Jornais portugueses dão finalmente relevo a quem merece

É a primeira vez este ano que os três principais jornais desportivos destacam conquistas além-futebol nas suas capas diárias. O jornal A Bola destacou na sua capa o triunfo de Michelle Brito diante de Sharapova no dia 26 de Junho (vitória histórica, na altura, da jovem tenista que valeu a passagem à terceira ronda do torneio de Wimbledon). Em Julho, o mesmo jornal decidiu dar relevância ao percurso notável de Rui Costa no Tour de France (duas etapas ganhas, feito incrível por parte do ciclista luso). Quando Emanuel Silva e João Ribeiro se sagraram campeões mundiais na canoagem - feito histórico na modalidade, talvez superado apenas pela medalha de prata conquistada nos Jogos Olímpicos do ano passado - não houve uma única publicação a coroar esse feito com uma capa de jornal.

Já não era sem tempo! Foi necessário que Rui Costa se sagrasse campeão do mundo - não deixa de ser irónico que Sérgio Paulinho tenha conquistado uma medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atenas, aumentando as semelhanças entre a conquista do ciclista e a dos canoístas mencionados no parágrafo acima - e que João Sousa fizesse história no ténis nacional para que A Bola, O Jogo e Record destacassem nas suas capas feitos inéditos de desportistas portugueses não-ligados ao futebol.

Três pontos cruciais. 1º: Há que dar os parabéns por (finalmente) se dar esta relevância a feitos históricos do desporto nacional (se bem que seria inadmissível Rui Costa e João Sousa não merecerem capa depois do que fizeram); 2º: Esperemos que a tendência seja para que resultados como estes mereçam um destaque mais significativo do que o rumor de uma transferência ou o momento de forma de um jogador; 3º: Fica sempre a dúvida: se um dos três grandes tivesse jogado no domingo o destaque das capas teria sido diferente?

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