Liga NOS 2015/16: Balanço da 1ª volta

O espectáculo da Liga vai a meio, altura ideal para fazer um breve balanço do que aconteceu até ao momento e destacar os melhores*. O Sporting é o líder isolado do campeonato, com um ascendente importante sobre os principais rivais (pleno de vitórias); o FC Porto, já sem Lopetegui ao comando, é acompanhado no 2º lugar por um Benfica em crescendo nas últimas jornadas; na luta equilibrada pelos lugares europeus, Sp. Braga e Paços de Ferreira levam vantagem sobre a concorrência; Tondela e Boavista, piores ataques do campeonato, encontram-se, por outro lado, nas posições mais delicadas. Posto isto, falta reconhecer quem mais se evidenciou do ponto de vista individual. Aqui ficam as minhas escolhas para o 11 Ideal da Liga NOS, findada a sua primeira volta.

KRITCIUK (Sp. Braga): Rui Patrício é o guarda-redes menos batido do campeonato, mas o russo tem sido uma verdadeira muralha na baliza do Sp. Braga. Com 9 clean sheets, apenas batido pelo titular da Selecção Nacional e por Júlio César (10), soma muitas mais defesas nos 17 jogos em que participou, de acordo com os dados da Liga: 51 intervenções, contra as 30 do sportinguista e as 35 do benfiquista.


MAXI PEREIRA (FC Porto): Não tem sido uma posição em destaque, pelo que a eleição resulta de um processo de exclusão de partes. Baiano constituía a maior "ameaça" ao uruguaio, todavia, as 6 assistências e a ausência de erros graves nas acções do nº2 dos azuis e brancos acabam por facilitar a decisão.

PAULO MONTEIRO (U. Madeira): Tem andado fora dos radares dos meios de comunicação social, mas tem sido bastante competente no núcleo da defesa com mais totalistas (3) no campeonato. Sereno nos jogos contra as equipas com mais argumentos, excepção feita para a goleada diante do FC Porto, já ajudou a sua equipa, uma das condenadas à luta pela manutenção, a manter a baliza inviolável em 7 jogos. À sua regularidade acrescenta um golo marcado.

NALDO (Sporting): Chegou a Alvalade para discutir a titularidade com Ewerton, então lesionado, mas impôs-se de forma assinalável. Mesmo com menos minutos de jogo que o seu parceiro da defesa, Paulo Oliveira, apresenta uma estatística defensiva mais robusta e destaca-se principalmente pelo elevado nível de actuação diante de Benfica e FC Porto. Já viu um cartão vermelho, é certo, por empurrar Lito Vidigal, mas vou perdoar...

MIGUEL LAYÚN (FC Porto): Ao contrário do que se passa na ala contrária, aqui a competição é bem maior. Mas, ao mesmo tempo, a escolha é bem mais fácil. Outra asa do Dragão, Layún está a ser um dos destaques do campeonato, participando com acutilância no processo ofensivo da equipa e beneficiando de ser o principal marcador das bolas paradas para se afirmar como o líder de assistências (9) da Liga - às quais junta 2 golos.


JOÃO MÁRIO (Sporting): Joga no meio, à direita, à esquerda se for preciso. A sua inteligência e técnica refinada permitem-lhe encontrar as melhores linhas de passe, os melhores movimentos interiores, as melhores definições da jogada. Joga simples, nada de exuberante. E o que faz, fá-lo bem. Prova disso são os constantes elogios e os seus 2 golos e 4 assistências.

RENAN BRESSAN (Rio Ave): A formação de Vila do Conde começou a época em alta e é, à data, a equipa que marcou em mais jogos da Liga. Com 5 golos e 3 assistências, Bressan tem contribuído para esse bom momento, estando bastante mais regular em comparação com o nível do ano passado - já é capaz de definir melhor quando tem bola.

