Opinião: À boleia da irregularidade

A jornada anterior já tinha dado a entender, esta só veio confirmar. Do futebol irregular do Sporting e vitórias sofridas do FC Porto às exibições algo cinzentas do Benfica, que por agora vão rendendo três pontos, o campeonato nacional poderá estar a sofrer ventos de mudança no que ao momento de forma dos grandes diz respeito.

Se no início tivemos um Sporting a entrar em grande estilo com duas goleadas - o golo inaugural do Arouca ainda acordou alguns fantasmas reminiscentes da temporada anterior, mas a atitude da equipa foi convincente e os índices de confiança totalmente diferentes -, certo é que as duas últimas exibições mostraram um leão algo apático. Se no Algarve os dois golos de rajada fizeram a diferença - valeu a boa entrada no segundo tempo - , o Rio Ave veio mostrar que Leonardo Jardim tem razões para ainda não elevar a fasquia e manter os pés bem assentes no chão. Verdade que o Sporting foi prejudicado frente aos vila-condenses, porém tal não justifica a exibição amorfa de sábado.

O FC Porto, que até aqui ainda não tinha perdido pontos, viu o Estoril fazer uma grande exibição e perdeu a oportunidade de se destacar do rival Sporting. Se em casa o FC Porto tem mandado (a segunda parte frente ao Gil Vicente foi demasiado pobre apesar da justiça do triunfo), fora tem sido a excelência de Lucho ou Quintero a decidir partidas que deveriam ter um controlo bem diferente por parte dos azuis e brancos. A defesa parece mais frágil, Fernando está longe de ser um médio que enquadre no sistema táctico de Paulo Fonseca e se não for a genialidade de Jackson ou alguns rasgos de inspiração de Licá não existe ninguém que desequilibre as defensivas contrárias (como acontecia com Hulk ou James).

Continuando na senda das exibições irregulares encontramos a equipa que melhor se tem safado nesse capítulo ultimamente. O Benfica está longe de apresentar os níveis ofensivos das outras temporadas (Jorge Jesus demorou demasiado tempo a montar a sua equipa base e a ausência de Cardozo foi bastante influente) mas defensivamente já começa a demonstrar maior segurança devido, sobretudo, ao poder de Fejsa. A abordagem ao mercado foi terrível (não tanto pelas contratações mas pelo timing) e isso reflectiu-se no rendimento do conjunto encarnado. Conseguirá Jorge Jesus fazer uso do melhor plantel da Liga (e o melhor que já teve à sua disposição) e recuperar os pontos perdidos nas jornadas inaugurais?


PS: Fazendo um breve apanhado das primeiras cinco jornadas: o Sporting consentiu dois empates caseiros, um deles perante o eterno rival, e desloca-se a Braga na próxima ronda; o FC Porto largou pontos na Amoreira, único terreno que poderia justificar maiores preocupações; o Benfica perdeu os seus 5 pontos em três terrenos complicados. Será o rendimento fora de casa o aspecto-chave da presente época?


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