Um jogo decisivo para ambas as equipas. E por razões distintas. O FC Porto, caso escorregue em casa, vê o Benfica, seu rival directo que se impôs com classe horas antes do clássico, a afastar-se ainda mais na liderança do campeonato, não esquecendo ainda o desfecho do jogo no Estádio do Dragão entre as duas equipas; o Sporting, por seu lado, luta pela chama que ainda não se apagou totalmente no que às contas do título diz respeito, e sabe que mais uma escorregadela pode começar a pôr em perigo o seu 3º lugar, já que o Sp. Braga tem estado em crescendo nas últimas semanas. Num clássico em que os treinadores não devem fugir muito aos seus onzes titulares (a maior dúvida prende-se com a organização do meio-campo portista), traço aqueles que podem ser pontos decisivos no embate deste domingo.
Convém relembrar que apenas a vitória interessa a cada uma das equipas. No caso do FC Porto, assumir o controlo do jogo é ponto assente. Foi o que falhou no jogo da primeira volta, em Alvalade, e Lopetegui não deve cometer esse mesmo erro. Uma das maiores vantagens dos dragões é a qualidade dos seus laterais (combinados, são a melhor dupla do campeonato), sobretudo pela sua manobra ofensiva e profundidade que oferecem nas suas alas. Dado que o Sporting está munido de bons jogadores no corredor central, esta será uma área a explorar, à qual se junta a qualidade técnica de Brahimi (não é um extremo veloz mas desequilibra como poucos) ou de Quaresma (a aposta não funcionou em Alvalade) e a irreverência de Tello. Este último até poderá ser o "joker" dos azuis e brancos uma vez que nem Cédric nem Jonathan Silva têm pedalada para o espanhol, cujo principal defeito é a tomada de decisões. Tendo em conta que o Sporting costuma jogar com uma linha defensiva pouco profunda, e beneficiando de um ponta-de-lança como Jackson, veremos como o FC Porto aborda este capítulo. Defensivamente, a maior preocupação prende-se com as transições defensivas - o Sporting sabe que as duas equipas vão jogar contra o relógio e, individualmente, Nani e Carrillo são capazes de marcar a diferença pela forma como serpenteiam os adversários e conduzem a bola e Montero (provável titular) é um avançado móvel e que abre espaços para as incursões dos extremos e dos médios mais ofensivos (João Mário que o diga).
Marco Silva, que ainda não perdeu com os outros "grandes" esta época, vai querer repetir a façanha da Taça de Portugal. Uma das grandes debilidades do FC Porto na "era Lopetegui", e que se verificou no jogo da 6ª jornada, foi a perda de bola na primeira fase de construção. Nesse sentido, e tendo um meio-campo recheado de peças que sabem pressionar o adversário, incomodar o adversário neste momento de jogo será uma boa forma de o Sporting condicionar a posse e o controlo do jogo portista. Se por um lado já foi dito, e é certo e sabido, que Nani e Carrillo são os principais dinamizadores do ataque leonino, por outro convém relembrar que do lado contrário estão laterais que também sabem atacar e que vão aproveitar cada lance para se incorporarem no ataque da equipa. Com William Carvalho a fechar ao meio (veremos qual será o comportamento de Adrien, habitualmente mais pressionante, e João Mário), pede-se que os extremos consigam anular o perigo nas alas, zona do terreno mais frágil na perspectiva verde e branca, colocando ainda alguma pressão no processo contra-ofensivo. Finalmente, e como bem ficou patente no último jogo dos leões, a eficácia ofensiva é crucial. O Sporting tem pela frente a melhor defesa do campeonato (10 golos concedidos, registo igual ao Benfica) e é uma das equipas do campeonato que mais dificuldades tem para concretizar as suas ocasiões em golo, isto do ponto de vista de percentagem de eficácia.
0 comentários:
Enviar um comentário