A Académica viveu uma das épocas mais atribuladas desde que regressou ao principal escalão do futebol nacional há 13 anos e o 15º lugar com que terminou o campeonato, que não traduz necessariamente o verdadeiro valor do colectivo, espelha bem a qualidade do futebol praticado pelos estudantes.
Depois de um empate caseiro com o Sporting na jornada inaugural, a Académica começou a tornar-se cada vez mais irregular - a lesão de João Real na 2ª jornada apenas agravou a situação - e Paulo Sérgio, uma das piores apostas da Direcção no que a treinadores diz respeito, nunca demonstrou aptidão para inverter o rumo dos acontecimentos e ficou associado ao pior registo caseiro em toda a história da Académica na Liga (14 jogos consecutivos sem vencer). Eliminação precoce na Taça de Portugal, escassez de objectividade e qualidade no futebol praticado e zona de despromoção como "casa" durante várias jornadas, incluindo aquela que marcou a sua despedida, Paulo Sérgio abandonou, sem surpresas, e porventura tardiamente, o seu cargo. Após incógnitas quanto à sucessão, foi a "prata da casa" a deixar as coisas no seu devido lugar e a merecer a confiança de todos até ao término da época - José Viterbo, o "Homem do Bigode" para os adeptos, teve uma estreia de sonho, conquistando 12 pontos em seis jogos (nenhuma derrota pelo meio, registo apenas superado por Dezso Gencsy em 1949/50) e catapultando a Académica para o 14º lugar. O problema veio a seguir... Se é justo afirmar que a chegada de José Viterbo revitalizou animicamente a equipa, certo é que as exibições não foram as mais convincentes e a série de dez jogos consecutivos sem vencer com que a Briosa terminou o campeonato apenas acentuou algumas dúvidas em torno da sua continuidade. Para já, parte para 2015/16 com a certeza de que há confiança no seu trabalho.
Olhando para os factos de uma forma objectiva, José Viterbo foi, indubitavelmente, o grande destaque da Académica 2014/15 pela forma como tirou a equipa da zona de despromoção perante um cenário bastante complicado. Mas o balanço da temporada da Académica é claramente negativo. Desde logo pela posição ocupada na tabela ao fim dos 34 jogos (15º lugar) - a pior desde 2002/03, época que sucedeu o regresso à Primeira Liga - pela qualidade geral das exibições (as quatro vitórias no campeonato, um mínimo na Liga, espelham bem essa ideia) e pela incapacidade de fazer frente às equipas que lutavam para não descer (apenas uma vitória, em dez jogos, diante das restantes cinco equipas que terminaram o campeonato com menos de 35 pontos). Igualmente impressionante foi a quantidade absurda de empates (17), a maior da Europa a nível percentual (em termos absolutos apenas foi superada pelo Empoli, 18).
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