Era uma vez na toca da Raposa...

As três peças-chave vendidas em Janeiro
Já não é a primeira vez que destaco jogadores do Cruzeiro no blog. O que até pode nem espantar, dada a hegemonia do clube nas últimas duas edições do Brasileirão. Mas a próxima época vai ser um verdadeiro desafio aos actuais bicampeões brasileiros, que se viram privados de alguns dos seus craques desde Dezembro. Uma consequência natural do sucesso.
 
Depois de ter resistido às primeiras grandes investidas após a conquista do título em 2013, a "Raposa" facturou quase 10M só com a venda de Wallace (para o Sp. Braga, mas actualmente no Monaco), um dos jogadores, ainda assim, que não ocupava o "núcleo duro de craques" e dono de uma posição onde as alternativas eram igualmente boas, destacando-se Dedé que, após vários anos a despertar a cobiça de clubes europeus de renome, continua em solo sul-americano. No final de 2014, chegou o 2º título na Liga no espaço de dois anos e o Cruzeiro sabia que, inevitavelmente, as suas pérolas iriam ser mais cobiçadas que nunca. A juntar a isso, a notícia da proibição de fundos (a partir de Maio), algo que o clube dificilmente conseguiria contornar.

Os elogios não são recentes
Face ao último onze escalonado por Marcelo Oliveira no Brasileirão, apenas 5 jogadores se mantêm no plantel. E do meio-campo para a frente, lembrando, contudo, que Marcelo Moreno estava emprestado, somente Willian será repetente. Talvez Egídio (lateral que agora está ao serviço do Dnipro) e Nílton (forte médio defensivo que ingressou no Internacional) não sejam os nomes mais associados ao recente sucesso do Cruzeiro, mas o mesmo não se poderá dizer relativamente aos restantes três atletas já transferidos. Éverton Ribeiro (Al Ahli), constantemente elogiado neste blog e eleito "Craque do Brasileirão" nas últimas duas épocas, destacou-se pelo número de ocasiões de golo criadas e pela sua técnica invejável. O extremo, que despertou o interesse de Benfica e FC Porto, chegou inclusivamente à Selecção canarinha a meio da última época, à semelhança de Ricardo Goulart (juntos participaram em quase 50% dos golos do Cruzeiro), reconhecido como um dos maiores obreiros do título de 2014 e que rumou à China. A completar a lista, o novo merengue - Lucas Silva, um médio defensivo com boa técnica, capaz de oferecer muito bem linhas de passe aos colegas e que tem potencial para ser uma referência no futuro (veremos como se adapta ao futebol europeu).

Mas o Cruzeiro também tem demonstrado nos últimos anos que possui boa visão de mercado e que sabe encontrar soluções para fazer face à saída de jogadores nucleares. Para o meio-campo já chegou o jovem promissor uruguaio Giorgian De Arrascaeta e ainda há que contar com o talento jovem existente no plantel. Mayke, cobiçado pelo Benfica, é encarado como um dos laterais mais promissores do Brasileirão, Neílton demonstrou no Santos dotes técnicos que levaram as pessoas a compará-lo a Neymar, Alisson foi bastante usado por Marcelo Oliveira no último campeonato e é um jogador ofensivo com técnica suficiente para se fixar entre os titulares.

"Chuteira Quente": A festa da Taça (Inglesa)

4º golo de Filipe Morais em 27 jogos esta época
É frequente ver um adepto de futebol vibrar com a festa da Taça. Sobretudo em Inglaterra, país com uma cultura e paixão pelo desporto diferentes, onde os underdogs se tornam facilmente na equipa em campo mais adorada. O jogo entre Chelsea e Bradford City, em Stamford Bridge, a contar para a 4ª ronda da FA Cup (Taça de Inglaterra), é um exemplo perfeito da caixinha de surpresas que o futebol consegue ser. E houve um português em destaque nesse jogo. O Chelsea de José Mourinho, de forma esperada, chegou ao intervalo a vencer por duas bolas a uma - chegou a ter uma vantagem de dois golos - mas não foi o técnico português que fez a festa no fim. Filipe Morais, médio que já vestiu as cores do Chelsea, restabeleceu a igualdade no marcador aos 75' aproveitando uma recarga em que ficou completamente livre de marcação. A equipa do 3º escalão inglês adiantou-se no marcador a menos de dez minutos do fim e, já sem Filipe Morais em campo (substituído perto dos 90'), selou a vitória em tempo de descontos. Resultado final de 2-4, com Mourinho, numa atitude de fair-play, a felicitar cada jogador adversário, incluindo o médio com quem privou na sua primeira passagem por Londres.


Avançados em alta na Turquia

Edinho: 6º melhor marcador na Turquia (7 golos)
Com o seu nome cada vez mais cimentado entre os melhores marcadores em solo turco, Edinho foi o autor do golo da vitória do Kayseri Erciyesspor na visita ao reduto do Karabukspor (2-1), o seu 7º no campeonato, que permitiu à sua formação subir três lugares e escapar aos últimos classificados. Já Bruma, que tem vindo a ganhar minutos ao longo dos últimos jogos, foi o autor do segundo golo do Galatasaray na recepção vitoriosa ao Rizespor (2-0).

Cada vez menos surpreendente é o registo imaculado de Anthony Lopes, guarda-redes do Lyon, actual líder em França, que já vai em cinco jogos consecutivos sem consentir golos e a ver a sua equipa conquistar os três pontos em todos eles. Também Beto, injustamente esquecido na edição anterior da rúbrica - somou na semana passada o 5º jogo consecutivo sem sofrer golos na Liga Espanhola, registo que pereceu no domingo, em Valencia (1-3) -, vai ser, esta semana, alvo de uma atenção especial (já peca por tardia, como foi dito).


