2015 e o Desporto Nacional: O Momento (parte IV)

Mais um ano em grande para o desporto nacional... Não é fácil restringir os sucessos de 2015 a apenas um momento. Todavia, pela superação individual e pelos fantásticos resultados obtidos, a primeira edição dos Jogos Europeus deixará, certamente, boas recordações a vários atletas lusos e um sentimento de esperança a menos de um ano dos Jogos Olímpicos.

13 de Junho. Baku, Azerbaijão. Nem o calor que se faz sentir a horas do início do evento retira concentração nem esperança aos atletas nacionais. Ambicionam-se grandes prestações e almejam-se medalhas. Depois de um primeiro dia em branco, Portugal estreia-se entre os medalhados graças à excelente recuperação de João Silva, prata no triatlo. A bandeira nacional ergue-se pela primeira vez numa edição dos Jogos Europeus. O orgulho é por demais evidente.

Mas seria no dia 15 que o ouro se juntaria à colecção dos portugueses. A Selecção Nacional de Ténis de Mesa, formada por Marcos Freitas, Tiago Apolónia e João Geraldo, bate a França na final (3-1) e sobe ao mais alto lugar do pódio. Deseja-se que tal feito motive os restantes compatriotas. Horas antes, Fernando Pimenta confirmara a sua qualidade e arrecadara a prata em K1 1.000m, a milésimos do vencedor. Feito que viria a repetir no dia seguinte, em K1 5.000m, onde a vontade falou mais alto que o cansaço acumulado. O sol não se deita sem que antes Rui Bragança sofra para arrecadar nova medalha de ouro, no taekwondo (-58kg). Foi até ao último segundo. Transpira-se alívio. Com esta já são cinco medalhas no espaço de três dias. Muito bom. E apenas íamos a meio...

Novo dia, nova medalha. O porta-estandarte João Costa sobrevive à pressão inerente e dispara certeiro para a prata na categoria de pistola a 10m. Sexta medalha. Quatro dias consecutivos a somar conquistas. E como "não há quatro sem cinco", o desempate por ponto de ouro atribui o bronze a Júlio Ferreira (-80kg), segunda condecoração do taekwondo, autor de um percurso notável nestes Jogos Europeus. Seguem-se dois dias de descanso. Quanto às medalhas, claro. A 21 de Junho retoma-se o ciclo. A dupla Ana Rente / Beatriz Martins é medalha de bronze na prova de trampolins sincronizados, a apenas uma décima do segundo posto, e tornam-se nas primeiras atletas femininas portuguesas medalhadas em Baku. Até ao fim do torneio, mais um ouro e um bronze para as cores nacionais. A judoca Telma Monteiro, pentacampeã europeia, ultrapassou estoicamente a sua lesão e venceu a competição de -57kg, enquanto que a perseverança da Selecção Nacional de Futebol de Praia valeu-nos o terceiro lugar na despedida a Baku, depois de mais um jogo épico diante da Suíça.

Entre várias finais disputadas, registos individuais superados e Top-10 alcançados, a prestação de Portugal nos I Jogos Europeus encerrava com 10 medalhas (três de ouro, quatro de prata e três de bronze). Uma prestação que, assim, superava as expectativas dos membros do Comité Olímpico e que sublinhava a boa preparação que está a ser feita rumo aos Jogos Olímpicos. Espera-se, agora, que os Jogos Europeus constituam um estímulo adicional para os nossos atletas e que possamos sair do Brasil com várias medalhas ao peito. Talento, como ficou comprovado, existe. Resta sonhar alto e acreditar.

Saímos daqui satisfeitos, com 10 medalhas em oito modalidades. Honrámos Portugal. Honrámos a nossa bandeira, não só pelos resultados, mas também pelo comportamento. Só posso estar grato pelo facto de ter estado a liderar esta equipa. [José Garcia, Chefe de Missão de Portugal nos Jogos Europeus]

E se é justo destacar a prestação lusa nos "Jogos Olímpicos Europeus", merece também uma menção honrosa a campanha dos jovens portuguesas nas Universíadas de Gwangju, de onde saímos com quatro medalhas - a Selecção Universitária de Andebol amealhou o ouro, Rui Bragança e Joana Cunha arrecadaram a prata no taekwondo e Ana Filipa Martins coroou mais um ano em grande com uma medalha de bronze. O ano que agora termina ficará recordado não só pelas conquistas, mas também por alguns regressos em grande (Nélson Évora) e algumas tristes despedidas (Naide Gomes). Dito isto, a eleição de Momento de 2015 recai sobre os Jogos Europeus de Baku'2015.

Jonas entre os principais goleadores de 2015

Depois de um ano de estreia ao mais alto nível, marcado pela hegemonia interna do Benfica, seu clube, parecem faltar adjectivos para descrever o impacto de Jonas no nosso campeonato. Um dos melhores jogadores do bicampeonato dos encarnados, e actual melhor marcador da prova, o avançado brasileiro inscreveu, em 2015, o seu nome entre os principais protagonistas do desporto-rei apontando 31 golos no campeonato, apenas superado pelos incontornáveis Cristiano Ronaldo (37) e Lionel Messi (34). Um registo verdadeiramente impressionante para um jogador do campeonato português.

No que diz respeito aos seis principais campeonatos europeus, Cristiano Ronaldo liderou a lista de melhores marcadores, embora tenha disputado mais partidas que o seu eterno rival, Messi, detalhe que se reflecte na média de golos por jogo - 0,97 do português, face aos 1,03 do argentino, o único dos principais goleadores com mais golos do que jogos. Segue-se então Jonas, com 31 golos em 32 jogos, incluindo quatro de grande penalidade, ligeiramente à frente do uruguaio Luís Suárez, com 29 golos na Liga Espanhola, e de Aubameyang, que também apontou 29 tentos na Bundesliga ao serviço do Borussia Dortmund, que assim fecham o Top-5. Para além de Higuaín e Harry Kane, ambos com 27 golos, apenas mais quatro avançados conseguiram superar a barreira dos 25 golos nas respectivas ligas, no presente ano civil: Ibrahimovic (26), Neymar (25), Lewandowski (25) e Griezmann (25).

Dos 31 golos de Jonas na Liga, apenas 8 foram marcados longe do Estádio da Luz, sendo que Académica e Belenenses, cada um com quatro golos encaixados, foram as suas vítimas predilectas. O registo goleador de Jonas funcionou, curiosamente, como um talismã para o Benfica, uma vez que o clube encarnado somou os três pontos em todos os encontros em que o avançado fez o gosto ao pé. Numa estatística mais geral de 2015, o número 17 das águias participou em 45 jogos, em todas as competições, fazendo balançar as redes adversárias em 36 ocasiões diferentes e contribuindo com mais 11 assistências.

2015 e o Desporto Nacional: O Treinador (parte III)

2015 e o Desporto Nacional: O Treinador (parte III)
Uma nova era. Após o fracasso total na campanha para o Campeonato do Mundo, Mário Narciso assume, em 2013, o comando da Selecção Nacional de Futebol de Praia, manifestando o «orgulho extraordinário» de ter sido o escolhido para o cargo e traçando metas ambiciosas para o futuro. Mantendo Luís Bilro e Tiago Reis a seu lado, o setubalense foi, aos poucos, montando as bases que permitissem a Portugal fazer face às grandes equipas e voltar a sonhar com um grande título.

Chegamos a 2015. O trabalho contínuo de dois anos tem agora oportunidades de ser exibido. Ambiciona-se um salto gigante. Do fundo do poço, ao topo do mundo. Principais objectivos: Jogos Europeus de Baku e Campeonato do Mundo, a ser disputado na praia da Baía, em Espinho. A viagem ao Azerbaijão corre bem. Portugal sucumbe aos pés da Rússia (1-2) nos últimos minutos, mas segura a medalha de bronze num confronto épico com a Suíça (6-5). Segue-se o Campeonato do Mundo. Em areias nacionais. Mário Narciso, ciente do poderio dos adversários e do estado físico e anímico dos seus jogadores, não admite menos que o pódio. A Selecção Nacional de Futebol de Praia, como muitos nunca se esquecerão, supera as expectativas e ergue o tão ambicionado troféu. Logo a seguir, conquista o título europeu, na Estónia. Em cerca de três meses, Mário Narciso devolvera a glória à Selecção na modalidade e marcara um ano que permanecerá inesquecível para a história da modalidade. É reconhecido como o Treinador do Ano no desporto em questão e condecorado em Belém, juntamente com a restante comitiva, pelo Presidente da República.

Sensação fantástica. Se me dissessem há três anos que ia ser campeão do mundo de futebol de praia eu diria que estavam a brincar. Esta equipa mereceu. [Mário Narciso, após Portugal se sagrar campeão mundial]

Dando sequência ao trabalho realizado em 2014, Rui Jorge guiou uma Selecção Sub-21 à final do Campeonato Europeu, onde apenas sucumbiu na lotaria dos penáltis perante a predestinada Suécia. Pelo meio, um registo imaculado na campanha de qualificação (10 vitórias em outros tantos jogos), que teve o seu seguimento na fase final (nenhuma derrota), que resultou na medalha de segundo classificado e no apuramento para os Jogos Olímpicos do próximo ano. Entretanto, o pleno de vitórias no grupo de qualificação para o Euro'2017 vai deixando boas indicações. Na canoagem, a dupla Hélio Lucas e José Sousa comandou uma armada que continua a somar medalhas ao seu currículo, nas mais importantes competições internacionais, e que promete dar tudo para figurar entre os melhores no Rio de Janeiro. Mas a escolha recaiu sobre um dos "Heróis da Areia". É Mário Narciso o melhor Treinador de 2015.

2015 e o Desporto Nacional: A Equipa (parte II)

2015 e o Desporto Nacional: A Equipa (parte II)
Uma geração, por muito que se queira, nunca é eterna. O tempo corre, a idade pesa. O hábito de ver o talento eterno de Alan ou Madjer a emergir nas praias portuguesas Verão após Verão esbarra na falta de um título mundial. E o fracasso de 2012, quando nem nos qualificámos para o Campeonato do Mundo do ano seguinte, pode ser um sinal de que tudo tem um fim.

