O preço de um 11

Estamos a chegar ao término do primeiro terço da temporada. Numa altura em que se esperava uma luta a três - poderia ser a quatro, não fosse o mau momento de forma do Braga - pelo título nacional, poucos seriam, no início da temporada, os que acreditavam que a classificação estivesse da forma como está. Há quem diga que o mérito é do Sporting, há quem defenda que o demérito do FC Porto é maior, há quem critique o Benfica pelas exibições menos conseguidas mas que se cale perante a sua classificação. No meio de tudo há algo que não muda: FC Porto e Benfica lutam título e não escondem isso de ninguém, enquanto que para os lados de Alvalade a linguagem utilizada continue a ser mais contida. Contenção essa que passa também pelas despesas. Augusto Inácio, director do futebol profissional do Sporting, foi o último a fazer referência a isso mesmo: "... esta equipa é uma equipa de tostões a competir com outras de milhões ...". Surge então uma questão que fica a pairar no ar: dentro dos incontornáveis candidatos ao título, o que se entende por "equipa de tostões" e "equipa de milhões"? Traduzindo por miúdos, quanto terá custado o habitual onze titular de FC Porto, Benfica e Sporting?

Analisando o tempo de utilização dos diferentes jogadores dos "três grandes" em função da posição ocupada e do esquema táctico usual (por exemplo, seria injusto considerar três centrais em detrimento de um médio pois não há equipas que joguem habitualmente dessa forma) é possível fazer um onze base para cada clube (as tácticas mais comuns variam entre o 4-3-3, caso dos dragões e dos leões, e o 4-4-2, típico nas águias) e saber o dinheiro investido em cada equipa. Descomplicando: fazendo um estudo dos jogadores mais usados para cada posição e um somatório do dinheiro que o clube investiu na aquisição dos mesmos, será possível saber o "preço do 11" de cada um dos "grandes". Ora, feitas as contas*, o "onze de tostões" do Sporting equivale a 8,25M gastos (só Rojo custou mais de 5M!), ao passo que o onze do Benfica é o mais caro (54,75M investidos), seguido de perto pelos azuis e brancos (54,6M). Será este Sporting a prova de que continua a haver talento nas camadas jovens (6 dos 11 jogadores formaram-se em Alcochete) em nada inferior ao que chega vindo do estrangeiro? Benfica e FC Porto deviam seguir o exemplo do clube leonino?

*Dados do jornal A Bola




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