"Chuteira Quente" da semana:
  1. Filipe Morais
  2. Edinho
  3. Bruma
  4. Anthony Lopes
  5. Beto

Castores destorem muralha de Júlio César

Júlio César ficou a um jogo de entrar no pódio
Na ressaca da derrota na Mata Real (0-1), Júlio César viu a sua série de minutos sem sofrer golos conhecer um sabor amargo. O guardião do Benfica ficou, assim, a um jogo de entrar no Top3 dos melhores registos do clube, após Sérgio Oliveira, de penálti, ter batido o guarda-redes brasileiro. Os 808 minutos que Júlio César esteve sem conceder qualquer golo para a Liga - a série começou logo no primeiro minuto do jogo diante do Nacional e prolongou-se até à deslocação de hoje a Paços de Ferreira (pelo meio, Académica, Belenenses, FC Porto, Gil Vicente, Penafiel, Vit. Guimarães e Marítimo não facturaram contra os encarnados) - são, portanto, a 4ª melhor marca de sempre na história do Benfica, apenas atrás de Bento, que na temporada 1985/86 conseguiu manter a baliza imaculada durante 1.065 minutos, um registo ainda melhor que os 839 minutos que já havia registado em 1977/78, e de José Henrique, que manteve as redes intactas por 836 minutos, em 1971/72.

Outro registo impressionante que também pereceu hoje na Mata Real foi a série de 81 jogos consecutivos a marcar em jogos do campeonato [jogo anterior sem golos das águias: derrota em Alvalade (0-1), em Abril de 2012]. Em jeito de curiosidade, desde que Jorge Jesus assumiu o seu cargo, o Benfica marcou em todos os jogos caseiros da Liga (86).

Os valores e a mensagem

Os valores e a mensagem
«Cavaleiro e André Gomes estiveram na equipa principal. Cancelo e Bernardo Silva foram crescer para grandes clubes. Não tinham espaço na equipa principal e não poderiam ir para a equipa B. Os jogadores têm cláusulas no contrato. Imagine que há uma proposta para vender um jogador, por 15 milhões de euros, que vem da formação e nunca foi titular. Não somos maus gestores e não podemos ignorar isso...» - Luís Filipe Vieira (14/08/2014).

Aquando da entrevista que o Presidente do Benfica deu à BTV logo no início da presente temporada, muitos foram os que deduziram que nem todos os jovens que o clube encarnado emprestara no mercado de Verão regressariam à Luz no final da época. A contratação a título definitivo de Bernardo Silva, pelo Monaco, confirmou esse cenário. Se por um lado é legítimo questionar as condições de empréstimo de um dos maiores talentos puros dos últimos anos na formação do Seixal, é igualmente válido confrontar esta venda com as oportunidades que o médio (não) teve na formação principal e as mensagens de aposta na formação veiculadas por treinador e Presidente do clube.

Analisando o valor monetário, 15,75 milhões de euros é, de facto, uma quantia impressionante, tendo em conta que o jogador quase não se exibiu no plantel principal dos encarnados. A questão que aqui se coloca, e que é igualmente válida para os casos de André Gomes, Ivan Cavaleiro ou João Cancelo, é saber se é preferível encaixar cerca de 15 milhões de euros por atletas promissores nesta altura das suas carreiras, quando ainda nem se afirmaram no plantel principal, ou deixar escapar esta oportunidade, correndo o risco de não haver propostas iguais ou superiores a estas. Pessoalmente, julgo que os contornos do negócio de Bernardo Silva não foram os melhores. O jovem criativo possui uma técnica pouco comum entre os jogadores portugueses que ocupam a sua posição e seria capaz de render um encaixe superior ao Benfica, caso fosse vendido daqui a uns anos. Mas aqui surge um novo dilema - oportunidades. O Bernardo não é um jogador na senda de um Witsel ou de um Enzo, nem possui características que se encaixem perfeitamente no papel de avançado recuado (ou 2º avançado) que Jorge Jesus tanto gosta de usar. Uma equipa não joga apenas com um sistema táctico, mas haverá sempre um com uma certa primazia. E estagnar a evolução de um jogador não seria o melhor para o clube, nem para a Selecção. Em suma, devo admitir que "aplaudi" o empréstimo do jogador, desde que não houvesse uma cláusula de opção de compra envolvida. E as razões eram exactamente as que motivaram o Monaco a efectuar a transferência - o clube vive o seu melhor momento da época, o jogador está a mostrar todo o seu potencial e a ser uma peça-chave no esquema dos monegascos e, "como 1+1=2", o clube do Principado resolveu apostar na sua contratação antes que houvesse uma valorização ainda maior ou outros clubes europeus demonstrassem interesse e estivessem dispostos a esbanjar mais dinheiro.

Igualmente interessante de se analisar é a mensagem que esta transferência transmite, principalmente quando confrontada com o discurso de Luís Filipe Vieira. A aposta na formação tem de ser feita de forma gradual, é certo. Não se pode esperar que o Benfica apresente um onze inicial com 7/8 elementos da formação de um momento para o outro, até porque a valorização de jogadores estrangeiros também permite encaixes importantes. E, por vezes, os empréstimos de jovens promessas, portuguesas ou não, surtem o efeito desejado (veja-se o caso de Rodrigo, por exemplo). Mas vender - ou emprestar com opção de compra - jogadores da formação com valia suficiente para merecerem mais minutos pela equipa principal, e aliar isso a um discurso que prioriza a oportunidade de negócio sobre a capacidade exibicional do atleta, suscita, muito provavelmente, algumas incógnitas em torno dos jovens do Benfica (e dos adeptos). O "mundo do futebol" é um mundo de negócios. Quer se queira, quer não. Mas de que vale ter excelentes resultados nos escalões mais jovens se depois não existe uma aposta nos patamares seguintes? Conseguir bons encaixes é importante, claro, mas essa não pode ser a mensagem transmitida. Há jogadores da formação nacional com bastante qualidade, porém, à semelhança de todos os outros, também precisam de ritmo competitivo, de oportunidades e de confiança para a poderem exibir. E se no futuro permitirem uma boa venda, melhor.

11 Ideal da 1ª volta da Liga Portuguesa

Craque da 1ª volta: Nico Gaitán (SLB)
À entrada para a 18ª jornada da Liga ZON-Sagres, aquela que marca o início da segunda metade da prova, é chegada a hora de eleger os jogadores que mais se destacaram até ao momento. Analisando estatística individual, momento de forma, preponderância e evolução/revelação no respectivo clube, e mantendo-me fiel à posição em que actua cada futebolista na sua equipa, estas são as minhas escolhas para o 11 Ideal da 1ª Volta do Campeonato.


