Quando o sonho se transforma em pesadelo

Quando o sonho se transforma em pesadelo
O Braga falhou o acesso à fase de grupos da Liga Europa, Paços de Ferreira, Estoril e Vit. Guimarães falharam a passagem à próxima fase dessa mesma competição, Benfica e FC Porto têm neste momento pé e meio fora da Liga dos Campeões. Aquele que podia ter sido um dos melhores anos para Portugal a nível continental (Benfica e FC Porto tinham grupos acessíveis, na Liga Europa sonhava-se em grande) está-se a tornar no cenário exactamente oposto.

De um lado tínhamos equipas que lutaram até às últimas jornadas pelo título do campeonato. Equipas que dispõem de jogadores apenas ao alcance das melhores equipas europeias, capazes de ombrear grande parte dos tubarões europeus (aliás, ao Benfica só faltou a estrelinha de campeão para bater o Chelsea na final da Liga Europa da temporada transacta). Equipas que tinham a obrigação de estar nos oitavos-de-final da liga milionária (Olympiacos e Zenit, apesar de contarem com jogadores de qualidade, não são em nada superiores a águias e dragões) e com isso amealhar ainda mais pontos para Portugal no ranking da UEFA. Quer tenha sido por exibições menos inspiradas, por um "vilão" espanhol que se revelou "herói grego" em Atenas, por um "super-herói" brasileiro que esteve a um penálti de distância de "esmagar" a sua antiga equipa, por climas adversos, por expulsões infantis, certo é que Benfica e FC Porto estão a ser encaminhados para a Liga Europa onde serão a par de mais duas ou três equipas - já contando com os restantes companheiros de viagem que descerão um lugar na sua etapa europeia - os grandes favoritos a vencer a prova.

Do outro lado tínhamos formações que deram boas indicações há uns meses mas que pouco ou nada fizeram de especial nesta edição da Liga Europa. O Estoril, que foi prejudicado por alguma falta de sorte, acumulou erros defensivos; o Paços de Ferreira, que ficou sem grande parte das peças que lhe valeram um inesquecível 3ºlugar, foi uma sombra daquilo que tinha sido durante os doze meses anteriores; o Vit. Guimarães, que começou bem a sua campanha europeia, foi descendo de nível culminando com um empate fatídico em Rijeka. E depois ainda há o caso do Sp. Braga, que foi vergado pelo modesto Pandurii ainda antes do sorteio dos grupos da Liga Europa, e que era a maior esperança entre os quatro clubes portugueses.

Aquilo que podia ter sido um ano de sonho para alguns clubes, virou pesadelo. Aquele que podia ter sido o ano em que finalmente nos distanciaríamos da França, acabou por se tornar no ano em que a margem pontual se vai desvanecendo aos poucos. Aqueles que dão maior relevância ao campeonato são também os que se esquecem que o número de vagas europeias pode diminuir consoante as prestações continentais. Será possível dar a volta à situação ainda esta época?

Melhor 11 do Brasileirão - Cruzeiro domina a lista, Elias e Walter incluídos

Numa altura em que o campeão Cruzeiro já fez a festa e falta apenas definir quem consegue uma vaga para disputar a Copa Libertadores e quem é relegado para a divisão secundária, já foi anunciado o "Melhor 11 do Campeonato Brasileiro" da presente temporada (pode vê-la na figura ao lado). Sem surpresas, o Cruzeiro é o clube mais representado (4), mas o grande destaque vai para as presenças dos emprestados Elias (Sporting/Flamengo) e Walter (FC Porto/Góias). Três perguntas impõem-se: Conseguirá o Cruzeiro manter as peças que lhe valeram um dos títulos mais folgados dos últimos anos? Como se explica que Elias e Walter apresentem este tipo de rendimento no Brasil? Qual o melhor cenário: reintegrá-los ou vendê-los enquanto é tempo?


A resposta à primeira pergunta é sempre a mais complicada. Há jogadores que valorizam e acabam por dar o salto, há aqueles que acabam por não se transferir por culpa do treinador ou da direcção e ainda há aqueles que apresentam um rendimento deste género em ligas cuja vertente táctica é menos expressiva (caso do Brasil). Ainda assim, Dedé (muitas vezes associado a grandes clubes europeus) e Éverton Ribeiro (apontado pelo Adjunto1x2 como um dos melhores jogadores do Brasileirão, prémio que inclusivamente lhe foi atribuído) têm condições para singrar noutro tipo de campeonato. Depois há os casos de Elias e Walter: o primeiro foi indiscutivelmente um dos melhores jogadores da primeira metade do campeonato, o outro terminou a competição como um dos dez melhores artilheiros. Nunca é fácil explicar uma diferença de rendimentos como esta, mas o que é certo é que Elias é um dos melhores médios actualmente no Brasil no que diz respeito a questões tácticas (seria injusto acusar a falta de confiança do jogador, até porque o Flamengo começou muito mal a prova e Elias foi a âncora que evitou males maiores) e Walter, sendo um avançado letal, beneficia da falta de rigor táctico das defesas contrárias (o que em Portugal não é tão frequente) para fazer estragos. Sendo assim, vale a pena reintegrá-los? Se de Elias já foi feita uma apreciação num momento anterior, no caso de Walter o cenário é diferente. Se o FC Porto realmente quiser um avançado titular ao nível de Falcao ou Jackson, Walter não é sinónimo de qualidade (isto apesar do seu poder de finalização). Seria um bom suplente mas o FC Porto já sabe, por experiência própria, no que isso resultaria...

Sp. Braga: 2 meses sem vencer para a Liga

Antes de mais, e a jeito introdutório, não deixa de ser curioso que a equipa bracarense não regista qualquer empate em competições oficiais esta época (apenas vitórias e derrotas). Com o desaire de hoje no Estádio da Luz, o Sp. Braga registou a sua quinta derrota consecutiva em jogos a contar para a Liga Zon-Sagres (não vence desde o dia 20 de Setembro). A partir do momento em que o Sp. Braga bateu o Arouca já no final de Setembro, as únicas vitórias registaram-se para a Taça de Portugal (diante de Gafetense e Olhanense). Aliás, se analisarmos o calendário dos minhotos,  próximo adversário será justamente a formação algarvia. Depois, além da recepção ao Vit. Setúbal e dos jogos a contar para a Taça da Liga, o Sp. Braga desloca-se ao terreno do FC Porto e do Marítimo. Numa altura em que o Sp. Braga ocupa a 9ª posição, o cenário está longe de ser animador (relembre-se que a equipa já não está presente nas competições europeias). Estaremos a assistir à pior época do Sp. Braga nos últimos cinco anos (altura em que o clube até lutava pelo título)? Indo mais longe: num ano em que se esperava uma eventual luta a quatro pelo título, será que está a acontecer ao Sp. Braga aquilo que se passou com o Sporting nos últimos tempos?

