Jornais portugueses dão finalmente relevo a quem merece

É a primeira vez este ano que os três principais jornais desportivos destacam conquistas além-futebol nas suas capas diárias. O jornal A Bola destacou na sua capa o triunfo de Michelle Brito diante de Sharapova no dia 26 de Junho (vitória histórica, na altura, da jovem tenista que valeu a passagem à terceira ronda do torneio de Wimbledon). Em Julho, o mesmo jornal decidiu dar relevância ao percurso notável de Rui Costa no Tour de France (duas etapas ganhas, feito incrível por parte do ciclista luso). Quando Emanuel Silva e João Ribeiro se sagraram campeões mundiais na canoagem - feito histórico na modalidade, talvez superado apenas pela medalha de prata conquistada nos Jogos Olímpicos do ano passado - não houve uma única publicação a coroar esse feito com uma capa de jornal.

Já não era sem tempo! Foi necessário que Rui Costa se sagrasse campeão do mundo - não deixa de ser irónico que Sérgio Paulinho tenha conquistado uma medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atenas, aumentando as semelhanças entre a conquista do ciclista e a dos canoístas mencionados no parágrafo acima - e que João Sousa fizesse história no ténis nacional para que A Bola, O Jogo e Record destacassem nas suas capas feitos inéditos de desportistas portugueses não-ligados ao futebol.

Três pontos cruciais. 1º: Há que dar os parabéns por (finalmente) se dar esta relevância a feitos históricos do desporto nacional (se bem que seria inadmissível Rui Costa e João Sousa não merecerem capa depois do que fizeram); 2º: Esperemos que a tendência seja para que resultados como estes mereçam um destaque mais significativo do que o rumor de uma transferência ou o momento de forma de um jogador; 3º: Fica sempre a dúvida: se um dos três grandes tivesse jogado no domingo o destaque das capas teria sido diferente?

João Sousa deve terminar o mês de Setembro como nº51 do ranking mundial (Top50 deixa de ser uma ilusão para o ténis nacional)

João Sousa foi o autor da maior proeza do ténis nacional no que a títulos diz respeito. Mais: é o tenista português com a melhor classificação de sempre no ranking masculino. Numa hierarquia para já liderada pelo sérvio Novak Djokovic, importa tirar as dúvidas quanto à posição que o vimaranense ocupa neste momento. De acordo com o ranking ATP actualizado até ao fim do dia 29, João Sousa abandonou o 77º que ocupava e passou a nº51 do ranking. No entanto, esta poderá ser uma posição provisória uma vez que, durante os próximos dias, irá decorrer um torneio na China onde estarão presentes tenistas que têm quase os mesmos pontos que o atleta português.


Destaque ainda para o trajecto que o atleta nacional tem feito este ano - o mês de Setembro foi o seu melhor de sempre (boa participação no US Open, meias-finais em S. Petersburgo e vitória em Kuala Lumpur) -, que lhe permite tornar-se no 43º melhor tenista deste ano (apesar de a época tenística ainda não ter terminado não se pode deixar em claro esta excelente classificação). Uma última nota para os 872 pontos conquistados por João Sousa este ano, quase tantos como os 903 que vigoram no ranking ATP (actualizado).

João Sousa faz história: conquista o primeiro torneio ATP e alcança a melhor classificação de sempre (51º lugar)

João Sousa faz história: conquista o primeiro torneio ATP e alcança a melhor classificação de sempre (51º lugar)
Ao derrotar o espanhol David Ferrer já tinha dado que falar. Ao vencer Melzer foi apelidado de "estrela emergente". Na final disputada frente a Benneteau, João Sousa, vimaranense de 24 anos, provou que a alcunha de "O Conquistador" não se deve apenas à cidade que o viu nascer. Após uma final muito renhida, o atleta português mostrou um coração de guerreiro, nunca baixando os braços, salvando inclusive um match point de uma forma soberba.

Depois de perder o primeiro parcial por 2-6, João Sousa esteve à beira da derrota quando servia para evitar o fecho da partida (4-5 na altura), conseguindo evitar um match point com um passing magistral. Um ponto que mudou o ímpeto do jogo, já que o português fechou o seu jogo de serviço, quebrou o do adversário e consumou a conquista do segundo set. Mais fresco fisicamente e animicamente, voltou a quebrar o serviço a Benneteau no início do derradeiro set e foi segurando essa vantagem até concluir o encontro com os parciais 2-6 7-5 6-4. Primeiro torneio da categoria ATP250 para um tenista nacional, que irá permitir uma grande subida no ranking ATP.


