PSG: um projecto que tem tudo para dar frutos

O PSG tem sido, ao longo dos últimos anos, um clube que luta pelas competições europeias e que ambiciona uma boa classificação na Ligue 1. Em 2011, ano em que o novo presidente Nasser Ghanim Al-Khelaïfi assumiu o seu cargo, um novo projecto começou a ser desenhado. Desde então, suportado pelo dinheiro que o novo presidente disponibilizou, o PSG tem construído um plantel com jogadores do mais alto calibre e elevado a fasquia a nível nacional e internacional. A conquista da Ligue 1 na época transacta e o percurso na Liga dos Campeões foram bons indicadores daquilo que pode estar apenas a começar.
 
No PSG o dinheiro não conhece limites. Mesmo vencendo apenas um título nos últimos três anos, o clube regista um saldo claramente negativo (cerca de 350M!). Há algo que separa os clubes que sabem investir dos que não sabem: negociar os jogadores certos, pelas quantias certas. E depois há os que se situam no meio-termo. Ao longo dos últimos anos, o PSG foi-se reforçando gradualmente e preenchendo lacunas tácticas à custa do dinheiro injectado pelo seu presidente. Muitos dos negócios envovlvem verbas exorbitantes e os valores não deixam de ser algo exagerados. Mas das duas, uma: ou esses negócios estão relacionados com jogadores altamente cobiçados (e o PSG ganhou a corrida - Lucas, Pastore ou Cavani) ou com as actuais peças-chave do clube (Ibrahimovic, Thiago Silva). Por outro lado, apesar de a qualidade não ser abundante, é gritante o valor recebido em vendas, ainda para mais se o compararmos ao que foi gasto em novas aquisições. Fraca capacidade de negócio ou era, de facto, difícil conseguir maiores verbas? A primeira opção parece-me a mais acertada...

Que metas deve o PSG ambicionar a curto e a longo prazo? Está neste momento ao nível dos principais clubes europeus? Tem sido excelente a evolução do clube parisiense após as mudanças internas a que se viu sujeito. Um clube com a actual dimensão do PSG, que conta neste momento com jogadores de calibre mundial (Cavani, Ibrahimovic, Thiago Silva), não se pode contentar com pouco. A força do seu plantel confere-lhe o estatuto de principal candidato ao título francês (Lyon, Marselha e o mais recente clube milionário, Mónaco, ainda não apresentam argumentos suficientes para abalar a qualidade do PSG) e de equipa a ter em conta na Liga dos Campeões (se na época passada a equipa ainda estava em remodelação/adaptação, agora tem tudo para se afirmar na "prova rainha" e ambicionar o título).
 

Jovens promessas: o futuro do meio-campo espanhol (parte III)

O mercado de transferências ainda vai a meio, mas começa-se a fazer sentir o peso das competições que antecedem esta nova época que se avizinha. Real Madrid e Bayern garantiram a contratação de três craques do futuro, que brilharam no Campeonato Europeu Sub21, em negócios que envolveram uma quantia de 80M no seu total. Illarramendi, Thiago Alcântara e Isco são jogadores de meio-campo e prometem ser as opções do futuro na selecção espanhola.
 
 
Entre Illarra, Thiago e Isco, este último é o mais creativo, o que ocupa uma posição mais avançada no terreno de jogo, o construtor do jogo avançado da sua equipa. Afirmou-se no Málaga, tendo-lhe sido atribuída a distinção de Golden Boy de 2012, e agora deu o salto para o Real Madrid. À semelhança das duas outras promessas, Isco possui uma técnica impressionante e uma excelente visão de jogo. Apresenta um controlo de bola incrível e gosta de aparecer em zonas de finalização. Será interessante de se ver quais serão as escolhas de Ancelotti para o meio-campo blanco (Xabi Alonso deverá ser o mais recuado; Khedira, Özil, Modric e Isco lutarão pelas outras duas vagas). À semelhança de Thiago, tem tudo para fazer parte do actual plantel da selecção espanhola.
 

 

Jovens promessas: o futuro do meio-campo espanhol (parte II)

O mercado de transferências ainda vai a meio, mas começa-se a fazer sentir o peso das competições que antecedem esta nova época que se avizinha. Real Madrid e Bayern garantiram a contratação de três craques do futuro, que brilharam no Campeonato Europeu Sub21, em negócios que envolveram uma quantia de 80M no seu total. Illarramendi, Thiago Alcântara e Isco são jogadores de meio-campo e prometem ser as opções do futuro na selecção espanhola.
 