Ano de 2015. Mário Narciso já havia, entretanto, assumido o cargo de Seleccionador. O Campeonato do Mundo teria lugar em Espinho. Em casa. Talvez a última grande oportunidade de se sonhar com um grande título que teima em escapar à Selecção Nacional de Futebol de Praia. O grupo, pelo menos, é acessível. A estreia corre bem, com Portugal a vencer o Japão (4-2). O jogo seguinte, porém, lança algumas dúvidas. O Senegal (5-6) surpreende a Selecção Nacional, num jogo onde o aspecto mental acabou por fazer toda a diferença. Regressam as incógnitas. Terá sido um mero acidente de percurso? O jogo final diante da Argentina (7-2) dá a entender que sim. Espera-se que a complacência se tenha quedado pela fase de grupos.

Segue-se a vice-campeã Suíça, sabendo que o Brasil, qual "besta negra", deverá ser o adversário seguinte. Um jogo de cada vez. A irreverência de Ott e a experiência de Stankovic causam dificuldades, mas o hat-trick de Madjer desbloqueia o jogo (7-3) e encaminha Portugal para as meias-finais. A Rússia, uma das favoritas em prova e que recentemente nos havia batido em Baku, eliminara o Brasil e marcara confronto para discutir o acesso à tão ambicionada final. A força do adversário é notória. Mas são os ânimos exaltados dos russos, juntamente com a ajuda dos suplentes portugueses, a decidir o jogo (4-2) e guiar-nos à final. Desta vez não há Brasil. Menos mal. Sonha-se. O Tahiti, em ascensão na modalidade, batera a Itália nos penáltis e seria o derradeiro oponente. 

Três segundos e já se festeja no areal da praia de Espinho. Belchior e Coimbra dilatam a vantagem e o marcador já vai nos três, sem que o Tahiti consiga reagir. As coisas correm de feição. Mas quem chega à final nunca desiste. Um jogador do Tahiti falha escandalosamente uma recarga em zona frontal, já com o resultado em 4-3, depois de Bruno Novo, entretanto, ter feito o gosto ao pé. Como a história poderia ter sido bem diferente... Talvez tenha sido obra destino. Alan, com um chapéu de grande categoria a segundos do fim, decidiria a final. O que Madjer iniciou, Alan terminou. Mais uma coincidência? Talvez. Mas esta foi mesmo simbólica. Soa o apito final. Celebra-se em campo e nas bancadas. Os "Heróis da Areia" sagram-se campeões mundiais pela primeira vez e arrecadam a terceira competição FIFA em toda a história da FPF.

À conquista do título mundial, antecedida semanas antes pela medalha de bronze conquistada nos Jogos Europeus de Baku, junta-se mais tarde a vitória sobre a Ucrânia (5-4) na final da Superfinal da Liga Europeia. Como se já não bastassem os títulos colectivos, Portugal é plenamente reconhecido na Gala Internacional da modalidade, arrecadando os prémios de Melhor Jogador (Madjer), Melhor Treinador (Mário Narciso) e Jogador em Ascensão (Bé Martins). Um ano para mais tarde recordar.

Está na hora. Temos tudo, tudo a nosso favor. Jogamos em casa e estamos motivados. Pela brilhante carreira que fizemos em Baku interiorizámos que somos uma das melhores equipas do mundo. Sinto que podemos bater qualquer equipa. [Madjer, antes de Portugal disputar o Campeonato do Mundo]

Embora nem sempre haja o devido reconhecimento e mediatismo, todos os anos há equipas que se superam e que orgulham a nossa pátria. E nos últimos tal tem sido uma constante. Desde mais um excelente ano para a Selecção Portuguesa de Ténis de Mesa, que conquistou a medalha de ouro nos Jogos Europeus de Baku e outras quatro, entre as quais uma de ouro, no Campeonato Europeu, um bom indicador para os Jogos Olímpicos que se avizinham, passando pelo talento mais jovem da Selecção Nacional Universitária de Andebol, 100% vitoriosa e medalha de ouro nas Universíadas de Gwangju, e da Selecção Sub-20 de Hóquei em Patins, que renovou o título mundial em solo espanhol, motivos não faltam para acreditar que Portugal poderá continuar a dar cartas nas diferentes modalidades e que a próxima edição dos Jogos Olímpicos não ficará manchada pela ausência de medalhas. Contudo, pelo feito histórico, pelo peso simbólico e por ter quebrado a malapata de "morrer na praia", literalmente, houve uma equipa que mereceu mais esta distinção. É a Selecção Nacional de Futebol de Praia a melhor Equipa de 2015.

2015 e o Desporto Nacional: O Atleta (parte I)

2015 e o Desporto Nacional: O Atleta (parte I)
31 de Maio de 2015. Circuito de Mugello, Itália. Categoria de Moto3. Um jovem português de 20 anos parte da 11ª posição da grelha e arranca para uma vitória que faz soar o hino nacional pela primeira vez numa prova do Campeonato do Mundo. Transpira-se orgulho. Começaria aqui a afirmação de Miguel Oliveira, depois de alguns anos a desenvolver as suas capacidades ao mais alto nível e a subir ao pódio por cinco ocasiões distintas, mas sem ocupar o lugar mais honroso deste.

Depois de um 5º lugar no GP Catalunha, eis um novo triunfo, em solo holandês, local do seu único pódio em 2014. Começa-se a sonhar alto. A sorte, no entanto, desvia-se da pista de Miguel Oliveira no GP Alemanha. Uma fractura na mão esquerda, contraída nos treinos livres, força-o a abandonar a corrida e a ser operado. Receia-se. Mas não se desiste. Após algumas semanas a tentar regressar ao seu melhor ritmo, Miguel Oliveira inicia uma recuperação estrondosa, logrando cinco pódios consecutivos - incluindo três vitórias - à entrada para a última corrida da temporada. A perseverança do atleta luso, aliada a uma moto renovada pela equipa com quem havia rubricado contrato no início do ano, a KTM, permitem-lhe discutir o título mundial na última corrida da época, em Valência. Uma tarefa bastante complicada, uma vez que o britânico Danny Kent nem sequer precisaria de fazer uma grande corrida para segurar o seu primeiro lugar. É o que acontece, infelizmente. A vitória de Miguel Oliveira de nada lhe vale nas contas finais, com Danny Kent a vencer o português por uma margem de seis pontos.

Para a história irá ficar o percurso do atleta de Almada, que em 2015 espalhou o som d'A Portuguesa por seis circuitos diferentes e mostrou ter todas as condições de aspirar ao seu grande objectivo, a MotoGP, num futuro próximo. Para já segue-se uma nova aventura, ao serviço da Leopard Racing, no escalão de Moto2, onde irá reencontrar Danny Kent, agora seu colega de equipa.

É bom sair como uma referência da categoria. Deixa-me muito contente e dá-me muita confiança para os novos desafios que se avizinham. Sair da Moto3 como uma referência e ganhar a última corrida… não poderia haver melhor forma de terminar o campeonato. [Miguel Oliveira, após o GP Valência]

João Sousa viveu o seu melhor ano da carreira, alcançando um histórico 33º lugar no ranking ATP, melhor classificação de um tenista português em toda a história da modalidade, e marcando presença em quatro finais do circuito masculino e garantindo em Valência o seu segundo grande título da carreira [Kuala Lumpur, em 2013]. Aos 26 anos, e continuando a receber rasgados elogios por parte dos mais prestigiados colegas da modalidade, o "Conquistador" tem vindo a demonstrar que o sonho de ter um tenista luso no Top-25 mundial poderá ser concretizado em breve. O canoísta Fernando Pimenta viveu um dos melhores anos da sua carreira, arrecadando dez medalhas, entre as quais a de ouro na Taça do Mundo, de prata nos Jogos Europeus de Baku'2015 e no Europeu (K4), e de bronze no Mundial e no Europeu. Rui Bragança, actual 3º classificado no ranking mundial de taekwondo (-58kg), depois de se ter sagrado campeão europeu em 2014, arrecadou a medalha de ouro nos Jogos Europeus e a de prata nas Universíadas, na Coreia do Sul, sendo já visto como uma das grandes esperanças da comitiva nacional que irá estar presente nos Jogos Olímpicos. Cristiano Ronaldo, personalidade indissociável no que toca a eleger os melhores, falhou os títulos colectivos mas voltou a quebrar recordes, especialmente na Liga dos Campeões, e a deixar a sua marca pessoal na história do futebol. Contudo, no fim nenhum conseguiu acompanhar o sprint final do motociclista de Almada em direcção à meta. Miguel Oliveira é, portanto, o Atleta Nacional de 2015.

Liga NOS: Balanço do Mês (Novembro - Dezembro)

Depois de um mês de Novembro parco em jogos da Liga, Dezembro devolveu a emoção aos relvados nacionais. Desde logo por nos ter brindado com um presente de Natal antecipado, com 40 golos numa só jornada, um dos melhores registos das últimas décadas. Nas contas que mais interessam, e com um Benfica ainda a correr atrás do prejuízo, FC Porto e Sporting trocaram as posições cimeiras, algo que apenas veio apimentar o clássico entre dragões e leões na próxima ronda, sendo que os comandados de Julen Lopetegui fizeram o pleno nos seis jogos disputados ao longo dos últimos dois meses. A meio da tabela, Arouca e Vit. Guimarães merecem destaque pela forma como se aproximaram dos lugares europeus (apenas dois pontos de distância), e o Moreirense parece estar de volta ao caminho certo, após ter somado 11 dos seus 14 pontos nos últimos seis jogos. Pior estão certamente as três equipas com a pior sequência de jogos sem uma vitória, Estoril (8), Boavista (9) e Tondela (11), sendo que os beirões ocupam o último lugar, com apenas 5 pontos conquistados ao cabo de 14 jornadas.

Individualmente, Miguel Layún foi a estrela maior do campeonato ao apresentar uma estatística impressionante nestes últimos dois meses (2 golos e 6 assistências) e por estar a cimentar-se como um activo essencial no esquema táctico do FC Porto; Stefanovic e Iuri Medeiros, principalmente, foram elementos cruciais para a recente recuperação do Moreirense; Danilo Dias (3 golos e 2 assistências) foi decisivo para o U. Madeira; o pacense Bruno Moreira (4 golos) ganhou por escassa margem a corrida a Maurides (Arouca) e acompanha o benfiquista Jonas (5 golos e 3 assistências) no ataque da equipa ideal.