MARAFONA (Moreirense): Claro que Júlio César tem tudo para no futuro vigorar no "11 Ideal do Campeonato", mas o veterano brasileiro do Benfica, que só sofreu golos frente ao Moreirense e ao Nacional, alinhou em apenas 10 jogos dos 17 possíveis. Já Marafona, que também registou 8 clean sheets, foi titular em todas as partidas até ao momento, fez mais defesas (sofreu 15 golos, mas há que ter em conta que representa um clube que acabou de subir de divisão) e ainda parou uma grande penalidade [na deslocação ao Estádio do Dragão]. Dignos de registo são ainda os 3 penáltis (em 5) que Goicoechea (Arouca) já defendeu.

MAXI PEREIRA (Benfica): A dúvida aqui é entre o uruguaio e Danilo. O lateral do FC Porto possui 3 golos e 1 assistência e continua a exibir-se a um nível acima da média, enquanto Maxi Pereira alia os seus 2 golos e 3 assistências a um pulmão incansável e intensidade tremenda, dando assim seguimento ao que fez no ano passado. Nem mesmo o registo defensivo de cada equipa ajuda na decisão. Contudo, ponderações feitas, a escolha recai sobre o defesa direito do Benfica.

ADAMA TRAORÉ (Vit. Guimarães): Nenhum dos laterais esquerdo de cada um dos três grandes convenceu nesta primeira volta. Em termos estatísticos, Rúben Ferreira (Marítimo) foi o que mais se destacou, ocupando actualmente o Top3 de assistências na Liga, mas exibicionalmente ficou muito aquém da regularidade que Adama Traoré demonstrou. Entretanto já transferido para o Basileia, o ex-jogador do Vit. Guimarães dava uma consistência impressionante ao flanco esquerdo e foi uma das principais revelações da Liga, sobretudo nas primeiras 10 jornadas.

LUISÃO (Benfica) e ANDRÉ PINTO (Sp. Braga): O "Girafa" (apesar da lesão que contraiu, apenas falhou três jogos) continua a ser o patrão da defesa encarnada, a menos batida do campeonato, já André Pinto tem impressionado pela segurança e maturidade que tem revelado ao lado de Aderlan Santos. Também Bruno Martins Indi (FC Porto) e João Afonso (Vit. Guimarães) seriam escolhas aceitáveis para o eixo central do sector recuado.

DANILO (Sp. Braga): Talvez a grande revelação do campeonato até ao momento. Tem 18 anos, mas quem olha para ele vê um médio defensivo fisicamente forte, com uma técnica já bastante apurada e com uma cultura táctica muito avançada. Não é de admirar que seja constantemente associado à Juventus.

ANDRÉ ANDRÉ (Vit. Guimarães): Não é novidade que o médio esteja a ser o motor deste Vit. Guimarães, o que espanta são os números com que o está a fazer. 8 golos (5/5 da marca do castigo máximo), 3 assistências e uma série de exibições que espelham a intensidade que incute em cada partida. A seu favor também joga a excelente campanha do clube orientado por Rui Vitória. Entre as equipas menos cotadas, menção especial para André Simões (Moreirense) e Séri (Paços de Ferreira).

ANDERSON TALISCA (Benfica): O médio ofensivo que mais convenceu com as suas exibições nos primeiros jogos do campeonato foi Bernard (4 golos e 2 assistências), mas Talisca, dadas as circunstâncias, acaba por justificar o lugar no 11. Época de estreia vindo do Brasileirão, 9 golos e 1 assistência (2º melhor marcador) e nem algumas exibições pálidas conseguem disfarçar o impacto que o jovem baiano tem tido nos campeões nacionais (foi o principal desbloqueador de jogos na fase inicial da época). Também Óliver Torres (FC Porto) tem crescido ao longo dos últimos meses (tem jogado mais solto e, assim, espalhado a sua técnica, contabilizando já 6 golos e 3 assistências).

CARRILLO (Sporting): A escolha dos extremos talvez tenha sido a mais complicada, especialmente o do lado direito. Carrillo, pela forma como conseguiu elevar o seu jogo a um nível mais elevado e consistente, pelos números que apresenta (4 golos e 4 assistências), que só não são maiores dada a ineficácia que os leões evidenciam, e por ser uma peça-chave na dinâmica ofensiva do Sporting foi o escolhido. No entanto, é injusto deixar de fora Urreta (tem sido o elemento irreverente do Paços de Ferreira, com uns incríveis 5 golos e 5 assistências em 14 jogos), Salvio (7 golos e 4 assistências, números bastante "silenciosos" para aquilo que foi o seu início de campeonato) e Hernâni (à semelhança de Bernard, tem desequilibrado e contribuído imenso para o registo ofensivo do Vit. Guimarães, o 4º melhor da Liga).

NICO GAITÁN (Benfica): Voltamos ao mesmo problema. Nani tem sido um dos destaques do campeonato e um elemento indispensável no Sporting, Kuca, entretanto transferido para a Turquia, foi mais uma das revelações da primeira volta, tendo mantido o Estoril à tona com os seus 5 golos, Brahimi, mesmo não tendo números tão impressionantes como os da Liga dos Campeões, também tem estado bem, mas Gaitán simplesmente não deu hipóteses. Continua a espalhar magia no campeonato nacional, é o maestro do Benfica e culmina o seu excelente trajecto como líder de assistências (10).

JACKSON MARTÍNEZ (FC Porto): Aqui já é mais fácil. Ao melhor ataque do campeonato, junta-se o melhor marcador (14 golos), que obviamente beneficia da qualidade individual do plantel azul e branco. Destaque ainda para o impacto que Deyverson tem no ataque do Belenenses (participou directamente em 10 dos 17 golos) e para os números de Maazou no Marítimo (9 golos, os mesmos que Talisca, em 12 jogos como titular).

Curry/Harden & Warriors/Hawks, os destaques da "primeira volta"

West vs East - As escolhas do Adjunto1x2
A votação para o "All-Star Break" está oficialmente encerrada (amanhã são conhecidos os resultados finais) e a temporada da NBA está sensivelmente a meio, pelo que é altura de fazer um balanço individual (nomeação e respectiva justificação dos cinco jogadores que deveriam ser titulares no "All-Star Game") e colectivo (maiores surpresas e decepções) daquilo que foram os primeiros meses de competição.

