Relatório de Olheiro: Sporting x Benfica

Sporting e Benfica defrontam-se este domingo em Alvalade, num jogo que poderá revelar-se decisivo para as contas do campeonato. Os leões são obrigados a conseguir um resultado positivo que lhes permita encurtar distâncias para os rivais directos e manter o estatuto de "candidatos ao título", ao passo que o Benfica, em caso de vitória, praticamente hipoteca as esperanças do adversário e mantém uma margem confortável para o FC Porto, actual 2º classificado. Apesar de ainda restarem algumas incógnitas quanto à disponibilidade física de alguns jogadores e opções tácticas de cada um dos treinadores, é possível, ainda assim, traçar alguns pontos que devem ser explorados ou respeitados por cada uma das equipas.


O Sporting é uma das equipas que mais golos marca nos primeiros 15 minutos de jogo, apenas atrás do... Benfica. Daí que seja importante entrar forte e aguerrido, não deixar o adversário assumir o controlo do jogo e ter um bom índice de aproveitamento (dos "três grandes", o Sporting é o menos eficaz no ataque), colocando, assim, pressão do lado dos encarnados. O dérbi, muito provavelmente, será decidido no meio-campo. Adrien e João Mário devem iniciar a partida e terão a tarefa de impor ritmo, capacidade de pressão e intensidade extrema no meio-campo do Sporting que, globalmente, e ao contrário do que sucedera nos últimos clássicos, possui maior qualidade que o do Benfica; mais atrás estará William Carvalho, que terá a dupla missão de parar as investidas adversárias e auxiliar a dupla de centrais (ainda inexperiente). Por fim, quer seja Slimani ou Montero na frente (ou até os dois), é nas alas que vai residir o perigo constante para a baliza à guarda de Artur. Nani, um dos destaques da Liga, será auxiliado por um lateral bastante ofensivo (Jefferson), enquanto que Carrillo poderá ser o "joker" do Sporting - Eliseu, caso não seja rendido por André Almeida, não tem pedalada para o peruano e Ola John, se for o titular na ala esquerda dos encarnados, não cumpre tão bem defensivamente como Gaitán.

Para o Benfica tudo começa na baliza, onde Artur irá render um Júlio César em excelente momento de forma e enfrentar os fantasmas que permitiram ao Sporting sair da Luz com um ponto na mala no jogo da primeira volta do campeonato. De resto, a competência benfiquista será colocada à prova no sector intermediário do terreno (sim, volto a frisar que o meio-campo será a chave deste encontro). Se no jogo do Dragão a dupla Samaris-Enzo, secundada por Talisca, conseguiu fechar espaços e controlar o ímpeto adversário, a verdade é que a saída do argentino fará deste jogo uma verdadeira prova de fogo à disciplina táctica daquele que é o sector crucial do modelo de Jorge Jesus. Para ganhar, o Benfica não precisará necessariamente de ter mais posse de bola, mas sim ser inteligente com e sem o esférico e aproveitar bem as transições à sua disposição. Jonas e Lima são avançados bastante móveis, Gaitán (em dúvida), Salvio e Ola John são flechas apontadas à área contrária e terão pela frente um conjunto defensivo ainda muito jovem (os extremos têm tudo para suplantar os laterais). Por último, realçar que, à semelhança do que sucede com o Sporting, o Benfica vai tentar importunar ao máximo a organização de jogo a partir da defesa.
SHARE

Adjunto

    Comentários do Blogger
    Comentários do Facebook

0 comentários:

Enviar um comentário