Defesa aos pastéis

A 13ª jornada da Liga NOS não deverá guardar boas recordações para os adeptos do Belenenses, sobretudo os mais supersticiosos. Devido à derrota em Coimbra (3-4), a equipa permanece com 13 pontos, ocupando o 13º lugar, e ainda viu Ricardo Sá Pinto colocar o seu cargo à disposição. Olhando para o trabalho que o técnico português fez na Liga, salta logo à vista que a defesa tem "andado aos papéis". Ou "aos pastéis", tratando-se dos azuis do Restelo.

Nas 13 jornadas disputadas, o Belenenses tem 30 golos sofridos (média de 2,31 golos/jogo), sendo que 22 deles foram encaixados longe do próprio estádio, daí que não surpreenda que estejamos perante a defesa mais batida do campeonato. Em 6 dos 13 jogos, o guardião Ventura, totalista no campeonato, teve de ir buscar a bola ao fundo das redes pelo menos três vezes, o que atesta bem o desequilíbrio defensivo da turma azul - das restantes equipas, apenas a Académica (4) soma mais de três jogos com 3 ou mais golos consentidos em noventa minutos. Embora o registo defensivo seja predominantemente negativo, o Belenenses não é a equipa da Liga com menos clean sheets: Ventura conseguiu manter a baliza inviolável diante de Moreirense (2-0) e U. Madeira (1-0), tantas vezes quanto Salin, do Marítimo. Com apenas um jogo sem golos sofridos, Académica e Tondela dividem o estatuto de piores da prova nesse aspecto em particular.

Como os defesas também não estão inibidos de darem o seu contributo ao ataque, como é óbvio, convém realçar mais um dado estatístico bastante curioso: nenhum defesa do Belenenses soma um golo ou uma assistência até ao momento no campeonato, registo inédito entre todas as equipas da competição. Gonçalo Brandão, verdade seja dita, até já fez o gosto ao pé logo na jornada inaugural, frente ao Rio Ave (3-3)... mas na baliza errada.

De volta à boa forma?

Depois de um retorno em grande ao principal escalão do futebol nacional, o desafio do Moreirense para a nova época era o maior até à data. Privado de jogadores nucleares em 2014/15, que rumaram a outras paragens na abertura do mercado - Marafona, Paulinho, André Simões, Arsénio -, Miguel Leal sabia que um bom arranque poderia motivar um conjunto em reconstrução. No entanto, o início de época não correu como o desejado. Apesar de quase ter roubado pontos ao Benfica (2-3), na Luz, e de ter travado, em casa, o FC Porto (2-2), o Moreirense não fez mais do que 3 pontos nas oito jornadas inaugurais.

A ocupar a posição de "lanterna vermelha", foi em Coimbra [Académica 1-1 Moreirense], já para lá dos 90', que a equipa se relançou no campeonato, graças a um remate certeiro de Ença Fati. Desde então, a história dos cónegos mudou completamente: para além do registo de 3 jogos consecutivos sem sofrer golos (Stefanovic muito contribuiu para tal), a equipa venceu finalmente um jogo no campeonato, ante o Paços de Ferreira (2-0), deixou pela primeira vez o Rio Ave em branco (1-0) e roubou pontos ao Sp. Braga (0-0), uma das equipas a lutar abertamente pelos lugares cimeiros da tabela. Conhecido por montar bem a sua equipa do ponto de vista táctico, Miguel Leal viu, assim, o seu Moreirense melhorar substancialmente os índices ofensivos e, sobretudo, defensivos nas partidas mais recentes. Na época transacta, o técnico não foi além de 4 partidas consecutivas sem conhecer o sabor da derrota (2 vitórias, 2 empates), algo que agora se torna a verificar. Conseguirá na próxima jornada, diante do Sporting, melhorar esse registo e estabelecer um novo máximo?

"Su(k)cesso" Asiático

É muito raro ver um clube português apostar num jogador asiático para o seu plantel. Quer pela natural barreira linguística ou cultural, quer pela gritante diferença de exigência técnico-táctica, é bastante provável que essa mesma aposta não se torne num caso de sucesso. Suk Hyun-Jun, ou simplesmente Suk, é, portanto, uma excepção à regra. O avançado sul-coreano, que cumpre actualmente a sua terceira época no campeonato nacional, tem sido um dos melhores na sua posição desde o início da prova, assumindo uma preponderância vital no processo ofensivo do Vit. Setúbal.

Titular nas 12 jornadas da presente edição da Liga, e apenas superado pelo totalista Frederico Venâncio no número de minutos jogados por um jogador da formação sadina, Suk é o segundo melhor marcador da competição (juntamente com o sportinguista Islam Slimani) com 7 golos marcados. Um número que lhe permite melhorar a marca do ano passado (6 golos, ao serviço de Nacional e Vit. Setúbal, em 30 jogos) e isolar-se ainda mais como melhor marcador asiático em toda a história da Liga Portuguesa (17 golos). Aos tentos marcados em 2015/16, Suk acrescenta ainda 4 assistências, o que atesta a influência na manobra ofensiva da equipa - está directamente envolvido em 11 dos 21 golos (52,4%) do Vit. Setúbal na Liga.

Apenas superado por FC Porto e Benfica, e em igualdade com o Sporting, o ataque da turma do Sado também tem contado com outras peças em destaque. André Claro tem sido um parceiro à altura na frente de ataque (5 golos e uma assistência), Costinha teve um bom arranque de campeonato e Arnold Issoko e André Horta têm vindo a conquistar o seu espaço entre o grupo principal daquela que está a ser uma das revelações do principal escalão da Liga até ao momento.

Mestre da táctica... defensiva

Apesar de uma maior contenção financeira, esperava-se que Jorge Jesus tivesse um impacto imediato e fosse capaz de finalmente fazer com que o Sporting rivalizasse com Benfica e FC Porto, os outros grandes candidatos ao título. E a verdade é que o clube de Alvalade está no bom caminho. Mas o apelidado "Mestre da Táctica", ao contrário do que nos habituou nas últimas épocas - apenas não superou a fasquia dos 100 golos marcados no ano passado -, está actualmente a (tentar) fazer valer a máxima «Ataques ganham jogos, defesas ganham campeonatos». Como se pode constatar pela imagem ao lado, e com o auxílio dos dados da Opta, o Sporting é a equipa que recebeu menos remates adversários enquadrados com a sua baliza (18), dos quais 5 (dois deles de grande penalidade) fizeram balançar as redes à guarda de Rui Patrício. Noutros registos defensivos importantes, o conjunto de Jorge Jesus apenas é superado pelo Vit. Guimarães (185) no número de desarmes ganhos e pelo Sp. Braga (639) no número de duelos ganhos - individualmente, Adrien lidera os leões em ambos os capítulos.

Com apenas um golo sofrido nas últimas sete jornadas [Sporting 5-1 Vit. Guimarães], estamos perante a segunda melhor defesa do campeonato, apenas superada pela do FC Porto (4 golos concedidos), e o melhor Sporting do século XXI no que diz respeito à quantidade de golos sofridos (5) no primeiro terço do campeonato. Já de Jorge Jesus não se pode afirmar o mesmo. O técnico igualou o registo alcançado na sua única época ao serviço do Sp. Braga, em 2008/09, em que alcançou o 5º lugar, meses antes de iniciar uma nova etapa enquanto treinador do Benfica.

Nas asas do Dragão

Apesar de não praticar o futebol mais espectacular da Liga, ninguém pode negar que a defesa do FC Porto tem sido uma das mais consistentes do campeonato. Algo que já se havia verificado no ano passado. Uma das imagens de marca do sector defensivo deste ano tem sido, indubitavelmente, a influência ofensiva que os laterais têm tido. Depois das saídas de Danilo e Alex Sandro, este último ainda fez uma assistência no único jogo em que participou esta época, Maxi Pereira e Miguel Layún têm sabido dar boa resposta nas asas (leia-se "alas") do Dragão. O uruguaio já soma 5 assistências, apenas menos uma face ao registo de 2014/15, embora ainda não tenha feito o gosto ao pé. Já o mexicano, que apenas chegou no fecho do mercado de transferências, tem sido o melhor jogador da Liga nas últimas cinco jornadas, acrescentando um golo às suas 4 assistências.

Ainda assim, não são apenas os laterais que merecem destaque. O FC Porto é agora a equipa que já não sofre golos há mais tempo - desde a 6ª jornada -, dado que confere aos azuis e brancos o estatuto de melhor defesa do campeonato (4 golos sofridos). Neste primeiro terço de campeonato, para além dos três jogadores supracitados, também os centrais Iván Marcano e Maicon, com um e dois golos, respectivamente, já participaram em golos portistas. A boa forma do sector defensivo estende-se à baliza, onde Iker Casillas defendeu um penálti em Aveiro, diante do Tondela (1-0), dando continuidade ao número de minutos sem sofrer qualquer golo na Liga.

Muralha Russa

Já tinha sido destacado na Equipa do Mês de Outubro e está-se a tornar na grande figura do campeonato na sua posição. Isto depois de um ano em que foi suplente de Matheus, cujos minutos se restringem, agora, aos jogos da Liga Europa, e em que deu uma boa réplica sempre que foi chamado a intervir (6 clean-sheets em 11 jogos da Liga e uma exibição memorável num jogo da Taça de Portugal, no terreno do Benfica). Kritciuk, guarda-redes de 25 anos do Sp. Braga, somou o seu quinto jogo consecutivo sem qualquer golo encaixado. Líder da Liga em clean-sheets (6, em igualdade com Casillas), as boas exibições ante Vit. Guimarães (fora), Arouca (casa), FC Porto (fora), Belenenses (casa) e, mais recentemente, U. Madeira (fora) permitem que o russo continue a ser o único jogador da Liga sem golos sofridos nos meses de Outubro e Novembro [Sp. Braga 5-1 Marítimo, com um golo de Dyego Sousa, foi o último jogo em que a bola entrou na sua baliza]. A própria estatística mostra que o seu número de defesas aumentou consideravelmente nos últimos cinco jogos, o que se traduz na classificação da equipa minhota entre as melhores defesas do campeonato (1º lugar, com apenas 5 golos sofridos, tantos quanto o FC Porto, que tem um jogo a menos) e na tabela classificativa (3º lugar). Também merece uma atenção especial a defesa do Sp. Braga, sobretudo a jovem dupla de centrais constituída por Wily Boly, que cada vez mais adquire um papel imprescindível neste sector, e Ricardo Ferreira, que tem merecido a confiança de Paulo Fonseca e até já se estreou a marcar no campeonato.