 
À partida pode parecer uma contratação desnecessária por parte de Guardiola (o meio-campo do Bayern já contava com Götze, Kroos, Schweinsteiger e, ainda que num sistema táctico diferente, Muller) mas o técnico espanhol sabe bem que o potencial de Thiago não pode ser ignorado. Foi decisivo no Europeu Sub21 (apontou um hat-trick na final) e não foi à toa que foi eleito "Melhor Jogador" do torneio. Trata-se de um jogador fenomenal, que impressiona pela sua capacidade técnica (finta, toque e controlo de bola, passe), capacidade nas transições ofensivas e que tem tudo para ser um dos melhores médios do mundo. Actua preferencialmente como
médio centro, mas pode assumir uma posição mais avançada no terreno, dada a sua inteligência. Conseguirá assumir um lugar no onze do Bayern?



Jovens promessas: o futuro do meio-campo espanhol (parte I)

O mercado de transferências ainda vai a meio, mas começa-se a fazer sentir o peso das competições que antecedem esta nova época que se avizinha. Real Madrid e Bayern garantiram a contratação de três craques do futuro, que brilharam no Campeonato Europeu Sub21, em negócios que envolveram uma quantia de 80M no seu total. Illarramendi, Thiago Alcântara e Isco são jogadores de meio-campo e prometem ser as opções do futuro na selecção espanhola.
 
Illarramendi - o jovem menos mediático (dos três nomes apresentados) mas que deu nas vistas na temporada passada. Não é exuberante, mas é um médio defensivo que promete e semelhante ao seu futuro colega de equipa, Xabi Alonso. À semelhança do internacional espanhol, tem no passe e na inteligência as suas principais armas. Possui uma técnica impressionante para a posição que ocupa no terreno, não tem medo de subir com a bola no pé e é competente nas tarefas defensivas. Apesar do seu poder de antecipação, as maiores dúvidas colocam-se quanto à sua capacidade no jogo aéreo e de afirmação num dos melhores clubes do mundo (ainda para mais num em que a pressão é gigante). A quantia gasta na sua contratação pode parecer exagerada mas Illarra é uma das maiores promessas espanholas e tem tudo para aprender e conseguir afirmar-se no clube e futuramente na selecção.
 
 
 
 

Mundial Sub20: França, uma colecção de talentos capitaneada por Pogba


O Campeonato do Mundo Sub20 chegou ao fim. A França derrotou o Uruguai no desempate fatídico através da marcação de grandes penalidades, depois do nulo registado ao fim de 120 minutos, e ergueu o troféu pela primeira vez na sua história. O Gana, besta negra de Portugal (que, diga-se de passagem, foi uma das desilusões do torneio), venceu o Iraque, uma das mais agradáveis surpresas da prova, por 3-0 no jogo de atribuição do terceiro e quarto lugar. À semelhança de Portugal, Espanha (eliminada pelo Uruguai) e Inglaterra (já vem sendo hábito) foram as selecções que mais surpreenderam pela negativa, não obstante as eliminações precoces de Colômbia e Paraguai.
 
 
Não foi à toa que a selecção da França, à partida uma das três grandes candidatas à conquista do troféu, se sagrou campeã mundial. O talento começa na baliza: Aréola é um jogador formado no Paris SG, habituado a trabalhar entre/com os melhores. Na defesa actuam jogadores que costumam ser titulares nos seus clubes (franceses, na sua maioria) - Digne é um dos laterais esquerdos mais promissores. No entanto, tanto o meio-campo como o sector mais avançado possuem as maiores referências desta jovem equipa: Kondogbia já começou a ser associado a vários clubes de renome, mas é Paul Pogba, capitão destes Sub20 franceses, quem merece o maior destaque. O médio da Juventus é o coração do meio-campo francês, um jogador que pauta o jogo, que está em todo o lado do campo e técnica e tacticamente um jogador muito evoluído (foi merecidamente considerado o melhor jogador do torneio). Na frente de ataque há dois nomes que saltam à vista: Sanogo, que tinha tudo para explodir neste Mundial, é um ponta-de-lança muito forte fisicamente e dotado de uma grande técnica, dada a sua envergadura física; Thauvin foi uma das grandes revelações do torneio - um extremo promissor, muito evoluído tecnicamente e com uma facilidade de desequilíbrio das defensivas contrárias impressionante (uma promessa que deve ser levada em consideração durante os próximos meses).