Momento histórico para o ténis nacional! Depois de uma excelente prestação no US Open - apenas sucumbiu perante o líder do ranking, Novak Djokovic - e de alcançar as semi-finais na Rússia, João Sousa continua em grande e garante o mais prestigiado título para o ténis nacional até à data. Se Frederico Gil tinha chegado à final do Estoril Open e sucumbira diante de Montañes, este feito de João Sousa é ainda mais grandioso por diversos factores: jogou num país onde o apoio nacional não é de grande dimensão; derrotou três adversários que ocupam o Top50 mundial (incluindo um Top5); junta à conquista do torneio a obtenção da melhor classificação de sempre (tanto pessoal como internacional) no ranking ATP.

Sporting é para já a equipa mais disciplinada da Liga; Gil Vicente ocupa o outro extremo da tabela

Concluídas as primeiras cinco jornadas do campeonato é altura de apresentar uma tabela relativa ao panorama disciplinar da competição.

Principais destaques:
- O Gil Vicente lidera a "tabela da indisciplina", destacando-se os 3 vermelhos exibidos (apenas o Belenenses tem o mesmo número de cartões vermelhos)
- O Sporting é o clube mais discilpinado do campeonato até ao momento (menor número de cartões amarelos e nenhum vermelho)
- Benfica, FC Porto e Sporting ainda não foram sancionados com um cartão vermelho, acontecendo o mesmo com mais dois clubes (Rio Ave e Nacional)
- São exibidos, em média, 42,8 cartões amarelos por jornada e 5,35 por jogo; quanto a cartões vermelhos: média de 3,6 por jornada e de 0,45 por jogo (praticamente 1 em cada 2 jogos!)
- Sporting e Braga, que actualmente ocupam o pódio da Liga, estão entre os três clubes mais disciplinados
- Se atribuirmos um peso ligeiramnete maior aos cartões vermelhos (por exemplo: cada cartão vermelho vale como dois cartões amarelos), os três clubes mais indisciplinados passam a ser Gil Vicente, Arouca e Belenenses - estes dois últimos ocupam os lugares de despromoção

Opinião: À boleia da irregularidade

Opinião: À boleia da irregularidade
A jornada anterior já tinha dado a entender, esta só veio confirmar. Do futebol irregular do Sporting e vitórias sofridas do FC Porto às exibições algo cinzentas do Benfica, que por agora vão rendendo três pontos, o campeonato nacional poderá estar a sofrer ventos de mudança no que ao momento de forma dos grandes diz respeito.

Se no início tivemos um Sporting a entrar em grande estilo com duas goleadas - o golo inaugural do Arouca ainda acordou alguns fantasmas reminiscentes da temporada anterior, mas a atitude da equipa foi convincente e os índices de confiança totalmente diferentes -, certo é que as duas últimas exibições mostraram um leão algo apático. Se no Algarve os dois golos de rajada fizeram a diferença - valeu a boa entrada no segundo tempo - , o Rio Ave veio mostrar que Leonardo Jardim tem razões para ainda não elevar a fasquia e manter os pés bem assentes no chão. Verdade que o Sporting foi prejudicado frente aos vila-condenses, porém tal não justifica a exibição amorfa de sábado.

O FC Porto, que até aqui ainda não tinha perdido pontos, viu o Estoril fazer uma grande exibição e perdeu a oportunidade de se destacar do rival Sporting. Se em casa o FC Porto tem mandado (a segunda parte frente ao Gil Vicente foi demasiado pobre apesar da justiça do triunfo), fora tem sido a excelência de Lucho ou Quintero a decidir partidas que deveriam ter um controlo bem diferente por parte dos azuis e brancos. A defesa parece mais frágil, Fernando está longe de ser um médio que enquadre no sistema táctico de Paulo Fonseca e se não for a genialidade de Jackson ou alguns rasgos de inspiração de Licá não existe ninguém que desequilibre as defensivas contrárias (como acontecia com Hulk ou James).

Continuando na senda das exibições irregulares encontramos a equipa que melhor se tem safado nesse capítulo ultimamente. O Benfica está longe de apresentar os níveis ofensivos das outras temporadas (Jorge Jesus demorou demasiado tempo a montar a sua equipa base e a ausência de Cardozo foi bastante influente) mas defensivamente já começa a demonstrar maior segurança devido, sobretudo, ao poder de Fejsa. A abordagem ao mercado foi terrível (não tanto pelas contratações mas pelo timing) e isso reflectiu-se no rendimento do conjunto encarnado. Conseguirá Jorge Jesus fazer uso do melhor plantel da Liga (e o melhor que já teve à sua disposição) e recuperar os pontos perdidos nas jornadas inaugurais?