JGG-47: A principal arma do Benfica

AK-47 é uma das armas de origem soviética mais conhecidas à escala global. No plantel do Benfica, somando os números das camisolas envergadas dentro de campo, existe um trio que se tem destacado pelos efeitos igualmente devastadores e que tem dinamitado o ataque encarnado ao longo deste primeiro terço do campeonato. Com um total de 12 golos e 14 assistências nas primeiras nove jornadas disputadas - o encontro com o U. Madeira ainda não se realizou -, Jonas, Gaitán e Gonçalo Guedes constituem a principal arma ofensiva da equipa com mais golos apontados na prova.

Gaitán continua a demonstrar o porquê de ser considerado o melhor jogador a actuar no campeonato nacional e lidera o capítulo das assistências (7) e ocasiões criadas, ao passo que Jonas, melhor marcador da Liga (8 golos), tem sido um dos goleadores de 2015, apenas atrás de Messi e Ronaldo, se considerarmos as principais ligas europeias. Gonçalo Guedes, que apenas assumiu a titularidade a partir da 3ª jornada, tem crescido a olhos vistos, tendo participado directamente em sete golos desde então. Curiosamente, o último jogo, frente ao Boavista (2-0), manteve uma tendência que se tem verificado até ao momento. Em todas as seis vitórias do Benfica na Liga, pelo menos dois destes três jogadores tiveram influência directa (golo ou assistência) no resultado final de cada partida. Os restantes encontros, diante de Arouca (0-1) e com os rivais FC Porto (0-1) e Sporting (0-3), foram sinónimo de pólvora seca e de três pontos perdidos em combate.

Liga NOS: Balanço do Mês (Outubro)

Outubro foi um mês perfeito para Jorge Jesus e para o seu Sporting: os leões  foram a única equipa da Liga a fazer o pleno de vitórias, triunfaram historicamente na casa do grande rival e beneficiaram das condicionantes que ditaram o adiamento dos jogos do U. Madeira (apenas fez um jogo no mês) com os outros dois "grandes" para aumentarem a sua vantagem no topo da tabela, algo que dá alguma folga anímica à equipa. O Sp. Braga foi outra das equipas em destaque, sendo para já a única equipa a sair do Estádio do Dragão, em 2015, sem golos sofridos e a única do mês a manter esse mesmo registo imaculado. Também Rio Ave e Vit. Setúbal, que somaram 7 pontos em 9 possíveis, permanecem em grande, sendo que os vilacondenses ocupam neste momento o terceiro lugar do campeonato. A "nota menos" vai para Nacional, que já não vence há cinco jogos, e Moreirense, única equipa da prova que ainda não sabe o que é ganhar.

Individualmente, Zeegelaar foi decisivo nos últimos três jogos do Rio Ave, com 2 golos e uma assistência (Jefferson, do Sporting, também merecia a distinção); Rafa parece estar de volta à sua melhor forma; Slimani foi, porventura, o melhor jogador do mês e seguramente o avançado em evidência nesse período (4 golos).

De cabeça quente

Não está a ser o início que os adeptos do Marítimo esperavam. A equipa do Funchal partiu para esta temporada com a ambição de voltar às competições europeias, mas ao cabo de oito jornadas soma apenas duas vitórias e um total de oito pontos (13º lugar). E um dos dados estatísticos que sobressai de imediato e tem deixado os adeptos de mãos na cabeça é, sem dúvida, o número de cartões vermelhos exibidos. Os jogadores do Marítimo já foram expulsos em seis ocasiões - Tiago Rodrigues (x2), Raúl Silva, João Diogo, Diallo e Dirceu -, sendo que todas elas surgiram nos últimos seis jogos (o encontro com o Vit. Setúbal, à 4ª jornada, foi o último a terminar com 11 insulares em campo). A nível geral, os verde-rubros lideram destacadamente a tabela da indisciplina da Liga NOS - têm o dobro dos cartões vermelhos (6) face às equipas que se seguem neste capítulo e são ainda a equipa com mais cartões amarelos (30). Juntamente com as restantes cinco equipas da Liga com pelo menos três vermelhos, representadas na imagem ao lado, temos aqui 68% das expulsões do campeonato!

Por falar em cabeça quente, e apesar de ter ficado em branco na derrota caseira com o Paços de Ferreira nesta última jornada, o Marítimo é a equipa da Liga com mais golos de cabeça (6), um registo entretanto igualado pelo Rio Ave no último fim-de-semana graças às finalizações certeiras de Zeegelaar e Guedes.

NBA 2015/16: Candidatos e previsões individuais

Está de volta o melhor basket do Mundo! A noite de hoje marca o início da 70ª temporada da NBA, mais uma que deverá proporcionar emoções até ao último jogo. Os Golden State Warriors ficaram a sorrir no final da última época mas sabem que a revalidação do título constitui, por norma, uma tarefa ainda mais árdua. Entre retornos de jogadores-chave, mudanças de treinadores e rotações nos plantéis, é possível identificar aqueles que deverão ser os destaques da temporada que se avizinha.


Conferência Este: A rivalidade constante

Cleveland Cavaliers: O ano passado ficou marcado pela estreia de um novo treinador e por lesões cruciais na recta final, ainda assim, os Cavs ficaram muito perto de garantir o anel. Este ano, contando com um elenco praticamente idêntico, as espectativas continuam as mesmas (tudo o que não seja a Final da Conferência Este será uma desilusão). Com um LeBron ao nível de MVP e uma equipa já familiarizada com as exigências dos jogos a doer, a formação de Ohio será o alvo a abater numa Conferência onde os candidatos não apresentam argumentos tão fortes, exceptuando uma ou outra franchise. Principal obstáculo: LBJ já demonstrou por diversas vezes que está lá nos momentos decisivos, resta Irving e Love mostrarem também isso mesmo. Se o fizerem, os Cavs tornam-se num caso sério.

Chicago Bulls: Fim de uma Era. Os Bulls vão abandonar a postura defensiva característica de Tom Thibodeau e implementar uma estratégia mais ofensiva. Com um dos melhores bancos da NBA (talvez o melhor), e esperando, mais uma vez, que Rose (nível MVP outra vez?) não passe mais tempo "encostado" do que em jogo, Fred Hoiberg terá mão-de-obra mais do que suficiente para descobrir qual a sua melhor combinação para lutar pela vaga na Final. Principal obstáculo: já nem vale a pena referir que as lesões são uma parte indissociável do sucesso dos Bulls, mas este ano será bastante curioso de se ver como irá funcionar a defesa, não tanto pela falta de jogadores com qualidade, mas pelo novo modelo táctico. «Ataques ganham jogos, defesas ganham campeonatos», como se costuma dizer.

A equipa a ter em conta são... os Orlando Magic: Depois de andar a lutar com os 76ers pelo pior registo no Este, este pode ser finalmente o ano que marca o regresso dos Magic aos playoffs. Não tendo um plantel tão experiente como os Raptors, Heat ou até os Hornets (têm tudo para fazer uma boa época), a juventude deste elenco poderá trazer resultados positivos a curto/médio-prazo.


Conferência Oeste: O campeão e a velha raposa

Golden State Warriors: Os campeões partem para a nova temporada com a confiança em alta e poucas mudanças (a saída de Lee, que nem era imprescindível para Steve Kerr, foi a mais significativa). Os Golden State sabem que têm um dos melhores backcourts da NBA e um plantel bastante equilibrado que deverá dar seguimento ao que se passou há um ano. Principal obstáculo: o modelo de jogo dos GSW já foi bem estudado e poderá voltar a não ser tão eficaz (por falar em eficácia, os "Splash Brothers" vão ser mais vigiados que nunca e isso reflectir-se-á no rendimento colectivo).

San Antonio Spurs: O futuro seleccionador dos EUA tem aqui uma grande oportunidade para provar que os anos pouco importam para o sucesso de uma equipa. Depois de ter sido eliminado em Los Angeles de forma dramática, Popovich viu chegar LaMarcus Aldridge e David West, dois elementos que são um claro upgrade no frontcourt dos texanos. Parker continua a mostrar que "ainda está lá para as curvas" e os Spurs vão certamente querer reentrar na grande luta pelo tão ambicionado anel. Principal obstáculo: O banco é muito inferior ao cinco inicial e terá de deixar uma boa réplica tanto nos jogos importantes, como no resto da época (os veteranos têm de estar frescos para os playoffs).

A equipa a ter em conta são... os LA Clippers: Muito se tem falado no regresso de Durant, algo que aumenta consideravelmente as hipóteses dos OKC, de mais um ano em grande de Harden e dos Rockets, mas o poderio colectivo dos LA Clippers tem passado um pouco ao lado. Após conseguir manter DeAndre Jordan e contratar o velho conhecido Paul Pierce, Doc Rivers tem aqui uma excelente oportunidade para alcançar a Final da Conferência Oeste. A fasquia está bem acima do habitual mas há qualidade mais que suficiente para a ultrapassar. Será desta?


Previsões individuais

MVP: Russell Westbrook. Se os OKC quiserem ter boas chances de figurar nos playoffs vão ter que andar à boleia do que a dupla Westbrook-Durant fizer na temporada regular, sinónimo, portanto, de números elevados. Tratando-se do regresso de Durant, que poderá evidenciar alguma ferrugem, e pelo que Westbrook jogou na segunda metade da última época, a escolha recai sobre o PG.
6thMOY: Dennis Schroder. Deixou boas indicações no ano passado e Mike Budenholzer sabe da sua importância a partir do banco. Será uma das referências dos Atlanta Hawks quando a segunda linha estiver em jogo.
ROY: Karl-Anthnoy Towns. Ser titular é crucial para a entrega deste prémio e o jovem dos Minnesota Timberwolves é capaz de pontuar e conseguir ressaltos de forma consistente. Terá a ajuda de Garnett, um bónus adicional, e, por outro lado, a concorrência de Emmanuel Mudiay, Jahlil Okafor e D'Angelo Russell.
DPOY: Anthony Davis. Prevê-se mais um ano com números fantásticos e muitas vezes isso ajuda na eleição deste prémio, para o qual ele já é um candidato sério devido à sua presença perto do cesto.
MIP: Elfrid Payton. Não mereceu muito reconhecimento no seu ano de rookie mas, a confirmar-se a previsão relativa aos Orlando Magic e se aumentar a sua agressividade e confiança, o PG pode arrecadar este prémio.

