Liga NOS 2015/16: Previsão da época

Realizado o jogo da Supertaça Nacional, que marca o reinício oficial da temporada futebolística a nível nacional, começam a intensificar-se as atenções em torno das equipas da nova edição da Liga NOS. Apesar de o mercado de transferências permanecer aberto até ao início de Setembro e de isso não implicar o fim das modificações dos plantéis, é possível, ainda assim, traçar um esboço daquilo que se poderá esperar de cada uma das equipas, quanto aos objectivos no campeonato, deduzindo que não haverá nenhuma "revolução" nos actuais plantéis das mesmas.


Ataque ao título

Raras são as ocasiões em que o campeão não parte como favorito. O Benfica, mesmo depois de ter perdido dois jogadores importantes e o treinador que deu vida ao futebol entusiasmante dos últimos seis anos, continua com um plantel capaz de revalidar o título e tem de vigorar na primeira linha de favoritismo. No entanto, a diferença para os rivais é (praticamente) inexistente. O FC Porto voltou a apostar forte no mercado e a montar uma super-equipa (tem o melhor plantel da Liga) e o Sporting, com a chegada de Jorge Jesus, ganhou um novo poder, dentro e fora das quatro linhas, que permitiu a entrada de jogadores de renome, capazes de devolver um título nacional aos leões.
 

Luta pela Europa

Naquele que foi um dos melhores mercados de transferências de sempre a nível nacional, as equipas de meio de tabela acabaram por ser as mais ignoradas. O Marítimo, por ter mantido o treinador e melhorado de forma geral a sua equipa (apesar da saída de Danilo Pereira), é um clube a observar com atenção este ano e que poderá alcançar um dos dois lugares europeus - três, dependendo dos finalistas da Taça de Portugal - com relativa facilidade. Para além dos verde-rubros, Sp. Braga e Nacional são as minhas outras apostas para discutirem o acesso às competições europeias. Paulo Fonseca terá à sua disposição matéria-prima suficiente para repetir o que já fez em Paços de Ferreira, enquanto que Manuel Machado é um treinador habituado a lidar com equipas que ambicionem voos mais altos (ficou a um ponto de o conseguir no ano passado).

Metade superior da tabela

Qualquer uma destas equipas tem condições suficientes para lutar pela Liga Europa, no entanto, por razões distintas, ocupam uma linha de favoritismo inferior. O Estoril, com soluções novas e interessantes, quererá certamente melhorar o futebol (e a classificação final) da temporada anterior; o Paços de Ferreira, se mantiver o rendimento de há um ano, será outra equipa a manter debaixo de olho; o Rio Ave, que não deverá mudar muito aquele que foi o núcleo do ano anterior, precisará de ser mais regular se quiser ter hipóteses de lutar por um lugar europeu. Por outro lado, mesmo contando com um plantel recheado de opções de qualidade, o Vit. Guimarães não parece bem encaminhado para repetir o sucesso da época anterior, ao passo que o Belenenses, mais limitado e com um plantel exclusivamente português(!), deverá contentar-se com um lugar a meio da tabela.

Fuga à despromoção

À semelhança do que acontece no topo da tabela, o mesmo se aplica para o fundo: poucas são as vezes em que as equipas que sobem estão fora do grupo dos "aflitos". O U. Madeira (falta de experiência do plantel) é talvez o clube com maior probabilidade de regressar à II Liga, com Tondela (outro recém-promovido, este repleto de caras novas) e Vit. Setúbal (o futebol de Quim Machado tarda em convencer) como favoritos a acompanhar o debutante madeirense. Não tão preocupantes, contudo sem dar azo a descanso, são os casos de Arouca (uma das maiores incógnitas deste campeonato, mas Lito Vidigal demonstrou capacidades no Restelo), Académica (excelente abordagem de mercado, resta saber se José Viterbo vai saber dar conta do recado), Boavista (plantel com boas soluções e à medida de Petit, que deverá voltar a garantir a manutenção) e Moreirense (o desafio de Miguel Leal será ainda maior pois perdeu várias peças fundamentais).

