Mundial'2014, o balanço final: Jogadores (parte II)

Já deixa saudades o Mundial'2014. Golos não faltaram - 171 (igualando o recorde de 1998), sendo que 32 vieram do banco de suplentes (incluindo o golo do título, de Götze) -, protagonistas também não e houve um pouco de tudo durante um mês no Brasil. Nem mesmo as lesões que marcaram as semanas anteriores ao Mundial, e que durante a prova continuaram a surgir, conseguiram manchar uma competição que lançou várias incógnitas devido à sua organização mas que foi, no mínimo, espectacular. 


A fase de grupos ficou desde logo marcada pelo elevado número de golos - 136 (média de 2,83 golos/jogo), com apenas 5 jogos a terminar em branco - e pelas eliminações surpreendentes da Espanha, campeã em título, e de outras selecções que à entrada para a prova englobavam o lote de favoritos. Quer isso dizer que elementos como Cristiano Ronaldo, Iniesta ou Pirlo cedo abandonaram a competição e hipotecaram a esperança de se tornarem nas grandes figuras do torneio. Por outro lado, temos aqueles que quebraram recordes e os que se assumiram como figuras dos respectivos países. Este será o Mundial que ficará para a história por Klose ter ultrapassado Ronaldo "Fenómeno" no topo dos melhores marcadores de sempre em fases finais de Campeonatos do Mundo, por Mondrágon se ter tornado no guarda-redes mais velho da prova (43 anos e 3 dias) e por Suárez ter mordido o ombro de Chiellini. Após alguma ponderação, o Adjunto1x2 decidiu não fazer a avaliação individual dos jogadores portugueses (a fraca prestação da Selecção assim o determinou) mas destacou aqueles que mais sobressaíram ao longo de um mês de competição.


Melhores Jogadores:
11 do Mundial para o Adjunto1x2
James Rodríguez (Colômbia): Uma das figuras do Mundial'2014. A sua boa forma foi recompensada com uma transferência para o seu clube de sonho. Espalhou magia no Brasil, somando seis golos e duas assistências em apenas cinco jogos, mostrou ao mundo toda a sua qualidade técnica e foi fundamental no sucesso de uma selecção com um futebol muito positivo.
Robben (Holanda): Nem parece que já tem 30 anos... Fez a diferença com a sua técnica e velocidade e ofensivamente carregou a Holanda às costas. Manteve um nível elevadíssimo durante toda a competição e discutiu com James Rodríguez o prémio de Melhor Jogador do torneio.
Müller (Alemanha): É um pouco injusto deixar Kroos ou Neuer de fora desta lista mas o que Müller tem feito em Mundiais é impressionante. Voltou a destacar-se pelo número de golos marcados, pela forma como deu trabalho às defesas contrárias e pela maneira como se entregou ao jogo. Se dúvidas havia quanto à utilização de Müller na frente de ataque germânica, o jogador do Bayern respondeu da melhor maneira.
Neymar (Brasil): Muitas eram as incógnitas em torno do craque brasileiro e da sua selecção. A jogar em casa e com um peso acrescido sobre os seus ombros, a verdade é que Neymar correspondeu e carregou o Brasil às costas enquanto pôde, contabilizando quatro golos e uma assistência e fazendo a diferença no ataque da Canarinha.
Mascherano (Argentina): Oficialmente, Messi venceu o troféu de Melhor Jogador do Mundial mas no entender do Adjunto1x2 nem sequer foi o argentino mais influente. Pela consistência defensiva, pela forma como imperou no meio-campo, pela qualidade do seu passe e pela bravura de camisola ao peito, Mascherano merece um lugar de destaque entre os melhores.

Jogadores Revelação:
Janmaat, Blind e Kuyt (Holanda): Janmaat era o menos conhecido dos três e destacou-se sobretudo na fase de grupos pela profundidade que deu ao flanco direito; Blind cativou pela sua polivalência (cumpriu em todas as posições que ocupou) e pela maneira simples como joga; Kuyt surpreendeu por ter cumprido eficazmente a jogar enquanto ala sendo um avançado de raiz.
Giancarlo González (Costa Rica): De todos os jogadores mais desconhecidos foi aquele que mais surpreendeu. Com 26 anos e a actuar na MLS, o central costa-riquenho demonstrou uma excelente capacidade de antecipação e leitura dos lances, soube fazer jus à sua elevada estatura e foi o grande destaque de uma defesa praticamente intransponível ao longo do torneio.
Alguns dos jogadores que se revelaram no Mundial'2014
Keylor Navas (Costa Rica): Brilhou logo contra o Uruguai e continuou a dar que falar durante as fases a eliminar até a Costa Rica ter sido eliminada nos penáltis frente à Holanda. Tirando Neuer foi talvez o melhor guarda-redes da prova convencendo inclusivamente grandes clubes europeus (deverá ser anunciado no Real Madrid a qualquer momento).
Enner Valencia (Equador): A sua envergadura e o seu poder de finalização fizeram com que se evidenciasse no Grupo E, onde chegou mesmo a decidir uma partida (frente às Honduras). Assinou pelo West Ham após o Mundial e poderá ser uma mais-valia para os hammers na Premier League.
Origi (Bélgica): Já tinha demonstrado potencial esta época ao serviço do Monaco e aproveitou da melhor forma o mau momento de Lukaku para se afirmar no ataque belga. Com apenas 19 anos, chamou a atenção de vários clubes pela sua técnica e poder de explosão, incluindo o Liverpool que o "pescou" de imediato (ainda irá evoluir em França, emprestado, por mais um ano).

Jogadores "Portugueses"
Herrera (México): Podia muito bem estar incluído no lote das surpresas deste Mundial. Tacticamente esteve irrepreensível, demonstrando uma inteligência e uma capacidade de pressão sobre o portador da bola acima da média - já o havia feito no FC Porto - e um poder de remate interessante. Algumas lacunas no capítulo do passe mas nada que manchasse uma prestação muito positiva.
Rojo (Argentina): Já se sabia que podia ser uma mais-valia na selecção e que seria o titular do lado esquerdo da defesa, mas impressionou pelo nível exibicional apresentado. Não sendo um jogador de projecção ofensiva conseguiu-se incorporar muito bem no ataque da Argentina por diversas vezes e esteve muito seguro sempre que foi chamado a intervir. Um dos três melhores na posição no Mundial'2014.
Halliche e Slimani (Argélia): Ainda estava ligado à Académica antes do Mundial se ter iniciado e comprovou mais uma vez que é influente na sua Selecção e que os estudantes não souberam gerir a sua situação contratual. Após um jogo algo discreto diante da Bélgica, foi subindo de produção rubricando as suas boas prestações com o seu primeiro golo ao serviço da selecção (frente à Coreia do Sul). Nota especial também para Slimani nesta Argélia por ter continuado com a sua veia goleadora e por ter ganho o seu espaço no onze inicial.

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Adjunto

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