Eles só precisavam de uma oportunidade!

Quando Julen Lopetegui decidiu incluir Rúben Neves no grupo principal que fez a pré-época do FC Porto no ano passado - convém recordar que foi ano de Campeonato do Mundo -, nem por um segundo alguém pensou que o mesmo integraria o plantel principal dos dragões. Desde a sua estreia profissional, inesquecível pelo golo apontado, até ao presente, o jovem de 18 anos tem merecido cada vez mais a confiança do seu treinador e tem correspondido sempre que é chamado a intervir. Titular em jogos importantes do campeonato e da Liga dos Campeões, despertou a atenção de meia Europa no jogo diante do Chelsea, apenas mais um, pela forma simples com que trata a bola e inteligência táctica que o distingue dos restantes jogadores da sua idade. O mais recente feito: tornar-se no capitão mais jovem de sempre na prova milionária, algo que não só se tornou possível devido à lesão de Maicon, como também pela confiança do seu treinador. Apesar da concorrência na sua posição, o próprio Fernando Santos, Seleccionador Nacional, já admitiu que Rúben Neves faz parte da lista de jogadores que pode integrar a lista final dos convocados do Euro'2016.

Um ano depois do jovem do FC Porto, o futebol português é novamente brindado com um futebolista que não acusou a tenra idade quando teve oportunidades para demonstrar o seu valor e passou de 3ª para 1ª opção. Nélson Semedo, que tinha uma pressão acrescida face à saída de Maxi Pereira, foi o escolhido para os primeiros jogos oficiais da equipa e só abandonou recentemente o seu lugar face a uma lesão contraída durante o seu primeiro jogo ao serviço da Selecção Nacional. Depois de alguns anos a amadurecer na equipa B, o jovem de 21 anos tornou-se no mais recente lateral lançado por Rui Vitória na Liga Portuguesa (Baiano, Adama Traoré e Bruno Gaspar encabeçam a lista) e já despertou a cobiça de vários clubes europeus de renome.

Por outro lado, Gonçalo Guedes já tinha entrado no plantel principal com o rótulo de "miúdo maravilha" - Jorge Jesus até já o tinha chamado à acção em jogos da Taça da Liga na época anterior. Mas essas designações de nada valem se dentro de campo o jogador não corresponder. Após um período de indecisão quanto ao substituto do lesionado Salvio, o extremo de 18 anos parece ter finalmente agarrado o lugar e tem deixado excelentes indicações. A sua maturidade acima da média já lhe valeu um golo histórico em Madrid (jogador português mais jovem de sempre a marcar na Liga dos Campeões) e uma hipotética chamada à Selecção poderá não demorar tanto tempo.

Rúben Neves, Nélson Semedo e Gonçalo Guedes são apenas três exemplos entre muitos outros. A formação dos três grandes tem apresentado resultados positivos nos últimos anos, mas de nada servirá isso se depois não houver oportunidades para quem exibe um potencial para vingar no escalão máximo. Entretanto, mais duas vitórias para os Sub-21, aumentando assim para 23 a série de jogos oficiais sem conhecer o sabor da derrota. Rui Jorge continua a dar seguimento ao excelente trabalho que tem realizado e saber que uma Selecção jovem vai conseguindo dar cartas em vésperas de um ano olímpico é sempre agradável. E mais uma vez fica provado que quando existe confiança do lado técnico o talento vem ao de cima. E Portugal tem muito talento neste desporto.

Tempo de fixar novas metas

Tempo de fixar novas metas
Objectivo cumprido. Depois do desaire em Aveiro frente à Albânia (0-1), que motivou o despedimento de Paulo Bento e a chegada de Fernando Santos, Portugal conquistou sete vitórias em outros tantos jogos e assegurou o primeiro lugar do seu grupo, e consequente qualificação directa para o Euro'2016.

Olhando para trás, fica a sensação que o futebol praticado ainda está aquém do exigido. Nem mesmo os resultados nesta fase de grupos conseguem enganar: Portugal venceu todos os jogos sob o comando de Fernando Santos... mas sempre pela margem mínima. Um espelho, portanto, das dificuldades ofensivas que a Selecção foi demonstrando, atenuada, felizmente, pela eficácia e pelo pragmatismo característicos das equipas do actual técnico luso. Ainda assim, é injusto retirar mérito a Fernando Santos. A forma como uniu o balneário após o primeiro desaire e como foi dando oportunidades, ou incluindo em convocatórias, àqueles que mais mereciam resultou numa fase de qualificação em que, finalmente, não foi preciso voltar ao básico e andar de calculadora na mão.

É altura de pensar no futuro. No próximo objectivo. Até ao início da fase final do Euro'2016 muito acontecerá. Alguns jogadores poderão destacar-se até ao final da temporada e espera-se que não haja condicionamentos físicos. Mas dificilmente se verificará uma revolução no lote de 23 que rumarão a França face àquelas que têm sido as últimas convocatórias. A maior dúvida, neste momento, talvez se prenda com o meio-campo. Para segundo plano ficam os Jogos Olímpicos - Rui Jorge deve apostar no núcleo duro que foi recentemente vice-campeão europeu, o que faz com que Raphäel Guerreiro, William Carvalho, João Mário ou até Bernardo Silva possam ser equacionados para a comitiva que rumará ao Brasil. Mas mais importante que pensar em individualidades, nesta altura o foco deve incidir sobre uma boa preparação táctica que permita à Selecção bater-se com os melhores (os jogos com a França mostraram que ainda há um longo caminho a percorrer) e corrigir as nuances evidenciadas até ao momento. Temos tempo.

Liga NOS: Balanço do Mês (Agosto - Setembro)

Os primeiros dois meses de acção ficaram desde logo marcados pelo clássico entre FC Porto e Benfica, que permitiu aos azuis e brancos tomar uma posição de vantagem face aos campeões nacionais e assumir a liderança. Também o Sporting, que não deve voltar a contar com Carrillo tão cedo, segue, ainda assim, no topo da tabela. Com os três "grandes" ainda à procura da sua melhor forma e já com alguns pontos importantes desperdiçados com equipas de outro patamar, fica a ideia de que o campeonato poderá vir a conhecer alguns volte-faces durante os próximos meses. O Sp. Braga, a dois pontos do 1.º lugar, está a demonstrar que não será fácil sair da Pedreira com pontos conquistados e promete almejar a algo mais do que o esperado 4.º posto, enquanto que o Estoril, mesmos pontos que águias e guerreiros, apenas foi derrotado por Benfica e FC Porto, contra quem deixou boas indicações. As grandes decepções das primeiras seis jornadas da Liga são, certamente, a Académica e o Moreirense. Os estudantes, que promoveram a primeira "chicotada" da época - o Vit. Guimarães, que desiludiu igualmente, foi o outro clube a mudar de treinador entretanto -, continuam sem pontuar e apresentam um futebol pobre em soluções ofensivas, um problema comum aos cónegos, que apenas marcaram frente a Benfica e FC Porto e permanecem sem vitórias.

Individualmente, André Moreira, que aos 19 anos é o titular na baliza do U. Madeira, tem apenas quatro golos sofridos (um dos melhores registos da Liga) e manteve a baliza inviolável durante três jogos consecutivos; Gaitán continua a demonstrar porque é um dos craques do campeonato pela forma como desequilibra e cria ocasiões de golo (líder de assistências - 5); Suk tem estado imparável em todos os jogos em que participou até ao momento (soma 5 golos e 3 assistências); Jonas não pára de marcar e é, isoladamente, o melhor marcador do campeonato - 7 golos, aos quais acrescenta 2 assistências.

Liga NOS 2015/16: Previsão da época

Realizado o jogo da Supertaça Nacional, que marca o reinício oficial da temporada futebolística a nível nacional, começam a intensificar-se as atenções em torno das equipas da nova edição da Liga NOS. Apesar de o mercado de transferências permanecer aberto até ao início de Setembro e de isso não implicar o fim das modificações dos plantéis, é possível, ainda assim, traçar um esboço daquilo que se poderá esperar de cada uma das equipas, quanto aos objectivos no campeonato, deduzindo que não haverá nenhuma "revolução" nos actuais plantéis das mesmas.


Ataque ao título

Raras são as ocasiões em que o campeão não parte como favorito. O Benfica, mesmo depois de ter perdido dois jogadores importantes e o treinador que deu vida ao futebol entusiasmante dos últimos seis anos, continua com um plantel capaz de revalidar o título e tem de vigorar na primeira linha de favoritismo. No entanto, a diferença para os rivais é (praticamente) inexistente. O FC Porto voltou a apostar forte no mercado e a montar uma super-equipa (tem o melhor plantel da Liga) e o Sporting, com a chegada de Jorge Jesus, ganhou um novo poder, dentro e fora das quatro linhas, que permitiu a entrada de jogadores de renome, capazes de devolver um título nacional aos leões.
 

Luta pela Europa

Naquele que foi um dos melhores mercados de transferências de sempre a nível nacional, as equipas de meio de tabela acabaram por ser as mais ignoradas. O Marítimo, por ter mantido o treinador e melhorado de forma geral a sua equipa (apesar da saída de Danilo Pereira), é um clube a observar com atenção este ano e que poderá alcançar um dos dois lugares europeus - três, dependendo dos finalistas da Taça de Portugal - com relativa facilidade. Para além dos verde-rubros, Sp. Braga e Nacional são as minhas outras apostas para discutirem o acesso às competições europeias. Paulo Fonseca terá à sua disposição matéria-prima suficiente para repetir o que já fez em Paços de Ferreira, enquanto que Manuel Machado é um treinador habituado a lidar com equipas que ambicionem voos mais altos (ficou a um ponto de o conseguir no ano passado).

