Liga NOS: Balanço do Mês (Fevereiro)

Fevereiro ficou marcado pelo primeiro Clássico da segunda metade do campeonato, culminado com a vitória do FC Porto (2-1) no terreno do Benfica, agravando assim ainda mais o registo de Rui Vitória nos jogos grandes a nível nacional. O Sporting poderia ter aproveitado este resultado mas a formação de Alvalade continua a tropeçar em demasia na segunda volta, e já tem novamente os principais rivais bastante próximos de si. Um pouco mais abaixo na classificação, e grande destaque do mês, o Arouca somou 10 pontos em 12 possíveis, incluindo uma vitória impressionante (2-1) no reduto do FC Porto e um registo defensivo praticamente imaculado. Cada vez numa situação mais delicada, e ainda sem pontuar nesta segunda volta, está uma Académica com várias dificuldades a nível ofensivo e que ainda só manteve a baliza em branco por duas vezes (24 jogos). Em queda parece estar também o Paços de Ferreira, alérgico a vitórias nos últimos dois meses, cada vez mais longe dos lugares europeus.

Individualmente, Otávio é o único jogador que se mantém no onze ideal face ao mês anterior (2 golos e 2 assistências); Nathan Jr. (Tondela) foi o homem em foco em Fevereiro com 5 golos e uma assistência, registo semelhante ao de Mitroglou que terminou recentemente a sua série de jogos consecutivos (7) a marcar na Liga. Também o trio do Arouca composto por Rafael Bracali (apenas um golo sofrido, num jogo no Estádio do Dragão onde foi um dos melhores), Hugo Basto (bastante seguro no eixo da defesa) e Lucas Lima (já leva 3 golos nos últimos cinco jogos) merece a presença entre os melhores do mês.

Relatório de Olheiro: Sporting x Benfica

O Sporting recebe o Benfica, este sábado, numa jornada que poderá ser importante para as contas do título. Contudo, aconteça o que acontecer, uma coisa é certa: não será desta que o título ficará entregue. O Sporting chega ao clássico de Lisboa sem a margem sólida de vantagem que tinha à passagem da segunda volta do campeonato, fruto dos empates com Tondela, Rio Ave e Vit. Guimarães, mas com o foco completamente centrado na competição na qual ainda é líder. Do outro lado está o Benfica de Rui Vitória, que continua sem conseguir bater as equipas grandes e que sabe que uma nova derrota poderá complicar em definitivo as contas do título.



Sporting: Não há três sem quatro

Com a chegada de Jorge Jesus, o Sporting voltou a bater-se de igual com os seus rivais directos. A classificação não engana. O problema tem sido frente às equipas que se contentam com menos, ou seja, as que lutam por uma posição confortável na tabela. A maior parte dos pontos perdidos pelo Sporting esta época deve-se a clubes da metade inferior da tabela, e de todas as vitórias dos leões na Liga raras foram as vezes em que o clube venceu folgadamente os seus opositores. E quando o fez, espante-se, foi contra as melhores equipas. O que nos remete para este jogo. A jogar contra o campeão em título, o Sporting vai procurar confirmar a sua superioridade face à táctica de Rui Vitória, e alcançar o quarto triunfo - Liga, Supertaça e Taça de Portugal - sobre o Benfica na mesma época, algo que seria histórico e um marco importante na história recente do clube de Alvalade.

ASPECTO A EXPLORAR: Pressão na zona intermediária. É a justificação para os problemas do Benfica nos jogos grandes: a capacidade de construir jogo. Samaris e Renato Sanches posicionam-se no meio-campo para iniciarem o processo ofensivo e a equipa perde ideias de jogo quando tal não é possível. Nas alas tanto João Mário como Bruno César (ou Bryan Ruiz) terão atenções redobradas numa primeira linha de pressão e prontidão para se lançarem à defesa do Benfica em ataque rápido.