Liga NOS 2015/16: 8 reforços a ter em atenção

Com o regresso da Liga, as atenções centram-se, naturalmente, nos principais protagonistas: os jogadores. Entre debutantes e jovens à espera de se afirmarem entre os nomes principais do campeonato, muitos são os jogadores que não alinham por qualquer um dos três grandes e que têm capacidade para ser uma mais-valia para o seu clube e, consequentemente, para o futebol nacional. Eis a lista dos dez reforços a seguir com especial atenção. Critérios de filtragem: primeira experiência no escalão principal do campeonato português, não estar contratualmente vinculado a um dos três grandes, estar no clube a título definitivo. Assim, jogadores como Bruno César (Estoril) ou Tiago Rodrigues (Marítimo), por razões diferentes, não farão parte desta lista.


Samuel Inkoom (Boavista): Uma das contratações mais surpreendentes do defeso tendo em conta que se trata de um internacional ganês experiente (46 jogos pela sua Selecção) e que "apenas" tem 26 anos. Os axadrezados conseguem assim um reforço para uma posição que não teve dono absoluto no ano passado e o jogador, que não tem acumulado muitos jogos pelos clubes por onde tem passado nos últimos anos, ganha uma nova oportunidade para se exibir ao mais alto nível.

José M. Velasquez (Arouca): Com as saídas de Diego Galo e Miguel Oliveira era imprescindível reforçar o centro da defesa. Um dos escolhidos foi o ex-jogador do Mineros, mas que também passou pelo Villarreal e Panathinaikos, cujo principal atributo é o seu jogo aéreo.

Dirceu (Marítimo): Mais um jogador a chegar para uma posição debilitada, desta feita nos insulares, e que chega com boas referências dos escalões inferiores do Brasil, onde era um patrão na defesa do Londrina, a sua antiga equipa. A pré-época do Marítimo confirmou as expectativas em torno do central.

Alef (Sp. Braga): Não terá tarefa fácil em Braga face à concorrência para a sua posição mas é um dos jogadores mais promissores que chegou a Portugal neste defeso. Bom no passe, na antecipação e na leitura de jogo, o jovem de 20 anos tem tudo para se tornar a curto/médio prazo numa das revelações do campeonato português.

Selim Bouadla (Académica): Actua preferencialmente na zona central mas deverá jogar descaído para uma das alas enquanto estiver às ordens de José Viterbo. O franco-argelino é um jogador muito intenso, incansável, que gosta de jogar simples e inteligente na forma como aborda o jogo e promete ser um dos destaques da Académica para a nova época.

Alan Schons (Moreirense): Será, na teoria, o substituto de André Simões. Trata-se de um médio de 22 anos que actua preferencialmente como pivot defensivo e que tem no passe a sua principal característica.

Luisinho (Boavista): Chega proveniente do Ac. Viseu depois de ter cumprido a sua época mais regular no emblema da II Liga (10 golos em 44 jogos). É um extremo que normalmente actua do lado direito, gosta de procurar a linha de fundo e joga simples (não é individualista e sabe jogar bem em apoio). Não sendo um jogador que procure o "1 contra 1", faz-se valer do seu poder de arranque, algo que poderá ser benéfico para o estilo de jogo do Boavista.

Rodrigo Pinho (Sp. Braga): As saídas de Éder e Zé Luís obrigaram os arsenalistas a atacar o mercado - ainda se espera mais um reforço para a dianteira - e o avançado brasileiro, vindo do Madureira, apresenta técnica e faro de golo suficientes para deixar a sua marca no Minho. Para já, face as dúvidas nesta posição, deverá ser opção prioritária.

Liga NOS 2015/16: 5 jovens jogadores a ter em atenção

Com o regresso da Liga, as atenções centram-se, naturalmente, nos principais protagonistas: os jogadores. Entre debutantes e jovens à espera de se afirmarem entre os nomes principais do campeonato, muitos são os jogadores que não alinham por qualquer um dos três grandes e que têm capacidade para ser uma mais-valia para o seu clube e, consequentemente, para o futebol nacional. Eis a lista dos cinco jovens jogadores a seguir com especial atenção. Critérios de filtragem: idade não superior a 23 anos, não estar contratualmente vinculado a um dos três grandes, estar no clube a título definitivo, máximo de uma época jogada no principal escalão do futebol nacional. Assim, jogadores como Marega (Marítimo) ou Ricardo Valente (Vit. Guimarães), nomes pouco destacados pela comunicação social em 2014/15, não farão parte desta lista.