Metade superior da tabela

Qualquer uma destas equipas tem condições suficientes para lutar pela Liga Europa, no entanto, por razões distintas, ocupam uma linha de favoritismo inferior. O Estoril, com soluções novas e interessantes, quererá certamente melhorar o futebol (e a classificação final) da temporada anterior; o Paços de Ferreira, se mantiver o rendimento de há um ano, será outra equipa a manter debaixo de olho; o Rio Ave, que não deverá mudar muito aquele que foi o núcleo do ano anterior, precisará de ser mais regular se quiser ter hipóteses de lutar por um lugar europeu. Por outro lado, mesmo contando com um plantel recheado de opções de qualidade, o Vit. Guimarães não parece bem encaminhado para repetir o sucesso da época anterior, ao passo que o Belenenses, mais limitado e com um plantel exclusivamente português(!), deverá contentar-se com um lugar a meio da tabela.

Fuga à despromoção

À semelhança do que acontece no topo da tabela, o mesmo se aplica para o fundo: poucas são as vezes em que as equipas que sobem estão fora do grupo dos "aflitos". O U. Madeira (falta de experiência do plantel) é talvez o clube com maior probabilidade de regressar à II Liga, com Tondela (outro recém-promovido, este repleto de caras novas) e Vit. Setúbal (o futebol de Quim Machado tarda em convencer) como favoritos a acompanhar o debutante madeirense. Não tão preocupantes, contudo sem dar azo a descanso, são os casos de Arouca (uma das maiores incógnitas deste campeonato, mas Lito Vidigal demonstrou capacidades no Restelo), Académica (excelente abordagem de mercado, resta saber se José Viterbo vai saber dar conta do recado), Boavista (plantel com boas soluções e à medida de Petit, que deverá voltar a garantir a manutenção) e Moreirense (o desafio de Miguel Leal será ainda maior pois perdeu várias peças fundamentais).

Liga NOS 2015/16: 8 reforços a ter em atenção

Com o regresso da Liga, as atenções centram-se, naturalmente, nos principais protagonistas: os jogadores. Entre debutantes e jovens à espera de se afirmarem entre os nomes principais do campeonato, muitos são os jogadores que não alinham por qualquer um dos três grandes e que têm capacidade para ser uma mais-valia para o seu clube e, consequentemente, para o futebol nacional. Eis a lista dos dez reforços a seguir com especial atenção. Critérios de filtragem: primeira experiência no escalão principal do campeonato português, não estar contratualmente vinculado a um dos três grandes, estar no clube a título definitivo. Assim, jogadores como Bruno César (Estoril) ou Tiago Rodrigues (Marítimo), por razões diferentes, não farão parte desta lista.


Samuel Inkoom (Boavista): Uma das contratações mais surpreendentes do defeso tendo em conta que se trata de um internacional ganês experiente (46 jogos pela sua Selecção) e que "apenas" tem 26 anos. Os axadrezados conseguem assim um reforço para uma posição que não teve dono absoluto no ano passado e o jogador, que não tem acumulado muitos jogos pelos clubes por onde tem passado nos últimos anos, ganha uma nova oportunidade para se exibir ao mais alto nível.

José M. Velasquez (Arouca): Com as saídas de Diego Galo e Miguel Oliveira era imprescindível reforçar o centro da defesa. Um dos escolhidos foi o ex-jogador do Mineros, mas que também passou pelo Villarreal e Panathinaikos, cujo principal atributo é o seu jogo aéreo.

Dirceu (Marítimo): Mais um jogador a chegar para uma posição debilitada, desta feita nos insulares, e que chega com boas referências dos escalões inferiores do Brasil, onde era um patrão na defesa do Londrina, a sua antiga equipa. A pré-época do Marítimo confirmou as expectativas em torno do central.

Alef (Sp. Braga): Não terá tarefa fácil em Braga face à concorrência para a sua posição mas é um dos jogadores mais promissores que chegou a Portugal neste defeso. Bom no passe, na antecipação e na leitura de jogo, o jovem de 20 anos tem tudo para se tornar a curto/médio prazo numa das revelações do campeonato português.

Selim Bouadla (Académica): Actua preferencialmente na zona central mas deverá jogar descaído para uma das alas enquanto estiver às ordens de José Viterbo. O franco-argelino é um jogador muito intenso, incansável, que gosta de jogar simples e inteligente na forma como aborda o jogo e promete ser um dos destaques da Académica para a nova época.

Alan Schons (Moreirense): Será, na teoria, o substituto de André Simões. Trata-se de um médio de 22 anos que actua preferencialmente como pivot defensivo e que tem no passe a sua principal característica.

Luisinho (Boavista): Chega proveniente do Ac. Viseu depois de ter cumprido a sua época mais regular no emblema da II Liga (10 golos em 44 jogos). É um extremo que normalmente actua do lado direito, gosta de procurar a linha de fundo e joga simples (não é individualista e sabe jogar bem em apoio). Não sendo um jogador que procure o "1 contra 1", faz-se valer do seu poder de arranque, algo que poderá ser benéfico para o estilo de jogo do Boavista.

Rodrigo Pinho (Sp. Braga): As saídas de Éder e Zé Luís obrigaram os arsenalistas a atacar o mercado - ainda se espera mais um reforço para a dianteira - e o avançado brasileiro, vindo do Madureira, apresenta técnica e faro de golo suficientes para deixar a sua marca no Minho. Para já, face as dúvidas nesta posição, deverá ser opção prioritária.

Liga NOS 2015/16: 5 jovens jogadores a ter em atenção

Com o regresso da Liga, as atenções centram-se, naturalmente, nos principais protagonistas: os jogadores. Entre debutantes e jovens à espera de se afirmarem entre os nomes principais do campeonato, muitos são os jogadores que não alinham por qualquer um dos três grandes e que têm capacidade para ser uma mais-valia para o seu clube e, consequentemente, para o futebol nacional. Eis a lista dos cinco jovens jogadores a seguir com especial atenção. Critérios de filtragem: idade não superior a 23 anos, não estar contratualmente vinculado a um dos três grandes, estar no clube a título definitivo, máximo de uma época jogada no principal escalão do futebol nacional. Assim, jogadores como Marega (Marítimo) ou Ricardo Valente (Vit. Guimarães), nomes pouco destacados pela comunicação social em 2014/15, não farão parte desta lista.


Alvin Arrondel (Vit. Guimarães): Bruno Gaspar encontra-se lesionado devido a uma fractura no perónio pelo que o jovem formado nas escolas do PSG será a opção de Armando Evangelista para a posição de lateral direito até o jovem luso regressar aos relvados. Depois de uma época a alinhar na equipa B (fez dois jogos pela formação principal), o lateral direito tem agora uma boa oportunidade para agarrar o lugar.

Afonso Figueiredo (Boavista): Deu nas vistas no ano passado e tem tudo para "dar o salto" já este ano. A capacidade técnica, de timing e a forma como garante profundidade ao flanco esquerdo já valeram ao lateral português a distinção entre os melhores jogadores jovens do campeonato. 

António Xavier (Marítimo): O extremo irrequieto dos insulares, dotado de um pé esquerdo bastante evoluído tecnicamente, actua preferencialmente do lado esquerdo e foi aposta regular na época passada (agarrou um lugar na equipa principal a meio da época) tendo inclusive feito parte do onze titular que alinhou na final da Taça da Liga. 

Diogo Jota (P. Ferreira): Um dos jogadores portugueses mais promissores do campeonato. Nem mesmo a sua tenra idade (apenas 18 anos) impediu Paulo Fonseca, na altura treinador dos "castores", de o lançar no onze inicial no último terço da temporada. Com uma capacidade técnica evoluída, facilidade de transporte de bola e de remate, Diogo Jota promete ser um dos jovens em destaque em 2015/16.

Léo Bonatini (Estoril): Depois de ter estado no clube por empréstimo em 2014/15, o ponta-de-lança brasileiro chega agora a título definitivo. O ex-Cruzeiro apontou 4 golos e fez ainda 1 assistência na sua estreia no campeonato português e parte em vantagem sobre a demais oposição para ocupar a vaga na frente de ataque da equipa comandada por Fabiano Soares.

Liga NOS 2015/16: A dança de treinadores

Com o regresso da Liga, as atenções centram-se, naturalmente, nos responsáveis máximos pelas equipas: os treinadores. Seguindo um pouco a toada do que sucedeu no ano passado, começa a tornar-se num hábito ver os clubes nacionais a mudar de treinador de uma época para a outra. Apenas 5 dos 18 clubes da Liga NOS vão ter no banco o mesmo treinador que iniciou funções na época transacta.

O Benfica, actual bicampeão nacional, viu Jorge Jesus sair para o rival Sporting naquela que foi uma das movimentações que mais marcou o defeso (e a história do futebol nacional) e resolveu repescar Rui Vitória (ex-treinador das camadas jovens dos encarnados) ao Vit. Guimarães, que se virou para a prata da casa, Armando Evangelista. Uma novela com contornos complicados pois tudo isto teve lugar ainda antes de Marco Silva, agora no Olympiacos, ter sido despedido por alegada «justa causa» depois da conquista da Taça de Portugal. O Sp. Braga, finalista vencido da mesma prova, terminou o contrato de Sérgio Conceição por «motivos profissionais» e foi buscar Paulo Fonseca a Paços de Ferreira. À Capital do Móvel chegou um dos responsáveis por ter levado o Belenenses à Liga Europa, Jorge Simão, e ao Restelo rumou uma cara conhecida dos portugueses, Ricardo Sá Pinto. Marítimo, Estoril, Vit. Setúbal e Académica têm em comum o facto de terem mudado de treinador a meio da época (os sadinos voltaram a mudar), enquanto que o Arouca, o outro emblema que se manteve na Liga NOS, apenas o fez após o fim da temporada. Quanto aos recém-promovidos, o Tondela começou e acabou a II Liga com técnicos distintos e o U. Madeira viu Vítor Oliveira promover mais uma equipa antes de abandonar o seu cargo.