PS: Fazendo um breve apanhado das primeiras cinco jornadas: o Sporting consentiu dois empates caseiros, um deles perante o eterno rival, e desloca-se a Braga na próxima ronda; o FC Porto largou pontos na Amoreira, único terreno que poderia justificar maiores preocupações; o Benfica perdeu os seus 5 pontos em três terrenos complicados. Será o rendimento fora de casa o aspecto-chave da presente época?


Portugueses espalhados pela Europa (parte II)

Portugueses espalhados pela Europa (parte II)
Em dia inaugural das competições europeias da temporada 2013/14 o Adjunto1x2 dá a conhecer os diversos jogadores portugueses que irão tentar a qualificação para a próxima fase, quer na Liga dos Campeões, quer na Liga Europa.

Espalhados pelos doze grupos da Liga Europa encontram-se 27 portugueses - excluindo os que fazem parte dos plantéis de Estoril, Paços de Ferreira e Vitória de Guimarães -, um número significativamente superior aos da "prova milionária" (para facilitar as contas: média na LC - 1,38 jogadores/grupo; média na LE - 2,25 jogadores/grupo). Destaque para o APOEL (equipa estrangeira com mais portugueses - 5), para Valência e Sevilha (três jogadores cada) e para o grupo J onde todas as equipas têm um representante nacional.
Grupo A: J. Pereira, R. Costa e Postiga (Valência)
Grupo B: Ivo Pinto e Rúben Lima (D. Zagreb); Vitinha e Fábio Espinho (Ludogorets)
Grupo C: -
Grupo D: -
Grupo E: [Paços de Ferreira]; Mingote e Paulinho (Pandurii); Bruno Gama (Dnipro)
Grupo F: Mário Sérgio, Hélder Cabral, Nuno Morais, Tiago Gomes e Esmael Gonçalves (APOEL)
Grupo G: Nélson Ferreira (Thun); M. Veloso (D. Kiev)
Grupo H: [Estoril]; Beto, Diogo Figueiras e Daniel Carriço (Sevilha)
Grupo I: [Vit. Guimarães]; Anthony Lopes (Lyon)
Grupo J: Hélio Pinto (Légia); Bruno Vale (Apollon); Bosingwa (Trabzonspor); Pereirinha (Lázio)
Grupo K: José Guedes (Sheriff)
Grupo L: Miguel Vítor (PAOK)

Portugueses espalhados pela Europa (parte I)

Portugueses espalhados pela Europa (parte I)
Em dia inaugural das competições europeias da temporada 2013/14, o Adjunto1x2 dá a conhecer os diversos jogadores portugueses que irão tentar a qualificação para a próxima fase, quer na Liga dos Campeões, quer na Liga Europa.

Além dos jogadores que fazem parte dos plantéis de Benfica e FC Porto, são 11 os portugueses que se distribuem pelos oito grupos da principal prova a nível europeu. Curiosamente, apenas dois nunca foram chamados à Selecção Nacional (AA) - Bruma e Baldé -, embora tenham representado os escalões mais jovens de Portugal (o jovem extremo destacou-se mais que o ponta-de-lança e não deve tardar a ser convocado).
Grupo A: Nani (M. United)
Grupo B: Bruma (Galatasaray); C. Ronaldo, Pepe e Coentrão (R. Madrid)
Grupo C: [Benfica]; Paulo Machado (Olympiakos)
Grupo D: - *
Grupo E: Hilário (Chelsea)
Grupo F: -
Grupo G: [FC Porto]; Tiago (Atl. Madrid); Danny e Neto (Zenit)
Grupo H: Baldé (Celtic)

*Rony Lopes deverá fazer parte da equipa de Sub19 do M. City durante esta edição da Liga dos Campeões

Académica: Marinho embala a Académica para a primeira vitória no campeonato

Académica: Marinho embala a Académica para a primeira vitória no campeonato
O Estádio Cidade de Coimbra recebeu duas equipas que ainda não conheciam o sabor da vitória em jogos a contar para a Liga Zon-Sagres (Académica só tinha um ponto; o Belenenses apenas derrotas). A primeira parte reflectiu a má classificação das equipas à partida para o jogo: futebol pobre, oportunidades de golo quase inexistentes (a Académica enviou uma bola ao ferro; o Belenenses dispôs de um par de chances) e vários minutos de futebol não-jogado para que se pudesse assistir um ou outro jogador. O único destaque do primeiro tempo foi o golo de Tiago Costa na sequência de uma grande penalidade. A Académica entrou para a segunda parte com uma nova mentalidade e operou a reviravolta com golos de Bruno China e Marinho, intercalados por uma expulsão do lado dos visitantes. Até final o Belenenses ainda ficou reduzido a 9 e a Briosa conseguiu gerir uma vantagem que oferece a primeira vitória à turma de Sérgio Conceição.