"Chuteira Quente": Sob a batuta do jovem maestro

Médio foi o autor do golo da vitória
Bernardo Silva vai começando a assumir um protagonismo cada vez maior na equipa de Leonardo Jardim. O jovem emprestado pelo Benfica aos monegascos apontou o golo que deu a vitória à sua equipa na recepção ao Nantes (1-0), o seu 3º da época em todas as competições. Se individualizarmos a Liga Francesa, Bernardo Silva apontou o seu 2º golo nos últimos 4 jogos (3 vitórias e 1 empate) - curiosamente os únicos de cada uma das partidas [Marselha e Nantes], já que ambas terminaram 1-0. Titular em todos os jogos de 2015, tanto para a Liga, como para as Taças internas, o jovem médio criativo tem despertado a atenção do público francês e foi um dos jogadores eleitos para o "11 Ideal da Semana" na Ligue 1.



Treinadores nacionais em destaque na Taça Asiática e na CAN

C. Queiroz com motivos para sorrir
Carlos Queiroz fechou a fase de grupos da Taça Asiática da melhor maneira, ao alcançar o pleno de vitórias nos três jogos disputados. A Selecção do Irão, orientada pelo português, apontou apenas 4 golos nos seus primeiros três jogos, mas demonstrou que se destaca mais pelo capítulo defensivo, como já tinha ficado evidenciado no Mundial'2014, não sofrendo qualquer golo. No encontro dos quartos-de-final, o Irão medirá forças com o 2º classificado do grupo D (provavelmente será o Iraque). Outro treinador em destaque em competições internacionais de Selecções é Jorge Costa, que guiou o Gabão a uma grande vitória sobre o Burkina Faso (2-0), principal favorito à vitória do grupo A, na jornada inaugural da CAN. Já Cabo Verde de Rui Águas quedou-se por um empate com a Tunísia (1-1) no grupo B.

Além de Bernardo Silva, também houve outros dois portugueses em foco em França: Raphaël Guerreiro continua com a sua veia goleadora - marcou em todos os 4 últimos triunfos do Lorient -, tendo apontado o único golo no embate ante o Lille (1-0) e interrompido a série de quatro desaires consecutivos da sua equipa e Anthony Lopes voltou a deixar a baliza do Lyon inviolável (4ª vez consecutiva para o campeonato).


"Chuteira Quente" da semana:
  1. Bernardo Silva
  2. Raphaël Guerreiro
  3. Carlos Queiroz
  4. Jorge Costa
  5. Anthony Lopes

Taça das Nações Africanas: A magia do futebol africano está de volta

Os grupos da fase final da CAN
A 30ª edição da Taça das Nações Africanas (CAN) fica desde logo marcada pela escolha do país anfitrião (Marrocos era a escolha inicial, mas em Novembro do ano passado o vírus do Ébola levou a que se mudasse o local da competição para a Guiné Equatorial) e pelas ausências da Nigéria, campeã em título, e do Egipto, nação com mais troféus conquistados. Os favoritos não são muito diferentes dos habituais: Gana, Argélia e Costa do Marfim.


Aubameyang, a estrela do Gabão

Grupo A: Jorge Costa com hipóteses de seguir em frente

Beneficiando do sorteio da fase final - é o grupo que possui, de uma forma geral, as equipas mais fracas -, o Gabão de Jorge Costa, a Selecção mais jovem do torneio, poderá ser uma das surpresas destes primeiros dias da competição. O técnico português fez um trabalho positivo nas equipas nacionais que orientou e terá em Aubameyang (B. Dortmund) o grande craque deste grupo inaugural para o ajudar a marcar presença nos quartos-de-final. O finalista da última edição, Burkina Faso, apresenta-se como o principal favorito do grupo (elementos como Pitroipa ou a jovem promessa Bertrand Traoré podem-se destacar). Por outro lado, a Guiné Equatorial, cuja peça mais destabilizadora será o ex-Benfica Javier Balboa, beneficiou da situação causada pelo Ébola e o Congo, para além de N'Dinga (médio do Olympiacos), não se destaca pelo talento individual.


Héldon entre os eleitos de Rui Águas

Grupo B: Missão complicada para Rui Águas

Cabo Verde não terá uma tarefa fácil mas em 2013 mostrou que é capaz de se bater com os "grandes" - os "Tubarões Azuis" treinados por Rui Águas, que recrutou seis jogadores ao Campeonato Português (e muitos outros que também já deixaram a sua marca no nosso país), terá pela frente a Tunísia (campeã em 2004 e provável vencedora do grupo) e a Zâmbia (campeã em 2012 mas com menor probabilidade de repetir o feito), Selecções com outra bagagem competitiva, e a RD Congo, essa sim, teoricamente mais acessível.


Será este o ano dos magrebinos?

Grupo C: Dois candidatos ao título e um dark horse

A Argélia vai querer dar continuidade à excelente campanha no Mundial'2014 e tem em Brahimi e Slimani, bem-conhecidos dos portugueses, jogadores capazes de fazer a diferença em qualquer jogo. O que muda desde Julho? O treinador. Vejamos qual será o efeito que terá sobre a equipa. Uma situação que é idêntica à que se verifica com o Gana - Avram Grant, técnico que já passou pelo Chelsea, tomou as rédeas de uma Selecção recheada de talento individual. Convém ainda não ignorar o Senegal, que apesar do infortúnio do lesionado Sadio Mané, continua a ser o dark horse da competição (tem argumentos suficientes para contrariar favoritismos e avançar para a próxima fase). A África do Sul completa o grupo.


Bony ocupará lugar de Drogba

Grupo D: Não há Drogba nem Eto'o, mas...

O Mundial'2014 não foi próspero para qualquer uma das nações favoritas neste grupo. Por um lado, temos a não muito diferente Costa do Marfim, que foi arredada da fase de grupos com um golo aos 90' e que desde então deixou de contar com Drogba (Bony, o mais recente reforço do Man. City, será um dos jogadores em foco na competição, mas Yaya Touré e Gervinho continuam a ser as estrelas), porém, em contrapartida, ganhou Hervé Renard, treinador que se notabilizou por ter guiado a Zâmbia à glória na CAN'2012 (vencendo nos penáltis... a Costa do Marfim). Por outro, temos Camarões, uma das grandes decepções da prova disputada no Brasil. O grande desafio para esta Selecção será mostrar que o que aconteceu há uns meses, em que colegas de equipa até se desentenderam em campo, foi pontual (o plantel até é bastante equilibrado e Aboubakar, do FC Porto, poderá ganhar notoriedade). A fechar o grupo temos a Guiné Conacri (parece faltar um avançado de qualidade, mas existe muita curiosidade em torno de Ibrahima Traoré, extremo do B. M'Gladbach, e Sylla, defesa do Toulouse) e o Mali (liderado pelo veterano Seydou Keita), ambos à espreita de uma vaga nos quartos-de-final da prova.