Sporting e FC Porto no mesmo grupo da Taça da Liga

Sporting e FC Porto no mesmo grupo da Taça da Liga
Foram ontem sorteados os grupos da Taça da Liga, onde FC Porto, Benfica, Braga e Paços de Ferreira partiam como cabeças-de-série, e Sp. Covilhã, Penafiel, Leixões e Beira-Mar como clubes representantes do escalão secundário do futebol português. O sorteio acabou por ditar um futuro confronto entre FC Porto e Sporting e um eventual encontro entre um destes grandes com o Benfica (caso passe no seu grupo, já que o vencedor do grupo A enfrenta o do C e o vencedor do grupo B joga contra o do D nas meias-finais da competição).
Grupo A: Paços de Ferreira, Rio Ave, Vit. Setúbal, Sp. Covilhã
Grupo B: FC Porto, Sporting, Marítimo, Penafiel
Grupo C: Braga, Estoril, Belenenses, Beira-Mar
Grupo D: Benfica, Nacional, Gil Vicente, Leixões


É um sorteio muito interessante que não beneficia propriamente ninguém, mas que dita uma tarefa mais complicada para o FC Porto (enquanto cabeça-de-série). O Paços de Ferreira, à partida favorito no grupo, não se encontra num bom momento de forma (agora com Henrique Calisto ao comando dos castores vejamos se apresentaram melhorias significantes) e um confronto com o Rio Ave poderá decidir o desfecho do grupo A. No grupo B o encontro que decidirá a passagem às meias-finais será, quase de certeza, o Sporting-FC Porto (curiosamente dois clubes que nunca venceram a Taça da Liga). No grupo C o Braga tem condições para passar à próxima fase (talvez o grupo mais acessível), ainda que o Estoril seja sempre um adversário a respeitar. No grupo D o Benfica é o claro favorito e apenas a deslocação ao reduto do Nacional é o grande obstáculo que separa os encarnados das meias-finais da competição.

Os 4 golos de C. Ronaldo frente à Suécia

Os 4 golos de C. Ronaldo frente à Suécia

1. A bola é centrada para a área e Larsson antecipa-se a Pepe aliviando de cabeça pela linha lateral
2. Miguel Veloso despacha-se a fazer o arremesso lateral e tabela com Hugo Almeida
3. Os jogadores suecos são lentos a reagir e Larsson fica com M. Veloso e H. Almeida para marcar
4. M. Veloso aproveitou bem a descompensação sueca e arranjou espaço para tirar o cruzamento
5. Na área estavam Nani e C. Ronaldo, sendo que o capitão antecipou-se da melhor forma a Olsson para inaugurar o marcador 



1. A bola é aliviada por Bruno Alves e a Suécia demora a fazer a transição defensiva
2. Meireles vê Moutinho, que tinha sido desarmado mesmo antes do ataque sueco, e Nani bem destacados no meio-campo e dirige a bola para a zona central do terreno
3. Nani salta e dá um pequeno toque de cabeça para os pés de Moutinho, iniciando uma investida pela esquerda do ataque luso
4. Moutinho vê a defesa a abrir e vê a inteligente desmarcação de C. Ronaldo, endossando-lhe a bola de forma magistral
5. C. Ronaldo galga terreno e bate Isaksson para o primeiro da partida




1. Os jogadores suecos tentaram bombear a bola para a área portuguesa mas William Carvalho deu o corpo ao manifesto e interceptou o lance de forma fácil
2. A bola sobrou para Miguel Veloso que direccionou a bola para Hugo Almeida
3. O ponta-de-lança dominou e lançou a desmarcação de C. Ronaldo
4. C. Ronaldo aproveitou a subida dos laterais suecos e marcou pela segunda vez no encontro
 




1. Os suecos perdem a bola a meio-campo graças à excelente pressão feita pelos portugueses num curto espaço de terreno
2. Nani rouba a bola, esta sobra para João Pereira, que adianta para Moutinho
3. C. Ronaldo volta a aproveitar o adiantamento de Lustig e desmarca-se entre o lateral sueco e o central do lado direito (praticamente o mesmo movimento que resultou no golo anterior, mas numa fase mais adiantada do terreno de jogo)
4. Moutinho percebe o movimento de C. Ronaldo e dá uma curva na bola de modo a que esta vá a fugir ao central e ao encontro do capitão português
5. C. Ronaldo tenta contornar Isaksson e remata confirmando o seu hat-trick

CR7 decide, os craques exultam: 7 tweets que marcam a noite em que Portugal garantiu presença no Mundial2014

CR7 decide, os craques exultam: 7 tweets que marcam a noite em que Portugal garantiu presença no Mundial2014






O "comandante" C. Ronaldo indica o caminho para o Brasil

O "comandante" C. Ronaldo indica o caminho para o Brasil
Super-exibição do capitão português! Depois da vitória pela margem mínima no Estádio da Luz, Portugal deslocou-se à Suécia a fim de tentar confirmar a sua presença no Mundial2014. Portugal entrou na partida com a consciência de que era necessário controlar a posse de bola e o jogo e não deixar os suecos acercarem-se da baliza à guarda de Rui Patrício. O 0-0 com que se chegou ao intervalo foi um reflexo da excelente postura de Portugal (tiveram muito discernimento e evitaram lances de perigo) e da falta de eficácia dos jogadores portugueses (Hugo Almeida e C. Ronaldo foram os mais perdulários). A segunda parte prometia uma Suécia mais atrevida e foi isso que se verificou. No entanto, foi um contra-ataque português que originou o primeiro golo do encontro, o primeiro dos três marcados por CR7. A Selecção parecia estar por cima na partida e já se começava a fazer a festa em solo português. Porém, a Suécia não baixou os braços e Ibrahimovic, em menos de dez minutos, selou a reviravolta. Portugal tremeu - e não foi devido ao frio - mas C. Ronaldo, qual comandante, resolveu a questão com mais dois golospara colocar a Selecção no Mundial2014, pondo um ponto final na partida (2-3). O passaporte está carimbado, o Brasil que nos aguarde!


Portugal: Tirando o momento de desconcentração que resultou nos dois golos de Ibrahimovic e alguma falta de eficácia, não será justo apontar o dedo aos jogadores pelo que fizeram em campo. Controlaram bem na 1ª parte e um super-Ronaldo na segunda resolveu o assunto. C. Ronaldo foi indiscutivelmente o melhor em campo (hat-trick que só demosntra o poder de finalização e capacidade que o extremo tem em aparecer na cara do guarda-redes contrário), Moutinho espalhou classe dentro de campo (está envolvido nos três golos - as duas assistências são magistrais - e parecia estar em toda a parte... novamente!) e João Pereira voltou a apresentar-se a um ritmo muito elevado. Um Hugo Almeida que "mal rematou", mas que foi tacticamente muito importante; um Rui Patrício que tem culpas no segundo golo da Suécia, mas que na jogada anterior ao primeiro golo da Selecção negou um golo a Larsson; um William Carvalho que se estreou numas condições complicadas, são os outros destaques do lado nacional.