Académica: Uma segunda parte que nada teve a ver com a primeira. A equipa entrou com mais garra, pressionou melhor e conseguiu criar mais situações de desequilíbrio. Terminou o jogo a sofrer (por culpa própria) e vai ter de melhorar bastante (a defesa esteve algo descoordenada e o futebol organizado foi demasiado lento, impossibilitando a criação de situações de perigo) para voltar a conquistar vitórias no campeonato. Não se percebe como Marinho não é titular indiscutível nesta Briosa - jogador muito inteligente, que se desmarca bem e aparece bem em zonas de finalização e que voltou a ser decisivo (a sua entrada revolucionou a partida e era ele a voz de comando que pautava o jogo da formação da casa). Bruno China também realizou uma exibição bem conseguida no meio-campo (melhor elemento ao intervalo), à semelhança de Djavan na ala esquerda da defesa. Volta-se a não perceber a aposta de Sérgio Conceição na dupla Reiner-Aníbal Capela.

Belenenses: O que saltou logo à vista foi a pressão que os jogadores faziam sobre o portador da bola (muitas vezes agressiva) e a forma como a equipa fechava espaços na zona central. No entanto, faltou maior clarividência na frente de ataque e o futebol apresentado não deixou de ser pobre para uma equipa que luta para não descer de divisão. Além de Miguel Rosa, bem conhecido pela sua técnica, Tiago Costa revelou alguns pormenores de qualidade e foi o autor do golo da formação do Restelo.


Benfica: Grande exibição de Enzo e eficácia de Garay dão triunfo aos encarnados

Benfica: Grande exibição de Enzo e eficácia de Garay dão triunfo aos encarnados
Num jogo que marcou as estreias de Siqueira (alvo de uma substituição forçada no segundo tempo devido a problemas musculares), Fejsa (suplente utilizado) e Markovic enquanto titular, o Benfica recebeu e venceu o Paços de Ferreira por 3-1. Sem muita margem de manobra os encarnados tentaram tomar a dianteira da partida logo à partida e adiantaram-se no marcador através de uma boa jogada pelo flanco esquerdo concluída por Enzo Pérez após passe de Lima. O Paços tentou responder (andou perto da baliza encarnada por três ocasiões) mas foi o Benfica que fez o segundo golo da partida - golo de Garay - num lance de laboratório na sequência de uma bola parada. Lima podia ter feito o terceiro antes do intervalo mas o guarda-redes pacense evitou tal cenário. Numa segunda parte mais pobre em termos de oportunidades de golo o Paços de Ferreira reduziu a desvantagem por intermédio de Rúben, mas no lance seguinte a equipa da casa, novamente por Garay sentenciou o resultado (3-1).


Benfica: O meio-campo revelou uma consistência completamente diferente e a presença de um elemento como Cardozo na frente de ataque faz logo uma grande diferença. No entanto, apesar da exibição ter sido a mais conseguida desta época, ainda continuam a escassear ocasiões de perigo e a persistir alguns erros defensivos infantis. Garay destacou-se pelos seus dois golos e por ter oferecido segurança à defesa (esteve melhor que Luisão) mas o grande destaque vai para Enzo Pérez - marcou um golo, fez uma assistência, recuperou várias bolas e destabilizou por completo a formação pacense. Siqueira fez uma exibição razoável antes de ter sido substituído (oferece uma nova dinâmica ao ataque, mas precisa de apreender mecanismos os defensivos do treinador) e Fejsa foi um autêntico pronto-socorro no meio-campo revelando muita competência defensiva ao lado de Matic. Destacar pela negativa algumas debilidades de Artur - não está isento de culpas no golo sofrido e parece cada vez mais nervoso sempre que a bola chega aos seus pés.

Paços de Ferreira: Costinha vai ter de dar a volta ao seu grupo - época oficial apenas com derrotas, vários golos sofridos e uma equipa com várias dificuldades em diferentes momentos do jogo. Defensivamente é uma equipa que treme bastante e o meio-campo está longe de convencer (a dupla atacante Carlão-Bebé não pôde ser estreada mas nota-se que é o sector mais avançado que oferece mais garantias). Hélder Lopes teve várias dificuldades em travar as acções de Enzo; Séri e Sérgio Oliveira não se conseguiram impor no meio-campo. Bebé desequilibrou mas só teve um lance digno de perigo para a baliza de Artur, ao passo que Rúben foi o elemento mais inconformado culminando a sua exibição com um golo.

