível. Acabara-se a sua margem de manobra. E eis que a FPF comete o seu primeiro erro crasso. Em Abril de 2014, meses antes de o Mundial começar, o vínculo de Paulo Bento com a Selecção foi renovado até 2016. A FPF depositava, assim, uma enorme confiança num treinador que não convenceu durante os jogos de qualificação para a grande competição entre selecções à escala global e o resultado, inevitavelmente, acabou por ser desastroso. Portugal, nos jogos amigáveis que antecediam a competição, não convencia - aqueles 5-1 à República da Irlanda foram uma ilusão tremendamente grande -, o estado clínico da sua estrela permanecia uma incógnita e até mesmo a preparação portuguesa foi questionada antes sequer da equipa aterrar no Brasil. A partir daqui todos nós sabemos a história. As exibições medíocres, que se vinham a arrastar há já vários meses, a vaga de lesões inexplicável, os "ses" que ficaram após o jogo com o Gana e um sentimento de desilusão que culminou com uma chuva de críticas. A prematura renovação de contrato começava agora a pesar no subconsciente dos responsáveis da FPF. Ou talvez não.

Voltemos ao presente. Paulo Bento cá esteve, em Aveiro, para comandar a nossa Selecção após o fracasso no Mundial'2014. O voto de confiança era enorme. Pela frente estava a Albânia, contra quem não se avizinhavam grandes dificuldades. Mas o futebol da nossa Selecção voltou a ser muito pobre e fomos surpreendidos em casa. Os lenços brancos compunham as bancadas do Estádio Municipal de Aveiro, à medida que Paulo Bento fazia contas à vida. Esperava-se que a FPF anunciasse o despedimento de Paulo Bento no dia seguinte, o mais tardar. Mas tal não aconteceu. Foram necessários quatro dias para que a decisão fosse finalmente tomada. O que apenas revela insegurança por parte da estrutura que melhor devia saber o que fazer nestes casos. Pior do que o trabalho dos jogadores ou do treinador, foi a inércia da FPF face ao que aconteceu desde o Mundial'2014. Coloca-se agora um novo desafio: encontrar o sucessor. Ao que parece quatro dias não foram suficientes para se traçar o perfil do novo seleccionador. Convém relembrar que os próximos compromissos da Selecção - amigável com a França e jogo na Dinamarca - estão à distância de um mês.

Balanço do mercado de transferências: Portugal (parte II)

O Benfica não entrou em loucuras na janela de transferências
Já se sabia que a excelente época anterior iria ter custos para os lados da Luz mas a abordagem à janela de transferências esteve longe de ser a melhor. A melhor notícia foi mesmo a permanência de Enzo Pérez e Gaitán. O Benfica viu partir cinco dos habituais titulares e falhou na aquisição de alguns dos seus substitutos. Júlio César chegou para dar nova concorrência a Artur entre os postes, a saída de Garay - negócio estranho e uma das piores vendas de sempre do clube - não implicou um esforço encarnado num jogador creditado (Lisandro López retornou de empréstimo e César é visto como uma aposta de futuro) e Jardel será à partida o seu substituto, o Benfica decidiu não investir 7M para adquirir Siqueira - devido a contenção financeira, segundo o Presidente - e foi buscar quatro jogadores que podem fazer a sua posição (Eliseu, que semanas antes podia ter vindo a custo zero, Benito, Djavan e Sílvio, cujo empréstimo foi prolongado e que é lateral direito de raiz), a venda de Markovic catapultou Salvio para o onze inicial e Rodrigo, vendido a um fundo em Janeiro à semelhança de André Gomes, saiu sem que tivesse chegado alguém com características similares. E é aqui que reside o maior problema. O jovem avançado era uma peça fulcral para Jorge Jesus pela forma como ajudava a pressionar numa primeira fase, vinha buscar jogo, transportava bola fruto da sua técnica e constituía uma ameaça para as defesas contrárias tal era a sua capacidade de movimentação e de remate. Talisca tem sido o mais usado na sua posição mas o treinador, em conferência de imprensa, admitiu que precisava de mais um avançado. Jara não convence, Talisca (habitual titular) e Derley têm características diferentes, Bebé não tem sido equacionado para a posição. Joel Campbell, do Arsenal, prometia ser reforço de última hora mas tal não se confirmou. O Benfica, que em três meses não arranjou ninguém para o lugar de Rodrigo, vê-se agora obrigado a atacar todas as frentes sem mais um avançado no plantel. Pelo menos até Janeiro. Pelo meio ficam as inadmissíveis entradas de Benito, Djavan, Luís Felipe e Candeias que nunca teriam/terão espaço/qualidade para singrar no campeão nacional. Nota final para a lesão de Rúben Amorim (e Fejsa, ainda que esta dure há mais tempo) que forçou a contratação de Cristante, depois de Samaris se ter tornado num dos reforços mais caros da história do Benfica. Duas boas soluções, uma delas dá mais garantias no imediato, mas que levam a maior parte dos adeptos benfiquistas a colocar algumas questões. Terá feito sentido investir tanto dinheiro num sector cujo reforço não era prioritário? Como se explica que se tenha identificado um alvo para o meio-campo no espaço de uma semana e que o mesmo não tenha acontecido para o ataque (havendo interesse para todas as partes) em três meses? E Djuricic, não entraria de caras no actual onze titular (ou será que Jorge Jesus espera que o sérvio tenha no estrangeiro uma evolução semelhante à de Rodrigo)?