Suécia: Não é Ibrahimovic + 10, mas não chega para merecer uma presença no Brasil. Qualidade claramente inferior à Selecção Nacional, ainda que tenha posto em sentido a atenção dos jogadores portugueses, nomeadamente quando conseguiu dar a volta ao resultado - em Portugal fizeram o mesmo na 1ª parte. Deram 45 minutos de vantagem - adoptaram (e mal) o estilo de jogo da 2ª parte do jogo no Estádio da Luz - e correram atrás do prejuízo no segundo tempo (abriram muito a defesa e C. Ronaldo não perdoou). Ibrahimovic ainda fez a Suécia sonhar, Svensson e Larsson exibiram-se a bom nível, mas esta Selecção Sueca - que costuma ter bons jogadores jovens - ainda não tem capacidade para fazer frente aos melhores.

Massimo Moratti, mais uma era que se conclui

Massimo Moratti, mais uma era que se conclui
Chega ao fim mais um legado no universo futebolístico. Massimo Moratti, responsável pela chefia do Inter de Milão desde 1995, deu o seu lugar ao indonésio Erick Thohir (o italiano é agora "Presidente Honorário"). Nestes cerca de 20 anos ao serviço do clube de Milão, Moratti destacou-se pelas mais variadas razões: conquistou títulos que teimavam em não ser conquistados pelo Inter; empregou treinadores (vários, dada a sua veia perfeccionista relativamente ao clube), incluindo José Mourinho; contratou inúmeros jogadores, muitos com estatuto de estrelas mundiais.


Da evolução gradual à descida abrupta


Durante o período pré-Moratti, o Inter já havia conquistado 23 títulos. Num período em que o Inter era visto como um underdog em relação aos principais candidatos ao título, Moratti entra em acção. Se no campeonato o início foi discreto - o Inter começou a colar-se definitivamente aos 4/5 cinco lugares de topo da tabela italiana após a virada de milénio -, nas competições europeias o cenário era mais animador: até 2000 uma presença nos quartos-de-final da Champions League, uma final perdida e outra ganha na então Taça UEFA. Até parar momentaneamente de exercer funções em 2004 - tomada de posse de um novo presidente, que faleceu em 2006 e voltou a dar o lugar a Moratti -, o Inter nada mais conquistou (primeiro título italiano em vários anos foi uma Taça de Itália em 2005). A partir de então tudou mudou: seguiu-se um período de domínio do Inter em Itália com a conquista de cinco campeonatos consecutivos e vários Taças e Supertaças Italianas. O apogeu deu-se em 2010, ano em que o Inter fez o pleno a nível nacional, continental e mundial. Mas nem todos os tempos dourados são eternos - depois de todas essas conquistas o Inter voltou a níveis muito baixos, tendo inclusivamente terminado em 9º lugar em 2012/13, falhando pela primeira vez em vários anos as competições europeias. Moratti abandona a presidência do Inter numa altura em que a equipa ocupa o 4º posto da Serie A.


Ronaldo ganha a Bola de Ouro em 2002

As estrelas da companhia


A lista de jogadores que passaram pelo Inter de Moratti é extensa. A lista de vedetas e craques que foram figura em Milão é longa. Dos quase 600M gastos por Moratti, vários nomes se destacam, quer pela qualidade que evidenciaram, quer pelas verbas dispendidas. Se a transferência de Ibrahimovic e Ronaldo do Inter para o Barcelona foram das que mais renderam aos italianos (69,5M e 45M, respectivamente), verdade é que foi apenas uma forma de compensar muitos outros gastos que foram tomando lugar (Vieri - 45M, Quaresma - 24,5M, Crespo - 36M, Toldo - 26,5M e muitas outras que resultaram num balanço negativo de quase 470M em transferências). Ainda assim, muitos dos jogadores que representaram o Inter nestes últimos 20 anos apresentavam uma qualidade inegável. Eis um possível plantel de 30 jogadores com quem Moratti lidou:

GR: Pagliuca, Toldo, Júlio César
DEF: Paganin, Bergomi, Fresi, Javier Zanetti, Blanc, Córdoba, Samuel, Maicon, Materazzi
MED: Bianchi, Djorkaeff, Di Biagio, Figo, Stankovic, Cambiasso, Recoba, Sneijder, Winter
AV: Ronaldo, Adriano, Vieri, Crespo, Milito, Eto'o, Ibrahimovic, Julio Cruz, Obafemi Martins


"Sei licenziato"


De acordo com os dados recolhidos, são 30 os treinadores que já passaram pelo banco do Inter de Milão. Desde que Moratti assumiu o controlo foram contratados 16, ou seja, a média aproxima-se de 1 treinador/época! De todos os que já aqueceram o banco, houve dois em especial que merecem ser destacados pelas suas conquistas: Roberto Mancini - esteve no clube milanês durante quatro épocas e logo na segunda tomou-lhe o gosto. Depois de um 3º lugar, Mancini sagrou-se campeão em 2005/06, continuando a renovar o título até sair do clube. Foi com ele que o Inter teve um dos melhores registos internos de que há memória (recorde de 15 triunfos consecutivos para o campeonato) e os cinco títulos consecutivos da história do clube tiveram início no técnico italiano; José Mourinho - vene, vidi, vici. Ocupou a vaga de Mancini e sagrou-se logo campeão. Em 2009/10, conquistou tudo o que havia para conquistar: Supertaça, Campeonato, Taça e Liga dos Campeões, mudando-se para o Real Madrid no fim da temporada.

Rep. Checa volta a vencer a Taça Davis (2ª vez consecutiva)

Rep. Checa volta a vencer a Taça Davis (2ª vez consecutiva)
Nem mesmo o melhor Djokovic do ano - voltou a não vacilar na vertente de singulares - foi suficiente para parar esta Selecção da República Checa. Stepanek e Berdych nada puderam fazer contra o actual nº2 mundial mas não tiveram problemas em derrotar os restantes sérvios na edição deste ano da Taça Davis (3-2 no conjunto total dos jogos). Se a vitória checa já era de certo modo esperada - a partir do momento em que o encontro de pares é ganho, é praticamente impossível os checos serem ameaçados por Lajovic, sérvio de ranking muito inferior - convém destacar dois aspectos: 1) A Sérvia foi traída pelas ausências de Tipsarevic e Troicki, tenistas que certamente dariam maior competitividade aos checos; 2) Novak Djokovic termina o ano de 2013 num momento de forma impressionante e só não é coroado campeão da Taça Davis devido à "traição" dos seus companheiros (Djokovic, infelizmente para os sérvios, não pode fazer tudo sozinho).

Meio-campo do R. Madrid sofre com os amigáveis desta semana

Meio-campo do R. Madrid sofre com os amigáveis desta semana
Primeiro Khedira, agora Xabi Alonso. Se o primeiro caso é grave a nível individual - cerca de seis meses de paragem e Mundial em risco -, vejamos se o segundo não trará consequências nefastas para o próprio jogador (veio de lesão há poucas semanas e agora arrisca nova paragem).