O lance genial de Neymar no PortugalxBrasil (1-3) analisado ao pormenor

1. Nani conduz a bola pelo centro do terreno e demora demasiado tempo à procura de linhas de passe, perdendo a bola para a formação brasileira numa zona proibida.
2. O movimento de Nani leva Meireles a posicionar-se em zonas mais adiantadas do terreno - o meio-campo fica descompensado.
3. Os três jogadores do meio-campo brasileiro têm interferência directa na jogada - Ramires faz pressão sobre Nani mas o português gira de modo a evitar a perda de bola (não está no vídeo); Paulinho coloca-se à frente de Nani enquanto Luiz Gustavo surpreende o extremo pelas costas roubando a bola e deixando-a nos pés de Paulinho; o médio do Tottenham vê Neymar junto de si e deixa o resto da jogada a cargo do jovem do Barcelona.
4. Neymar recebe a bola de Paulinho e graças à sua técnica e velocidade arranca do meio-campo e coloca a bola no fundo da baliza de Rui Patrício; pelo meio, Moutinho não mete a perna, Veloso não consegue acompanhar a velocidade de Neymar, Pepe evita a falta e o carrinho de Bruno Alves não é bem-sucedido. Como Paulo Bento se queixou: falta de agressividade.
5. O movimento de Neymar à entrada da área portuguesa foi possibilitado pela diagonal de Jô - arrastando um defesa consigo, Bruno Alves e Pepe não se entenderam com as marcações e Neymar aproveitou para cavalgar mais uns metros e fazer um golo de belo efeito.

Selecção: Scolari vence no reencontro com a Selecção Nacional

Selecção: Scolari vence no reencontro com a Selecção Nacional
Depois de uma vitória suada frente à Irlanda do Norte em jogo de qualificação para o Mundial de 2014, Portugal perdeu frente ao Brasil por 3-1, num jogo disputado em Boston e que marcou o reencontro entre Scolari e a Selecção Nacional. Meireles ainda colocou os portugueses em vantagem, aproveitando um erro crasso de Maicon, mas Thiago Silva, Neymar e Jô impuseram justiça no marcador e ofereceram a vitória ao Brasil neste jogo de carácter amigável.


Portugal: Exibição muito aquém do nível que era esperado. Escassez de oportunidades de golo (sobretudo na segunda parte), pouca capacidade de desequilíbrio e falta de agressividade (o próprio Paulo Bento reconheceu isso mesmo) e desatenções defensivas (transições defensivas e o lance do primeiro golo) que precisam de ser corrigidas. Meireles foi o grande destaque no meio-campo português (marcou um golo e foi o elemento que mais batalhou no 11 nacional), que viu um Moutinho em má forma (no jogo frente à Irlanda do Norte já tinha passado ao lado do jogo) e um Miguel Veloso que não está isento de culpas nos dois primeiros golos brasileiros. As exibições de Nani e Vieirinha apenas deram relevância à falta que faz a Portugal ter alguém com as características de Cristiano Ronaldo.

Brasil: Foi uma vitória justa mas não esclarecedora. O Brasil dominou a partida e mostrou que tem várias opções de qualidade para diferentes posições. O trio do meio-campo (Luiz Gustavo - Ramires - Paulinho) fez um jogo notável a nível táctico e constituiu uma autêntica muralha no centro do terreno (o único lance de perigo por essa zona resultou no golo nacional mas por culpa de Maicon; o segundo golo do Brasil envolve uma recuperação de bola promovida pelos três jogadores). Neymar voltou a mostrar que está ao nível dos melhores, adicionando um golo à sua bela exibição e carregando os canarinhos com a sua técnica notável.






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Opinião: Scolari 2004 vs Scolari 2014

Opinião: Scolari 2004 vs Scolari 2014

Após a conquista do Campeonato do Mundo de 2002, Scolari abandonou o comando da Selecção canarinha e abraçou um novo desafio ao tornar-se no seleccionador da Selecção Nacional. Objectivo: levar Portugal o mais longe possível no Campeonato Europeu que se iria realizar em pleno solo nacional. Resultado: Portugal sucumbiu perante a Grécia de Otto Rehagel (por duas vezes) e tornou-se vice-campeão europeu em 2004. Scolari ainda continuou à frente da Selecção Nacional por mais uns anos, cessando funções em 2008, após eliminação diante da Alemanha.

Dez anos volvidos, Scolari volta a assumir o controlo da Selecção Brasileira. Mais: volta a assumir o controlo de uma Selecção que será a anfitriã de uma das maiores provas futebolísticas. Os objectivos não diferem dos de 2004. Conseguirá repetir a façanha?

