A saída de Paulo Bento: O sucessor (parte II)

Já houve mais que tempo para digerir a inexplicável derrota de Portugal perante a Albânia, equipa mais fraca do grupo de apuramento para o Euro'2016, e o anúncio do técnico que irá suceder a Paulo Bento no cargo de Seleccionador Nacional já não deve tardar. Ainda assim, convém deixar uma ou duas notas face a esta decisão da FPF, principal responsável pelo acumular de desgostos vividos nos últimos meses.


Tal como sucedeu há quatro anos atrás, Portugal mudou de seleccionador já no decorrer da fase de qualificação para o Campeonato Europeu. O que apenas agrava a situação, dado que o substituto de Paulo Bento terá agora pouca margem de manobra para implementar novos conhecimentos tácticos e chegará com uma pressão acrescida devido ao desaire com a Albânia. Felizmente para Portugal, Platini resolveu facilitar a tarefa das selecções e Portugal, mesmo sendo terceiro classificado no seu grupo, pode continuar a sonhar com o apuramento. Mas sejamos realistas: o objectivo é a qualificação directa. Torna-se, assim, imprescindível identificar o perfil do novo treinador o mais rapidamente possível para se evitar a tomada de decisões precipitadas, que possam comprometer o futuro da nossa Selecção, caso se deixe arrastar o processo em demasia.

Será Fernando Santos uma boa opção para a Selecção?
Tem-se falado muito em Jesualdo Ferreira (tem o factor experiência e um currículo apetecível a seu favor, mas não deixa de ser uma incógnita), Vítor Pereira (adepto do futebol em posse, mas rápido, capaz de ligar bem defesa e ataque e de imprimir uma dinâmica interessante ao meio-campo) e Fernando Santos (ritmo de jogo mais lento e uma estratégia baseada no erro do adversário e em transições recheadas de pragmatismo) - o último parece ser o grande candidato à sucessão, embora o seu castigo seja o maior entrave -, ainda que a vinda de um eventual treinador estrangeiro seja igualmente uma hipótese colocada de cima da mesa. Fala-se ainda, e já não é de agora, na suposta renovação dos convocados da Selecção Nacional, defendendo-se que é chegada a altura de dar o lugar aos mais jovens e riscar alguns nomes que pareciam ter lugar cativo com Paulo Bento. Não sendo grande apologista de uma "revolução total", devo confessar que surgiu a altura de alguns jogadores serem finalmente introduzidos de forma gradual nas convocatórias de maneira a futuramente terem condições para serem mais-valias no onze inicial da Selecção - verdade seja dita que, para tal acontecer, é necessário que haja uma aposta constante por parte dos respectivos clubes. Convém, portanto, que o novo seleccionador seja capaz de "apostar sem medo" e que se reveja naquilo que é efectivamente a Selecção Portuguesa. Que se identifique com laterais ofensivos, um meio-campo pressionante, extremos com uma capacidade técnica acima da média e que consiga conferir maior estabilidade defensiva (a exploração de contra-ataques seria interessante de se ver numa selecção como a nossa) e criatividade ofensiva (não podemos estar sempre dependentes do que os extremos são capazes de fazer). No fundo, que seja capaz de aplicar um modelo táctico que vá ao encontro dos pontos fortes da Selecção e permita tirar o melhor rendimento de cada jogador.
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