Se a nível individual não haverá muito a dizer (é sempre chato ter este tipo de lesões ainda para mais em vésperas de participar num Campeonato do Mundo), a nível colectivo o caso merece maior atenção. Khedira é o tipo de médio que oferece estabilidade física e táctica ao meio-campo e não há ninguém no Real Madrid nem na selecção da Alemanha que possua essas características (se do lado do R. Madrid os trincos - Xabi Alonso incluído - ainda oferecem alguma garantia, do lado alemão Schweinsteiger parece ser a única solução fiável). Por outro lado, a ausência de Xabi Alonso, cuja lesão aparenta ser "uma simples" contusão, foi notória nos blancos - Illarramendi precisa de amadurecer para ser um trinco de excelência no onze. Se eventualmente não estiver a 100% no Mundial (ter estas lesões num curto espaço de tempo é o suficiente para quebrar o ritmo de um jogador e o espanhol já não caminha para novo), Busquets e Javi Martínez, atletas com outra experiência, serão, à partida, as opções B de Del Bosque.

A média impressionante de Roy Hibbert

A média impressionante de Roy Hibbert
Não foi à toa que Roy Hibbert foi apontado como um dos fortes candidatos a DPOY. Ibaka está a fazer um início de época um pouco aquém daquilo a que já nos habituou e o 55 dos Pacers está finalmente a justificar o porquê de ser um dos melhores defensores da NBA. Pois bem, Hibbert apresenta neste momento uma média de 4,8 blocos/jogo, o mesmo que dizer que é 20º... entre todas as equipas da NBA (15º em termos de número de blocos)! Resultado prático: os Pacers têm o melhor registo da NBA (9-0, recorde desta franchise) e a seguir aos Heat são a equipa que menos pontos consente aos seus adversários. Do ponto de vista individual, Hibbert domina a tabela uma vez que Anthony Davis (destacado há pouco tempo) é segundo neste capítulo com uma média de 3,1BPG. Continuando assim, Roy Hibbert será indubitavelmente o melhor jogador defensivo do ano e ameaçará os recordes individuais existentes (a sua média é uma das cinco melhores de sempre, ainda que a época apenas conte com nove jogos). Se Hibbert mantivesse esta média durante o resto da temporada - é muito improvável que se consiga manter um registo deste calibre, mas uma média a rondar os 4,0 seria um grande desafio - seria a primeira vez em 18 anos que um jogador quebraria a barreira dos 4,0BPG (indo mais longe, seria necessário recuar até 1985/86 para que se verificasse uma média superior a 4,8BPG - Manute Bol com a média de 4,96BPG).

Croácia terá que decidir a eliminatória em casa, Grécia e Ucrânia com pé e meio no Brasil

Croácia terá que decidir a eliminatória em casa, Grécia e Ucrânia com pé e meio no Brasil
Nos outros jogos do playoff de acesso ao Campeonato do Mundo, o desfecho ainda não é conhecido para nenhuma selecção, ainda que Grécia e Ucrânia tenham fortes possibilidades de vigorar na próxima edição do Mundial a realizar-se no Brasil. Croácia e Islândia registaram um nulo que deixa tudo em aberto para a próxima partida, se bem que o favoritismo está do lado dos croatas (costumam ser fortes em casa, a qualidade individual é muito superior e enquanto os islandeses jogaram com 10 na partida de hoje foi perceptível que essa diferença de qualidade será observada na segunda mão). Fernando Santos parece ser o primeiro português a assegurar presença no Brasil, isto depois de uma vitória caseira dos seus pupilos gregos diante da Roménia. Mitroglou e Salpingidis resolveram a partida e a confirmação no Mundial está agora à distância de 90 minutos (já era o esperado à entrada para esta eliminatória). A maior surpresa de hoje ficou reservada para Kiev, onde a Ucrânia bateu a França por 2-0, num jogo marcado pela superioridade da equipa da casa e por duas expulsões já perto do fim do jogo. A França, que se arrisca a falhar o Mundial pela primeira vez em 20 anos, tem agora de rubricar uma excelente exibição em casa para contrariar este resultado chocante e adverso (curiosidade: o Mundial2014 arrisca-se a ficar sem dois dos quatro grandes candidatos à conquista da Bola de Ouro deste ano).

(A negrito aqueles que são agora os candidatos mais fortes a estar presente no Mundial)

Portugal parte em vantagem no playoff (1-0)

Portugal parte em vantagem no playoff (1-0)
Não é uma vantagem que conforte, muito menos que decida a eliminatória, mas é sem dúvida muito importante. Portugal recebeu no Estádio da Luz a selecção da Suécia e venceu por 1-0, com um golo de C. Ronaldo por volta dos 82'. Portugal entrou de rompante na partida mas o primeiro aviso dos visitantes causou algum desconforto, que apenas foi superado já nos instantes finais dos 45 minutos iniciais. Ao intervalo o resultado ajustava-se pelo equilíbrio (domínio de posse de bola português e as flagrantes oportunidades suecas). No reatamento da partida o caso mudou de figura. A Suécia deixou de criar ocasiões de perigo e a Portugal apenas faltava o golo, uma vez que conseguia encostar completamente o adversário. C. Ronaldo acabou por resolver a partida com um golo de cabeça - mandou uma bola ao ferro minutos depois -, o seu 63º e dos mais importantes em 2013, que vai dando uma certa margem para o jogo de terça-feira na Suécia.


Portugal: Mais uma vez alguma inconstância na exibição (sobretudo na primeira parte) mas hoje deu muito bem para perceber que será vergonhoso não passar este playoff (somos largamente superiores). Meireles (boa primeira parte, apenas faltou alguma rapidez de decisão) e Moutinho (destacou-se mais na segunda, ocupou o campo) foram duas pedras importantes no meio-campo, João Pereira (beneficiou da má segunda parte dos suecos) e Coentrão também se exibiram a bom nível. A frente de ataque foi a que mais problemas demonstrou: C. Ronaldo voltou a ser decisivo mas não fez um jogo por aí e além, Nani (péssimo momento de forma) e Postiga pouco ou nada conseguiram acrescentar.

Suécia: Uma primeira parte atrevida que não teve continuação na segunda metade do encontro. Vai ser preciso que Ibrahimovic (não se destacou hoje) esteja particularmente inspirado na próxima semana. Ainda assim, algumas notas positivas. O centro da defesa esteve muito sólido e fica a ideia de que as bolas lançadas em profundidade para os avançados costumam ter bons resultados (Ibrahimovic e Elmander têm um jogo físico muito forte).

