Os cinco avançados mais promissores da actualidade

Na imagem: 90 golos e 26 assistências
Não são propriamente desconhecidos para quem acompanha as principais ligas europeias com regularidade, mas merecem uma atenção especial pela sua idade (sub-23) e pelo que têm feito na presente época. Atendendo aos números das respectivas ligas e aos da Liga Europa (fase de qualificação incluída), e tendo por base os dados do WhoScored.com, eis os cinco avançados do momento.

Harry Kane (Tottenham): 20 golos, 3 assistências (29 jogos). Começou a ganhar o seu espaço na época passada e é, neste momento, titular absoluto no ataque do Tottenham. É o melhor marcador inglês da Premier League (13 golos), a par de Charlie Austin (QPR), e medalha de bronze se tivermos em conta todas as nacionalidades. Aos 21 anos, parece estar de volta um goleador com uma envergadura acima da média (precisa, ainda assim, de melhorar o jogo aéreo) como há muito não se via entre as possíveis opções para a Selecção Inglesa.

Luciano Vietto (Villarreal): 15 golos, 6 assistências (30 jogos). Naquela que é a sua época de estreia no futebol europeu, vindo do Racing Club, o irreverente avançado argentino disputou cerca de um terço dos jogos na condição de suplente utilizado, mas cedo se afirmou entre os titulares do "Submarino Amarelo". Apesar de cumprir melhor a tarefa de segundo avançado, pode jogar sozinho na frente tal é a sua inteligência e capacidade de encontrar espaço para finalizar.

Alexandre Lacazette (Lyon): 22 golos, 5 assistências (26 jogos). O único avançado aqui destacado com 23 anos, mas que está a viver o seu momento de afirmação e a ser decisivo para o 1º lugar da sua equipa na Ligue 1. Outrora conhecido por ter ajudado o Benfica a manter-se na rota europeia, o jogador do Lyon é actualmente o 3º melhor marcador (21 golos) das principais ligas europeias, apenas atrás de Cristiano Ronaldo (28) e de Messi (25), não sendo, por isso, de espantar o interesse dos grandes emblemas europeus.

Paulo Dybala (Palermo): 11 golos, 7 assistências (22 jogos). De todos os jogadores referenciados neste artigo é aquele com menos golos, certo, mas em bom da verdade também é o que tem menos jogos disputados, sobretudo pelo facto de ser o único que ainda não participou em nenhuma das duas grandes competições europeias de clubes. De acordo com a imprensa estrangeira, já esteve na mira dos grandes clubes portugueses e promete agitar o mercado de transferências em breve (será difícil o Palermo segurar o jogador por muito mais tempo), caso continue a fazer uso da sua técnica e agilidade.

Memphis Depay (PSV): 21 golos, 5 assistências (28 jogos). Não é justo englobá-lo nesta categoria de "avançados" quando estamos perante um extremo (acima da média, por sinal). Mas olhando para os números, não fica nada a dever aos quatro jogadores acima mencionados. A jovem promessa nascida em 1994, que mereceu atenção especial durante o Mundial'2014, tem sido o melhor jogador da Eredivisie e esta deverá ser a sua última temporada com as cores do PSV, dado o assédio dos principais emblemas europeus (o próprio treinador já admitiu esse cenário).

"Chuteira Quente": Jogo de loucos em Leverkusen

Vieirinha decisivo em jogo épico
Um jogo com nove golos é, desde logo, candidato a "jogo do ano". Naquele que era um dos destaques da semana na Alemanha, Bayer Leverkusen e Wolfsburgo protagonizaram uma das partidas mais épicas até ao momento em 2014/15. Na equipa da casa Son Heung-Min fez um hat-trick, na equipa visitante Bas Dost foi o autor de um "poker", e Vieirinha voltou a demonstrar que a sua adaptação a lateral direito continua a ser útil para a dinâmica ofensiva do Wolfsburgo, fazendo mais duas assistências e dando sequência ao bom momento da equipa no campeonato (2º lugar, a oito pontos do campeoníssimo Bayern). Num encontro em que o adversário do Sporting na Liga Europa desperdiçou uma vantagem de três golos, construída na primeira meia hora, valeu a incursão de Vieirinha pelo flanco direito a garantir um cruzamento decisivo para o golo do inspirado Bas Dost, já a segundos do apito final. Muito se fala que Portugal precisa de um lateral direito capaz de reunir consenso entre os adeptos - teremos aqui a solução?