 

Amigável: Benfica começa a pré-época com vitória

Amigável: Benfica começa a pré-época com vitória

Num dia em que os três grandes estiveram envolvidos em partidas de carácter amigável, o Benfica foi o que alcançou uma vitória mais expressiva, goleando o Étoile Carouge por 6-1. Tratou-se do primeiro amigável da formação encarnada, que assim pôde exibir as suas novas contratações (Steven Vitória falhou o jogo devido a uma gripe). O Benfica, como já era esperado, dominou a partida e não teve grandes dificuldades perante uma equipa de menor reputação Os golos foram apontados por Salvio (x2), Sulejmani (x2), Lima e Urreta.
 
 
Artur / Paulo Lopes: Tiveram muito pouco trabalho. O brasileiro nada podia fazer no golo sofrido.
 
André Almeida / Bruno Cortês: André Almeida revelou competência defensiva mas ainda se notam algumas lacunas no aspecto ofensivo. Cortez deu boas indicações técnicas e ofensivas, mas ainda precisa de corrigir alguns pormenores tácticos (Gaitán preocupou-se em ajudá-lo) e defensivos (chegou há pouco tempo, daí que seja normal que ainda não tenha as rotinas exigidas)
 
Luisão / Lisandro / Mitrovic: Boas indicações dadas pelos centrais. Lisandro é muito bom no jogo aéreo e revela pormenores de qualidade, enquanto que Mitrovic é um jogador fisicamente muito forte e competente
 
Matic / Enzo: Ainda não se exibiram ao nível que apresentaram na época passada (como é normal). O argentino parece ter estado a melhor nível, tendo inclusive jogado mais tempo que o seu colega de meio-campo.
 
Gaitán / Salvio: Se de Gaitán já foi dito que uma das suas preocupações de hoje era compensar eventuais erros de Cortez, Salvio foi um dos melhores em campo. Jogou simples e bonito, com garra e bom poder de antecipação e foi o autor de dois golos dos seis marcados pela equipa.
 
Djuricic / Lima: O jovem sérvio promete ser uma das revelações da próxima época. Procura passes de morte e tecnicamente é um bom jogador. Fez duas assistências em 45min mas ainda tem de melhorar alguns aspectos tácticos. Lima fez um jogo sólido.
 
Sílvio / Djaló: O jovem emprestado ainda tem pouco tempo de águia ao peito mas evidenciou competência táctica. Djaló não deve permanecer no Benfica até ao início da época e mostrou que, tirando uma outra investida, não tem qualidade para fazer parte da equipa.
 
André Gomes / Amorim: A dupla portuguesa não deslumbrou e vai precisar de fazer muito melhor nos próximos jogos para competir com a dupla Matic/Enzo (independentemente do que acontecer, esta última deve ser a habitual titular).
 
Sulejmani / Markovic: Ainda precisam de encaixar certas mecânicas do estilo de jogo do Benfica. Sulejmani exibiu-se a melhor nível, mostrando que é dotado de um pé esquerdo invejável e de uma técnica tremenda. Markovic ainda precisa de "amadurecer".
 
Urreta / Míchel: O jovem uruguaio apresentou pormenores de boa qualidade (condução de bola, técnica, finta) numa posição que não lhe é familiar (jogou como segundo avançado). Precisa de ser um pouco mais altruísta e melhorar os processos de decisão (dificilmente terá espaço no plantel mas se se exibir ao mesmo nível nas próximas semanas pode ser que JJ lhe dê uma oportunidade). Míchel foi uma nulidade na frente de ataque.
 

Benfica: Bruno Cortês, a nova aposta

O jornal A Bola deu a conhecer mais um potencial reforço do Benfica para 2013/14 e Bruno Cortês parece mesmo estar prestes a ser oficializado como novo lateral encarnado (deve chegar a Lisboa por empréstimo com opção de compra). Pelo terceiro ano consecutivo JJ prefere apostar num jogador que não oferece uma qualidade garantida para a posição de lateral esquerdo. Após o fracasso de Emerson e a adaptação de Melgarejo, o técnico encarnado vai agora decidir se o paraguaio se irá manter como aposta principal ou se um dos novos elementos (Sílvio, que também pode alinhar à direita, ou Bruno Cortês) merece a titularidade.