A afirmação de Anthony Davis

A afirmação de Anthony Davis
Em 2012 foi a nº1 pick do draft e foi apontado como o mais forte candidato a rookie do ano - as lesões, os resultados da formação de New Orleans (na altura Hornets) e a forma de Lillard afastaram esse cenário. Pelo meio integrou a comitiva norte-americana, o que lhe valeu maior experiência e o ajudou em vários aspectos do seu jogo. Em 2013 o cenário mudou de figura - os Pelicans reconstruíram a sua equipa de modo a dar espaço aos jovens atletas para crescer e lutar por uma vaga nos playoffs. E Anthony Davis? Passou de rookie em quem todos depositavam grandes esperanças para referência da equipa. É certo que a campanha dos Pelicans está a ser negativa (3-5) mas nota-se um enorme upgrade em relação ao ano passado. Atente-se nos dados: na temporada anterior os Pelicans tinham uma média de 94,1 pontos/jogo e concediam aos adversários uma média de 97,9 no mesmo capítulo; este ano a média de pontos/jogo marcados subiu para 95,9 e desceu, ainda que ligeiramente, para 97,4 nos pontos concedidos (curioso observar que nas três vitórias da época não concederam mais que 85 pontos ao adversário). Mais uma vez se pergunta: e Anthony Davis? A estatística volta a não enganar muito. Tendo em conta que passou a ser a referência da equipa, os dados sugerem que melhorou imenso relativamente a 2012/13. Apesar de ainda estarmos numa fase precoce da época fica desde já a pergunta: depois de falhar o título de ROY (rookie do ano), será Anthony Davis o mais forte candidato a MIP (Atleta com maior evolução)?

A. Davis 2012/13 (64): PPG - 13,5; FG% - 51,6; FT% - 75,1; APG - 0,98; RPG - 8,2; SPG - 1,17; BPG - 1,75; TO - 1,39

A. Davis 2013/14 (8): PPG - 20,9; FG% - 46,8; FT% - 86,0; APG - 1,6; RPG - 10,8; SPG - 2,25; BPG - 3,38; TO - 1,38


(NOTA: Para consultar o glossário dos termos acima colocados clique aqui)

Premiando os melhores de 2013: Atleta Nacional do Ano (parte IV)

Premiando os melhores de 2013: Atleta Nacional do Ano (parte IV)
Numa altura em que o ano de 2013 caminha para o seu fim, começa-se a nomear aqueles que mais se destacaram pelas suas conquistas individuais e colectivas. Feitas as apresentações dos prémios internacionais, é altura de valorizar os atletas nacionais que mais se destacaram ao longo do ano. Os nomeados, que saberão a sua sorte no próximo dia 14, são os seguintes:
Atleta masculino: C. Ronaldo, Emanuel Silva, Fernando Pimenta, João Sousa, Rui Costa
Atleta feminino: Sara Moreira, Telma Monteiro, Joana Vasconcelos, Maria da Graça Fernandes, Fu Yu


Atleta masculino: Os cinco nomeados são, sem dúvida alguma, aqueles que mais se destacaram em 2013 e o prémio será de certeza bem entregue. C. Ronaldo dispensa apresentações (mais de 60 golos, apenas lhe faltam troféus); tanto Emanuel como Fernando Pimenta apresentam registos incríveis na canoagem (o segundo destacou-se ligeiramente mais e é um candidato mais forte); João Sousa fez história ao vencer o torneio de Kuala Lumpur e ocupa o 49º lugar do ranking ATP (classificação histórica); Rui Costa, vencedor do prémio de 2012, fez mais um ano brilhante (juntou ao título do Tour de France a conquista do Campeonato do Mundo).

Atleta feminino: Curiosamente, este é dos anos em que as nomeadas não tiveram um destaque por aí e além (a relevância dada ao desporto feminino não é tanta, mas ainda assim fica a sensação de que as conquistas já foram maiores no passado). Sara Moreira juntou mais um Título de Pista Coberta à sua colecção; Telma Monteiro conseguiu quatro pódios incluindo um título; Joana Vasconcelos continua a sua boa prestação na canoagem (de longe a melhor canoísta nacional) tendo sido vice-campeã mundial este ano; Maria Fernandes e Fu Yu conquistaram a medalha de bronze nas respectivas modalidades, atletismo para pessoas com deficiência (Campeonato do Mundo) e ténis de mesa (Campeonato da Europa).

Veredicto do Adjunto1x2: Rui Costa e Joana Vasconcelos


(Ver os restantes prémios: Jogador do Ano, Treinador do Ano, Golo do Ano)

Messi em risco de falhar os restantes jogos de 2013

Messi em risco de falhar os restantes jogos de 2013
No encontro diante do Bétis o jogador argentino ressentiu-se de uma lesão e foi-lhe diagnosticado um problema na perna esquerda que o forçará a parar durante várias semanas (especula-se que só volte à competição no início de 2014).


Do ponto de vista do Barcelona, que perde o seu melhor jogador, é obviamente uma má notícia; para Messi - relembre-se, candidato à Bola de Ouro - é uma péssima notícia. Se do ponto de vista colectivo o Barcelona não se encontra em situação delicada (é líder isolado no campeonato e na Champions não terá problemas em garantir a qualificação para a próxima fase), do ponto de vista individual Messi verá C. Ronaldo e Ribéry escaparem-lhe em termos de favoritismo ao prémio máximo da FIFA (45 golos em 2013 face aos mais de 60 de C. Ronaldo, 2 títulos internos - Liga e Supertaça - face à hegemonia bávara). Se nos anos anteriores os títulos (frutos do irrepreensível tiki-taka catalão) e os recordes individuais foram uma mais-valia para Messi, agora a tarefa de reconquistar a Bola de Ouro parece cada vez mais complicada...

Djokovic vence o ATP World Tour Finals (derrotou Nadal por 6-3 6-4)

Continua imparável o sérvio, actual nº2 mundial. Desde a final do US Open que não perde um jogo - o carrasco foi precisamente Rafael Nadal - e encerrou a sua prestação individual de 2013 com mais uma vitória sobre o espanhol (já o havia feito no China Open há umas semanas, curiosamente com os mesmos parciais) e nova conquista do ATP World Tour Finals (repete a façanha do ano passado). Ainda assim, vai continuar a ser Nadal o líder do ranking ATP à entrada para a nova época (em jeito de curiosidade o português João Sousa termina um glorioso ano na 49ª posição).

Num torneio de encerramento da temporada onde o grande ausente foi o britânico Andy Murray (lesionado), pode-se afirmar com segurança que a final ditou o embate entre os dois tenistas que a melhor nível se exibiram em 2013. Nadal fez uma recuperação fantástica - esteve afastado dos courts durante um longo período de tempo devido a lesão - e conquistou um vasto número de torneios, incluindo dois títulos do Grand Slam. Por sua vez, Djokovic foi o atleta mais regular (a diferença pontual que o separa da liderança é mínima) e ainda tem a oportunidade de juntar um título na Davis Cup aos já conquistados.