ADRIEN SILVA (Sporting): A chegada de Jorge Jesus permitiu-lhe elevar o jogo a um novo nível. O Adrien de agora não só pressiona intensamente no meio-campo e recupera imensas bolas - ou contribui para tal -, como é muitas vezes o importante elo de ligação ao ataque leonino, liberdade essa conferida pelo novo modelo de jogo. É dos melhores jogadores do campeonato no que concerne ao "trabalho invisível", sem a bola nos pés, a chamada inteligência táctica. A isso acrescenta 5 golos e 3 assistências.

DIOGO JOTA (P. Ferreira): Despontou com Paulo Fonseca e continua-se a afirmar sob a batuta de Jorge Simão. A capacidade de conduzir bola pelos flancos ou pela zona central e as oportunidades criadas para os seus companheiros auguram um bom futuro à promessa de apenas 19 anos. Num conjunto a lutar pela Liga Europa - está no 5º lugar -, Diogo Jota leva vantagem sobre a demais concorrência pela sua regularidade, preponderância no sucesso colectivo e números apresentados: 5 golos e 4 assistências.


SLIMANI (Sporting): Não surpreende este aumento no rendimento. Slimani é um "Cardozo 2.0", uma versão mais móvel, mais desgastante do ponto de vista dos adversários, mais raçudo - talvez menos letal, pese embora o seu registo goleador -, a peça perfeita no puzzle ofensivo de Jorge Jesus. Os seus 13 golos, a juntar a uma consistência e trabalho incansável impressionantes, têm dado bastantes alegrias aos adeptos sportinguistas.

JONAS (Benfica): Começa a tornar-se num caso cada vez mais sério na história do campeonato português. Se a qualidade individual tinha ficado bem patente no ano passado, poucos esperavam que em ano de mudança de treinador o "papa-estatísticas" Jonas apresentasse os números avassaladores que apresenta. Pode ser acusado de não aparecer nos jogos importantes - essa tradição mantém-se -, mas 18 golos e 6 assistências ao fim de 17 jogos não é para qualquer um.


BANCO DE SUPLENTES**: Rui Patrício (Sporting), Marcelo Goiano (Sp. Braga), Hugo Basto (Arouca), Iuri Medeiros (Moreirense), Brahimi (FC Porto), Suk (Vit. Setúbal) e Bruno Moreira (P. Ferreira).



Melhor Treinador: Jorge Jesus. O Sporting é líder do campeonato por estar a jogar bom futebol, por se exibir a grande nível nos jogos mais complicados, por as individualidades terem oportunidade de se evidenciarem. Isto tudo a somar aos recordes que o técnico tem vindo a quebrar nos últimos meses.

Melhor Jogador: Slimani. A estatística de Jonas é impressionante, mas o peso do argelino na classificação do Sporting e a sua regularidade exibicional conferem-lhe uma ligeira vantagem.

Melhor Jogador Jovem: Diogo Jota. Entenda-se por "jogador jovem" um atleta com idade igual ou inferior a 21 anos e não restam quaisquer dúvidas. O resto já foi escrito mais acima.

Jogador Revelação: Stojiljkovic. O avançado sérvio, um autêntico desconhecido quando chegou a Portugal, agarrou a titularidade à passagem da 5ª jornada e já é um dos imprescindíveis de Paulo Fonseca. Movimenta-se bem, é um jogador potente e figura entre os principais goleadores da Liga (7 golos).

Equipa Revelação: Vit. Setúbal. No início da época coloquei as minhas reticências em torno dos sadinos, pelo que a classificação actual, a juntar à forma como Quim Machado potenciou diversos atletas, é uma verdadeira surpresa e um prémio para o plantel. Menção honrosa para o Arouca.


*Os jogadores destacados no 11 Ideal respeitam as posições em que têm vindo a jogar e o esquema táctico que tenho usado nos balanços mensais. A sua escolha respeita, principalmente, os seguintes critérios: minutos jogados, números apresentados, regularidade, impacto na classificação da equipa, expectativas iniciais.
**Posições dos jogadores no banco de suplentes: 1 GR, 2 DEF (lateral + central), 2 MED (centro + ala), 2 AV.
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