Não deixa de ser interessante que a táctica que Scolari adoptou em 2004 não é muito diferente da que deverá adoptar no Mundial de 2014. Nada melhor que fazer uma comparação entre os jogadores para uma melhor análise (nota: é preciso ter em atenção que o tipo de futebol praticado há dez anos era diferente do actual e que o futebol praticado no Brasil diverge de alguma forma do praticado em Portugal):
GR: Ricardo | J. César - Dois guardiões experientes. Um era titular indiscutível num Sporting que lutava pelo título, o outro foi uma das peças-chave do "Inter de Mourinho" e é o dono da baliza do QPR, equipa despromovida ao segundo escalão da Premiership.
DL: Miguel/N. Valente | D. Alves/Marcelo - Laterais muito diferentes. Se os portugueses tinham maior vocação defensiva e raramente se aventuravam muito no ataque para ajudar os extremos, os laterais brasileiros (como é costume no Brasil) são essencialmente ofensivos e procuram várias vezes a linha de fundo.
DC: R. Carvalho/J. Andrade | T. Silva/D. Luiz - Duas excelentes duplas. A portuguesa era exímia no desarme, posicionamento e índices de concentração; a brasileira é melhor física e tecnicamente e muito boa no jogo aéreo.
MC: Costinha/Maniche | L. Gustavo/Paulinho - Os dois médios mais recuados que conferem consistência táctica ao 11. A capacidade de desarme de Costinha vai agora ser sustentada pela de L. Gustavo. A capacidade de passe e inteligência táctica de Maniche vai estar a cargo de um jogador com melhor técnica - Paulinho.
MO: Deco | Oscar - Dois médios ofensivos que gostam de recuar para vir buscar jogo. Muito fortes tecnicamente e com grande qualidade de passe.
EXT: Figo/C. Ronaldo | Hulk/Neymar - Extremos completamente diferentes entre si mas que se complementam muito bem. Figo era inteligente e muito bom nos cruzamentos; Cristiano era mais forte tecnicamente e um desequilibrador nato. Hulk é um "poço de força" e muito bom nas diagonais que faz (dos quatro talvez seja o mais irregular); Neymar tem na sua técnica a maior arma, funcionando também como um falso avançado (Portugal usava um estilo de jogo mais largo em função dos seus extremos).
AV: Pauleta | Fred - Dois jogadores com poder de finalização muito bom. Se em 2004 Pauleta não foi a aposta mais regular de Scolari, Fred surpreende por ser o escolhido do técnico (opções como Pato, Leandro Damião ou o próprio Neymar a actuar na posição mais avançada foram preteridas).


Conseguirá Felipão igualar o feito de 2002 e ser bem-sucedido com esta selecção brasileira? Excluindo a Espanha, este Brasil é o principal candidato à vitória do Mundial? Apesar de todas as alterações que o futebol foi sofrendo qual a melhor Selecção que Scolari orientou: Portugal (2004) ou Brasil (actual)? 


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Ténis: Frederico Silva termina o seu percurso de junior com 11 títulos

O jovem português Frederico Silva não conseguiu revalidar o título de juniores no US Open, naquele que foi o seu último torneio do Grand Slam nesse mesmo escalão. Fazendo dupla com o francês Quentin Halys (o anterior título havia sido conquistado com o britânico Kyle Edmund), o português sucumbiu perante o polaco Kamil Majchrzak e o norte-americano Martin Redlicki pelos parciais 6-3 6-4.
Se nos últimos anos Frederico Gil, Rui Machado e João Sousa (eliminado por Djokovic na presente edição do US Open) têm sido alvo de grande atenção no circuito sénior do ténis masculino, o mesmo deve acontecer com o jovem de 18 anos que conquistou dois torneios do Grand Slam. De acordo com dados da ITF, o Adjunto1x2 apresenta algumas das estatísticas referentes a Frederico Silva ao longo dos últimos anos:






FC Porto: Iturbe cedido ao Verona, Abdoulaye e Tiago Rodrigues ao Vit. Guimarães

O FC Porto também se mexeu no último dia do mercado de transferências. Após cortar os contactos com o Everton quanto a uma eventual venda de Fernando (só tem mais um ano de contrato), o clube portista anunciou os empréstimos de Iturbe ao Verona e de Abdoulaye e Tiago Rodrigues aos vimaranenses.