Semana com poucos motivos de interesse

Zé Castro foi um raro destaque em Espanha
Nos principais campeonatos europeus, valeram as exibições seguras de Zé Castro e de Tiago Ilori, naquele que foi um fim-de-semana bastante cinzento para os portugueses espalhados pela Europa. O central do Rayo Vallecano fez uma partida convincente na vitória sobre o Villarreal (2-0), equipa que já não perdia em Espanha desde Novembro (excluindo jogos com o Barcelona), enquanto que o ex-Sporting, titular na vitória do Bordéus sobre o St. Éttiene (1-0), parece ter voltado em definitivo ao onze titular da equipa francesa (e às cogitações do mercado de transferências).

De resto, Manú estreou-se a marcar pelo Ermis [vs Othellos Atheinou (2-0)] na Liga Cipriota, ao passo que Jordão Diogo também apontou o seu primeiro golo na Liga Grega, ao serviço do Kerkyra, em 2014/15 [vs Kalloni (2-0)].


"Chuteira Quente" da semana:
  1. Vieirinha
  2. Manú
  3. Jordão Diogo
  4. Zé Castro
  5. Tiago Ilori

Despedimento inevitável

Técnico falhou os objectivos traçados
Só espanta a Direcção ter prolongado a agonia. Paulo Sérgio rescindiu o seu contrato com a Académica, por mútuo acordo, segundo se pode ler num comunicado publicado pelo clube, ontem, no seu site oficial, na sequência do empate, em casa, com o Boavista (0-0), que consequentemente atirou o clube para os lugares de descida.

Apesar de um empate prometedor diante do Sporting (1-1) na jornada inaugural do campeonato, Paulo Sérgio acumulou desilusões e recordes negativos na sua passagem por Coimbra, tendo deixado a Académica numa situação bastante delicada. Logo na 3ª ronda da Taça de Portugal, a primeira que engloba as formações do escalão principal, os estudantes sucumbiram perante o Santa Maria (0-1), equipa do Campeonato Nacional de Seniores, num jogo em que o técnico nem se pode queixar da ausência dos habituais titulares. Até então, a Académica havia conquistado em Arouca a sua única vitória (1-0) no campeonato, o mesmo que dizer que, para a mesma competição, o Estádio Cidade de Coimbra já não regista uma vitória caseira desde 30 de Março de 2014 [Académica 2-1 Olhanense], naquela que é a pior série de sempre da história do clube - 13 jogos consecutivos sem ganhar em casa. Aliás, dos seis principais campeonatos europeus, a Académica é a única equipa que ainda não venceu no seu estádio e, curiosamente, a que mais empata (tanto em casa, como fora). No total são 12 empates - tantos quanto Sunderland e Empoli, embora a percentagem da Briosa (57,1%) seja a maior em virtude do menor número de partidas disputadas -, sendo que 9 foram registados em Coimbra (um recorde na presente época), cidade onde apenas foi derrotada por Benfica (0-2) e FC Porto (0-3).
5 dos 12 empates verificaram-se ante os "aflitos"

Havendo apenas uma vitória em 21 jogos, não é, pois, de espantar a posição actualmente ocupada pela Briosa: 17º lugar, com mais dois pontos que o Penafiel, último classificado, e a um do Arouca (16º). Frente às equipas que lutam para não descer, o registo também não foi o mais animador - apesar da vitória em Arouca (1-0), a Académica não foi além do empate caseiro diante três dos cinco "aflitos" e fez um total de 8 pontos em sete partidas.

Outra imagem que pautou a passagem de Paulo Sérgio por Coimbra foi a sua dificuldade em encontrar um onze base e um sistema táctico capaz de evidenciar um fluxo de ideias em campo, condizente com a qualidade da equipa. A Taça da Liga é, porventura, a única competição na qual não se poderá apontar o dedo ao treinador.