Nani, de volta a "casa", é o grande trunfo do Sporting
Muito se falou na saída de William Carvalho mas o Sporting conseguiu manter o seu médio-defensivo durante mais alguns meses. Algo que atenuou a iminente saída de Rojo, que proporcionou um bom encaixe financeiro, e confirma o estatuto do Sporting desta época. Depois do "renascer das cinzas" no ano passado, é impossível esconder que a equipa passou agora a vigorar entre os principais candidatos ao título. As investidas no mercado foram, portanto, feitas nesse sentido. O plantel necessitava de profundidade, pois a presença na Liga dos Campeões a tal o obrigava, e de mais-valias inegáveis para certas posições. A defesa foi bastante reforçada mas a gestão pode não ter sido a mais acertada - Rojo e Dier foram para Inglaterra (o inglês podia ter rendido uma verba maior) e as suas saídas foram precavidas com três centrais jovens (poderá a falta de experiência ter algum impacto?), Jonathan Silva, dado o seu potencial, é uma boa opção para o lado esquerdo da defesa mas o mesmo não se pode afirmar relativamente a Geraldes, reserva de Cédric no lado oposto. Rosell e Slavchev foram as grandes novidades para um miolo - não esquecendo o regresso de João Mário - cuja grande incógnita continua a ser André Martins, mas é no tridente ofensivo que reside o nome mais sonante desta equipa: Nani. Os leões precisavam, indubitavelmente, de pelo menos um extremo muito acima da média e o internacional português, mesmo vindo por empréstimo, confere desde logo um novo estatuto a um ataque com força suficiente para atacar o título nacional. Nota ainda para mais dois aspectos. O primeiro é a surpreendente aposta do Sporting em campeonatos periféricos e em jogadores jovens (Nani e Tanaka são os únicos reforços acima da faixa etária dos 23 anos) e o segundo é a dificuldade em colocar certos excedentários, como Miguel Lopes (até é estranho não ser uma opção mais regular), Shikabala (nunca devia ter sido contratado) e Héldon/Capel (um dos dois devia ter saído face ao vasto leque de opções existentes).