Alvin Arrondel (Vit. Guimarães): Bruno Gaspar encontra-se lesionado devido a uma fractura no perónio pelo que o jovem formado nas escolas do PSG será a opção de Armando Evangelista para a posição de lateral direito até o jovem luso regressar aos relvados. Depois de uma época a alinhar na equipa B (fez dois jogos pela formação principal), o lateral direito tem agora uma boa oportunidade para agarrar o lugar.

Afonso Figueiredo (Boavista): Deu nas vistas no ano passado e tem tudo para "dar o salto" já este ano. A capacidade técnica, de timing e a forma como garante profundidade ao flanco esquerdo já valeram ao lateral português a distinção entre os melhores jogadores jovens do campeonato. 

António Xavier (Marítimo): O extremo irrequieto dos insulares, dotado de um pé esquerdo bastante evoluído tecnicamente, actua preferencialmente do lado esquerdo e foi aposta regular na época passada (agarrou um lugar na equipa principal a meio da época) tendo inclusive feito parte do onze titular que alinhou na final da Taça da Liga. 

Diogo Jota (P. Ferreira): Um dos jogadores portugueses mais promissores do campeonato. Nem mesmo a sua tenra idade (apenas 18 anos) impediu Paulo Fonseca, na altura treinador dos "castores", de o lançar no onze inicial no último terço da temporada. Com uma capacidade técnica evoluída, facilidade de transporte de bola e de remate, Diogo Jota promete ser um dos jovens em destaque em 2015/16.

Léo Bonatini (Estoril): Depois de ter estado no clube por empréstimo em 2014/15, o ponta-de-lança brasileiro chega agora a título definitivo. O ex-Cruzeiro apontou 4 golos e fez ainda 1 assistência na sua estreia no campeonato português e parte em vantagem sobre a demais oposição para ocupar a vaga na frente de ataque da equipa comandada por Fabiano Soares.

Liga NOS 2015/16: A dança de treinadores

Com o regresso da Liga, as atenções centram-se, naturalmente, nos responsáveis máximos pelas equipas: os treinadores. Seguindo um pouco a toada do que sucedeu no ano passado, começa a tornar-se num hábito ver os clubes nacionais a mudar de treinador de uma época para a outra. Apenas 5 dos 18 clubes da Liga NOS vão ter no banco o mesmo treinador que iniciou funções na época transacta.

O Benfica, actual bicampeão nacional, viu Jorge Jesus sair para o rival Sporting naquela que foi uma das movimentações que mais marcou o defeso (e a história do futebol nacional) e resolveu repescar Rui Vitória (ex-treinador das camadas jovens dos encarnados) ao Vit. Guimarães, que se virou para a prata da casa, Armando Evangelista. Uma novela com contornos complicados pois tudo isto teve lugar ainda antes de Marco Silva, agora no Olympiacos, ter sido despedido por alegada «justa causa» depois da conquista da Taça de Portugal. O Sp. Braga, finalista vencido da mesma prova, terminou o contrato de Sérgio Conceição por «motivos profissionais» e foi buscar Paulo Fonseca a Paços de Ferreira. À Capital do Móvel chegou um dos responsáveis por ter levado o Belenenses à Liga Europa, Jorge Simão, e ao Restelo rumou uma cara conhecida dos portugueses, Ricardo Sá Pinto. Marítimo, Estoril, Vit. Setúbal e Académica têm em comum o facto de terem mudado de treinador a meio da época (os sadinos voltaram a mudar), enquanto que o Arouca, o outro emblema que se manteve na Liga NOS, apenas o fez após o fim da temporada. Quanto aos recém-promovidos, o Tondela começou e acabou a II Liga com técnicos distintos e o U. Madeira viu Vítor Oliveira promover mais uma equipa antes de abandonar o seu cargo.

Em sentido inverso, o FC Porto renovou a confiança em Lopetegui depois de um ano em branco, Manuel Machado irá continuar à frente do Nacional depois de ter ficado a escassos pontos de um lugar europeu, o Rio Ave manteve Pedro Martins em Vila do Conde e Moreirense e Boavista premiaram Miguel Leal e Petit, respectivamente, pela forma como cada um conseguiu a manutenção.