Pólvora seca no castelo de Guimarães

Ofensiva vimaranense já conheceu melhores dias
O Vit. Guimarães tem sido uma das mais agradáveis surpresas desta primeira volta do campeonato nacional. Além de André André, o craque do meio-campo, o trio ofensivo constituído por Hernâni, Bernard e Tomané tem encantado pela sua irreverência e ligação directa aos golos (os três jogadores somam 9 remates certeiros e 8 assistências). No entanto, os últimos cinco jogos para o campeonato demonstraram um Vit. Guimarães a pecar no capítulo da finalização - 4 golos em apenas um dos últimos 5 jogos [recepção ao Nacional (4-0)]. Aliás, o jogo frente ao Sp. Braga (0-0), fora de casa, a contar para a 12ª jornada, foi o primeiro esta época em que os comandados de Rui Vitória falharam o assalto à baliza contrária, algo que já se repetiu por mais três jogos, daí que não seja de estranhar que a média de golos marcados tenha descido consideravelmente. Incluindo o jogo da "Pedreira", os vimaranenses somam 2 empates e 2 derrotas nos últimos 5 jogos, um registo negativo quando comparado com as primeiras 11 jornadas (apenas 2 empates e 1 derrota). A juntar-se a estes dados está a pior notícia de todas: o Vit. Guimarães deixou-se alcançar por FC Porto e Sporting, ocupando actualmente o 4º lugar. Segue-se uma recepção à Académica. O jogo poderá ser histórico para o clube: o recorde de pontos registados durante a primeira metade do campeonato, obtido por Jaime Pacheco e Quinito em 1997/98, está fixado em 32 (a equipa de Rui Vitória já leva 31). Altura de regressar às conquistas?

Académica a um jogo caseiro de um recorde negativo

Sequência pode ultrapassar registo de 2011/12
Demasiado fraco. E muito preocupante. E olhando para o calendário, o cenário não é nada favorável. Perder pontos em casa com equipas como Vit. Setúbal, Moreirense ou Penafiel, que lutam por uma posição confortável na tabela, longe dos lugares de despromoção, é inadmissível. E o registo forasteiro também não é nada animador - apenas uma vitória [em Arouca (0-1)] -, o que se reflecte na 16ª posição que a equipa ocupa actualmente.

A Académica, graças ao empate concedido já para lá dos 90' diante do Paços de Ferreira (2-2), vai chegar ao final da primeira volta do campeonato sem qualquer vitória caseira nos 9 jogos que disputou. Tendo em conta o final da época anterior, a estatística indica que a Briosa já vai em 11 jogos consecutivos sem vencer em casa para o campeonato, um registo semelhante ao que se verificou em 2011/12. Nessa época, a Académica registou 4 empates e 7 derrotas em 11 jogos, números ainda mais preocupantes que os actuais (9 empates e 2 derrotas). Das quatro piores sequências em toda a história do clube, a actual é a que menos derrotas e golos sofridos apresenta (o mesmo é válido para a diferença entre golos marcados e sofridos). As únicas derrotas que a Académica consentiu registaram-se já em 2014/15, em duas jornadas consecutivas [Benfica (0-2) e FC Porto (0-3)], sendo que um dos empates foi obtido contra o outro dos denominados "três grandes", o Sporting (1-1), logo a abrir a temporada. O próximo jogo em Coimbra será contra o Marítimo (19ª jornada).

Domínio intercontinental de Ronaldo sobre Messi e Neuer na atribuição da Bola de Ouro

Distribuição geográfica dos votos
Já se sabia que Cristiano Ronaldo (37,66%) tinha "abafado" a demais concorrência na corrida à Bola de Ouro, prémio que conquistou pela 3ª vez na sua carreira. No entanto, com acesso aos dados que mostram a distribuição geográfica dos votos, é possível verificar que Ronaldo, o primeiro jogador da história a receber o galardão sem ter passado da fase de grupos do Campeonato do Mundo do mesmo ano, foi quem mais pontos teve em 4 das 6 zonas continentais que dividem o universo futebolístico.

Algumas notas de destaque:
- Nem Messi, nem Neuer tiveram mais votos de capitães/seleccionadores/média que Ronaldo em qualquer um dos continentes
- Ronaldo teve uma percentagem de votos igual ou maior que Messi e Neuer combinados em 5 dos 6 continentes (Oceania é a única excepção)
- Messi esteve longe de convencer os votantes europeus (apenas 9%)
- Neuer apenas recolheu 7% dos votos na América do Sul, que curiosamente foi onde se disputou o Mundial'2014
- Messi voltou a ficar, pelo segundo ano consecutivo, em 2º lugar, à frente de um adversário que ganhou mais títulos que ele [2013: Ribéry; 2014: Neuer]
- Robben (4º), Müller (5º), Lahm (6º), Neymar (7º), James Rodríguez (8º), Kroos (9º) e Di María (10º) completam o Top10 da votação da Bola de Ouro, sendo que todos estes jogadores estiveram em destaque no Mundial'2014

"Chuteira Quente": O defesa especialista em penáltis

"Chuteira Quente": O defesa especialista em penáltis
Inspirado em 2014/15: 5 golos em 12 jogos (3 de penálti)
Carlos Milhazes, jogador que se destacou em Portugal ao serviço do Rio Ave, foi o grande herói do OFI Creta ao apontar um hat-trick - o primeiro da sua carreira - na vitória da sua equipa diante do Kerkyra (3-2). Dois dos golos apontados surgiram através da conversão de grandes penalidades, algo a que o lateral já está habituado - dos 33 golos que apontou ao longo da carreira, 14 nasceram da marca do castigo máximo. Além disso, parece estar cada vez mais familiarizado com as redes adversárias - nas últimas quatro temporadas apontou 16 golos (9 deles de penálti) e esta época já garantiu os três pontos à sua equipa já para além dos 90' com um golo de... penálti [vs Ergotelis]. A aventura no clube chegou ao fim. Melhor despedida era impossível. Segue-se uma nova etapa, desta feita ao serviço do Levadiakos, curiosamente uma posição abaixo do OFI Creta e em zona perigosa na tabela, com quem já terá rubricado um contrato válido por uma época e meia.