O FC Porto foi o clube português que mais recebeu e gastou
Sem dúvida a equipa que melhor se reforçou em Portugal. Os alvos, de tremenda qualidade, foram antecipadamente identificados e o FC Porto, como foi mencionado anteriormente, é o grande favorito a conquistar o título nacional. Lopetegui, quando se pensava que já tinha o plantel praticamente fechado no início de Agosto, não descansou enquanto não teve pelo menos um jogador de qualidade por posição (excepção feita para o posto de defesa direito, uma vez que Opare foi um "tiro ao lado") e esteve activo no mercado até à última hora. Antes de falar melhor sobre quem veio, convém relembrar que os dragões também souberam gerir bem as suas vendas, como já é seu apanágio. Só as saídas em definitivo de Iturbe, Fernando e Mangala permitiram um encaixe superior a 60M, o que a juntar aos "excedentários" Defour e Castro (e a todos os outros emprestados) não diminuíram a força do plantel azul e branco - as três vendas já eram expectáveis e o montante recebido por elas até impressiona. Para o lugar de Fernando foi-se buscar Casemiro (por empréstimo) e Bruno Martins Indi foi o escolhido para suprir a venda do central francês. Mas é do meio-campo para a frente que se atesta a força deste conjunto. Óliver Torres, Tello (ambos por empréstimo), Brahimi, Evandro, Adrián e Aboubakar são nomes que se juntam a Jackson Martínez e companhia (importantíssima a continuidade do colombiano). Se por um lado pode parecer exagerado o número de reforços do FC Porto neste Verão, e tantos por empréstimo, a verdade é que estão reunidas todas as condições para que possa haver retorno desportivo. Por último, referir que haverá menos espaço para os jogadores portugueses (o jovem Rúben Neves e Quaresma deverão ser as únicas excepções) e que os azuis e brancos, ao contrário do que costuma ser habitual, não conseguiram resolver o "dossier Rolando".



Raeder, Rui Pedro, Monteiro, Bressan, Pedro Tiba e Ebinho
Altura de fazer um breve resumo da actividade dos restantes clubes da Liga Zon-Sagres mercado de transferências...

Marco Silva não foi o único a abandonar o Estoril neste defeso. Evandro, Tiago Gomes, Gonçalo Santos, Carlitos e João Pedro Galvão encabeçam a lista de jogadores que deixaram os canarinhos este Verão, enquanto Tozé, Kléber (ambos por empréstimo do FC Porto) e Anderson Esiti são os reforços mais sonantes numa equipa ainda a lamentar a saída das suas peças-chave. O Nacional, agora fora das competições europeias, viu Mexer, Candeias e Djaniny sair da Choupana mas garantiu os serviços de Marco Matias (ex-Vit. Guimarães) e Suk (destacou-se há dois anos no Marítimo) e continua com uma equipa capaz de lutar por um lugar europeu. Ainda na Madeira, o Marítimo, agora orientado por Leonel Pontes, renovou a sua frente de ataque: saíram Danilo Dias, Artur, Derley e Sami; entraram Maazou, Ebinho e Edgar Costa. O Vit. Setúbal também não escapou ao sucesso do ano passado - jogadores em foco como Pedro Tiba, Ricardo Horta, Ramón Cardozo ou Kieszek rumaram a outras paragens e Lukas Raeder (ex-suplente de Neuer), Manú (bem conhecido do futebol português) e João Schmidt (por empréstimo do São Paulo) tornaram-se nas novas caras da formação do Sado. A Académica foi outra equipa que ficou sem vários jogadores que constituíam o seu onze base da temporada transacta, mais precisamente seis, mas garantiu os serviços do experiente Rui Pedro, que assim se junta a nomes como o retornado Lino, Obiora ou Schumacher. De Coimbra seguimos para o Norte, viagem que fez o agora técnico do Sp. Braga, Sérgio Conceição, que consigo levou Marcelo Goiano e Djavan, ainda que o processo deste último tenha sido mais complexo, e que bem pode agradecer à Direcção pela contratação de Pedro Tiba. Permanecendo na mesma região, o Vit. Guimarães conteve-se mais no ataque ao mercado. Rui Vitória continua a dar prioridade à aposta na "prata da casa" numa equipa onde Adama Traoré e David Caiado são os nomes mais sonantes face à partida de Paulo Oliveira, Leonel Olímpio, Malonga, André Santos, Marco Matias e Maazou. O Rio Ave, finalista das taças nacionais, anunciou a contratação de duas figuras que se tornarão cruciais em Vila do Conde (Cássio e Bressan) e garantiu os empréstimos de Prince-Désir e Pedro Moreira. Em Arouca, Artur (ex-Marítimo) junta-se a Goicoechea, substituto de Cássio. O Gil Vicente viu Luís Martins rumar a Granada no último dia do mercado de transferências mas conta agora com Evaldo (ex-Sporting) e Diogo Valente (por empréstimo). O Belenenses surpreendeu com a aquisição de Nélson, ex-lateral do Benfica, que assim toma o lugar de Duarte Machado. O Paços de Ferreira viu André Leão sair da "Capital do Móvel" mas deu as boas-vindas a Rafael Defendi, Sérgio Oliveira e ainda resgatou Urreta à última da hora. Quanto aos novos emblemas na Primeira Liga, o Moreirense realizou aquisições interessantes, destacando-se Rámon Cardozo, Jorge Monteiro, Danielson e Arsénio. O Penafiel espantou os adeptos com a obtenção do guardião iraniano Alireza Haghighi por empréstimo. Já o Boavista teve de se movimentar bastante neste mercado, ainda que o hondurenho Beckeles, Pouga e Tengarrinha sejam nomes a reter no conjunto orientado por Petit, ex-internacional português.