Djokovic e Nadal em 2013

Premiando os melhores de 2013: Golo do Ano (parte III)

Premiando os melhores de 2013: Golo do Ano (parte III)
Numa altura em que o ano de 2013 caminha para o seu fim, começa-se a nomear aqueles que mais se destacaram pelas suas conquistas individuais e colectivas. A FIFA lançou ontem, no seu site oficial, a lista dos dez golos que mais se destacaram entre 13 de Novembro de 2012 e 10 de Dezembro de 2013. Eis os nomeados:
  1. L. Necib (Lyon - futebol feminino)
  2. J. M. Olivera (Náutico)
  3. N. Matic (Benfica)
  4. D. Ludueña (Pachuca)
  5. L. De Vanna (Sky Blue FC - futebol feminino)
  6. A. Di Natale (Udinese)
  7. Neymar (Brasil)
  8. P. Ankersen (Esbjerg)
  9. P. Kone (Bolonha)
  10. Z. Ibrahimovic (Suécia)

À semelhança do que acontece com outras listas da FIFA esta está longe de ser consensual. Há aqui golos que de certeza não são melhores que os marcados por Ricardo Fernandes (Doxa vs Alki Larnaca), Lima (Benfica vs Sporting) ou Fokobo (Sporting vs Tottenham - NextGen Series) - isto levando em consideração apenas alguns dos golos marcados por jogadores/equipas portugueses(as) - ou que não sejam tão decisivos quanto outros, o que pode motivar um questionamento relativo aos critérios utilizados. Outra nota de destaque vai para a presença de duas candidatas ao prémio, algo pouco habitual.

Veredicto do Adjunto1x2: Z. Ibrahimovic (Suécia) pela espectacularidade do golo (dificilmente se verá outro igual)


 (Ver os restantes prémios: Jogador do Ano, Treinador do Ano, Atleta Nacional do Ano)

Southampton: De candidato à descida a surpresa do campeonato

Southampton: De candidato à descida a surpresa do campeonato
Na temporada passada, José Fonte e a sua restante equipa lutavam deseperadamente para não descer. O objectivo foi cumprido e o clube apostou o seu orçamento de Verão (cerca de 40M) em três jogadores-chave: Wanyama, Osvaldo e Lovren. No início da época, a mentalidade continuava a mesma: evitar a descida e a partir de então fazer o melhor trajecto possível. Três meses depois, eis o cenário: o Southampton é terceiro classificado e possui a defesa menos batida do campeonato (5 golos sofridos). Se atentarmos bem, existe um "quê de mérito" e outro "quê de calendário favorável". Vamos traduzir isto por outras palavras... Vencer no terreno do Liverpool, empatar em Old Trafford e contabilizar apenas uma derrota em 11 partidas não pode ser justificado somente com base na sorte (de igual modo, ter uma média inferior a 0,5 golos sofridos por encontro na Premier League não é normal e deve merecer rasgados elogios). Contudo, deve-se destacar dois aspectos importantes: 1) Exceptuando o Liverpool, todos os outros adversários estão num patamar inferior aos Saints (o Man. United só não é encarado como excepção devido ao péssimo arranque que protagonizou); 2) Só a partir da próxima jornada é que começa o verdadeiro desafio do Southampton - as próximas seis rondas incluem deslocações ao reduto de Arsenal, Chelsea e Newcastle e recepções a Aston Villa, Man. City e Tottenham. Conseguirá a equipa de Pochettino manter o nível que tem apresentado? Individualizando, a boa forma do sector defensivo do Southampton é suficiente para justificar uma chamada de José Fonte à Selecção?

A ritmo de Cruzeiro

A ritmo de Cruzeiro
Faltam apenas cinco rondas para que o Brasileirão chegue ao fim. Naquela que é apelidada de "zona de rebaixamento" (zona de despromoção), o Náutico é a única formação que já não tem hipóteses de lutar pela manutenção. Num campeonato a 20, onde os quatro últimos são encaminhados para a Série B, são 6 os pontos que separam o 17º classificado do 11º (por outras palavras, são 9 as equipas que ainda lutam pela permanência na Série A Brasileira - não esquecer o penúltimo e o antepenúltimo -, isto deixando de parte alguns cenários possíveis mas hipotéticos). Outra das grandes incertezas é a luta pela presença na Libertadores - 6 equipas tentam obter uma das três vagas ainda disponíveis na mais importante competição sul-americana. No meio de tudo isto existe uma certeza absoluta: o Cruzeiro vai ser o novo campeão brasileiro (bateu hoje o Grêmio e necessita apenas de uma vitória para confirmar o título).

Onde reside o sucesso da formação liderada por Marcelo Oliveira? Poder-se-ia dizer que é na defesa - a seguir ao Corinthians são a formação menos batida do campeonato. Jogadores como Dedé (central promissor já associado ao Benfica), Egídio ou Ceará (pela sua experiência) são a prova de que tal afirmação poderia ser a mais correcta. Por outro lado, o Cruzeiro possui o melhor ataque da prova (66 golos) e conta com o experiente Borges na dianteira do seu navio. É verdade que cada sector contribui significativamente à sua maneira, mas é o meio-campo que merece uma nota principal. Desde Nilton (tem-se destacado com o seu poder físico) e Lucas Silva (apenas 20 anos), elementos mais recuados, aos jogadores mais responsáveis pelos assaltos às defesas contrárias - Willian Magrão é um jogador que apoia muito bem o resto da equipa e tem sido decisivo em vários jogos esta época; Ricardo Goulart faz uso da sua qualidade de passe e transporte de bola para imprimir uma nova dinâmica ao sector onde actua; por fim, o extremo Éverton Ribeiro (é um dos grandes destaques desta edição do Brasileirão para o Adjunto1x2), exímio a desequilibrar a defesa contrária dada a sua técnica e capacidade de procurar a baliza adversária (esta formação do Cruzeiro conta ainda com Júlio Baptista, nome bem conhecido do futebol europeu, que acrescenta uma nova maturidade e rigor à zona central e avançada do terreno e com Dagoberto, que disputou ao longo da temporada o lugar no onze com W. Magrão).

Benfica e Sporting proporcionam o melhor jogo do ano (digno de uma final da Taça de Portugal)

Golo caricato de Luisão (4-3)
Um jogo destes merece um destaque especial! Benfica e Sporting presentearam os adeptos de futebol com o melhor jogo nacional do ano, numa partida recheada de emoção. O Benfica foi a primeira equipa a adiantar-se no marcador através de Cardozo (fica o alerta: não vai ser a última vez que este nome vai aparecer!) na sequência de um livre directo irrepreensivelmente cobrado à entrada da área leonina. O Sporting respondeu na primeira vez que rematou à baliza - Wilson Eduardo aproveitou o trabalho de Montero para cruzar de primeira para o segundo poste onde Capel encostou com muita classe. O jogo estava pautado pela eficácia de ambas as equipas e, a cinco minutos do intervalo, Cardozo voltou a adiantar os encarnados no marcador com um cabeceamento certeiro. Ainda antes do descanso, o inevitável Cardozo (outra vez...) voltou a fazer o gosto ao pé estabelecendo o 3-1. Após o descanso o Sporting, que ainda demorou alguns minutos a entrar no ritmo do jogo, evidenciou uma nova face e chegou à igualdade: Maurício aproveitou uma falha defensiva para reduzir a desvantagem e, já depois dos 90', Slimani, à semelhança do segundo golo - também de bola parada -, cabeceou para o empate e para o prolongamento. Na etapa complementar o Benfica foi mais feliz que o seu rival. Luisão desempatou a partida na sequência de um lance caricato em que Rui Patrício ficou muito mal na fotografia. Até ao apito final Rojo foi expulso (infantilidade do defesa) e cada equipa atirou uma bola ao ferro, insuficientes para a alteração do resultado. Segue em frente o Benfica, num jogo onde a derrota (e consequente eliminação) é um castigo demasiado penoso para a formação leonina dado o que se passou durante 120 minutos de bom futebol.