Rainha dos empates

8 dos 11 empates registaram-se em Coimbra
No passado fim-de-semana, a Académica saiu do Estádio do Bonfim com mais um empate (0-0) na bagagem, o seu 11º na Liga. Se é justo dizer que a Briosa é a "rainha dos empates" a nível nacional, o mesmo poderá ser dito se alargarmos o prisma e tivermos em conta os principais campeonatos europeus.

Com 20 jornadas disputadas, a Académica possui uma percentagem de empates situada nos 55%, uma vantagem considerável face aos 50% de Empoli, Sampdoria e Sassuolo (Itália - 22 jogos) e Mainz (Alemanha - 20 jogos). Ainda assim, a formação que mais empata não é a de Coimbra, mas sim uma inglesa - o Sunderland, com 12 igualdades, mas mais jogos disputados (25) e, consequentemente, uma percentagem menor (48%), lidera a tabela nesse capítulo. Curiosamente, os estudantes são os que mais gostam de averbar um ponto em casa: 8 dos 11 empates da Académica na Liga verificaram-se no Estádio Cidade de Coimbra, um registo máximo, esta época, entre os seis principais campeonatos europeus.

Ao contrário das outras equipas enunciadas, a Académica não vive uma situação propriamente confortável no campeonato. Na 16ª posição e com apenas 14 pontos, a turma de Paulo Sérgio vai beneficiando do triunfo em Arouca (1-0) para escapar às posições que dão descida directa para o segundo escalão do futebol nacional. Para já, segue-se um jogo em casa, frente ao Boavista, que poderá revelar-se importante na luta pela manutenção.

"Chuteira Quente": Uma goleada histórica

Tiago deslumbrou, CR7 esteve irreconhecível
Jogo grande da jornada em Espanha. À semelhança do derby em Portugal, uma derrota arredava a equipa da casa da luta pelo título. Sabia-se que não ia ser um jogo fácil para os comandados de Ancelotti, mas de certeza que ninguém esperava um domínio total e absoluto do At. Madrid. Se do lado do Real Madrid houve (muito) pouco Ronaldo e um Fábio Coentrão que tarda em convencer em Madrid, do lado dos colchoneros houve um Tiago gigante no meio-campo. A apatia merengue esbarrou no médio português que, juntamente com Gabi, estancou qualquer iniciativa adversária e atirou forte para inaugurar o marcador no Vicente Calderón. De resto, para além do golaço do jovem Saul Niguez, pouco mais há a dizer. O At. Madrid vergou, justamente, o Real Madrid por 4-0 e mantém um registo de jogos sem perder perante os rivais na presente temporada.


Portugueses em alta um pouco por toda a Europa

Mais um golo para o internacional português
Raphaël Guerreiro começa-se a assumir como um caso sério no Lorient. O lateral voltou a marcar numa vitória do Lorient, desta feita no reduto do Reims (1-3), confirmando a tendência dos últimos jogos: Raphaël Guerreiro marcou em todas as últimas cinco vitórias do Lorient (a equipa tem, ao todo, nove vitórias esta época em todas as competições).

Ainda em França, a jovem promessa Rony Lopes ajudou o Lille a obter uma vitória forasteira (2-1) diante do Montpellier apontando o segundo golo da sua equipa; Ivan Cavaleiro apontou o seu terceiro golo na La Liga e selou o triunfo do Deportivo frente ao Eibar (2-0); Josué foi fundamental na reviravolta do Bursaspor ante o Genclerbirligi (3-1), ao restabelecer a igualdade no marcador na última meia-hora de jogo; Mário Rui (Empoli / Itália), com uma assistência no Empoli x Cesena (2-0), e Monteiro (AEK Larnaca / Chipre), com um golo no AEK Larnaca x Othellos Atienou (2-2), também alargaram a área de acção dos jogadores portugueses esta semana. 