Balanço do mercado de transferências: Internacional (parte I)

Falcao foi a "bomba" no mercado inglês
Foi um mercado de transferências bastante activo no que à Premier League diz respeito, tendo-se mesmo quebrado o recorde de dinheiro dispendido pelos diferentes clubes da principal divisão inglesa. O Man. United foi o grande agitador do mercado - depois da péssima classificação no ano passado tornou-se imperativo aumentar a qualidade do plantel - e contratou claras mais-valias como Di María ou Falcao, mas foi o Chelsea o verdadeiro vencedor deste mercado de transferências de Verão. Mourinho, agora com Filipe Luís, Fabregas e uma frente de ataque totalmente renovada (Diego Costa, Drogba e Remy), deixa de ter desculpas para não fazer melhor que o ano passado e tem neste momento um dos melhores plantéis, a par do Man. City, em termos de qualidade/profundidade. Os campeões ingleses, por sua vez, foram buscar quatro jogadores experientes - entre os quais os ex-portistas Fernando e Mangala - mas vão atacar a época com apenas três avançados (face à saída de Negredo), o que parece curto para uma liga como a inglesa. O vice-campeão Liverpool soube capitalizar muito bem o dinheiro da venda inevitável de Luís Suárez, reforçando-se sobretudo no Southampton (Lallana, Lambert e Lovren). Markovic e Balotelli foram outros dois jogadores contratados por Brendan Rodgers que assim possui um plantel bem mais composto que o da temporada anterior. Já o Arsenal adquiriu Alexis Sánchez, a grande aposta do defeso, Ospina, Debuchy, Calum Chambers e, à última da hora, Danny Welbeck, mas parece ter um plantel inferior ao dos restantes rivais. Jogadores que foram boas "pescas" nos restantes clubes da Premier League: Senderos (Aston Villa), Besic (Everton), Diamé (Hull City), Cabella e Janmaat (Newcastle), Fraser Forster e Sadio Mané (Southampton), Bojan Krkic (Stoke City), Pantilimon (Sunderland), Gomis (Swansea), Fazio e Dier (Tottenham).



