Opinião: Scolari 2004 vs Scolari 2014


Após a conquista do Campeonato do Mundo de 2002, Scolari abandonou o comando da Selecção canarinha e abraçou um novo desafio ao tornar-se no seleccionador da Selecção Nacional. Objectivo: levar Portugal o mais longe possível no Campeonato Europeu que se iria realizar em pleno solo nacional. Resultado: Portugal sucumbiu perante a Grécia de Otto Rehagel (por duas vezes) e tornou-se vice-campeão europeu em 2004. Scolari ainda continuou à frente da Selecção Nacional por mais uns anos, cessando funções em 2008, após eliminação diante da Alemanha.

Dez anos volvidos, Scolari volta a assumir o controlo da Selecção Brasileira. Mais: volta a assumir o controlo de uma Selecção que será a anfitriã de uma das maiores provas futebolísticas. Os objectivos não diferem dos de 2004. Conseguirá repetir a façanha?

Não deixa de ser interessante que a táctica que Scolari adoptou em 2004 não é muito diferente da que deverá adoptar no Mundial de 2014. Nada melhor que fazer uma comparação entre os jogadores para uma melhor análise (nota: é preciso ter em atenção que o tipo de futebol praticado há dez anos era diferente do actual e que o futebol praticado no Brasil diverge de alguma forma do praticado em Portugal):
GR: Ricardo | J. César - Dois guardiões experientes. Um era titular indiscutível num Sporting que lutava pelo título, o outro foi uma das peças-chave do "Inter de Mourinho" e é o dono da baliza do QPR, equipa despromovida ao segundo escalão da Premiership.
DL: Miguel/N. Valente | D. Alves/Marcelo - Laterais muito diferentes. Se os portugueses tinham maior vocação defensiva e raramente se aventuravam muito no ataque para ajudar os extremos, os laterais brasileiros (como é costume no Brasil) são essencialmente ofensivos e procuram várias vezes a linha de fundo.
DC: R. Carvalho/J. Andrade | T. Silva/D. Luiz - Duas excelentes duplas. A portuguesa era exímia no desarme, posicionamento e índices de concentração; a brasileira é melhor física e tecnicamente e muito boa no jogo aéreo.
MC: Costinha/Maniche | L. Gustavo/Paulinho - Os dois médios mais recuados que conferem consistência táctica ao 11. A capacidade de desarme de Costinha vai agora ser sustentada pela de L. Gustavo. A capacidade de passe e inteligência táctica de Maniche vai estar a cargo de um jogador com melhor técnica - Paulinho.
MO: Deco | Oscar - Dois médios ofensivos que gostam de recuar para vir buscar jogo. Muito fortes tecnicamente e com grande qualidade de passe.
EXT: Figo/C. Ronaldo | Hulk/Neymar - Extremos completamente diferentes entre si mas que se complementam muito bem. Figo era inteligente e muito bom nos cruzamentos; Cristiano era mais forte tecnicamente e um desequilibrador nato. Hulk é um "poço de força" e muito bom nas diagonais que faz (dos quatro talvez seja o mais irregular); Neymar tem na sua técnica a maior arma, funcionando também como um falso avançado (Portugal usava um estilo de jogo mais largo em função dos seus extremos).
AV: Pauleta | Fred - Dois jogadores com poder de finalização muito bom. Se em 2004 Pauleta não foi a aposta mais regular de Scolari, Fred surpreende por ser o escolhido do técnico (opções como Pato, Leandro Damião ou o próprio Neymar a actuar na posição mais avançada foram preteridas).


Conseguirá Felipão igualar o feito de 2002 e ser bem-sucedido com esta selecção brasileira? Excluindo a Espanha, este Brasil é o principal candidato à vitória do Mundial? Apesar de todas as alterações que o futebol foi sofrendo qual a melhor Selecção que Scolari orientou: Portugal (2004) ou Brasil (actual)? 


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