Esforço épico devolve a glória ao leão

Esforço épico devolve a glória ao leão
Sporting 2-2 Sp. Braga (3-1 após g.p.)
(Slimani 83', Montero 90'+2; Éder g.p. 16', Rafa 25')

Jogo digno de uma final. Numa reviravolta com proporções épicas, o Sporting venceu a Taça de Portugal pela 16ª vez e quebrou um jejum de títulos que já se arrastava desde 2008. O encontro ficou pautado desde cedo pela agressividade dos minhotos, que terminaram o jogo com o dobro das faltas face ao Sporting, e pelos erros defensivos que ditaram os dois golos do Sp. Braga, o primeiro apontado por Éder a castigar um penálti cometido por Cédric (expulso nesse lance) e o segundo por Rafa perante a passividade dos laterais sportinguistas. Meia hora de jogo e o Sp. Braga já liderava por 2-0 e a jogar contra 10. A partir daí, os guerreiros limitaram-se a explorar as transições e foi valendo Kritciuk perante o crescimento do Sporting na partida. O Sp. Braga ia desperdiçando a hipótese de resolver o jogo e o Sporting ganhava novo ânimo aos 83' quando Slimani aproveitou um erro defensivo para reduzir o marcador. Já em cima dos 90', foi Montero a levar o jogo para prolongamento. Nesta etapa o cansaço fez-se sentir e a expulsão de Mauro foi o mote para a final ser apenas decidida nos penáltis. Aí valeu o desperdício do Sp. Braga e um Rui Patrício que já havia dado de si no prolongamento a garantir o título no Jamor.

Sporting: A defesa revelou-se como o sector mais débil da equipa ao longo da época neste jogo tão decisivo mas isso acabou por ser atenuado pela reacção da equipa face às adversidades. Jogar tanto tempo com um homem a menos e estar sempre em cima do adversário acaba por ter mérito para quem se encontra em desvantagem. Marco Silva, indissociável a este triunfo, acertou em cheio nas substituições - Mané a lateral foi uma aposta ganha e Montero foi decisivo - e merece bastante crédito pela forma como a equipa nunca pareceu dar-se por derrotada e pelo resultado alcançado. O avançado colombiano conseguiu abrir buracos na defesa bracarense que foram devidamente aproveitados por ele e por Slimani (melhorou na segunda parte). Nani também esteve bastante irreverente mas foi acusando a fadiga com o desenrolar do jogo e Carrillo esteve muito apagado.

Sp. Braga: A qualidade das duas equipas não é assim tão díspar ao ponto de justificar o que se passou no Jamor. A jogar com um homem a mais acaba por ser um pouco humilhante este castigo para os homens de Sérgio Conceição, que falhou completamente na abordagem ao jogo depois do segundo golo da sua equipa (preferiu defender em vez de se aproveitar da superioridade numérica). Sendo igualmente verdade que os jogadores do Sp. Braga também se podem culpar de si próprios pelos erros cometidos, não deixa de haver muita culpa associada ao treinador. A entrada de Alan foi um dos momentos do jogo do ponto de vista táctico, uma vez que desequilibrou o meio-campo dos minhotos (o miolo defensivo foi um desastre nos últimos 25 minutos) e permitiu ao Sporting aproximar-se da baliza de Kritciuk, guarda-redes que fez uma exibição peculiarmente irregular. Djavan (nota-se que sabe atacar bem), Rafa (muito mérito na forma como lutou), Éder (deu bastante trabalho lá na frente) e Salvador Agra (suplente de excelência que mexeu bem com a partida) destacaram-se pela positiva.

'Ola Jonas' e o aparecimento do herói inesperado

'Ola Jonas' e o aparecimento do herói inesperado
Benfica 2-1 Marítimo
(Jonas 37', Ola John 80'; João Diogo 56')

O Benfica voltou a erguer a Taça da Liga, troféu que viu escapar para o Sp. Braga no ano passado, e conquistou assim o terceiro título da temporada, depois da Supertaça Nacional e do Campeonato. O Marítimo entrou bastante pressionante e agressivo e foi adiando a entrada dos encarnados na partida. Depois de Lima ter desperdiçado uma soberana ocasião, Jonas voltou a fazer o gosto ao pé na competição (marcou nos cinco jogos). A segunda parte abriu com a expulsão de Raúl Silva, mas foram os insulares a beneficiar com isso a curto prazo e a empatar a contenda por intermédio de João Diogo. Nos últimos 20 minutos, e já a jogar para o empate e consequente desempate por grandes penalidades, o Marítimo viu Ola John, extremo que tinha sido fortemente apontado a clubes estrangeiros na véspera deste encontro, a sair do banco e a ser o herói desta final. Até ao fim, o Benfica não se livrou de um susto no último minuto mas soube controlar o encontro e defender o 2-1.

Benfica: No jogo que fechou a Liga, o Marítimo já tinha mostrado que podia ser o adversário temível, embora a defesa seja claramente o calcanhar de Aquiles deste conjunto. O meio-campo, principalmente na primeira metade, foi engolido e foram valendo as movimentações dos avançados, sobretudo a inteligência e técnica de Jonas, que parece ter tomado o gosto ao pé nesta competição, a desbloquear o jogo encarnado. Sulejmani não conseguiu fazer esquecer Salvio e foi mesmo a outra alternativa, Ola John, a resolver uma partida em que os encarnados desperdiçaram imenso na segunda parte, algo que poderia ter sido fatal. Criticado por não ser tão incisivo a defender, Eliseu fez uma exibição bastante agradável.

Marítimo: A estratégia de Ivo Vieira passava por condicionar a construção de jogo benfiquista com base num estilo de jogo intenso e agressivo. Acabou por ser uma boa partida dos insulares, pese o número excessivo de faltas, que acabaram por ser traídos pelas debilidades defensivas acentuadas pela expulsão de Raúl Silva. João Diogo fartou-se de recuperar bolas e ainda marcou o golo do empate, Danilo Pereira foi incansável na forma como se entregou ao jogo e Marega voltou a mostrar que é um dos destaques desta segunda metade da época no plano nacional.