"Chuteira Quente" da semana:
  1. Tiago
  2. Raphaël Guerreiro
  3. Josué
  4. Rony Lopes
  5. Ivan Cavaleiro

Jardel rouba a vitória ao Sporting no último minuto

Jardel rouba a vitória ao Sporting no último minuto
Sporting 1-1 Benfica
(Jefferson 87'; Jardel 90'+4')


O Benfica foi a equipa mais feliz do derby, depois de conseguir um empate já após os 90' no último remate enquadrado com a baliza em todo o encontro. A partida começou com uma intensidade impressionante, com um Sporting a tentar desmobilizar o adversário das suas posições (João Mário ocupou o espaço de Montero por inúmeras vezes) e a explorar a velocidade e desmarcações dos seus jogadores através de passes de ruptura e um Benfica a fechar espaços e a apostar na qualidade técnica dos homens da frente. Numa primeira parte muita táctica e sem grandes oportunidades de golo, um pouco à semelhança daquilo que foi o jogo na sua totalidade, o empate aceitava-se ao intervalo - o Benfica entrou ligeiramente melhor e o Sporting acabou por se superiorizar nos últimos minutos. A segunda metade começou com um Sporting mais intenso e a conseguir criar algumas situações de perigo. A partir do momento em que André Almeida viu cartão amarelo e Ola John saiu de campo, o Benfica perdeu o controlo do jogo (defensivamente) e ia valendo Artur (três intervenções de grande qualidade), que nada pôde fazer no golo do Sporting aos 87'. A correr atrás do prejuízo, o Benfica acabou por sorrir no fim, logrando um empate no último lance da partida.

Sporting: O Sporting sabia que teria de vencer o jogo para alimentar a esperança pelo título (o empate ainda não o arreda dessa corrida) mas agora vai depender muito dos outros (ainda vai jogar ao Dragão e sabe que o Benfica vai receber o FC Porto no seu estádio). O Benfica soube defender bem durante dois terços do encontro, mas face ao que aconteceu sobretudo na segunda parte o Sporting merecia mais que um ponto. Individualmente, a defesa esteve muito bem (o Benfica mal conseguiu criar lances de perigo e quando rematava era de fora da área), com Jefferson e Cédric a anularem por completo os seus opositores directos e a dupla jovem de centrais a evidenciar muita segurança, João Mário fez um jogo incansável, William encheu o meio-campo defensivo (abafou o ataque dos encarnados) e Adrien foi aquele que esteve em menor evidência na zona central, Nani foi bem anulado e não beneficiou da estratégia de Marco Silva (não teve muitas oportunidades de iniciar lances de "um contra um"), Carrillo foi uma ameaça constante para Eliseu e Montero não conseguiu ser eficaz na frente (mérito para o Benfica).

Benfica: Entrou bem, foi perdendo esse ímpeto e alcançou um empate importante de forma fortuita, valendo-se da sua eficácia (repetiu o feito da vitória no Dragão nesse capítulo). Entrou com uma mentalidade muito cautelosa e apenas explorou as transições, ainda que sem efeito, quando o Sporting estava por cima. Artur demonstrou muita segurança na baliza quando foi chamado a intervir, Luisão e Jardel cumpriram mais uma vez (Jardel tem elevado o seu estatuto ao longo da época e hoje foi o herói da partida), Maxi controlou Nani mas Eliseu teve mais dificuldades com o sobrepovoamento na sua ala (notava-se que o Sporting atacava mais e com mais do lado direito), no meio-campo Samaris e André Almeida quebraram com o desenrolar do jogo (não aguentaram a intensidade inicial e o grego ficou ligado ao golo sportinguista) após uma primeira parte bastante positiva, Salvio e Ola John pouco acrescentaram e Jonas foi muito mais influente que Lima, hoje muito desinspirado.

Relatório de Olheiro: Sporting x Benfica

Sporting e Benfica defrontam-se este domingo em Alvalade, num jogo que poderá revelar-se decisivo para as contas do campeonato. Os leões são obrigados a conseguir um resultado positivo que lhes permita encurtar distâncias para os rivais directos e manter o estatuto de "candidatos ao título", ao passo que o Benfica, em caso de vitória, praticamente hipoteca as esperanças do adversário e mantém uma margem confortável para o FC Porto, actual 2º classificado. Apesar de ainda restarem algumas incógnitas quanto à disponibilidade física de alguns jogadores e opções tácticas de cada um dos treinadores, é possível, ainda assim, traçar alguns pontos que devem ser explorados ou respeitados por cada uma das equipas.