TER ATENÇÃO A: Eficácia no remate. Foi curiosamente o problema do Benfica no seu último clássico, mas tem sido uma constante no percurso do Sporting ao longo da temporada. Relembre-se, porém, que Slimani, melhor marcador dos leões, agora sem uma alternativa credível, costuma dar-se bem contra as águias.

JOGADOR-CHAVE: Adrien. É um dos pilares do Sporting nos jogos mais importantes. A sua capacidade de pressão e a sua inteligência táctica complementam na perfeição as qualidades de William Carvalho e João Mário. Recentemente lesionado, e partindo do princípio que irá recuperar a tempo, a sua condição será determinante para o sucesso da táctica leonina.


Benfica: Não entregar o ouro ao bandido

Em Dezembro, após o nulo diante do U. Madeira, poucos foram os que acreditaram na recuperação do Benfica face à desvantagem para os seus principais rivais. Desde então, o pleno de vitórias encarnadas apenas foi interrompido pelo FC Porto (1-2), algo que, tendo em conta aquele que foi o calendário do Sporting até aqui, mantém o Benfica na discussão pelo título, embora sem grande margem de manobra, como é óbvio. Mais do que inverter o ciclo negativo do Benfica nos jogos mais importantes, Rui Vitória e o seu plantel sabem que uma nova derrota poderia colocar um ponto final no percurso dos encarnados rumo ao tri, deitando por terra todo o esforço de uma recuperação notável. Se ganhar é importante, perder está absolutamente fora de questão, pois seria entregar o título de mão beijada a quem já tanto castigou o Benfica esta época.


ASPECTO A EXPLORAR: Rapidez de processos. As equipas de Jorge Jesus costumam pressionar logo o portador da bola, o que gera um menor tempo de reacção. A capacidade de organizar jogo de forma rápida, seja com linhas de passe bastante unidas, seja através da condução de bola por parte dos jogadores com mais técnica, será importante para a criação de oportunidades de perigo. Foi algo que, por exemplo, faltou no segundo tempo diante do FC Porto.

TER ATENÇÃO A: Eficácia no passe. Vem no seguimento do ponto anterior. O Benfica tem denotado alguns problemas neste capítulo em vários jogos esta época e isso poderá ser fatal contra um adversário como o Sporting.

JOGADOR-CHAVE: Renato Sanches. Será importante nos diversos momentos do jogo: na capacidade de aguentar o ímpeto adversário a meio-campo, na precisão do seu passe, na leitura de jogo, na condução de bola para zonas mais restritas. Será o playmaker do Benfica. Se Renato Sanches se evidenciar - e que jogo para o fazer -, o Benfica terá hipóteses de sair de Alvalade com um bom resultado.

O bingo de Jonas "Pistolas"

Mais dois golos. Mais uma vitória. Mais uma vítima. Jonas continua imparável na Liga Portuguesa e já leva 26 golos, liderando de forma impressionante a lista dos melhores marcadores do campeonato e a corrida à Bota de Ouro, com vantagem mínima sobre Higuaín e Suárez. Com o bis frente ao U. Madeira (2-0), já só restam dois "alvos a abater" para o "pistoleiro" da Luz - FC Porto e Sporting, próximo adversário do Benfica, são as únicas equipas da Liga que se foram conseguindo desviar das balas de Jonas.

Com 46 golos apontados em 51 jogos do campeonato, Jonas já "disparou" acertadamente na baliza de 17 dos 19 oponentes que enfrentou na Liga, com Belenenses e Nacional (6 golos) a serem, para já, os principais alvos do avançado brasileiro. Só em 2015/16, e com apenas 24 jornadas concluídas, Jonas já apontou golos a 12 dos 17 adversários em prova, somando 26 golos no total (média superior a 1 golo/jogo). Verdadeiro amuleto da sorte, sempre que Jonas marcou para o campeonato o Benfica acabou por vencer essa mesma partida - já nos cinco jogos em que participou diante dos principais rivais (três contra o FC Porto e dois contra o Sporting), e em que ficou em branco, o Benfica registou dois empates e três derrotas.