Depois de uma pré-época de bom nível, esta podia ser a época do argentino (o esquema táctico de Paulo Fonseca é o ideal para o jovem) que tarda em convencer os responsáveis azuis e brancos. Não deixa de ser algo estranho este empréstimo: Quintero é neste momento o elemento mais desequilibrador do plantel mas tem actuado onde mais rende - na zona central (Iturbe também gosta de jogar pelo meio mas tem capacidade de jogar encostado a uma das alas). Aliás, os dragões não têm um extremo puro com essa característica e que dê garantias no imediato (Licá não é esse tipo de jogador, Josué muito menos e Ricardo ainda tem de "amadurecer").

Abdoulaye e Tiago Rodrigues são mais duas excelentes apostas para Rui Vitória. O(s) Vitória(s) ficam a ganhar defensivamente (jogo aéreo e força física) e ofensivamente (visão de jogo e qualidade de passe). Claramente sem espaço no plantel principal dos azuis e brancos, o empréstimo certamente ser-lhes-á benéfico e podem, assim, ajudar a nova equipa a alcançar os lugares cimeiros da Liga Zon-Sagres.

Sporting: Vítor e Piris são reforços de fim de mercado

Sporting: Vítor e Piris são reforços de fim de mercado

O médio de 29 anos que alinhava no Paços de Ferreira e o defesa que representava a Roma foram inscritos pelo clube leonino, naquele que foi um último esforço antes do fecho do mercado. Vítor esteve mais para sair do que para ficar mas o ingresso no Sporting foi uma das maiores surpresas neste último dia do mercado; Piris chega ao Sporting para concorrer com Cédric e Welder por um lugar na lateral.
 
 
É de louvar a aposta leonina em Vítor (pena que só dê este salto aos 29 anos), elemento que pode acrescentar algo de novo ao meio-campo (Gerson Magrão parece ter sido uma aposta falhada e Labyad, que à partida seria o dono da posição, não deve mais singrar no clube de Alvalade), quer em termos de capacidade de passe e inteligência quer em termos de experiência e maturidade. Sendo Adrien uma peça-chave nesta equipa de Leonardo Jardim, Vítor deve rodar com André Martins em função do que os jogos exigirem. Uma aquisição que dá ainda maior profundidade ao plantel.
 
Quanto a Piris trata-se de uma transferência que não se percebe bem. Cédric tem tudo para evoluir e ser dono da lateral (Welder será o natural suplente) pelo que não se justifica a contratação de mais um defesa direito (continua a faltar um extremo de qualidades inequívocas, que actue preferencialmente na ala esquerda). Ainda assim, é um elemento que se pode destacar pela sua vocação ofensiva.
 

Benfica: Melgarejo assina pelo Kuban, Siqueira chega por empréstimo

Benfica: Melgarejo assina pelo Kuban, Siqueira chega por empréstimo
Num negócio cujo desfecho já era expectável, o internacional paraguaio Melgarejo foi vendido ao Kuban por 5M. Quando tudo indicava que Cortez não ia ter maior concorrência no posto de lateral esquerdo, o Benfica viu-se envolvido na novela do último dia do mercado de transferências nacional e garantiu a aquisição de Siqueira, proveniente do Granada por empréstimo (com opção de compra a rondar os 7M).
 
 
Acima de tudo fica a ideia de que o Benfica, que no início do ano parecia o clube que melhor iria atacar o mercado, acabou por demonstrar uma abordagem aquém do que seria ideal - negócios incompreensíveis (as excelentes apostas em Sulejmani, Djuricic e Markovic contrastam com os negócios de Pizzi, Fariña e na aposta em três centrais sem que Jardel e Garay tivessem sido vendidos), a falta de colocação de alguns activos e até a própria maneira como o "caso Cardozo" foi resolvido. Quanto às transferências propriamente ditas: a venda de Melgarejo (já há muito decidida, sem se perceber bem porquê - o paraguaio foi competente na posição que ocupou, apesar de um ou outro erro, e se houvesse nova aposta nele nesta época poderia evoluir ainda mais e render aos cofres encarnados uma verba mais avultada) teria obrigatoriamente de ditar a aposta num novo elemento. Siqueira é um elemento diferente de Cortez (melhor movimentação, cruzamentos e jogo aéreo) e talvez se enquadre melhor naquela que é a filosofia de Jorge Jesus (será interessante ver qual o lateral em que o técnico vai apostar mais). No entanto, na opinião do Adjunto1x2, a melhor solução talvez passasse pela aposta em apenas um dos reforços e em Gianni Rodriguez, elemento da equipa B (deu provas no Mundial Sub20 que pode ser uma boa alternativa).
 

