Balanço do mercado de transferências: Internacional (parte I)

Falcao foi a "bomba" no mercado inglês
Foi um mercado de transferências bastante activo no que à Premier League diz respeito, tendo-se mesmo quebrado o recorde de dinheiro dispendido pelos diferentes clubes da principal divisão inglesa. O Man. United foi o grande agitador do mercado - depois da péssima classificação no ano passado tornou-se imperativo aumentar a qualidade do plantel - e contratou claras mais-valias como Di María ou Falcao, mas foi o Chelsea o verdadeiro vencedor deste mercado de transferências de Verão. Mourinho, agora com Filipe Luís, Fabregas e uma frente de ataque totalmente renovada (Diego Costa, Drogba e Remy), deixa de ter desculpas para não fazer melhor que o ano passado e tem neste momento um dos melhores plantéis, a par do Man. City, em termos de qualidade/profundidade. Os campeões ingleses, por sua vez, foram buscar quatro jogadores experientes - entre os quais os ex-portistas Fernando e Mangala - mas vão atacar a época com apenas três avançados (face à saída de Negredo), o que parece curto para uma liga como a inglesa. O vice-campeão Liverpool soube capitalizar muito bem o dinheiro da venda inevitável de Luís Suárez, reforçando-se sobretudo no Southampton (Lallana, Lambert e Lovren). Markovic e Balotelli foram outros dois jogadores contratados por Brendan Rodgers que assim possui um plantel bem mais composto que o da temporada anterior. Já o Arsenal adquiriu Alexis Sánchez, a grande aposta do defeso, Ospina, Debuchy, Calum Chambers e, à última da hora, Danny Welbeck, mas parece ter um plantel inferior ao dos restantes rivais. Jogadores que foram boas "pescas" nos restantes clubes da Premier League: Senderos (Aston Villa), Besic (Everton), Diamé (Hull City), Cabella e Janmaat (Newcastle), Fraser Forster e Sadio Mané (Southampton), Bojan Krkic (Stoke City), Pantilimon (Sunderland), Gomis (Swansea), Fazio e Dier (Tottenham).



Luís Suárez e James Rodríguez movimentaram cerca de 160M (€)
Em Espanha, o Barcelona, impedido de contratar na próxima janela de transferências, esbanjou milhões de euros na contratação de vários jogadores. O "dossier Valdés" foi resovido, a defesa foi devidamente reforçada, Rakitic chegou para suprir a vaga deixada em aberto pela saída de Fabregas e Suárez foi o reforço-bomba dos culés, que têm a obrigação de fazer muito melhor esta época. Em Madrid, o Real, desnecessariamente, movimentou-se bastante neste Verão, impulsionado, sobretudo, pelo que adveio do Mundial'2014 - James Rodríguez, Toni Kroos Keylor Navas e Chicharito (por empréstimo) tornaram-se nos novos "galácticos" e substituíram Di María, Xabi Alonso, Diego López e Morata, os três primeiros peças-chave na excelente temporada da equipa de Ancelotti. Ainda na capital espanhola, o campeão At. Madrid soube gerir bem as consequências de mais uma época de alto nível. Saíram Courtois (esteve sempre emprestado), Filipe Luís, Villa, Adrián e Diego Costa, mas chegaram outros jogadores de grande qualidade (Moyà, Oblak, Siqueira, Ansaldi, Raúl Giménez, Griezmann, Cerci e Mandzukic) que mantêm o nível da equipa de Simeone. Destaque ainda para o Valencia, agora treinado por Nuno Espírito Santo, que agora pode contar com Rodrigo, André Gomes e ainda João Cancelo (por empréstimo) e que tem todas as condições para fazer uma época interessante (jogadores jovens e de qualidade e um plantel com muita profundidade). Jogadores que foram boas "pescas" nos restantes clubes da La Liga: Nico Pareja e Aleix Vidal (Sevilha), Vietto (Villarreal), Cuenca (Deportivo), Caicedo (Espanyol), Guaita (Getafe), Ochoa e Ricardo Horta (Málaga).




