Realizado o jogo da Supertaça Nacional, que marca o reinício oficial da temporada futebolística a nível nacional, começam a intensificar-se as atenções em torno das equipas da nova edição da Liga NOS. Apesar de o mercado de transferências permanecer aberto até ao início de Setembro e de isso não implicar o fim das modificações dos plantéis, é possível, ainda assim, traçar um esboço daquilo que se poderá esperar de cada uma das equipas, quanto aos objectivos no campeonato, deduzindo que não haverá nenhuma "revolução" nos actuais plantéis das mesmas.
Ataque ao título
Raras são as ocasiões em que o campeão não parte como favorito. O Benfica, mesmo depois de ter perdido dois jogadores importantes e o treinador que deu vida ao futebol entusiasmante dos últimos seis anos, continua com um plantel capaz de revalidar o título e tem de vigorar na primeira linha de favoritismo. No entanto, a diferença para os rivais é (praticamente) inexistente. O FC Porto voltou a apostar forte no mercado e a montar uma super-equipa (tem o melhor plantel da Liga) e o Sporting, com a chegada de Jorge Jesus, ganhou um novo poder, dentro e fora das quatro linhas, que permitiu a entrada de jogadores de renome, capazes de devolver um título nacional aos leões.
Luta pela Europa
Naquele que foi um dos melhores mercados de transferências de sempre a nível nacional, as equipas de meio de tabela acabaram por ser as mais ignoradas. O Marítimo, por ter mantido o treinador e melhorado de forma geral a sua equipa (apesar da saída de Danilo Pereira), é um clube a observar com atenção este ano e que poderá alcançar um dos dois lugares europeus - três, dependendo dos finalistas da Taça de Portugal - com relativa facilidade. Para além dos verde-rubros, Sp. Braga e Nacional são as minhas outras apostas para discutirem o acesso às competições europeias. Paulo Fonseca terá à sua disposição matéria-prima suficiente para repetir o que já fez em Paços de Ferreira, enquanto que Manuel Machado é um treinador habituado a lidar com equipas que ambicionem voos mais altos (ficou a um ponto de o conseguir no ano passado).
Metade superior da tabela
Qualquer uma destas equipas tem condições suficientes para lutar pela Liga Europa, no entanto, por razões distintas, ocupam uma linha de favoritismo inferior. O Estoril, com soluções novas e interessantes, quererá certamente melhorar o futebol (e a classificação final) da temporada anterior; o Paços de Ferreira, se mantiver o rendimento de há um ano, será outra equipa a manter debaixo de olho; o Rio Ave, que não deverá mudar muito aquele que foi o núcleo do ano anterior, precisará de ser mais regular se quiser ter hipóteses de lutar por um lugar europeu. Por outro lado, mesmo contando com um plantel recheado de opções de qualidade, o Vit. Guimarães não parece bem encaminhado para repetir o sucesso da época anterior, ao passo que o Belenenses, mais limitado e com um plantel exclusivamente português(!), deverá contentar-se com um lugar a meio da tabela.
Fuga à despromoção
À semelhança do que acontece no topo da tabela, o mesmo se aplica para o fundo: poucas são as vezes em que as equipas que sobem estão fora do grupo dos "aflitos". O U. Madeira (falta de experiência do plantel) é talvez o clube com maior probabilidade de regressar à II Liga, com Tondela (outro recém-promovido, este repleto de caras novas) e Vit. Setúbal (o futebol de Quim Machado tarda em convencer) como favoritos a acompanhar o debutante madeirense. Não tão preocupantes, contudo sem dar azo a descanso, são os casos de Arouca (uma das maiores incógnitas deste campeonato, mas Lito Vidigal demonstrou capacidades no Restelo), Académica (excelente abordagem de mercado, resta saber se José Viterbo vai saber dar conta do recado), Boavista (plantel com boas soluções e à medida de Petit, que deverá voltar a garantir a manutenção) e Moreirense (o desafio de Miguel Leal será ainda maior pois perdeu várias peças fundamentais).
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