José Fonte, "uma barreira" diante do Man. United

Capitão do Southampton em grande forma
O central português do Southampton foi eleito o melhor em campo na vitória da sua equipa em Old Trafford (0-1). Nos últimos quatro jogos para a Premier League - Everton, Chelsea, Arsenal e Man. United - os saints apenas concederam um golo (empate a 1-1 com os blues) e José Fonte esteve em particular destaque naquela que é a defesa menos batida do campeonato inglês. Com a vitória deste fim-de-semana o Southampton ascendeu ao 3º lugar, ultrapassando o... Man. United.

Por falar em lugares cimeiros, Anthony Lopes, que voltou a não sofrer golos pelo terceiro jogo consecutivo, continua a dar que falar no Lyon que, face às escorregadelas de Marselha e PSG, já é líder da Ligue 1. A uma distância mais considerável, temos dois portugueses em destaque no Chipre: Monteiro, que não se conseguiu impor no Moreirense, bisou na sua estreia pelo AEK Larnaca [vs Ermis (4-0)] e Nuno Assis marcou pela segunda jornada consecutiva ao serviço do Omonia [vs Achnas (2-0)]. A última semana também ficou marcada pelas estreias vitoriosas de Vítor Pereira no comando do Olympiacos e do Irão de Carlos Queiroz na Taça Asiática.


"Chuteira Quente" da semana:
  1. Milhazes
  2. José Fonte
  3. Anthony Lopes
  4. Monteiro
  5. Nuno Assis

Famalicão x Varzim, é assim que se ocupa um estádio!

O efeito da "casa cheia" no CNS
Impressionante. Tanto pelo ambiente que é possível verificar num jogo do Campeonato Nacional de Seniores (CNS), como pelo contraste face ao que se verifica no principal escalão do futebol nacional.

O jogo Famalicão x Varzim (2-2), que infelizmente também ficou célebre pela polémica arbitragem, teve o condão de mostrar que é possível haver "casas cheias" no CNS capazes de fazer inveja - e servir de exemplo - à maior parte dos clubes nacionais. Os 10.000 espectadores presentes no Municipal 22 de Junho constituíram a 41ª melhor assistência da época do campeonato nacional (e seus diferentes escalões). E se atentarmos nos números, verificamos que, descontando os jogos em que intervêm Benfica, FC Porto ou Sporting, teve a 9ª melhor assistência da época a nível nacional em 2014/15. Vit. Guimarães e Sp. Braga são as únicas equipas capazes de registar ocupações caseiras superiores a 10.000 pessoas, sendo que os vimaranenses dominam completamente esse registo na época em vigor (os únicos jogos que não estão presentes na imagem ao lado são as recepções a FC Porto e Sporting). Se, para além dos "três grandes", retirarmos os dois rivais minhotos da equação, os dados tornam-se ainda mais surpreendentes. O jogo com mais espectadores a seguir ao Famalicão x Varzim disputou-se em Coimbra [Académica x Estoril (2-2)] e contou com 4.222 pessoas, menos de metade que o jogo supracitado do CNS. Como se já não bastasse, o terceiro jogo mais visto em 2014/15 é da 2ª Liga [Vit. Guimarães B x Leixões (3-3)], com um total de 3.740 pessoas.

Corrida para a Bola de Ouro 2014: Jogador do Ano

Corrida para a Bola de Ouro 2014: Jogador do Ano
Ronaldo merece renovar o título
Hat-trick de Ronaldo? A haver justiça é o que acontecerá. O português é o grande favorito, mas isto de favoritismo tem muito que se lhe diga: no ano passado o duelo era entre Ribéry e Ronaldo e o francês acabou em 3º, atrás de Messi. O mediatismo influencia, quer se queira, quer não, e essa será a grande barreira entre o craque nacional e o galardão individual.


Messi: 66 jogos, 58 golos, 22 assistências e nenhum título. Quebrou vários recordes nesta segunda metade de 2014 (incluindo o de melhor marcador de sempre da La Liga e da Liga dos Campeões) e foi eleito Melhor Jogador do Mundial'2014 (ainda que injustamente), mas a estatística não deixa de ser anormal (pela positiva). Teve um período menos conseguido no final da temporada anterior - havia quem dissesse que já se estava a reservar para o Mundial - mas mesmo em "ano-não", como muitos afirmaram, Messi apresentou números de génio.

Neuer: 63 jogos, 24 golos sofridos, 31 clean sheets e 3 títulos. Manteve a sua baliza intacta em quase 50% dos jogos, tem uma média de 0,38 golos sofridos/jogo, foi peça fulcral na hegemonia interna do Bayern e da Alemanha. Resumindo, estar entre o Top3 dos melhores jogadores a nível mundial acaba por ser bastante justo para o guarda-redes alemão - e cada vez mais improvável será ver um guardião com tantas possibilidades de vencer este galardão.

Ronaldo: 60 jogos, 61 golos, 21 assistências e 4 títulos. Mais um ano memorável. Quebrou o recorde de golos marcados numa edição da Liga dos Campeões, foi o Bota de Ouro (a par de Suárez), terminou o ano como líder de golos e assistências na La Liga 2014/15, enfim, uma sucessão de números impressionantes e de reconhecimentos individuais. Escapou-lhe o título espanhol e uma melhor prestação no Mundial'2014, se bem que a lesão no joelho também não o ajudou - veremos até que ponto a participação da Selecção no Mundial irá influenciar a votação.

Corrida para a Bola de Ouro 2014: Treinador do Ano

Corrida para a Bola de Ouro 2014: Treinador do Ano
Simeone é a escolha do Adjunto1x2
Ancelotti, Löw ou Simeone? Para ser sincero qualquer um merece ser distinguido como Treinador do Ano. É de longe o prémio mais difícil de atribuir este ano pela FIFA tais foram as proezas que cada um conseguiu alcançar com o seu clube / a sua Selecção. O problema é que só pode haver um vencedor.


Carlo Ancelotti: Formou uma equipa quase imbatível (a série de vitórias consecutivas com que terminou o ano é o melhor argumento) e conquistadora (quatro títulos em 2014). Conseguiu tirar o melhor de alguns jogadores - Di María, Modric, Benzema e Carvajal são alguns exemplos - e fazer com que o Real Madrid apresentasse um registo de golos marcados absolutamente estratosférico. Campeão de todas as competições continentais que disputou (Liga dos Campeões, Supertaça Europeia e Campeonato do Mundo de Clubes), faltou-lhe provar a mesma hegemonia a nível interno (venceu apenas a Taça do Rei), tendo o At. Madrid contribuído imenso para tal.