O Sporting é uma das equipas que mais golos marca nos primeiros 15 minutos de jogo, apenas atrás do... Benfica. Daí que seja importante entrar forte e aguerrido, não deixar o adversário assumir o controlo do jogo e ter um bom índice de aproveitamento (dos "três grandes", o Sporting é o menos eficaz no ataque), colocando, assim, pressão do lado dos encarnados. O dérbi, muito provavelmente, será decidido no meio-campo. Adrien e João Mário devem iniciar a partida e terão a tarefa de impor ritmo, capacidade de pressão e intensidade extrema no meio-campo do Sporting que, globalmente, e ao contrário do que sucedera nos últimos clássicos, possui maior qualidade que o do Benfica; mais atrás estará William Carvalho, que terá a dupla missão de parar as investidas adversárias e auxiliar a dupla de centrais (ainda inexperiente). Por fim, quer seja Slimani ou Montero na frente (ou até os dois), é nas alas que vai residir o perigo constante para a baliza à guarda de Artur. Nani, um dos destaques da Liga, será auxiliado por um lateral bastante ofensivo (Jefferson), enquanto que Carrillo poderá ser o "joker" do Sporting - Eliseu, caso não seja rendido por André Almeida, não tem pedalada para o peruano e Ola John, se for o titular na ala esquerda dos encarnados, não cumpre tão bem defensivamente como Gaitán.

Para o Benfica tudo começa na baliza, onde Artur irá render um Júlio César em excelente momento de forma e enfrentar os fantasmas que permitiram ao Sporting sair da Luz com um ponto na mala no jogo da primeira volta do campeonato. De resto, a competência benfiquista será colocada à prova no sector intermediário do terreno (sim, volto a frisar que o meio-campo será a chave deste encontro). Se no jogo do Dragão a dupla Samaris-Enzo, secundada por Talisca, conseguiu fechar espaços e controlar o ímpeto adversário, a verdade é que a saída do argentino fará deste jogo uma verdadeira prova de fogo à disciplina táctica daquele que é o sector crucial do modelo de Jorge Jesus. Para ganhar, o Benfica não precisará necessariamente de ter mais posse de bola, mas sim ser inteligente com e sem o esférico e aproveitar bem as transições à sua disposição. Jonas e Lima são avançados bastante móveis, Gaitán (em dúvida), Salvio e Ola John são flechas apontadas à área contrária e terão pela frente um conjunto defensivo ainda muito jovem (os extremos têm tudo para suplantar os laterais). Por último, realçar que, à semelhança do que sucede com o Sporting, o Benfica vai tentar importunar ao máximo a organização de jogo a partir da defesa.

Um médio influente na Choupana

Tiago Rodrigues está emprestado pelo FC Porto
Ninguém deve ter previsto a entrada em falso que o Nacional teve na presente época. Contrariando aquelas que foram as dificuldades iniciais - esteve sempre próxima dos lugares de despromoção -, a equipa madeirense já leva 24 pontos, os mesmos que Marítimo e Moreirense, equipas que se situam nos lugares cimeiros da segunda metade da tabela.

O que mudou? Poder-se-á falar da aposta de Manuel Machado em certos jogadores (Lucas João tem justificado a aposta) e das suas opções tácticas, mas há um jogador que tem estado em particular destaque nos últimos jogos pela influência que tem tido desde a sua estreia - Tiago Rodrigues, médio criativo emprestado pelo FC Porto, foi titular nos quatro jogos disputados desde a sua chegada à Madeira e já leva um golo e três assistências. Mais: o Nacional soma quatro vitórias consecutivas - diante de Boavista, Paços de Ferreira, Moreirense e Belenenses -, ou seja, um total de 12 pontos, tantos como nas primeiras 15 jornadas (até soma mais vitórias), e a média de golos marcados por jogo sofreu um aumento significativo (0,6 para 2,5 golos/jogo). Em contrapartida, o Nacional sofreu golos nas últimas quatro partidas que disputou.

