11 do Ano - Portugueses no Estrangeiro

6 dos 11 portugueses jogam em Espanha (3) ou França (3)
Associada ao final de mais uma temporada, chega a altura de premiar os que mais se destacaram. Se por um lado é um facto que nenhum jogador português se sagrou campeão numa das principais ligas estrangeiras, injusto seria afirmar que não houve quem se destacasse fora do nosso país. Entre aqueles que se evidenciaram nas ligas mais mediáticas e os que se notabilizaram "na sombra", eis o 11 Ideal dos Portugueses no Estrangeiro.

ANTHONY LOPES (Lyon): Beto revalidou o título da Liga Europa no Sevilha mas a sua lesão impediu-o de dar o seu contributo na prova. De qualquer das formas, o jovem de 24 anos do vice-campeão francês tem evoluído de uma maneira impressionante entre os postes (passou de terceira opção a titular indiscutível nos últimos três anos) e foi inclusive um dos melhores da sua equipa na Ligue 1. Com uma das melhores percentagens de remates defendidos entre os guarda-redes da prova gaulesa (76%), foi o grande pilar da equipa com a 3ª melhor defesa do campeonato e que ameaçou a hegemonia do PSG. Destacado no blog pela série fantástica de jogos sem sofrer golos (esteve intransponível durante 635 minutos, aproximadamente 7 jogos), teve aliada a si a curiosidade de ter sido o primeiro guarda-redes na Ligue 1 a fazer uma assistência para golo desde Abril de 2012. O seu momento de forma motivou a estreia pela Selecção, num jogo amigável frente a Cabo Verde.

VIEIRINHA (Wolfsburgo): Muito mérito para Dieter Hecking pelo trajecto da equipa germânica nas diferentes provas em 2014/15 e por ter aproveitado o português, extremo/ala de origem, para uma posição mais recuada onde foi considerado o melhor entre todos os protagonistas da Bundesliga. Com 2 golos e 8 assistências distribuídos por Campeonato e Liga Europa, acrescentou a Taça Alemã ao seu currículo e avizinha-se como uma excelente solução a curto prazo para o lado direito da defesa da Selecção Nacional.

RAPHAËL GUERREIRO (Lorient): Alternando as suas exibições entre a posição de lateral e de ala esquerdo, deu finalmente o salto e promete agitar o mercado de transferências. Apesar de o Lorient não ter terminado numa posição propriamente confortável (16º lugar), o facto de o jovem de 21 anos ter participado em 10 golos da sua equipa (7 golos e 3 assistências) diz bem da sua preponderância esta época. Somando a isso a sua estreia bastante positiva pela Selecção AA, o futuro parece risonho para Raphaël Guerreiro.

JOSÉ FONTE (Southampton) e DANIEL CARRIÇO (Sevilha): O central trintão foi finalmente reconhecido pelo Seleccionador Nacional após mais uma temporada de bom nível, esta com a particularidade de ter conseguido o apuramento para as competições europeias em 2015/16. Cada vez mais uma referência no seu clube, liderou a Premier League num dado estatístico defensivo: interceptações (118). Quanto ao central do Sevilha, voltou a ser uma peça-chave na conquista da Liga Europa e na boa campanha dos comandados de Unai Emery na La Liga, merecendo cada vez mais atenção entre os portugueses. Fruto da sua conquista europeia, o ex-Sporting disputará a Liga dos Campeões em 2015/16.

ANDRÉ GOMES (Valencia) e JOSUÉ (Bursaspor): Após muita especulação face à forma como saiu do Benfica, André Gomes calou aqueles que duvidavam da sua valia, tendo em conta o investimento do Valencia, e foi uma das agradáveis confirmações entre os portugueses que alinharam no estrangeiro. Precisa ainda de maior consistência mas a forma como ajudou a sua equipa a terminar no 4º lugar não pode ser ignorada. Já Josué, emprestado pelo FC Porto ao Bursaspor, foi um dos grandes destaques da Super Lig somando 7 golos e 7 assistências e ficando a apenas três pontos de distância das competições europeias. De volta à Invicta, veremos se é desta que consegue agarrar o lugar.

FILIPE TEIXEIRA (Petrolul): É muito provavelmente o nome menos conhecido desta lista, mas os seus números merecem realce. Apesar de não ter participado nos jogos da equipa romena nos últimos dois meses, o ex-Académica, já com 34 anos e em final de contrato, apresentou números extraordinários nos 26 jogos que fez no Campeonato e na Liga Europa (qualificação): 10 golos e 7 assistências.

BERNARDO SILVA (Monaco): Actua preferencialmente pelo meio mas foi adaptado a uma das alas para encaixar no sistema táctico de Leonardo Jardim. Curiosamente, começou a desabrochar em Dezembro/Janeiro, altura em que os monegascos asseguraram a continuidade na Liga dos Campeões e accionaram a sua cláusula de opção de compra. A partir dessa altura passou a vigorar com maior regularidade entre os titulares e terminou a época com números sólidos naquela que foi a sua estreia fora de Portugal: 9 golos e 4 assistências (excepto Taças).

CRISTIANO RONALDO (Real Madrid): O único português que costuma ficar de fora da rubrica "Chuteira Quente", exactamente pela estatística estratosférica, nunca poderia ser ignorado desta selecção. Foi o melhor do mundo na primeira metade da época, o seu rendimento caiu abruptamente após ter arrecadado a Bola de Ouro, mas nos últimos meses parece ter voltado ao seu nível. Termina 2014/15 com dois títulos (Supertaça Europeia e Campeonato do Mundo de Clubes) e com mais um invejável registo de golos, facto que lhe valeu a Bota de Ouro - 61 golos e 22 assistências em 54 jogos.

FLÁVIO PAIXÃO (Slask Wroclaw): Depois de Marco Paixão, seu irmão gémeo, ter alcançado 27 golos em 2013/14, este foi o ano de Flávio Paixão. O Slask Wroclaw, ao contrário do que acontecera há um ano, voltou a figurar entre os melhores da Polónia (terminou em 4º) e muito se deveu ao impressionante arranque do avançado português. Dos 20 golos apontados em 2014/15 - apenas um foi para a Taça -, 14 surgiram até Dezembro, incluindo um poker diante do Lechia Gdansk, precisamente na sua melhor fase da temporada (apontou 12 golos em 8 jogos).


NOTAS FINAIS:
- Excelente ano para os treinadores portugueses, com José Mourinho (Chelsea), André Villas-Boas (Zenit), Paulo Sousa (Basileia), Vítor Pereira (Olympiacos) e Pedro Caixinha (Santos Laguna) a sagrarem-se campeões pelos respectivos clubes e Leonardo Jardim (Monaco) e Nuno Espírito Santo (Valencia) a merecerem igualmente crédito pelo que fizeram
- A rubrica "Chuteira Quente", se tudo correr bem, passará a ser mensal e continuará com os mesmos moldes
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