Joachim Löw: A hegemonia espanhola chegou ao fim, agora a Alemanha é o alvo a abater. O técnico alemão guiou a sua Selecção a uma conquista memorável no Campeonato do Mundo, competição na qual apenas não venceu um jogo [empatou 2-2 com o Gana na fase de grupos] e onde vergou Portugal [4-0 na fase de grupos] e o Brasil [7-1 nas meias-finais] antes de completar o seu passeio (fora um ou outro percalço foi demonstrando que o título era tudo menos uma miragem) rumo à conquista da mesma. Apesar de um início em falso na campanha de qualificação para o Euro'2016, o mediatismo da prova mundial torna-o no mais provável vencedor da distinção.

Diego Simeone: A forma apaixonada como vive cada partida e puxa pelos adeptos do Vicente Calderón já o tornam num treinador especial. Mas a forma como quebrou a hegemonia de Real Madrid e Barcelona na La Liga e como esteve a um minuto de vencer a Liga dos Campeões transformam-no num técnico lendário e num exemplo a seguir. Mesmo com um orçamento incrivelmente menor face ao dos dois rivais espanhóis, conseguiu formar um plantel coeso, criar uma mentalidade ganhadora e elevar o estatuto do At. Madrid a um nível máximo. 2014 foi o culminar de um trabalho intenso do técnico argentino e nem o início atribulado da presente época (entretanto já atenuado) consegue apagar o seu esforço e percurso na conquista dos dois títulos do ano (La Liga e Supertaça Espanhola).

Corrida para a Bola de Ouro 2014: 11 do Ano

11 Ideal do Adjunto1x2 baseado nos nomeados da FIFA
As listas iniciais nunca geram consenso - há sempre jogadores esquecidos, outros que estão a mais e ainda os que estão na categoria errada - e a escolha final nunca agrada a todos. Da lista de 55 candidatos divulgada pela FIFA, ficar-se-á a saber no próximo dia 12 quais os jogadores que vão integrar a Equipa do Ano. Olhando para o percurso, números e influência de cada atleta ao longo do ano nas respectivas equipas (ou Selecções), abaixo apresento o meu "11 Ideal de 2014".


GR: Thibault Courtois teve um ano monstruoso (dois títulos espanhóis, finalista da Liga dos Campeões, bom registo na baliza colchonera) mas Manuel Neuer voltou a demonstrar que é o guarda-redes mais completo da actualidade (excelentes reflexos, sai bem da baliza e não tem medo de jogar com os pés) e a aliar mais uns títulos - entre os quais o Campeonato do Mundo, onde se destacou - ao seu currículo.

DEF: Ivanovic foi o defesa direito mais consistente de 2014 mas é impossível deixar Lahm (nomeado para esta categoria) de fora do 11, mesmo sabendo que actuou como médio defensivo em quase todos os jogos. Do lado esquerdo, a dúvida pairava sobre Filipe Luís e Alaba, mas o brasileiro foi mais preponderante que o austríaco e ganhou o lugar. No centro da defesa Godín (ano impressionante do pilar defensivo do At. Madrid) e Sérgio Ramos (o Mundial foi a única mancha no ano do espanhol) suplantaram a concorrência.

MED: Ano de explosão de Di María - transformou-se autenticamente a jogar como interior esquerdo no Real Madrid, assumiu-se como uma das grandes figuras da Argentina e nem mesmo a mudança para Manchester, à partida uma incógnita, afectou a sua forma. Yaya Touré voltou a ser o pêndulo do Man. City na conquista da Premier League e chega a ser impressionante a sua regularidade e a forma como a equipa depende do costa-marfinense. Custa deixar Modric de fora desta equipa (a lesão que sofreu também não ajudou) mas o duplamente campeão mundial, Toni Kroos, teve um ano em crescendo e é o terceiro médio escolhido.

AV: Vai ser uma categoria injusta independentemente das escolhas. Neymar, Suárez, Benzema e Diego Costa apresentaram números impressionantes, mas a escolha recaiu sobre Cristiano Ronaldo (vale a pena justificar?), Messi (faltaram os títulos ao "quebra-recordes") e Robben (para além do que jogou e conquistou no Bayern ainda carregou a Holanda no Mundial).

Heróis Nacionais!

Que feito histórico (e os contornos da vitória ainda o tornam mais épico)! Já não há palavras que descrevam a equipa nacional de ténis de mesa... Infelizmente, e por se tratar de um desporto pouco mediático, estes feitos acabam por passar despercebidos à maior parte dos portugueses. Aliás, quase ninguém deve saber que Portugal, à semelhança do que acontece com Cristiano Ronaldo no futebol, teve um atleta [Marcos Freitas] nomeado para Melhor Jogador do Ano e que o actual técnico nacional [Pedro Rufino] foi distinguido como Treinador do Ano há poucos dias. E estas situações são válidas para outras modalidades. 

Depois de terem sido campeões europeus - em pleno solo nacional -, Marcos Freitas, Tiago Apolónia e João Monteiro continuam o excelente momento de forma e Portugal já está entre as quatro melhores nações da Taça do Mundo que se está a disputar no Dubai. Os atletas nacionais protagonizaram uma vitória épica diante do Japão (3-2) - Selecção a quem nunca havíamos ganho - e vão agora defrontar a Áustria nas meias-finais (hoje), garantindo assim que uma Selecção europeia marque presença na final pela primeira vez em 20 anos. Match points salvos logo no início, reviravolta após 1-2 (em jogos) e, para acentuar a dificuldade lusa, João Monteiro teve de recuperar de dois sets de desvantagem e enfrentar dois match points para selar o triunfo. Incrível!