Do custo zero de Lewa ao recorde por D. Luiz
Breve ronda ainda pelo campeonato alemão, italiano e francês...

O Bayern foi um dos dois clubes que mais empolgou com as suas transferências na Alemanha. Os campeões germânicos, que já tinham garantido Lewandowski, perderam Mandzukic e Kroos mas garantiram três excelentes mais-valias (Bernat, Benatia e Xabi Alonso) e outros reforços que permitem dar profundidade à equipa. O outro clube mais agitado foi o Borussia Dortmund - a saída de Lewandowski obrigou Klopp a procurar boas alternativas e as chegadas de Immobile e Adrián Ramos e os regressos em definitivo de Sahin e Kagawa conferem uma nova qualidade ao plantel. Nota especial para o Borussia Mönchengladbach pela forma como investiu o dinheiro da venda de Marc-André ter Stegen para o Barcelona: Yann Sommer, Fabian Johnson, André Hahn, Ibrahima Traoré e Thorgan Hazard (por empréstimo) provam a sua qualidade na abordagem ao mercado. Jogadores que foram boas "pescas" nos restantes clubes da Bundesliga: Sidney Sam (Schalke 04), Mehmedi (Freiburgo), Seferovic (Ein. Frankfurt), Bendtner (Wolfsburgo), Stocker e Salomon Kalou (Hertha Berlim).

A saída de Conte do comando técnico da Juventus foi o maior destaque em Itália. O clube não deixou sair nenhuma das suas pérolas e garantiu a contratação de Evra e Morata, que assim compensou as saídas de Quagliarella e Vucinic. Em Milão viveu-se um período de renovações. O Inter conteve-se nos gastos (Medel, ainda que sem deslumbramentos, foi a única excepção), recorrendo inclusivamente a alguns empréstimos (M'Villa, Dodô e Osvaldo), mas aumentou a qualidade da sua equipa. O mesmo aconteceu com o AC Milan, agora com Inzaghi no comando técnico. Nem mesmo a saída de Balotelli, compensada pela chegada de Fernando Torres (por empréstimo de dois anos), poderá ser desculpa para não se atacar o título esta temporada (Biabiany, que esteve muito próximo de assinar no último dia do mercado, seria a cereja no topo do bolo neste plantel). Outro clube que parece querer-se consolidar entre os grandes de Itália é a Roma, que mais uma vez voltou a apostar forte (e bem) no mercado (Manolas, Holebas, Nainggolan, Iturbe e Sanabria são alguns exemplos), não olhando a meios para o montante gasto (algo exagerado). Jogadores que foram boas "pescas" nos restantes clubes da Serie A: Stefan de Vrij (Lazio), Armero (Udinese), Alejandro Gómez (Atalanta), Diego Perotti (Génova), Cassano (Parma), Maxi López (Chievo), Quagliarella e Amauri (Torino).

Em França, o PSG apenas efectuou duas aquisições: o jovem promissor Aurier (por empréstimo, de forma de respeitar o fair-play financeiro) e David Luiz, batendo o montante gasto por um defesa em toda a história do futebol. Porém, foi o Marselha a revelar melhor visão de mercado entre os demais clubes gauleses, contratando Michy Batshuayi, Dória e Alessandrini por uma quantia total relativamente baixa considerando a relação qualidade/potencial/preço. Nota especial para o Monaco de Leonardo Jardim, onde também milita Bernardo Silva por empréstimo, que não atacou bem o mercado e que parte em desvantagem relativamente a outros adversários directos no campeonato francês. Jogadores que foram boas "pescas" nos restantes clubes da Ligue 1: Contento (Bordeaux), Tejeda (Évian), N'Gog (Reims), Corchia (Lille), Monnet-Paquet (Saint-Étienne), Hosiner e Mexer (Rennes).


NOTA: Boas "pescas": pouco dinheiro dispendido face à sua qualidade e valor de mercado + importância que podem ter na equipa + contratação a título definitivo
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