Em sentido inverso, o FC Porto renovou a confiança em Lopetegui depois de um ano em branco, Manuel Machado irá continuar à frente do Nacional depois de ter ficado a escassos pontos de um lugar europeu, o Rio Ave manteve Pedro Martins em Vila do Conde e Moreirense e Boavista premiaram Miguel Leal e Petit, respectivamente, pela forma como cada um conseguiu a manutenção.

Benfica 2014/15: O tão ambicionado bicampeonato

Novo "triplete". Uma tarefa certamente mais árdua devido à saída de vários titulares ao longo dos últimos meses. A Supertaça Nacional substituiu a Taça de Portugal, a hegemonia na Taça da Liga continua e o jejum de 31 anos sem um bicampeonato conheceu o seu fim. Pelo meio, a pior prestação dos últimos anos nas competições europeias.

Depois de uma pré-época desastrosa, muitas foram as incógnitas em torno do Benfica. No entanto, o campeão em título desde cedo ocupou a liderança da Liga e de lá não saiu até ao seu término. Até lá, e repetindo um pouco o balanço já feito anteriormente, a vitória no Dragão (deu confiança e margem de segurança) e o empate dramático em Alvalade (numa altura em que ainda havia três candidatos ao título), o crescimento de vários jogadores e a aposta certeira em determinadas contratações (os números de Júlio César e Jonas, por exemplo, impressionaram), a maneira como o clube soube explorar a ideia de "manto protector" como resposta às declarações dos rivais (importante na união equipa/adeptos) e a forma como a equipa jogou de forma entrosada e confiante (sem lesões à mistura, o Benfica esteve imparável na segunda metade da época) contribuíram para um novo sucesso colectivo do emblema lisboeta. Com o melhor ataque e segunda melhor defesa do campeonato, o Benfica, cujas escorregadelas na Liga foram atenuadas pelos deslizes dos rivais, soube gerir a diferença pontual e aproveitar a saída precoce da Liga dos Campeões (prestação medíocre de uma equipa que ainda estava em fase de adaptação) para se exibir a bom nível nas competições internas.

Se o mérito do título do ano passado é de Luís Filipe Vieira, pela forma como aguentou Jorge Jesus no cargo, o deste ano pertence ao treinador. Perder sete titulares indiscutíveis no espaço de um ano, cinco deles numa janela de transferências, e manter a equipa com um nível de jogo elevado não é fácil. Não surpreende, portanto, que o Benfica tenha sete jogadores na "Equipa Ideal" publicada há uns dias. Mas o desafio das águias cresce a partir de agora: para além das eventuais mexidas do mercado, a saída de Jorge Jesus, técnico com mais títulos em toda a história do Benfica, irá certamente pesar. Caberá agora a Rui Vitória a tarefa de oferecer novas alegrias aos adeptos.

FC Porto 2014/15: Do berço para o colinho e do colinho para o berço

Ano em branco para o FC Porto. Os azuis e brancos foram obrigados a correr atrás do prejuízo desde muito cedo e vacilaram em jogos importantes. A Liga dos Campeões, tirando a goleada sofrida em Munique, acabou por ser o mal-menor a nível de competições.

Já se sabia de antemão que o FC Porto, numa tentativa de corrigir os erros da época anterior, iria ter uma nova identidade com a chegada de Lopetegui. No entanto, após boas indicações nos primeiros jogos oficiais, os dragões cedo viram o primeiro lugar do campeonato à distância, fruto de três empates consecutivos (Vit. Guimarães, Boavista e Sporting). E foi precisamente na "Cidade Berço" que tudo começou e acabou. O primeiro desaire do técnico espanhol levou-o a tecer duras críticas, quer aos adversários quer à arbitragem, algo recorrente ao longo da temporada - inclusive incentivou o Benfica a promover a campanha "Colinho" -, e os adeptos acusaram-no de rodar o plantel em demasia. A derrota diante do Benfica no Estádio do Dragão (0-2), que podia permitir a aproximação ao rival antes da paragem temporária do campeonato, embalou os encarnados, que encararam o jogo da segunda volta (0-0) de uma maneira diferente (importava não perder) e beneficiaram de alguma apatia dos rivais do Norte nesse encontro para se aproximarem do título. No espaço de uma semana, o FC Porto era humilhado e afastado da Liga dos Campeões - prova em que até se exibiu a bom nível - e criava condições ao Benfica para conquistar o bicampeonato. Mantendo a toada do que foi sucedendo ao longo da segunda volta da Liga, um novo deslize do Benfica, desta vez em Guimarães, foi atenuado pelo empate do FC Porto em Belém que, assim, consumou oficialmente a primeira temporada em branco desde 1988/89.

Uma época sem títulos tem obrigatoriamente de ser considerada um fracasso. Ainda para mais com a qualidade que Lopetegui tinha ao seu dispor. A incapacidade da equipa em sair da Madeira sem uma vitória (em três jogos) e, sobretudo, de não demonstrar o seu potencial nos jogos mais importantes da temporada (o jogo em casa frente ao Sporting foi, talvez, a única excepção) foram factores fundamentais para o insucesso portista. Mas, alargando o prisma, o FC Porto não parte em desvantagem para a nova época: a saída de jogadores-chave (Danilo e Jackson Martínez) já era esperada e teve tempo de ser acautelada, o encaixe financeiro em 2014/15 foi significativo e o treinador, e consequentemente as ideias de jogo, será o mesmo, algo que não acontece com os outros rivais directos. Prevê-se mais um ano de "tudo ou nada". Última oportunidade para o basco?

Sporting 2014/15: O regresso aos títulos

Embora tenha ficado em 3º lugar no campeonato, uma posição abaixo do que se havia verificado em 2013/14, o Sporting voltou a conquistar um título (Taça de Portugal) sete anos depois. Apesar desse momento mais positivo, a temporada verde e branca ficou marcada pela divergência entre Bruno de Carvalho e Marco Silva, que culminou com o despedimento do técnico.

O arranque menos conseguido do Sporting na Liga acabou por ditar a sua sorte na competição. Tendo uma equipa jovem como base, em que a experiência do retornado Nani era uma das escassas excepções, o Sporting praticava um futebol bastante agradável do ponto de vista de posse e de balanço ofensivo (foi a equipa com mais remates em toda a Liga, apesar de ter sido apenas o 3º melhor ataque da prova), embora com graves lacunas defensivas, o sector que mais meteu água durante a época, inadmissíveis para quem ambiciona ser campeão (o registo de 103 cartões amarelos e 10 vermelhos ajuda a comprovar a ideia). Se os empates com Benfica e FC Porto não foram percalços de maior, o mesmo não se pode dizer de outros jogos no primeiro terço do campeonato. Mesmo sem ter averbado qualquer derrota em casa, os empates diante de equipas de meio da tabela atrasaram imenso o clube leonino na luta pelo título. E é mais ou menos a partir desta altura, final de 2014, que o caso ganha novos contornos. Eliminação injusta na Liga dos Campeões, blackout e o rumor do despedimento de Marco Silva. O treinador, porém, não se deixou abalar e esteve a segundos de alcançar os seus rivais directos. No entanto, o golo de Jardel (Benfica) no último minuto foi fatal para os leões, que logo a seguir foram eliminados das competições europeias e vergados pelo FC Porto. Após algumas semanas a garantir o 3º lugar e a cumprir calendário, a Taça de Portugal, pelo trajecto até à final, acabou por ser um prémio merecido para o Sporting.

O Sporting 2014/15, é certo, não se resumiu a Marco Silva. Nem mais uma vez ao ego de Bruno de Carvalho. Pelas exibições, pelo troféu conquistado (e mérito nessa mesma conquista) e pela forma como tirou o melhor de alguns jogadores (Carrillo, João Mário e Paulo Oliveira evoluíram bastante) e como lidou com a pressão interna, Marco Silva saiu injustamente pela "porta pequena". O plantel era bastante limitado quando comparado com o dos outros dois rivais mas fez um trabalho competente pese os erros individuais, daí que o 3º lugar não possa ser encarado como uma desilusão e o regresso aos títulos mereça o devido destaque. A partir de 2015/16 será a vez de Jorge Jesus assumir o cargo.

Académica 2014/15: José Viterbo evitou que "se desse um bigode"

A Académica viveu uma das épocas mais atribuladas desde que regressou ao principal escalão do futebol nacional há 13 anos e o 15º lugar com que terminou o campeonato, que não traduz necessariamente o verdadeiro valor do colectivo, espelha bem a qualidade do futebol praticado pelos estudantes.

Depois de um empate caseiro com o Sporting na jornada inaugural, a Académica começou a tornar-se cada vez mais irregular - a lesão de João Real na 2ª jornada apenas agravou a situação - e Paulo Sérgio, uma das piores apostas da Direcção no que a treinadores diz respeito, nunca demonstrou aptidão para inverter o rumo dos acontecimentos e ficou associado ao pior registo caseiro em toda a história da Académica na Liga (14 jogos consecutivos sem vencer). Eliminação precoce na Taça de Portugal, escassez de objectividade e qualidade no futebol praticado e zona de despromoção como "casa" durante várias jornadas, incluindo aquela que marcou a sua despedida, Paulo Sérgio abandonou, sem surpresas, e porventura tardiamente, o seu cargo. Após incógnitas quanto à sucessão, foi a "prata da casa" a deixar as coisas no seu devido lugar e a merecer a confiança de todos até ao término da época - José Viterbo, o "Homem do Bigode" para os adeptos, teve uma estreia de sonho, conquistando 12 pontos em seis jogos (nenhuma derrota pelo meio, registo apenas superado por Dezso Gencsy em 1949/50) e catapultando a Académica para o 14º lugar. O problema veio a seguir... Se é justo afirmar que a chegada de José Viterbo revitalizou animicamente a equipa, certo é que as exibições não foram as mais convincentes e a série de dez jogos consecutivos sem vencer com que a Briosa terminou o campeonato apenas acentuou algumas dúvidas em torno da sua continuidade. Para já, parte para 2015/16 com a certeza de que há confiança no seu trabalho.