Benfica: Excelente primeira parte, sofrimento desnecessário na segunda e mérito no prolongamento. O Benfica entrou com uma organização táctica irrepreensível (ter Amorim, Matic e Enzo no onze confere uma estabilidade impressionante) e beneficiou de um Cardozo imperdulário. Enzo voltou a ser um pulmão no meio-campo, Gaitán espalhou pormenores técnicos e inteligência pelo terreno de jogo e de Cardozo já foi tudo dito (9 golos nos últimos 9 jogos). Mais uma vez dois problemas: as bolas paradas defensivas (a grande dor-de-cabeça desta época) e o adormecimento da equipa quando está por cima no jogo (contra o Belenenses foi fatal, hoje valeu o esforço no prolongamento), que não pode ser justificado pelo cansaço colectivo.

Sporting: Na primeira parte foi uma equipa passiva, pouco agressiva, com demasiados erros defensivos e pouca inspiração. A partir dos 55' começou a assentar jogo e chegou à igualdade já nos instantes finais. Em termos individuais não houve nada de novo: William Carvalho voltou a fazer um grande jogo (apesar de algumas perdas de bola infantis), Adrien foi um dos motores da boa exibição leonina na segunda parte e Montero voltou a semear o perigo na área contrária. Pela negativa, destaque para a defesa leonina (demasiados erros infantis e nem Rui Patrício, que até fez três defesas de bom nível, escapou a isso) e para Wilson Eduardo (à excepção da assistência que fez pouco ou nada acrescentou). Muito bem também Leonardo Jardim pela forma como mexeu na equipa após o intervalo e pelas declarações que fez na flash-interview.

Bola de Ouro contará este ano com cinco finalistas

Bola de Ouro contará este ano com cinco finalistas
Decisão surpreendente da FIFA a cerca de dois meses da entrega do mais prestigiante galardão do futebol: a Bola de Ouro irá ter mais finalistas do que tem sido habitual na fase mais avançada da entrega do prémio - subirá de três para cinco.


Se dúvidas podia haver quanto aos finalistas, agora estão completamente dissipadas. Levando em conta as declararções de Blatter e as prestações individuais e colectivas de cada um dos 23 finalistas, Messi, C. Ronaldo, Ribéry, Iniesta e Ibrahimovic serão, salvo algum imprevisto, os cinco atletas cujo nome figurará na lista final da FIFA (Neymar, pelo que fez a partir da Taça das Confederações, seria o grande outsider, mas os três principais nomes não escapam do Top5). Agora, convém tentar entender o que justificou esta decisão por parte do órgão máximo que rege o futebol. Terá sido a sempre difícil tarefa de limitar os candidatos finais a três (é sempre inglório para atletas que também mereciam figurar no pódio)? Terá sido o número de prémios individuais de maior dimensão que atletas como Iniesta e Ibrahimovic conquistaram na sua carreira (nenhum) que motivou um reconhecimento deste género por parte da FIFA (não ganham o prémio mas são encarados como fortes candidatos ao lado dos inquestionáveis Messi e C. Ronaldo)? Terá sido um jogo de interesses (Blatter decide dar uma oportunidade ao seu compatriota Ibrahimovic, Platini a Ribéry, nunca se deixando a dupla Messi-Iniesta de fora - seria igualmente vergonhoso deixar C. Ronaldo de parte... porém, esta parece ser uma hipótese demasiado forçada)? Independentemente das justificações é esquisito haver esta alteração "de última hora" sem que tivesse havido um aviso mais prévio, exactamente num ano em que tem havido escândalos de todas as formas e feitios (desde a situação de dívida de Messi, à recente polémica a envolver Blatter e C. Ronaldo).

Selecção: Previsível lista de convocados para o playoff

Pergunta rápida: nesta altura do campeonato - correcção: da fase de qualificação - será preferível premiar os atletas que se têm exibido a um nível que justifique a sua convocação para a Selecção ou manter a confiança no grupo que tem disputado a restante fase de qualificação ao longo dos últimos meses? Paulo Bento preferiu a segunda hipótese. Na lista de 24 jogadores (23 + 1, devido às dúvidas em torno do estado físico de João Pereira e Fábio Coentrão) hoje divulgada o grande destaque vai para a inclusão de William Carvalho, único jogador que tem escapado às anteriores listas do seleccionador e que realmente merece uma oportunidade (já a devia ter tido há mais tempo).

Lista dos 24 convocados para o playoff (vs Suécia):
GR: Beto, Eduardo, Rui Patrício 
DEF: André Almeida, Bruno Alves, Fábio Coentrão, João Pereira, Pepe, Neto, Ricardo Costa, Antunes
MED: Josué, Moutinho, M. Veloso, R. Meireles, R. Micael, William Carvalho
AV: Bruma, C. Ronaldo, Hugo Almeida, Hélder Postiga, Nani, Varela, Éder


Principais destaques pela positiva: Sem dúvida a defesa. Desde a forma como foi abordada a questão das limitações dos laterais até aos jogadores escolhidos. José Fonte, que devia ter tido uma oportunidade nos últimos jogos da fase de grupos, fez de tudo para justificar um lugar mas a realidade é que a convocatória inclui os jogadores que mais confiança dão a Portugal nesta fase. O meio-campo também merece uma nota positiva - R. Micael é o jogador em pior forma de todos os convocados (não existem, no entanto, alternativas viáveis para o seu estilo de jogo) e Josué a maior incógnita (Adrien e R. Amorim foram preteridos) num sector onde Paulo Bento teima em não mexer, mas que possui as peças essenciais ao esquema táctico português (é incrível a discrepância entre titulares e suplentes nesta área da equipa). Principais destaques pela negativa: Rui Patrício será o titular. Ponto final. Agora, será que Eduardo (o Braga tem sofrido golos em todos os seus últimos jogos) e Beto (a sua prestação no Sevilha tem ficado muito aquém do expectável) são as melhores alternativas? Mais uma vez prevalece a máxima de confiar em que já "cá" está há mais tempo. Quanto ao sector mais avançado mantém-se a mesma questão: Nani é um dos jogadores mais dotados em termos técnicos mas no Man. United tem sido uma nulidade (o seu momento de forma é decepcionante), Hugo Almeida certamente não tem justificado mais oportunidades que N. Oliveira (em grande forma no Rennes). Destaque, ainda assim, para a inclusão de Bruma (já tinha sido convocado para o jogo diante do Luxemburgo) que até tem sido titular no Galatasaray e pode acrescentar algo que falta (desde os bons tempos de Nani) a esta Selecção. Como se justifica que este sector, que há dez anos era uma "boa dor de cabeça" para qualquer seleccionador, seja neste momento o mais fraco (apesar de contar com um dos melhores jogadores do mundo)?