Luís Suárez e James Rodríguez movimentaram cerca de 160M (€)
Em Espanha, o Barcelona, impedido de contratar na próxima janela de transferências, esbanjou milhões de euros na contratação de vários jogadores. O "dossier Valdés" foi resovido, a defesa foi devidamente reforçada, Rakitic chegou para suprir a vaga deixada em aberto pela saída de Fabregas e Suárez foi o reforço-bomba dos culés, que têm a obrigação de fazer muito melhor esta época. Em Madrid, o Real, desnecessariamente, movimentou-se bastante neste Verão, impulsionado, sobretudo, pelo que adveio do Mundial'2014 - James Rodríguez, Toni Kroos Keylor Navas e Chicharito (por empréstimo) tornaram-se nos novos "galácticos" e substituíram Di María, Xabi Alonso, Diego López e Morata, os três primeiros peças-chave na excelente temporada da equipa de Ancelotti. Ainda na capital espanhola, o campeão At. Madrid soube gerir bem as consequências de mais uma época de alto nível. Saíram Courtois (esteve sempre emprestado), Filipe Luís, Villa, Adrián e Diego Costa, mas chegaram outros jogadores de grande qualidade (Moyà, Oblak, Siqueira, Ansaldi, Raúl Giménez, Griezmann, Cerci e Mandzukic) que mantêm o nível da equipa de Simeone. Destaque ainda para o Valencia, agora treinado por Nuno Espírito Santo, que agora pode contar com Rodrigo, André Gomes e ainda João Cancelo (por empréstimo) e que tem todas as condições para fazer uma época interessante (jogadores jovens e de qualidade e um plantel com muita profundidade). Jogadores que foram boas "pescas" nos restantes clubes da La Liga: Nico Pareja e Aleix Vidal (Sevilha), Vietto (Villarreal), Cuenca (Deportivo), Caicedo (Espanyol), Guaita (Getafe), Ochoa e Ricardo Horta (Málaga).




Do custo zero de Lewa ao recorde por D. Luiz
Breve ronda ainda pelo campeonato alemão, italiano e francês...

O Bayern foi um dos dois clubes que mais empolgou com as suas transferências na Alemanha. Os campeões germânicos, que já tinham garantido Lewandowski, perderam Mandzukic e Kroos mas garantiram três excelentes mais-valias (Bernat, Benatia e Xabi Alonso) e outros reforços que permitem dar profundidade à equipa. O outro clube mais agitado foi o Borussia Dortmund - a saída de Lewandowski obrigou Klopp a procurar boas alternativas e as chegadas de Immobile e Adrián Ramos e os regressos em definitivo de Sahin e Kagawa conferem uma nova qualidade ao plantel. Nota especial para o Borussia Mönchengladbach pela forma como investiu o dinheiro da venda de Marc-André ter Stegen para o Barcelona: Yann Sommer, Fabian Johnson, André Hahn, Ibrahima Traoré e Thorgan Hazard (por empréstimo) provam a sua qualidade na abordagem ao mercado. Jogadores que foram boas "pescas" nos restantes clubes da Bundesliga: Sidney Sam (Schalke 04), Mehmedi (Freiburgo), Seferovic (Ein. Frankfurt), Bendtner (Wolfsburgo), Stocker e Salomon Kalou (Hertha Berlim).

A saída de Conte do comando técnico da Juventus foi o maior destaque em Itália. O clube não deixou sair nenhuma das suas pérolas e garantiu a contratação de Evra e Morata, que assim compensou as saídas de Quagliarella e Vucinic. Em Milão viveu-se um período de renovações. O Inter conteve-se nos gastos (Medel, ainda que sem deslumbramentos, foi a única excepção), recorrendo inclusivamente a alguns empréstimos (M'Villa, Dodô e Osvaldo), mas aumentou a qualidade da sua equipa. O mesmo aconteceu com o AC Milan, agora com Inzaghi no comando técnico. Nem mesmo a saída de Balotelli, compensada pela chegada de Fernando Torres (por empréstimo de dois anos), poderá ser desculpa para não se atacar o título esta temporada (Biabiany, que esteve muito próximo de assinar no último dia do mercado, seria a cereja no topo do bolo neste plantel). Outro clube que parece querer-se consolidar entre os grandes de Itália é a Roma, que mais uma vez voltou a apostar forte (e bem) no mercado (Manolas, Holebas, Nainggolan, Iturbe e Sanabria são alguns exemplos), não olhando a meios para o montante gasto (algo exagerado). Jogadores que foram boas "pescas" nos restantes clubes da Serie A: Stefan de Vrij (Lazio), Armero (Udinese), Alejandro Gómez (Atalanta), Diego Perotti (Génova), Cassano (Parma), Maxi López (Chievo), Quagliarella e Amauri (Torino).