Cortez, como é conhecido, é um lateral tendencialmente ofensivo, que possui uma grande técnica, boa movimentação (gosta de procurar espaços interiores), velocidade e que ganha muito bem posição (fisicamente é um excelente lateral). Precisa de aperfeiçoar o seu passe, jogo aéreo, cruzamentos e corrigir algumas nuances defensivas. Estamos, portanto, perante um lateral que JJ aprecia: forte ofensivamente e atlético, apesar de não oferecer garantias a nível defensivo. Claro que a solução ideal para a posição de defesa esquerdo seria Fábio Coentrão, mas para isso o Benfica teria de abrir os cordões à bolsa (o saldo das contratações para a nova época é claramente negativo, o que não abona a favor dos encarnados, uma vez que os elementos mais valiosos ainda fazem parte do plantel).
A entrada de Cortez implica a saída de algum elemento? O plantel já não deve sofrer remodelações? Partindo do pressuposto que Luisinho está de saída, a defesa não deve sofrer mais alterações até ao início da época. JJ já afirmou que será difícil manter Matic durante mais um ano e o Benfica, mesmo que o sérvio não saia, deve começar a procurar soluções no mercado para precaver a sua saída. O único sector que não está fechado (não considerando eventuais empréstimos) é o ataque. Cardozo está completamente à parte (mentalmente e laboralmente) e a compra de um ponta-de-lança com características semelhantes às do paraguaio deve ser tida em consideração.



Benfica: Empréstimo de Sílvio é uma boa solução?

Benfica: Empréstimo de Sílvio é uma boa solução?

A imprensa portuguesa muito especulou e agora é oficial: Sílvio, lateral pertencente aos quadros do Atlético de Madrid, chega ao Benfica por empréstimo até ao final da época. Trata-se de um lateral polivalente - como JJ tanto aprecia -, português e da formação, algo sempre útil tendo em conta a participação da formação encarnada nas grandes provas europeias.

Faz sentido contratar Sílvio quando se tem Melgarejo, Maxi Pereira e André Almeida para as alas? Que lado da defesa irá ocupar quando for chamado a jogar? Não me parece que Sílvio seja um titular indiscutível nesta equipa do Benfica (longe disso!), mas irá certamente aumentar a competitividade por um lugar no onze. É tendencialmente lateral direito, mas não tem grandes dificuldades em ocupar o flanco esquerdo (JJ terá de fazer uma boa avaliação do plantel e das garantias que cada jogador oferece e só depois decidir se colocará Sílvio à direita ou à esquerda, nunca descorando as necessidades da equipa). Maxi já não apresenta o rendimento de antigamente e André Almeida ainda não é o lateral direito (posição a que foi várias vezes adaptado) de eleição pois tem aspectos a melhorar (principalmente na movimentação ofensiva). No entanto, dá-me a ideia que a qualidade de Sílvio não é suficiente para que o jovem português "pegue de estaca". Nessa mesma linha de análise, penso que faria mais sentido incorporar João Cancelo no plantel principal (deixando-o a rodar na equipa B) e contratar apenas um lateral esquerdo indiscutível, algo que tem faltado ao Benfica desde a saída de Fábio Coentrão.

Se Sílvio não chega para ser um titular indiscutível, isso faz dele uma má contratação? Sílvio é bom jogador. Não se pode dizer que o seu empréstimo não seja uma boa solução, uma vez que será importante para as competições europeias (trata-se de um jogador formado no clube). Mas uma equipa como o Benfica, com base na instabilidade que vive nas últimas temporadas, deve garantir a aquisição de jogadores com provas dadas e que estejam ao seu alcance a nível financeiro (Sílvio demonstrou algumas debilidades defensivas na última temporada). Se a vinda de Sílvio continuar a implicar a entrada de um lateral esquerdo, cinco jogadores para duas posições (partindo do princípio que o resto do plantel permanece inalterável e que não haverá mais nenhuma adaptação) parece um exagero...

Mundial Sub20: Futebol pouco consistente dita eliminação prematura

Mundial Sub20: Futebol pouco consistente dita eliminação prematura
Em dia de últimos jogos dos quartos-de-final do Mundial Sub20, faço uma breve análise à participação portuguesa no torneio disputado na Turquia. Portugal foi surpreendentemente eliminado nos oitavos-de-final pela modesta selecção do Gana (2-3), fechando as portas a uma prestação idêntica à do último Campeonato do Mundo onde se sagrou vice-campeão.


Há quem diga que o grupo deste ano era melhor que o da outra vez e que esta eliminação precoce deve ser encarada como muito insatisfatória. A verdade é que estamos perante jogadores e equipa técnica completamente diferentes dos que foram vice-campeões. O grupo deste ano era melhor a nível técnico e individual (Nélson Oliveira era dos poucos jogadores que acrescentavam capacidade técnica há dois anos atrás) e mais experiente a nível competitivo (as equipas B foram importantes nesse aspecto e André Gomes marcou presença nas principais provas europeias). Porém, a vertente defensiva e a união de grupo eram incomparavelmente menores (erros infantis no sector recuado e falhas colectivas e individuais inaceitáveis) e o meio-campo foi quase uma nulidade face ao que se esmerou na América do Sul. Resultado: um conjunto que bem trabalhado poderia ir longe na competição, tal era a qualidade individual - cheguei a afirmar que o verdadeiro teste seria o jogo das meias-finais -, não conseguiu derrotar uma selecção do Gana que soube explorar as debilidades defensivas dos nossos jogadores.