C. Ronaldo: O extremo que ameaça quebrar recordes de golos marcados na Liga dos Campeões

Cristiano Ronaldo apontou mais um golo nesta fase de grupos da Liga dos Campeões, o oitavo desta temporada na prova milionária. Neste momento é destacadamente o melhor marcador da fase de grupos e está na iminência de bater o recorde de maior número de golos marcados nesta fase inaugural da competição (para já igualou o recorde - 8). Será este o melhor início do craque português na prova rainha das competições europeias?


Eis alguns dados referentes à prestação ofensiva de Cristiano Ronaldo na Liga dos Campeões:
- Esta é de longe a melhor fase de grupos do português no que diz respeito a golos marcados (8, com a possibilidade de bater um recorde quando ainda faltam dois jogos frente a adversários mais acessíveis)
- Não marcou qualquer golo nas três primeiras edições em que participou (até 2005/06)
- A edição em que marcou mais golos foi a de 2012/13 (12 golos)
- É o terceiro melhor marcador de sempre da história da Liga dos Campeões com 58 golos (atrás de Messi - 65 e do seu antigo colega de equipa, Raúl - 71)
- Número de golos marcados ao serviço do Man. United - 15; ao serviço do R. Madrid - 43
- Número de golos marcados na fase de grupos - 32; após a fase de grupos - 26

Premiando os melhores de 2013: Treinador do Ano (parte II)

Premiando os melhores de 2013: Treinador do Ano (parte II)
Numa altura em que o ano de 2013 caminha para o seu fim, começa-se a nomear aqueles que mais se destacaram pelas suas conquistas individuais e colectivas. Para a categoria de Treinador do Ano surgem nomes que se evidenciaram ao serviço dos clubes que representam ou pelas conquistas das selecções que orientam. Eis os nomes que compõem a lista: Ancelotti (Real Madrid), Benitez (Nápoles), Conte (Juventus), Del Bosque (Espanha), Alex Ferguson (fora do activo), Heynckes (fora do activo), Klopp (Dortmund), Mourinho (Chelsea), Scolari (Brasil), Wenger (Arsenal).


Começando pela análise dos nomes incluídos na lista: treinadores como Del Bosque (exceptuando a final da Taça das Confederações - era uma obrigação chegar pelo menos à final - não mais fez de especial), Mourinho (nada conquistou e o futebol praticado pelas suas equipas não impressionou) ou Wenger (só se está a destacar pelo que tem feito nestes últimos três meses) certamente não fizeram mais do que Simeone (Atl. Madrid), Sampaoli (Chile) , Wilmots (Bélgica) ou Susic (Bósnia-Herzegovina). O treinador colchonero continua a dar cartas na Liga Espanhola e venceu a Taça do Rei, o seleccionador chileno apenas contabilizou uma derrota oficial em 2013 e guiou o Chile ao Mundial 2014, Wilmots fez um percurso fantástico com a selecção belga terminando a fase de grupos sem derrotas e destacadamente no primeiro posto, Susic qualificou a sua selecção de forma directa através da prática de um futebol muito ofensivo (incrível registo de golos marcados). Relativamente aos maiores candidatos: Heynckes venceu tudo o que havia para ganhar e merece indubitavelmente a distinção. Pelo que se passou em 2013, Benitez, Scolari e Klopp são os outros treinadores que ficam imediatamente abaixo do técnico que orientou o Bayern (última nota: Ferguson, não justificando o prémio, merecia uma distinção de honra por tudo o que trouxe ao futebol).

Veredicto do Adjunto1x2: Jupp Heynckes


(Ver os restantes prémios: Jogador do Ano, Golo do Ano, Atleta Nacional do Ano)

Premiando os melhores de 2013: Jogador do Ano (parte I)

Premiando os melhores de 2013: Jogador do Ano (parte I)
Numa altura em que o ano de 2013 caminha para o seu fim, começa-se a nomear aqueles que mais se destacaram pelas suas conquistas individuais e colectivas. Um dos prémios mais aguardados, o de Melhor Jogador do Ano, volta a dar que falar, desta vez pelas mais variadas razões (a polémica que envolveu Blatter só veio apimentar o cenário). Se C. Ronaldo e Messi se evidenciam por serem jogadores de outro planeta, Ribéry é o nome que se junta à dupla habitual pela sua forma enquanto extremo do Bayern e pela supremacia da formação germânica. Além destes três fortes candidatos, fazem parte da lista da FIFA os seguintes atletas: Bale (R. Madrid), Cavani (PSG), Falcao (Mónaco), Hazard (Chelsea), Ibrahimovic (PSG), Iniesta (Barcelona), Lahm (Bayern), Lewandowski (Dortmund), Müller (Bayern), Neuer (Bayern), Neymar (Barcelona), Özil (Arsenal), Pirlo (Juventus), Robben (Bayern), Schweinsteiger (Bayern), Suárez (Liverpool), Thiago Silva (PSG), Yaya Touré (Man. City), van Persie (Man. United), Xavi (Barcelona).


Se os três finalistas serão C. Ronaldo, Messi e Ribéry - só algo chocante o impedirá - comecemos por comentar a lista dos 23 eleitos. Raras foram as vezes em que a FIFA conseguiu fazer uma lista que fizesse jus ao que se passou ao longo de um ano desportivo. Esta, à semelhança de outras, apresenta as suas falhas. Desde já a ausência de Reus e Vidal que mereciam bem mais depois da época que fizeram (muito mais influentes que Xavi, Yaya Touré ou Schweinsteiger, por exemplo). Outro aspecto é o escasso número de jogadores do Dortmund (Reus e Gündogan entravam na lista com muita facilidade), clube que foi finalista da Liga dos Campeões e que já é tida como uma das cinco melhores do mundo (algo impensável há cinco anos atrás). De resto não há apontamentos de maior a fazer numa lista em que Ribéry é o mais forte candidato a vencer o prémio se for tido em conta aquilo que o jogador fez ao longo do ano e a prestação do colectivo nas diferentes provas (o Bayern limpou a concorrência em 2013). Messi conquistou duas taças (Liga e Supertaça Espanhola) e será um eterno candidato à conquista do troféu; C. Ronaldo teve um ano colectivo muito aquém do esperado mas individualmente continua a quebrar recordes e a ser o elemento determinante do Real Madrid (também foi importante na caminhada portuguesa rumo ao Mundial nos jogos da fase de grupos). Valerá a pena premiar o português pelo desempenho individual (Messi já ganhou uma Bola de Ouro dessa forma)? A qualidade incontornável de Messi não o impede de perder o título para outro jogador (é analisada apenas a qualidade individual do jogador)? Ou a supremacia do Bayern não passará em claro na atribuição da Bola de Ouro (premeia-se um jogador pelo seu desempenho individual e colectivo)?

Veredicto do Adjunto1x2: Frank Ribéry


(Ver os restantes prémios: Treinador do Ano, Golo do Ano, Atleta Nacional do Ano)