PORTUGAL 3-2 Japão

Marcos Freitas-Yuto Muramatsu, 3-2
(11-8, 7-11, 11-8, 8-11 e 13-11)

Tiago Apolónia-Yuya Oshima, 2-3
(11-6, 12-14, 7-11, 12-10 e 12-14)

João Monteiro/Tiago Apolónia-Masataka Morizono-Yuya Oshima, 1-3
(8-11, 6-11, 11-6 e 9-11)

Marcos Freitas-Masataka Morizono, 3-0
(11-9, 11-8 e 13-11)

João Monteiro-Yuto Muramatsu, 2-3
(8-11, 8-11, 11-8, 11-9 e 13-11)

Melhor guarda-redes de 2014 para a IFFHS não foi o jogador nacional do ano

Melhor guarda-redes de 2014 para a IFFHS não foi o jogador nacional do ano
Neuer ficou em 1º no ranking da IFFHS
Em vésperas de se conhecer o desfecho da Bola de Ouro (2014), eis que surge um dado curioso. Manuel Neuer, candidato ao prémio da FIFA, ficou em... 3º na votação de "Melhor Jogador Alemão do Ano", com 6,6% dos votos, atrás de Toni Kroos (40,6%) e Miroslav Klose (38,7%). Se por um lado o médio era quem podia fazer frente ao guarda-redes, o 2º lugar do avançado parece mais uma "distinção de honra", mas importa realçar que nem os alemães têm a certeza de que Neuer foi o melhor do ano, o que diz muito quanto à corrida para a Bola de Ouro. Convém recordar que o mesmo aconteceu na Argentina: Di María superou Messi na eleição para "Jogador Argentino do Ano".

Anteriormente, a IFFHS tinha revelado o ranking dos melhores guarda-redes do ano. Neuer foi sem surpresas o 1º classificado, seguindo-se Courtois (o belga era o único que podia fazer frente ao alemão) e Keylor Navas (oito meses de bom nível) a fechar o pódio. O ranking fica marcado pela influência do Mundial'2014: Navas e Bravo beneficiaram da prova para figurarem no Top 5; Romero e Ochoa foram claramente sobrevalorizados; o registo de Cech pelo Chelsea na época passada tornou-o no único guarda-redes ausente do Mundial no ranking.

TOP 10 de guarda-redes segundo a IFFHS:
  1. Manuel Neuer (Bayern / Alemanha) -  216 pontos
  2. Thibaut Courtois (At. Madrid e Chelsea / Bélgica) - 96
  3. Keylor Navas (Levante e Real Madrid / Costa Rica) - 46
  4. Gianluigi Buffon (Juventus / Itália) - 26
  5. Claudio Bravo (Real Sociedad e Barcelona / Chile) - 16
  6. Sergio Romero (Monaco e Sampdoria / Argentina) - 14
  7. Guillermo Ochoa (Ajaccio e Málaga / México) - 13
  8. Petr Cech (Chelsea / República Checa) - 4
  9. Hugo Lloris (Tottenham / França) - 2
  10. Vincent Enyeama (Lille / Nigéria) -  2

Taça Asiática: A anfitriã é a grande favorita

Competição inicia-se já amanhã
De todas as grandes competições entre Selecções, a Taça Asiática talvez seja a menos mediática. Porém, tal não significa que não possa ter o seu interesse, sobretudo se considerarmos que existe um treinador português em competição. Das 16 nações em prova, quatro estiveram presentes no Mundial'2014 e constituem o lote de favoritos. Coreia do Sul (Son Heung-Min, do Leverkusen, é a estrela da companhia) e Japão (campeão em título) vão tentar aproveitar a acessibilidade dos seus grupos para "limpar a imagem" deixada no Mundial - os nipónicos possuem um grau de favoritismo superior e têm tudo para chegar longe na competição agora que Javier Aguirre assumiu o comando. O Irão, orientado por Carlos Queiroz, transpareceu toda a organização táctica que caracteriza o técnico português e terá pela frente o desafio de também apresentar argumentos ofensivos suficientes para se bater com estas Selecções mais fracas. Por fim, a Austrália, a jogar em casa, é a principal candidata a vencer esta edição da Taça Asiática - Tim Cahill, médio emblemático dos socceroos que marcou um golaço frente à Holanda no Mundial, vai cumprir os seus últimos jogos internacionais, algo que certamente irá motivar esta Selecção que deu que falar no Brasil (foi penalizada pelo grupo em que ficou inserida).

"Chuteira Quente": Nenhuma série vitoriosa é eterna

"Chuteira Quente": Nenhuma série vitoriosa é eterna
Valencia terminou ciclo triunfal do Real Madrid (2-1)
Nunca é fácil defrontar uma equipa com a moral em alta. Mais difícil se torna a tarefa quando essa mesma equipa está numa série oficial de 22 triunfos consecutivos. Mais hercúlea se torna a missão quando o adversário é nada mais nada menos que o actual campeão mundial, Real Madrid. Porém, dentro de campo a vontade ché falou mais alto que os números blancos. O Valencia, que contou com André Gomes e a mais recente contratação, Enzo Pérez, no onze inicial, cedo se viu em desvantagem (o inevitável Cristiano Ronaldo voltou a fazer o gosto ao pé), mas encarou o adversário nos olhos e conseguiu a reviravolta no segundo tempo. O Real Madrid ainda dispôs de uma ocasião para segurar pelo menos um empate mas a defesa contrária esteve intransponível e o Mestalla acabou por fazer a festa no fim. Mérito para os jogadores, mas também para o seu treinador. No início da época muitos adeptos do Valencia duvidavam das valias de Nuno Espírito Santo. Agora estão certamente do seu lado.


Steven Pinto-Borges fez a festa na Taça de França

Equipa do médio português eliminou o líder da Ligue 1
O título de "herói improvável" da semana vai certamente para Steven Pinto-Borges, médio luso-francês que milita no Grenoble, equipa da 4ª divisão francesa, que eliminou o Marselha (4-3, após grandes penalidades) para chegar aos "oitavos" da prova. Apesar de não ter marcado, foi titular (saiu perto dos 90') e esteve envolvido num dos golos da sua equipa.

A semana foi igualmente produtiva para jogadores ligados ao Benfica. Ivan Cavaleiro apontou o golo da partida entre Deportivo e Ath. Bilbao (1-0) que permitiu à formação da Galiza sair dos lugares de despromoção; Miguel Vítor inaugurou o placar (1º golo da época para o central) no PAOK x Panionios (3-2), ajudando a sua equipa a manter a liderança ao cabo de 17 jornadas; Ricardo Horta (formado no clube da Luz) apontou o segundo golo do Málaga x Levante (2-0), a contar para a 1ª mão da Taça do Rei.


"Chuteira Quente" da semana:
  1. Nuno Espírito Santo
  2. Steven Pinto-Borges
  3. Ivan Cavaleiro
  4. Miguel Vítor
  5. Ricardo Horta