Novo "triplete". Uma tarefa certamente mais árdua devido à saída de vários titulares ao longo dos últimos meses. A Supertaça Nacional substituiu a Taça de Portugal, a hegemonia na Taça da Liga continua e o jejum de 31 anos sem um bicampeonato conheceu o seu fim. Pelo meio, a pior prestação dos últimos anos nas competições europeias.
Depois de uma pré-época desastrosa, muitas foram as incógnitas em torno do Benfica. No entanto, o campeão em título desde cedo ocupou a liderança da Liga e de lá não saiu até ao seu término. Até lá, e repetindo um pouco o balanço já feito anteriormente, a vitória no Dragão (deu confiança e margem de segurança) e o empate dramático em Alvalade (numa altura em que ainda havia três candidatos ao título), o crescimento de vários jogadores e a aposta certeira em determinadas contratações (os números de Júlio César e Jonas, por exemplo, impressionaram), a maneira como o clube soube explorar a ideia de "manto protector" como resposta às declarações dos rivais (importante na união equipa/adeptos) e a forma como a equipa jogou de forma entrosada e confiante (sem lesões à mistura, o Benfica esteve imparável na segunda metade da época) contribuíram para um novo sucesso colectivo do emblema lisboeta. Com o melhor ataque e segunda melhor defesa do campeonato, o Benfica, cujas escorregadelas na Liga foram atenuadas pelos deslizes dos rivais, soube gerir a diferença pontual e aproveitar a saída precoce da Liga dos Campeões (prestação medíocre de uma equipa que ainda estava em fase de adaptação) para se exibir a bom nível nas competições internas.
Se o mérito do título do ano passado é de Luís Filipe Vieira, pela forma como aguentou Jorge Jesus no cargo, o deste ano pertence ao treinador. Perder sete titulares indiscutíveis no espaço de um ano, cinco deles numa janela de transferências, e manter a equipa com um nível de jogo elevado não é fácil. Não surpreende, portanto, que o Benfica tenha sete jogadores na "Equipa Ideal" publicada há uns dias. Mas o desafio das águias cresce a partir de agora: para além das eventuais mexidas do mercado, a saída de Jorge Jesus, técnico com mais títulos em toda a história do Benfica, irá certamente pesar. Caberá agora a Rui Vitória a tarefa de oferecer novas alegrias aos adeptos.
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