Olhando para os factos de uma forma objectiva, José Viterbo foi, indubitavelmente, o grande destaque da Académica 2014/15 pela forma como tirou a equipa da zona de despromoção perante um cenário bastante complicado. Mas o balanço da temporada da Académica é claramente negativo. Desde logo pela posição ocupada na tabela ao fim dos 34 jogos (15º lugar) - a pior desde 2002/03, época que sucedeu o regresso à Primeira Liga - pela qualidade geral das exibições (as quatro vitórias no campeonato, um mínimo na Liga, espelham bem essa ideia) e pela incapacidade de fazer frente às equipas que lutavam para não descer (apenas uma vitória, em dez jogos, diante das restantes cinco equipas que terminaram o campeonato com menos de 35 pontos). Igualmente impressionante foi a quantidade absurda de empates (17), a maior da Europa a nível percentual (em termos absolutos apenas foi superada pelo Empoli, 18).

11 do Ano - Liga NOS 2014/15

Benfica domina a Equipa do Ano (7 jogadores)
Agora que a Liga NOS 2014/15 chegou ao fim e as suas emoções foram devidamente digeridas, é a altura de premiar quem mais se destacou. Analisando estatística individual, regularidade ao longo da época, importância para o colectivo e classificação final do mesmo, e mantendo-me fiel à posição em que actua cada futebolista na sua equipa, estas são as minhas escolhas para o 11 Ideal da Liga NOS 2014/15.


JÚLIO CÉSAR (Benfica): Fabiano tem mais clean sheets (17, contra os 14 de Júlio César), e foi mais vezes titular, mas esteve longe de oferecer a segurança necessária aos azuis e brancos - Hélton acabou por roubar-lhe o lugar no final da época. Além disso, o experiente guardião do Benfica, que deixou o seu nome entre os melhores do clube, foi aquele que menos golos sofreu no campeonato (8) e uma clara mais-valia para a segurança da baliza encarnada. A fechar o pódio: Marafona (Moreirense) e Fabiano (FC Porto).

MAXI PEREIRA (Benfica): Não é uma escolha fácil, uma vez que Danilo também merecia a distinção. Mas, para além da regularidade e da intensidade apresentadas, o uruguaio esteve envolvido em mais golos (5 golos e 6 assistências, contra 6 golos e 1 assistência do brasileiro) e a isso juntou o título de campeão nacional. A fechar o pódio: Danilo (FC Porto) e Nélson (Belenenses).

ALEX SANDRO (FC Porto): Não houve um claro destaque nesta posição. Beneficiando do facto de ter sido o habitual titular da defesa menos batida do campeonato e de ter apresentado os números mais consistentes (esteve entre os melhores da Liga em termos de desarmes, interceptações e disputas de bola ganhas), Alex Sandro é o escolhido. A fechar o pódio: Tiago Pinto (Rio Ave) e Eliseu (Benfica).

LUISÃO e JARDEL (Benfica): O capitão do Benfica voltou a ser um autêntico esteio e continua a mostrar que a idade não é um problema, já o 33 foi fundamental para o 34º. Não se deixou afectar com a especulação em torno da saída de Garay e afirmou-se como um dos defesas de referência do nosso campeonato (impressionante a sua evolução), estando agora muito mais sereno na abordagem aos lances e na forma como joga com os pés. A fechar o pódio: Josué (Vit. Guimarães) e André Pinto (Sp. Braga).

DANILO PEREIRA (Marítimo): Danilo (Sp. Braga) foi a revelação da 1ª volta mas caiu de produção na recta final do campeonato, Casemiro e Samaris foram subindo de rendimento, mas o jogador do Marítimo foi o mais disciplinado e consistente entre todos os candidatos a esta posição e justificou o hype que começou a surgir à sua volta. A fechar o pódio: Danilo (Sp. Braga) e Casemiro (FC Porto).

ÓLIVER (FC Porto): O médio criativo mostrou porque é considerado uma das maiores esperanças do futebol espanhol através da sua visão de jogo, toque de bola e inteligência. Com 7 golos e 5 assistências e pormenores técnicos que cativaram o público do Dragão, Óliver ocupa a posição central do meio-campo deste onze ideal (também poderia ter sido considerado para o posto de "médio ofensivo / segundo avançado"). A fechar o pódio: André Simões (Moreirense) e André André (Vit. Guimarães).

11 Ideal ignorando os jogadores dos "3 grandes"

SALVIO (Benfica): A forma como terminou o campeonato, aliada aos números sólidos que apresentou e à importância que teve no bicampeonato, foi decisiva para reservar o lugar no onze. Carrillo (5 golos e 10 assistências) foi um dos jogadores em maior evidência este ano (cresceu muito com Marco Silva) mas perdeu o duelo com "El Toto". A fechar o pódio: Carrillo (Sporting) e Hernâni (Vit. Guimarães / FC Porto).

NICO GAITÁN (Benfica): Os três destaques para esta posição, e note-se que Brahimi (FC Porto) nem sequer consta nesta lista, estão todos entre os 10/12 melhores jogadores do campeonato este ano. Marco Matias, melhor marcador português (17 golos), carregou a equipa do Nacional nesta 2ª metade da Liga (o clube falhou, no entanto, o acesso à Europa), Nani foi um dos melhores na 1ª volta mas quebrou um pouco depois de se ter lesionado (terminou a Liga com 6 golos e 6 assistências), Gaitán, mesmo sem ter apresentado o nível da 1ª volta, continuou a fazer a diferença (sem o argentino o Benfica tem muito menos criatividade e soluções) e foi o rei das assistências (13). Importante para o título, acaba por ser a escolha. A fechar o pódio: Nani (Sporting) e Marco Matias (Nacional).

JONAS (Benfica): Chegou e cumpriu. Era impossível pedir melhor a Jonas na sua época de estreia em Portugal. Após ter rescindido contrato com o Valencia, apontou 20 golos no campeonato (2º melhor marcador) em 27 jogos e conquistou o público da Luz com a sua técnica, inteligência dentro de campo, capacidade de jogar entre-linhas e de finalização. Em 2015, ninguém o superou. A fechar o pódio: Talisca (Benfica) e Bernard (Vit. Guimarães).

JACKSON MARTÍNEZ (FC Porto): Nenhum jogador do campeonato português esteve envolvido em tantos golos quanto Lima (26), mas o "Cha Cha Cha" não deu hipóteses à concorrência. Melhor marcador (21 golos), melhor jogador dos dragões e um dos melhores do campeonato. A fechar o pódio: Lima (Benfica) e Slimani (Sporting).

Chicago Bulls 2014/15: O ano de Jimmy Butler

Findada a época da NBA e já com o Draft à porta, é altura de fazer uma retrospectiva da temporada dos Chicago Bulls. Sérios candidatos ao título na Conferência Este, a temporada voltou a ficar marcada por lesões dos habituais titulares (o cinco inicial falhou um total combinado de 88 jogos), algo que dificultou a obtenção de uma melhor classificação (3º) durante a fase regular. Desde a afirmação de Jimmy Butler ao despedimento de Tom Thibodeau, eis os 8 pontos principais que marcaram a época dos Bulls.


O ano de Jimmy Butler: Carregou os Bulls nos primeiros meses (excelente a forma como conseguiu atacar o cesto com maior frequência), quando Rose ainda não estava em condições, e chegou merecidamente ao All-Star Game. Faltava-lhe melhorar ofensivamente (defensivamente já era um dos melhores) e o trabalho-extra feito durante o Verão, exactamente com esse intuito, compensou. O título de MIP premiou o esforço daquele que outrora foi a 30ª escolha do Draft.

Pau Gasol, uma escolha acertada: Muito se falou em Carmelo Anthony para a vaga de SF mas foi o gigante espanhol a chegar enquanto free agent. Melhor teria sido impossível. 18,5 pontos/jogo, líder da equipa em ressaltos e blocos (fase regular), a sua experiência e o seu mid-range facilitaram a sua adaptação e levaram-no ao All-Star Game.

O patinho feio: Muito se criticou Mike Dunleavy no início da época por já ser um veterano que pouco mais acrescentava além do seu tiro exterior, mas o SF até foi um dos mais regulares. Melhorou defensivamente e foi uma fonte de pontos importante para um conjunto que no ano anterior foi um dos piores nesse aspecto.

O rookie Mirotic: O seu nome era um dos três mais falados para rookie do ano, e chegou mesmo a integrar, merecidamente, a equipa ideal de estreantes, mas não deslumbrou. Foi decisivo em algumas ocasiões, nota-se que tem talento, mas o jogo mais físico e exigente da NBA mostrou que nem mesmo a sua experiência no Real Madrid era suficiente para singrar de imediato. Precisa de melhorar ainda a sua eficácia.


Oh-Noah!: Não foi uma temporada fácil. 15 jogos falhados devido a lesão, a chegada de Gasol alterou as suas rotinas defensivas e os números, consequentemente, desceram a pique. Esperava-se que apresentasse um nível similar ao do ano passado (foi o DPOY) - nos playoffs mostrou maior intensidade - mas não foi o caso.
Acabou-se para Thibodeau: A relação com os membros superiores não era, aparentemente, a melhor mas é uma decisão que, de certa forma, faz sentido. Tom Thibodeau ficou conhecido por potenciar alguns jogadores e por dar primazia ao aspecto defensivo, o problema é que os Bulls estiveram bem longe de exibir essa consistência defensiva este ano (as lesões não podem ser desculpa para isso) e, tendo em conta a força do elenco à sua disposição, o técnico teve recursos para chegar mais longe nos playoffs. A partir de agora, é a vez de Fred Hoiberg.

Aquele "Game 4": Falando em playoffs, é impossível ficar indiferente ao desfecho da temporada. Especialmente o 4º jogo do embate com os Cavs. Depois do buzzer-beater de Rose no jogo anterior, a forma como LeBron James decidiu a partida, isto depois de aos árbitros ter escapado a ilegalidade cometida por David Blatt - pediu timeout quando já não tinha -, foi fatal para a moral da equipa. Injusto, sem dúvida. Todavia, exigia-se mais a quem jogava contra uma equipa condicionada.

A habitual irregularidade: Continuou a ser frequente assistir aos Bulls a adormecerem em determinados momentos do jogo, a movimentarem-se pouco sem bola no processo ofensivo e a facilitar perante adversários consideravelmente mais fracos. O factor-casa continua a não ser uma tendência, e isso nos playoffs não costuma perdoar, e mesmo o banco, um dos melhores da NBA, esteve, à excepção de Aaron Brooks (falhou nos playoffs) e Snell (poucos minutos), aquém do que se esperava.