Bola de Ouro: O ano do trio MSN e do Barcelona

É impossível dissociar o ano de 2015 do trio MSN. Messi, Suárez e Neymar quebraram completamente a fasquia imposta por Bale, Benzema e Cristiano Ronaldo (BBC) e bem podem rogar pragas ao Atl. Bilbao por não terem feito aquele que seria um histórico pleno. Mérito também para Luís Enrique e para a restante equipa pelo futebol atractivo - vale a pena frisar que Guardiola dominara a Europa há não muito tempo ao serviço dos blaugrana - e por manter a boa forma ao longo dos meses. Mas quando se tem três dos cinco melhores dianteiros da actualidade tudo é possível. Incluindo dominar o mundo futebolístico. A química existente entre MSN é por demais notória. A qualidade individual demasiado evidente. E os números não mentem: em 2015 o trio marcou mais golos (145) do que qualquer equipa à escala mundial. Surreal! Pelo meio intromete-se Cristiano Ronaldo, um "ET", um goleador nato (57 golos, mais do que qualquer outro jogador no anterior ano civil) que não pára de quebrar recordes, mas que desta vez ficou em "blanco" ao nível de troféus colectivos.

Uns defendem que o Melhor Jogador do Mundo não tem necessariamente de arrecadar títulos colectivos. Discordo. Ou o ano individual é anormal do ponto de vista individual, ao ponto de haver essa tal liberdade para se ignorar o restante sucesso, ou a apresentação dos melhores números de nada valem se tal não tiver o devido acompanhamento. Enquanto cidadão português fico obviamente feliz por ter visto Cristiano Ronaldo em segundo lugar na votação da Bola de Ouro. Mas tenho de ser realista. O Real Madrid foi uma sombra daquilo que havia sido em 2014 e os números de Ronaldo em nada reflectem as várias exibições medíocres que o tempo se encarregará de limpar. Para a posteridade ficarão os seus números - ainda bem. Dignos de estar entre os melhores, sem dúvida.

No entanto, e repetindo-me, é impossível ignorar o desempenho de Messi, Suárez e Neymar. Se do argentino, justo vencedor da Bola de Ouro, pouco ou nada há para acrescentar, reservo umas frases para os outros dois protagonistas. Luís Suárez, como se esperava, dada a mobilidade dos avançados do Barcelona neste esquema táctico, é a peça certa num puzzle até então carente de um finalizador nato. Sabe exactamente que terrenos pisar, dá trabalho às defesas contrárias e não perdoa na cara do golo. Começou a jogar pelos culés apenas no final de Outubro de 2014, mas tal não impediu que se tornasse num dos melhores goleadores do ano. De Neymar já se esperava o "salto". Tecnicamente é um dos melhores do mundo e a sua qualidade é inegável. Não fosse o desfecho da Copa América talvez fosse o principal candidato a discutir a Bola de Ouro com Messi. Talvez. Garantida está a sua afirmação como um dos maiores talentos do futebol actual e a dissipação de quaisquer dúvidas que ainda pudessem existir quanto à sua adaptabilidade ao futebol europeu.

Mais uma vez também ficou provado que o talento individual e colectivo, demonstrado ao longo do ano civil, não é devidamente reconhecido na Equipa Ideal do Ano. Há muito que deixou de ser novidade. A forma como Cláudio Bravo, que ganhou quase tudo em 2015, Kevin De Bruyne, melhor jogador da Bundesliga em 2015, e o polivalente David Alaba foram ignorados, a juntar às eleições de Thiago Silva e Sérgio Ramos, defesas que nada de especial fizeram no último ano, em nada jogam a favor da proclamada "justiça futebolística" - caso ela ainda exista. Os onze escolhidos dificilmente serão consensuais, porém, convém merecer a distinção. Eis o meu onze: Bravo (Barcelona), Dani Alves (Barcelona), Piqué (Barcelona), Chiellini (Juventus), Alaba (Bayern), De Bruyne (Man. City), Marchisio (Juventus), Verratti (PSG), Messi (Barcelona) Neymar (Barcelona) e Suárez (Barcelona).
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