Edgar Borges não está de maneira alguma isento de responsabilidades por esta eliminação prematura, mas o dedo não pode ser apontado apenas ao seleccionador. Enquanto responsável máximo, é o treinador que deve arcar com as culpas pelo fracasso da sua equipa. Algumas questões podem (e devem) ser levantadas em torno do corpo técnico: como se explica a falta de opções para a frente de ataque nacional (Ivan Cavaleiro ou mesmo Bruma não tinham capacidade de substituir Aladje)? Como se explica o sub-rendimento do meio campo português (tinha tudo para ser um dos melhores da competição, devido à qualidade de André Gomes, João Mário, Tozé e Cá)? Como é possível que os erros defensivos (apontados pelo próprio Edgar Borges como o "calcanhar de Aquiles") não tenham sido devidamente minimizados? A rotação dos elementos defensivos durante a fase de grupos parecia ser uma estratégia aceitável para dar minutos e fazer nova avaliação dos jogadores, mas terá tido um impacto negativo? Numa selecção onde o talento individual não escasseava, terá a "fama" afectado o rendimento individual e colectivo?


Jogador que mais se destacou: Bruma foi indubitavelmente o jogador que mais se destacou neste Campeonato Mundial. 5 golos em 4 jogos, tremenda técnica individual e muito evoluído tendo em conta a sua idade, Bruma promete ser uma das "novelas de Verão" devido à indefinição do seu futuro e ao interesse que tem suscitado.

Jogador que mais desiludiu: Para uma selecção de quem se esperava muito mais é natural que haja vários jogadores que possam ser mais facilmente criticados, ainda para mais quando se evidenciaram em bom plano nos seus clubes. André Gomes, pela experiência e qualidade que exibiu no Benfica (parecia esgotado e mentalmente mais vulnerável), João Mário e Ilori, pelo que fizeram no Sporting (equipa B e principal, respectivamente), não estiveram ao nível do que se esperava deles.

Jogador que promete: José Sá talvez tenha sido a maior surpresa desta jovem selecção, mas há que ficar de olho em Aladje, pouco conhecido mas com pormenores interessantes para um avançado com as suas características.

Taça das Confederações: balanço geral

Taça das Confederações: balanço geral
Brasil campeão invicto, Espanha a não conseguir espelhar nesta prova (pela segunda vez consecutiva) a sua hegemonia mundial, Neymar eleito o melhor jogador da Taça das Confederações. São estes os aspectos mais importantes da prova que teve lugar no Brasil em Junho deste ano e que culminou com a conquista do troféu por parte da selecção da casa. Uma semana depois é altura de recordar os principais destaques.
 
 
Selecção em destaque: O Brasil de Scolari conquistou cinco vitórias em outros tantos jogos e marcou posição para o Campeonato do Mundo do próximo ano, também disputado no país. Muitos foram os que colocaram interrogações quanto à capacidade de Scolari orientar a selecção canarinha e de conseguir uma conquista tão prematuramente (os jogadores que agora tem a seu dispor são completamente diferentes daqueles que treinou quando se sagrou campeão mundial pela última vez). Scolari provou que o grupo canarinho tem potencial para ser um dos sérios candidatos à conquista do Mundial de 2014, apesar de ainda ter de melhorar certos aspectos.
 
Jogadores em destaque: Para quem duvidava da capacidade de Neymar, esta Taça das Confederações foi um belo aperitivo para o que o jovem brasileiro poderá vir a fazer no Barcelona. Espalhou magia, mostrou que é ágil, tecnicista e pode decidir um jogo a qualquer instante. A inteligência de Iniesta, a dupla Cavani-Suaréz e a consistência táctica dos jogadores italianos também merecem uma nota de destaque.
 
Aspecto em destaque: Podia ser a goleada espanhola diante do Taiti ou a grande partida que opôs Japão e Itália, mas penso que será mais justo destacar a forma como Itália e Brasil anularam o tiki-taka espanhol. Saber marcar os jogadores certos, posicionar-se bem no terreno e pressionar de forma agressiva impedindo linhas de passe foram as chaves usadas por ambas as selecções. Uma passou, outra não. A que passou venceu por 3-0 e sagrou-se campeã.