"Chuteira Quente": Diogo "Pontapé-Canhão" Figueiras


Lateral apontou os seus primeiros golos em 2014/15
Já havia feito o gosto ao pé para a Taça do Rei, ante o Espanyol, e repetiu a façanha em jogo do campeonato... diante do mesmo adversário. Diogo Figueiras foi o defesa em destaque em Espanha, ao apontar dois golaços no espaço de quatro dias. Se o primeiro não serviu de muito à formação andaluz - venceu o jogo por 1-0 mas já tinha sido derrotada na 1ª mão (1-3) -, o mesmo não se pode dizer do segundo, que permitiu inaugurar o marcador. Aproveitando o adiantamento do guarda-redes do Espanyol, o defesa português aplicou um remate fulminante "do meio da rua" que foi o tónico do triunfo do Sevilla (3-2). Em 13 jogos para a Liga Espanhola esta época, o português foi titular em 9 e apenas soma três desaires, todos eles contra oponentes do Top5 (Barcelona, At. Madrid e Valencia). Segue-se uma visita ao Santiago Bernabéu (para contrariar a tendência?), sabendo-se, desde já, que os únicos portugueses em campo estarão do lado dos visitantes. Será Diogo Figueiras um deles?


Golear o Bayern não é para todos

Wolfsburgo de Vierinha vai em 2º na Bundesliga
Semana de sonho para Vieirinha, extremo português que alinha no Wolfsburgo, onde tem actuado a lateral. A formação que irá defrontar o Sporting para a Liga Europa este mês vergou o Bayern (4-1), campeão em título que já não era derrotado para o campeonato desde Abril de 2014 [Bayern 0-3 Borussia Dortmund], sendo que o jogador nacional foi um dos elementos em destaque no eixo defensivo. Hoje, o Wolfsburgo empatou 1-1 no reduto do Ein. Frankfurt, numa partida bem mais discreta.

Mão cheia de vitórias para Vítor Pereira na Grécia. Se por um lado o Olympiacos ainda não teve adversários de peso pela frente, por outro chegar a um novo clube e somar cinco vitórias em tantos jogos e recuperar a liderança, somando agora cinco pontos de vantagem sobre o PAOK, 2º classificado, é digno de registo. Por falar em ligas menos mediáticas, o médio Cristóvão Ramos esteve em destaque no Chipre, ao bisar na vitória gorda do Omonia sobre o Doxa (4-2). Por fim, em solo francês, João Moutinho foi um dos melhores em campo no jogo grande da jornada que opôs Monaco e Lyon (0-0) - mais um jogo sem sofrer golos para a turma de Leonardo Jardim e para o guarda-redes Anthony Lopes.


"Chuteira Quente" da semana:
  1. Diogo Figueiras
  2. Vieirinha
  3. Vítor Pereira
  4. Cristóvão Ramos
  5. João Moutinho

Mercado rigoroso para Vit. Guimarães e Belenenses

Hernâni e Deyverson entre as últimas movimentações
Vit. Guimarães e Belenenses foram os principais clubes portugueses afectados pelo último dia do mercado de transferências. Hernâni é reforço de Inverno do FC Porto, enquanto Deyverson foi cedido aos alemães do Colónia até ao final da temporada. Para além dos números e das exibições, convém ter em conta a preponderância que cada um destes dois jogadores estava a ter na respectiva equipa.

Hernâni estava a ser uma das surpresas dos comandados de Rui Vitória e um dos principais responsáveis pela forte dinâmica ofensiva do Vit. Guimarães (melhor ataque da Liga, exceptuando os "três grandes"). Com 4 golos e 3 assistências, apenas falhou um jogo devido a castigo e apresentou um nível exibicional suficiente para vigorar entre os melhores da primeira volta do campeonato, tudo isto na sua época de estreia no principal escalão do futebol nacional. Ainda moram na "Cidade Berço" os jovens Bernard, Tomané e Ricardo Valente (entre eles somam 9 golos e 7 assistências), aos quais se juntam os reforços Sami e Ivo Rodrigues (veremos como será a adaptação do jovem português, ele que se tem destacado nos últimos meses), isto para além do forte meio-campo já existente, onde André André é a principal referência.

Mais importante para a sua equipa estava a ser Deyverson. Com 8 golos e 2 assistências em 16 jogos, o avançado brasileiro participou directamente em 56% dos golos do Belenenses na corrente edição da Liga (sempre que marcou, o conjunto do Restelo não perdeu). Para a frente de ataque do conjunto de Lito Vidigal sobram agora Abel Camará e Tiago Caeiro - o júnior Dálcio Gomes merece uma atenção especial a partir de agora -, jogadores que, na Liga, ainda não fizeram o gosto ao pé. Nota adicional: José Fonte chega por empréstimo, conseguirá afirmar-se?