Opinião: O uso das equipas B

Opinião: O uso das equipas B
Já é uma questão que tem dado que falar há algum tempo e que se acentuou ainda mais nesta última pré-época com algumas contratações por parte dos principais emblemas portugueses: que uso se deve dar a uma equipa B?
Fazer alinhar apenas jogadores da formação para que estes se possam exibir a um nível competitivo mais próximo daquele apresentado no principal escalão? Fazer alinhar jogadores recentemente contratados para verificar se as expectativas neles depositados vão ser correspondidas? Fazer alinhar jogadores da equipa principal que não foram convocados para um jogo de maneira a conceder-lhes minutos de jogo para manterem a sua forma? De um outro ponto de vista: quantos jogadores deve ter uma equipa B? Deve haver maior aposta em jovens portugueses (o limite de idade não será abordado pois existem regras específicas estipuladas pela Liga)?
Partindo do pressuposto que a existência das equipas B implicam uma sustentabilidade financeira intrínseca ao próprio clube, eis uma perspectiva pessoal daquilo que deveria ser um plantel de uma equipa B:
  • Plantel com cerca de 23 jogadores - o elevado número de jogos exige que todas as posições possuam uma alternativa viável
  • Ter 1-2 jogador(es) com maior experiência no plantel - não necessariamente a titular(es) mas que pudesse(m) transmitir outros conhecimentos competitivos aos mais jovens
  • Apostar na formação - nem todos os jovens da formação têm qualidade, no entanto a equipa B é uma óptima oportunidade para verificar se o potencial exibido nas camadas mais jovens pode ser realmente aproveitado quando houver "jogos a doer"
  • Instituir processos tácticos semelhantes aos da equipa principal - treinador da equipa principal e treinador da equipa B devem ter sistemas/mecanismos tácticos que não sejam divergentes, o que apenas favorecerá a adaptação dos atletas ao clube em questão
  • Não contratar jogadores exclusivamente para a equipa B - salvo alguma excepção (o número de atletas estar abaixo do exigido pelos regulamentos), este plantel de "reservas" deve ser uma forma de apostar nos jovens da formação, rodar jogadores (não convocados) da equipa principal e servir de ponte para a equipa principal para jogadores que tenham sido recentemente contratados mas que a curto prazo integrem o plantel principal

Sporting: Bruma e Ilori rendem 20M aos cofres leoninos

Para um clube que se queixava das dívidas há pouco tempo o Sporting realizou nas últimas horas duas vendas sonantes. Ilori (um dos jovens mais cobiçados da formação leonina) assinou pelo Liverpool a troco de 7,5M e Bruma (dispensa apresentações depois das novelas da pré-época) vai rumar ao Galatasaray por 12M, num negócio entretanto confirmado por Bebiano Gomes.
 
 
Do lado do central, estamos perante um jogador que ainda tem margem de progressão mas que estava longe de ser titular indiscutível na actual formação leonina. Assim sendo, há que levar duas coisas em consideração. 1º: Não sendo um elemento-chave e precisando o Sporting de bons encaixes financeiros, é de louvar este negócio - Ilori não realizou muitos jogos de leão ao peito, pela selecção não valorizou muito e ainda não deu mostras de valer mais de 7M -, ainda para mais tendo os leões uma percentagem de uma futura transferência (25%); 2º: Não se percebe bem o dinheiro gasto pelo Liverpool - além de Agger e Skrtel, os reds têm ainda Coates e Sakho que devem ganhar a corrida pela titularidade ao português. Sendo apontado como um jovem promissor, fica a ideia que o Liverpool pretendeu ganhar a corrida pela transferência do jogador antes que este eventualmente valorizasse mais. Sai, portanto, o Sporting a ganhar.
 
Quanto a Bruma, parece o desfecho ideal para o clube de Alvalade. Um jogador que podia acrescentar capacidade de desequilíbrio que escasseia na actual equipa do Sporting, mas que fruto de todos os processos e divergências em que se viu envolvido dificilmente voltaria a jogar ao seu melhor nível (psicologicamente não estava em condições de representar os leões). Atendendo ao negócio: Bruma era um dos jovens que mais podia render ao Sporting (dada a sua qualidade técnica) mas a "novela de Verão" mudou completamente o cenário. Assim, para um jogador que fez "meia dúzia de jogos" ao serviço da equipa principal do Sporting, que fez um excelente Mundial Sub20 (destacou-se aqui ao contrário de Ilori e aguçou o apetite dos principais clubes europeus) e se realmente apenas tinha mais um ano de contrato, lucrar 12M é obra! Fica a ganhar o Sporting (com o encaixe financeiro), o Galatasaray (pela qualidade de Bruma, que agora se junta a Yilmaz, Sneijder e Drogba) e a Selecção (finalmente o atleta deve ganhar minutos de jogo e mostrar a sua qualidade).