Em França, o PSG apenas efectuou duas aquisições: o jovem promissor Aurier (por empréstimo, de forma de respeitar o fair-play financeiro) e David Luiz, batendo o montante gasto por um defesa em toda a história do futebol. Porém, foi o Marselha a revelar melhor visão de mercado entre os demais clubes gauleses, contratando Michy Batshuayi, Dória e Alessandrini por uma quantia total relativamente baixa considerando a relação qualidade/potencial/preço. Nota especial para o Monaco de Leonardo Jardim, onde também milita Bernardo Silva por empréstimo, que não atacou bem o mercado e que parte em desvantagem relativamente a outros adversários directos no campeonato francês. Jogadores que foram boas "pescas" nos restantes clubes da Ligue 1: Contento (Bordeaux), Tejeda (Évian), N'Gog (Reims), Corchia (Lille), Monnet-Paquet (Saint-Étienne), Hosiner e Mexer (Rennes).


NOTA: Boas "pescas": pouco dinheiro dispendido face à sua qualidade e valor de mercado + importância que podem ter na equipa + contratação a título definitivo

Falcao e Real Madrid, um sonho não concretizado

Falcao e Real Madrid, um sonho não concretizado
Voltou a estar no radar do Real Madrid mas a transferência voltou a cair por terra. Do Monaco segue para Manchester onde se irá juntar à turma de Van Gaal, que entretanto viu Danny Welbeck partir para Londres, a fim de representar o Arsenal. O avançado colombiano Radamel Falcao teve a hipótese de assinar pelos merengues - havia acordo entre os clubes - mas a sua transferência sofreu um revés e o seu destino cruzou-se com a Premier League. Falcao voltará, portanto, a falhar a Liga dos Campeões, juntando-se a um clube que permanece uma incógnita volvidas três jornadas daquela que é aclamada como a melhor liga de futebol do Mundo. Ficam a ganhar os clubes. O Man. United recebe um avançado de valia mundial, que será certamente um upgrade na frente de ataque orfã da boa forma de Van Persie e de Rooney. Já o Monaco, apercebendo-se da incapacidade de manter o colombiano na equipa, aproveitou-se da situação despoletada pela briga entre os diversos clubes interessados no jogador e conseguiu o melhor negócio, que, relembre-se, apenas ficará concluído para o ano devido ao fair-play financeiro. Do lado do jogador existe a oportunidade de jogar numa das ligas mais atractivas que existe, apesar de a espanhola ser a mais indicada para as características de El Tigre, e num dos clubes mais prestigiados que, este ano, possui a desvantagem de não estar presente nas competições europeias.

E quanto ao Real Madrid? Realmente esperava-se que Falcao fosse a solução ideal para os campeões europeus. E o negócio ter-se-ia concretizado, não fosse o envolvimento de outros agentes relativamente aos moldes do negócio. Face a esta situação os merengues buscaram uma alternativa nos últimos dias - Chicharito foi o eleito. Não possuindo a qualidade de Falcao, é um jogador que se enquadra bem no esquema de Ancelotti: muito móvel, excelente finalizador, bom no contra-ataque, experiente e alguém que sabe que Benzema é o titularíssimo no tridente que ainda conta com Cristiano Ronaldo e Bale. Uma opção melhor que Morata, estabelecendo um paralelismo com a temporada transacta, que chega por empréstimo e reduz assim alguma pressão em torno do negócio. A contratação de Chicharito - e não a de Falcao - não reduz, de alguma forma, as probabilidades do Real Madrid na liga espanhola. Essas diminuíram com a venda de outros activos que foram pilares da equipa no ano passado: Di María e Xabi Alonso.